Investigação da morte de Matthew Perry avança e detém médico e traficantes envolvidos

Em outubro de 2023, o mundo ficou em choque ao receber a notícia de que o amado ator Matthew Perry, popular por seu papel em uma das séries mais famosas de todos os tempos: Friends, como o personagem Chandler, havia falecido. O choque foi ainda maior quando se constatou que a morte teria sido resultante de “efeitos agudos da cetamina”.


Morte do ator Matthew Perry (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Prisões e atualizações do caso

Desde o ocorrido, uma agência de repressão a narcóticos norte-americana chamado DEA (Drug Enforcement Administration), juntamente ao Departamento de Polícia de Los Angeles têm investigado relações com as drogas que causaram a morte do ator. 

Agora, segundo o TMZ, a polícia de Los Angeles teria prendido diversos indivíduos acusados de terem envolvimento na morte de Perry e, segundo o próprio site, entre esses acusados está um médico e traficantes que entregaram a droga para Matthew. 

Ao cumprirem mandados de busca e apreensão, os policiais apreenderam telefones, computadores e demais equipamentos eletrônicos na tentativa de descobrir quem havia fornecido a ketamina para o ator. Fontes do TMZ, complementaram que as autoridades descobriram que outras celebridades poderiam estar envolvidas no cenário de drogas, incluindo a ex-esposa de Charlie Sheen, socialite Brooke Mueller que já havia estado em um centro de reabilitação ao lado de Perry. 

Apesar de estar envolvida no cenário de drogas em Hollywood, as fontes do TMZ completam não haver envolvimento de Mueller na morte do ator.

Falecimento de Perry

No dia 28 de outubro do ano passado, o ator foi encontrado sem vida em uma banheira de hidromassagem dentro de sua casa, em Los Angeles e, desde então, a morte tem sido investigada. 

Resultados da autópsia demonstram que Perry estava realizando uma terapia de infusão de ketamina, todavia, a substância encontrada em sua corrente sanguínea não poderia ser resultante dessas sessões terapêuticas, uma vez que sua última havia acontecido há mais de uma semana. 

O relatório detalha que os altos níveis de cetamina encontrados podem ter sido os responsáveis pelos efeitos letais, como a super estimulação cardiovascular e a depressão respiratória. 

Além da droga anestésica, o exame indicou a presença de sedativos em Matthew Perry.

Perigo: analgésicos sem supervisão médica podem levar à morte

Em meio ao crescente número de mortes por uso indevido de analgésicos como cetamina e morfina, é importante que as pessoas tenham consciência de que esses medicamentos só podem ser tomados sob vigilância profissional, é um ponto de destaque afirmado pelo toxicologista Álvaro Pulchinelli em entrevista à CNN Brasil, alegando que esse tipo de analgésico pode facilmente resultar em fatalidade se não for feito corretamente.

Automedicação e riscos à saúde

O uso indevido de analgésicos vendidos sem receita médica – como paracetamol, diclofenaco e ácido acetilsalicílico – representa ameaças adicionais. O paracetamol pode causar danos ao fígado que podem ser fatais em casos graves, o uso de ácido acetilsalicílico pode desencadear sangramento intestinal que causa anemia, enquanto o diclofenaco tem maior probabilidade, em comparação com outros, de resultar em ataques cardíacos.

Nos Estados Unidos, 16,5 mil pessoas morrem a cada ano devido ao uso inapropriado de medicamentos para dor e inflamação. O paracetamol, por exemplo, causa 80 mil hospitalizações a cada ano. Um estudo da Universidade de Edimburgo mostrou que mesmo pequenas doses podem causar danos graves ao fígado.

Ketamina e morfina: perigos do uso sem controle

A ketamina, originalmente usada para finalidade veterinária, tem efeitos alucinógenos que podem causar depressão do sistema nervoso central, levando à sonolência, apatia e, em alguns casos graves, coma.

