Kim Jong-un ordena intensificação militar e acena para aproximação estratégica com a Rússia

Em uma demonstração de força, o líder norte-coreano Kim Jong-un comandou, além disso, uma série de exercícios militares envolvendo a 1ª Divisão Aérea do país. As manobras, por sua vez, incluíram simulações de combate aéreo e ataques coordenados com mísseis. As imagens, amplamente divulgadas pela mídia estatal, portanto, mostram caças em ação e o lançamento de armamentos semelhantes a mísseis ar-ar de longo alcance.

Além de reforçar a preparação militar, o exercício teve forte apelo simbólico. Kim conclamou os militares a “estarem prontos para qualquer eventualidade”. Em um discurso que reafirma a doutrina de autodefesa do regime e alimenta o discurso de resistência a pressões externas.


Líder norte-coreano Kim Jong-un 09/05/2025 KCNA (Foto: reprodução/Reuters/CNN Brasil)

Alinhamento diplomático em Moscou

Ao mesmo tempo, o governo norte-coreano vem estreitando laços com a Rússia. Em um movimento diplomático incomum, Kim visitou pessoalmente a embaixada russa em Pyongyang. Gesto interpretado como uma tentativa de reforçar alianças estratégicas diante do isolamento internacional. A visita ocorreu em meio a um cenário de sanções intensificadas por parte dos Estados Unidos, que voltaram a listar a Coreia do Norte como país que não coopera com esforços antiterrorismo.

Retórica belicista e pressões internacionais

A recente escalada militar ocorre em paralelo ao endurecimento da retórica de Kim Jong-un, que acusa Washington de “hostilidade persistente” e afirma que seu país não aceitará “interferências externas” em seus assuntos. O regime norte-coreano sustenta que os exercícios têm caráter defensivo. No entanto, governos do Japão, Coreia do Sul e EUA vêm monitorando de perto as movimentações, apontando riscos de instabilidade na região.

Com as eleições americanas se aproximando e tensões globais em alta, os próximos meses serão decisivos para entender se o novo ciclo de manobras representa apenas um gesto político ou o prenúncio de uma mudança mais radical na postura do regime norte-coreano.

Kim Jong-un anuncia ampliação exponencial do arsenal nuclear da Coreia do Norte

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, declarou nesta terça-feira (10) que o país está implementando uma política para aumentar “exponencialmente” seu arsenal nuclear. A afirmação foi feita durante um discurso em comemoração ao aniversário de fundação da Coreia do Norte, segundo a agência de notícias estatal KCNA. Kim destacou que a Coreia do Norte deve reforçar suas capacidades nucleares e manter-se preparada para utilizá-las “adequadamente a qualquer momento” com o objetivo de garantir a segurança do Estado.

Capacidade nuclear como prioridade

De acordo com Kim, o fortalecimento do programa nuclear é essencial diante do cenário atual, em que o país enfrenta o que ele chamou de “várias ameaças” provenientes dos Estados Unidos e seus aliados. Para o líder norte-coreano, a presença de um arsenal robusto não apenas protege a soberania nacional, mas também impede que o país seja alvo de intervenções externas.

O discurso de Kim ocorre em um momento de crescente tensão na península coreana, com o aumento de exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, o que tem gerado reações duras de Pyongyang. A Coreia do Norte, que já realizou uma série de testes de mísseis neste ano, insiste que tais manobras são provocativas e colocam a paz regional em risco.


Kim Jong-un em visita ao Instituto de Armamento Nuclear (Foto: reprodução/KCNA VIA KNS / AFP)

Resposta às ameaças externas

A ênfase de Kim na capacidade de resposta militar também reforça a postura agressiva que o país vem adotando nos últimos anos. O líder norte-coreano reiterou que o país não hesitará em usar seus armamentos nucleares para se defender, caso sinta que sua soberania está sob ameaça.

A KCNA destacou que a política de expansão nuclear visa manter a Coreia do Norte em uma posição de força e dissuadir qualquer tentativa de desestabilização do regime. No entanto, a comunidade internacional continua preocupada com a escalada das tensões na região e os possíveis impactos de uma corrida armamentista.

250 lançadores de mísseis com capacidade nuclear são entregues na Coreia do Norte

No último domingo, (4), foi realizada uma cerimonia para o anúncio e a entrega de 250 lançadores de mísseis de nível nuclear. Kim Jong-un havia mostrado, ultimamente, o seu interesse em aumentar as forças nucleares, para que em caso de ameaça, por parte da Coreia do Sul, seu país possa responder possíveis ataques do vizinho. Outro motivo exposto pelo ditador, foram as “ameaças percebidas” vindas dos Estados Unidos, por isso trazendo a necessidade de reforçar o arsenal do país.


Vídeo informativo sobre os novos lançadores (Vídeo: Reprodução/Youtube/Folha de São Paulo)

Informações dos lançadores

De acordo com a Agência Central de Notícias do país, estes lançadores foram feitos recentemente pelas fábricas da própria Coreia do Norte, sendo inicialmente produzidas para funcionar como arma de mísseis “táticos”, algo que se torna contraditório pela força que os mesmos possuem.

Kim Jong-un afirmou que os novos lançadores inaugurados, trazem para o país mais eficiência e rapidez na operação das armas nucleares, principalmente contra ameaças de outros países, com ele tendo citado a Coreia do Sul, como principal ameaça.

Outro provável motivo nesta tentativa de aumentar o poder de fogo, é mostrar para os Estados Unidos que a Coreia do Norte é uma potência armamentista, após ter recebido algumas sanções em seu programa nuclear. Alguns especialistas afirmaram que pode ser também uma estratégia do país para aumentar as tensões em um ano de eleições norte-americanas.

Cerimônia de anúncio

Kim Jong-un falou sobre um longo confronto com os Estados Unidos e quer aumentar cada vez seu poder de fogo, em meio a esse confronto dito por ele.

Seria nossa escolha buscar diálogo ou confronto, mas nossa lição e conclusão dos últimos 30 anos… é que o confronto é pelo qual devemos estar mais completamente preparados”

Kim Jong-un, na cerimônia de apresentação.

Kim completou dizendo que esta rivalidade não é algo de momento, acrescentando que as próximas gerações devem se preparar para continuar e que isso faz com que seja preciso um cuidado maior com a defesa do país.

Putin visita a Coreia do Norte com a intenção de fortalecer laços

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está visitando a Coreia do Norte nesta terça-feira com o objetivo de reforçar a sua aliança comercial e militar com o país.

A intenção dessa aliança é de a Rússia apoiar Coreia do Norte no Conselho de Segurança das Nações Unidas, conselho no qual a Rússia tem inclusive poder de veto. O governo russo como um todo tem feito uma reavaliação em relação a suas posições sobre a Coreia do Norte.


Presidente Russo Vladimir Putin durante um evento (Foto: reprodução/AFP/Mikhail Tereshchenko/Getty Images Embed)


Após 24 anos Putin volta a visitar a Coreia do Norte

A visita de Putin a Coreia do Norte marca a vinda do presidente russo ao país, depois de quase 24 anos. A última viagem de Putin em Pyongyang ocorreu em julho de 2000.

O convite foi feito pelo líder norte-coreano Kim Jong Un ao Putin, isso ocorreu durante uma visita ao Extremo Oriente Russo em setembro de 2023. A delegação será formada por exemplo com o ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov e o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, dentre outros nomes que irão na viagem para a Coreia do Norte.

A posição dos Estados Unidos em relação a viagem de Putin

O Departamento de Estado dos EUA se pronunciou dizendo que estava “bastante certa” de que o acordo entre os dois pais envolvia transferência de armas.

Mas os dois países negaram que a transferência de armas fazia parte do acordo, e disseram que poderia haver acordos militares para se realizarem exercícios militares juntos. Ainda em março a Rússia vetou uma renovação que ocorre anualmente de um painel de peritos que fiscalizam a aplicação das sanções contra a Coreia do Norte isso acontece por causa dos programas de armas nucleares do país.

A possível assinatura de acordo entre Coreia do Sul e Rússia

O Yuri Ushakov, que é conselheiro de política externa do governo russo, falou que é possível que os dois países assinem um acordo de parceria envolvendo questões de segurança.

Segundo a agência de notícias russa, a Interfax, durante a visita haverá reuniões entre Putin e Kim Jong-Un, uma recepção de estado, assinatura de documentos e uma declaração para a imprensa.