Em algumas pessoas, há um potencial alucinógeno. Em doses excessivas, ela pode matar por depressão do músculo do coração, do miocárdio”, explica Pulchinelli.


Foto destaque: A ketamina é prescrita para tratamento contra a depressão em alguns casos (Reprodução/RJ Sangosti/MediaNews Group)

A morfina, por sua vez, é um analgésico muito potente, utilizado de forma abundante na medicina. Apesar do seu grande uso, também apresenta riscos. “Ela vai deprimindo os centros respiratórios, o que programa o nosso organismo a continuar respirando”, acrescenta o toxicologista. Além disso, a morfina pode causar inchaço agudo nos pulmões, dificultando a respiração.


Morfina, medicamento utilizado em tratamento de dores crônicas (Foto: reprodução/CNB Brasil)

Uso controlado e alternativas

A fim de evitar esses riscos, os analgésicos devem ser usados ​​sob orientação médica e nas doses recomendadas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regula com bastante rigor as vendas de substâncias controladas, como a ketamina e morfina, mas podem ocorrer desvios criminosos e falsificações.

Especialistas da área também recomendam outros métodos alternativos para o alívio da dor, como acupuntura e dieta rica em ômega-3, que podem ajudar no processo de redução da inflamação dos tecidos. Além disso, evitar exercícios físicos excessivos e manter uma prática regular e moderada podem fortalecer o corpo e ajudar na prevenção de lesões.

A automedicação pode levar à tolerância que pode exigir doses cada maiores para trazer alívio da mesma magnitude – e à dependência física ou psicológica em casos como os opioides. Por isso, quando a dor dura mais de dois ou três dias, é sempre fundamental consultar um médico para avaliação e tratamento adequado, caso seja necessário.

Os analgésicos ainda são ferramentas importantes no controle da dor, mas seu consumo precisa ser feito com cuidado e sob a supervisão de um médico. O uso inadequado pode levar a danos graves e permanentes, e a supervisão profissional pode garantir o uso seguro e otimizado desses medicamentos, de modo a preservar a saúde e a qualidade de vida dos pacientes.

Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja, ex-Sinhazinha, é presa por tráfico

A empresária Djidja Cardoso fora encontrada morta na última terça-feira (28), na sua casa em Manaus. Após sua morte, sua mãe, Cleusimar Cardoso, foi presa por envolvimento com tráfico de drogas na última quinta-feira (30), junto com Ademar, seu filho.

Cleusimar é dona dos salões de beleza da família, Belle Femme, e foi indiciada pelas investigações como a responsável pela organização “Pai, Mãe, Vida”, em conjunto com Ademar. A organização fora criada pela família, e possuia cunho religioso extremo, baseando no uso de drogas a fim de adentrar “demais dimensões”.

“Pai, Mãe, Vida” trata-se de uma seita, a qual era mencionada em publicações em seu Instagram, e pode estar relacionada à morte de Djidja, ex-Sinhazinha do Boi Garantido.

Segundo a polícia, Cleusimar, Djidja e Ademar suponham ser, respectivamente, Maria Madalena, Maria e Jesus Cristo.

A vida de Djidja

Djidja Cardoso era conhecida por ter sido a Sinhazinha do Boi Garantido de 2016 a 2020.

A Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido, conhecida como Boi Garantido, compete com o Boi Caprichoso no Festival Folclórico de Parintins, em Amazonas, anualmente. Ele também é considerado o boi das massas populares, especialmente por ser o maior campeão do festival.

A Sinhazinha é a filha do dono da fazenda, representando a cultura europeia no Boi. Além de dançar, a Sinhazinha possui interações com o Boi, como acariciá-lo e lhe dar capim ou sal. Sua vestimenta da Sinhazinha costuma ser um vestido rendado, acompanhado de sombrinha e leque.