Ambos os países argumentam que mais sanções não vão ajudar a resolver a situação e que os exercícios miliares entre Estados Unidos e Coreia do Sul acabam só provocando Pyongyang.

Coreia do Norte confirma ataques com balões de fezes e lixo à Coreia do Sul

Nesta quarta-feira (29), os ataques com balões cheios de lixo como sapatos velhos, garrafas plásticas e fezes, continuaram a ser enviados à Coreia do Sul. Segundo os militares, entre ontem (28) e hoje, foram detectados pelo menos 250 balões chegando ao país.

O envio não é um ato isolado

O governo norte-coreano se pronunciou, colocando em cheque que mais dezenas de ataques do mesmo porte podem ser esperados através da cidade de Pyongyang, uma das mais antigas da Coreia do Norte.

Kim Yo-Jong, irmã de Kim Jong-Un, líder do país, completou a fala na mídia estatal KCNA, dizendo que a Coreia do Sul é “vergonhosa e descarada” por criticar o envio dos artefatos, enquanto defende a liberdade de expressão dos seus residentes.


Kim Yo-Jong, irmã de Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte (Foto/Reprodução/ Bloomberg/Getty Images embed)


Retaliação

Os dois países vivem uma grande divisão política, a animosidade entre as nações é reconhecida mundialmente. O país da metade sul da península coreana não fica para trás. Nos últimos anos, chegaram aos norte-coreanos balões com artefatos diferentes: panfletos promovendo informações negativas sobre o governo de Kim Jong-Un, cartões de memórias com músicas do tradicional gênero K-pop (já que o ritmo é proibido na Coreia do Norte), remédios e outros objetos para desfazer do regime que tenta garantir a lealdade e a conformidade ideológica da população a todo custo.

Mas, diferente do Norte, o governo da Coreia do Sul aposta em uma postura mais diplomática e não incentiva o ato dos ativistas. Cogitou até uma lei proibindo o envio desses balões, mas o projeto não avançou por ser considerado contra a liberdade de expressão dos cidadãos. A visão estatal é que tais atos não levam à pacificação.

Recomendação sul-coreana

o comunicado oficial da Coreia do Sul, emitido pelos militares diz que “Estes atos da Coreia do Norte violam claramente o direito internacional e ameaçam seriamente a segurança do nosso povo”.

A recomendação do governo é que os moradores liguem para a polícia imediatamente e não se aproximem, dada a postura rígida da Coreia do Norte, para evitar danos a integridade física dos sul-coreanos.

Tensões na península coreana aumentam com novos lançamentos de mísseis e destruição de monumento

A Coreia do Norte intensificou as tensões na Península Coreana ao disparar vários mísseis de cruzeiro em direção ao Mar Amarelo nesta quarta-feira (24), conforme anunciado pelo exército sul-coreano. Os mísseis, lançados por volta das 7h (horário local), caíram na costa oeste da Península da Coreia, provocando uma análise conjunta por parte dos setores de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

Este recente episódio marca o primeiro lançamento de mísseis de cruzeiro desde setembro de 2023 e representa o segundo movimento militar significativo da Coreia do Norte nas últimas semanas. Em 18 de janeiro, o país afirmou ter testado com sucesso um sistema de armas nucleares submarinas denominado “Haeil-5-23”, em resposta a exercícios militares conjuntos realizados pela Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão.

Até o momento, não houve manifestação oficial por parte da Coreia do Norte sobre os disparos ocorridos nesta terça-feira (23).



Contexto das tensões

A península da Coreia tem enfrentado uma escalada de tensões nos últimos meses, com as relações entre Coreia do Sul e Coreia do Norte atingindo níveis preocupantes. Os exercícios militares na região tornaram-se mais frequentes, com a Coreia do Sul colaborando estreitamente com os Estados Unidos e o Japão.

No final de 2023, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou que o exército se preparasse para um possível conflito, destacando a urgência em acelerar os preparativos para a guerra. A irmã de Kim, Kim Yo-jong, também emitiu declarações incisivas, alertando que qualquer provocação resultaria em uma resposta com “batismo de fogo”.