Djidja Cardoso como Sinhá do Boi Garantido (Foto: reprodução/Instagram/@cleusimarcardoso)

Posteriormente à sua saída do posto de Sinhazinha, em 2021, Djidja participou do reality show A Bordo – O Reality, da emissora amazonense TV A Crítica. O reality show trata-se de um concurso de beleza que restringe mulheres em um barco localizado em Manaus.

Djidja fora a campeã do concurso, obtendo o prêmio de R$ 30 mil, além de ter sido consagrada, mediante voto popular, como a “Rainha do Peladão” da edição.

Em 1984, aos 14 anos, Cleusimar fora vencedora do concurso Rainha do Peladão, também por voto popular.

Prisão de familiares de Djidja

Cleusimar e o filho, Ademar, foram presos nesta quinta-feira (30), sob um mandado preventivo por tráfico de drogas e também por envolvimento com tráfico. No caso de Ademar, há também um mandado por estupro.


Djidja, Cleusimar e Ademar juntos em postagem homenageando Cleusimar (Foto: reprodução/Instagram/@cleusimarcardoso)

Foram emitidos também mandados contra três funcionários da rede de salões Belle Femme.

Nesta sexta-feira (31), ocorreu a audiência de custódia, onde houve a legalidade da prisão preventiva de Cleusimar e Ademar. Todavia, segundo o advogado de ambos, Vilson Benayon, eles não foram ouvidos, pois, estavam demasiadamente alterados devido o uso de drogas, estando assim impossibilitados de depor. Ainda conforme Vilson, grande fração do lucro dos salões Belle Femme era canalizado para suprir o vício.

Em entrevista para um programa na TV A Crítica, o delegado responsável pelas investigações do caso Djidja, relatou que houve um convite por parte de Cleusimar para que fizesse parte da seita “Pai, Mãe, Vida”.

O convite ocorreu após a prisão, durante contato com a equipe policial. Durante conversa para compreensão das ideias dispostas na seita, em determinado ponto, a dona dos salões disse que era preciso estar dentro da seita para entendimento, por haver transcendência para outra dimensão.

Drogas encontradas nos salões

Consoante o delegado Cícero Túlio, durante os procedimentos nas unidades do Belle Femme, foram localizadas inúmeras seringas, algumas inclusive prontas para o uso, fora doses de droga.

O advogado Vilson solicitou o toxicológico, bem como a internação compulsória de Cleusimar e Ademar. Ambos precisaram ser atendidos na enfermaria do complexo prisional, devido crise de abstinência. Segundo Vilson, a prisão os salvou da morte, devido à patologia que possuem.

Depois de terem sido presos, eles falaram para a defesa que alcançaram este estágio de vício em menos de um ano, além de obrigarem os funcionários a consumirem ketamina, um tipo de droga que possui efeitos alucinógenos.

A defesa alega que Cleusimar e Ademar estavam em um estado de insanidade mental, e não houve venda de medicamentos, visto que compravam drogas para uso próprio.

Investigação acelerada após morte de Djidja

O delegado Daniel Antony, da Delegacia de Homicídios, informa que a morte da ex-empresária possui peculiaridades, especialmente por haver a probabilidade do uso de fármacos psicotrópicos, sendo aquelas que agem no sistema nervoso central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição. Segundo o delegado, o óbito pode ter ocorrido devido um abuso.

A possibilidade de homicídio não está sendo trabalhada, pois, não há elementos de autoria de morte violenta.

Vale ressaltar que a causa da morte de Djidja ainda não foi determinada, e a investigação ocorria antes mesmo do óbito.

A droga era adquirida em uma clínica veterinária ilicitamente, e as vítimas disseram à polícia que foram dopadas e mantidas em cárcere privado. Ademais, conforme o delegado Cícero Túlio, na conversação ocorrida durante a investigação, a narração de duas pessoas mencionam possível prática de estupro de vulnerável, além de uma das garotas ter possivelmente sofrido um aborto.

Através de postagem no Instagram, antes de ser presa, Cleusimar falou que as notícias quanto ao motivo do óbito da filha eram falsas e polêmicas.