Além dos lançamentos de mísseis, a Coreia do Norte parece ter tomado medidas simbólicas significativas, como a demolição de um grande monumento em Pyongyang que representava a esperança de unificação com a Coreia do Sul. As ações de Kim Jong-un indicam uma mudança radical na política, abandonando a ideia de reunificação pacífica e aumentando as tensões geopolíticas.

Especialistas divergem sobre as intenções de Kim Jong-un

As recentes ações do líder norte-coreano têm gerado preocupações e especulações sobre suas verdadeiras intenções. Enquanto alguns analistas afirmam que Kim está seguindo uma cartilha conhecida de retórica agressiva, outros sugerem que ele pode estar se preparando para uma guerra iminente.

Especialistas destacam que a Coreia do Norte não é estranha a ameaças e declarações belicosas, mas as medidas tomadas por Kim nos últimos dias, incluindo a demolição do monumento de unificação, indicam uma mudança significativa na postura do regime.

A incerteza sobre as verdadeiras intenções de Kim Jong-un persiste, deixando a comunidade internacional em alerta máximo diante da imprevisibilidade do líder norte-coreano e da possibilidade de um agravamento das tensões na região.

Coreia do Norte testa sistema de armas nucleares subaquáticas

Na quinta-feira (18), a Coreia do Norte realizou um teste de um sistema de armas nucleares submarinas, denominado “Haeil-5-23”, nas águas da costa leste do país, segundo a agência de notícias estatal KCNA. 

O regime liderado por Kim Jong-un afirmou que o teste é uma resposta direta aos exercícios militares conjuntos conduzidos pelos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão que ocorreram entre  terça-feira (9) e quarta-feira (10)  da semana passada, envolvendo inclusive o uso de um porta-aviões norte-americano. O país não divulgou a data exata do teste, mas ressaltou que tais ações “continuarão a dissuadir as manobras militares hostis das marinhas dos EUA e seus aliados”.



Simulações nos anos anteriores

Em agosto de 2023, o país realizou um exercício militar simulando um ataque nuclear contra alvos na Coreia do Sul em resposta a exercícios semelhantes realizados pelos Estados Unidos e Coreia do Sul. A irmã do líder norte-coreano, Kim Yo-jong, também alertou recentemente que qualquer provocação resultaria em uma resposta com “batismo de fogo”.

Além do teste submarino, a Coreia do Norte disparou artilharia na região de fronteira marítima com a Coreia do Sul entre os dias (5 )e (7) de janeiro. Esses disparos levaram as autoridades sul-coreanas a pedir que os residentes das ilhas locais procurassem abrigo, enquanto as forças militares sul-coreanas responderam com exercícios militares. As recentes ações aumentaram as tensões na Península Coreana, destacando a fragilidade das relações entre as partes envolvidas.

Coreia do Sul x Coreia do Norte

As relações entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte têm sido historicamente complexas e marcadas por tensões, confrontos militares e desconfiança mútua. Aqui estão alguns dos problemas mais significativos que contribuíram para as dificuldades nas relações entre esses dois países:

  • Guerra da Coreia (1950-1953) e a Divisão Ideológica e Política: A Guerra da Coreia foi um conflito brutal que dividiu a península coreana. A guerra terminou com um armistício em 1953, mas não foi assinado um tratado de paz, deixando as duas Coreias tecnicamente em guerra, com isso a Coreia do Sul e a Coreia do Norte têm sistemas políticos e ideológicos opostos. A Coreia do Sul é uma democracia capitalista, enquanto a Coreia do Norte é governada por um regime socialista autoritário sob liderança da família Kim.
  • Programa Nuclear Norte-Coreano: O desenvolvimento do programa nuclear pela Coreia do Norte tem sido uma fonte constante de preocupação para a comunidade internacional. Os testes nucleares e os avanços no desenvolvimento de mísseis balísticos por parte da Coreia do Norte geraram tensões e levaram a sanções internacionais.
  • Confrontos Militares na Fronteira Marítima: A fronteira marítima disputada entre as duas Coreias no Mar Amarelo (Mar Ocidental) tem sido palco de vários confrontos. Disparos de artilharia e incidentes navais aumentaram a instabilidade na região.
  • Propaganda e Guerra Psicológica: Ambos os lados realizam ações de propaganda e guerra psicológica, inclusive através de transmissões de alto-falantes na fronteira, para influenciar a opinião pública e desestabilizar o outro lado.