Vaticano rejeita supostas aparições de Jesus na França e encerra debate sobre Maria

Jesus pode ouvir as orações dos fiéis, mas não apareceu em uma colina da Normandia nas últimas décadas. Acima de tudo, o Vaticano afirmou nesta quarta-feira (12) que as alegadas visões registradas na pequena cidade de Dozulé não possuem caráter sobrenatural, apesar da forte repercussão entre devotos.

Nesse sentido, a decisão integra uma nova instrução aprovada pelo papa Leão XIV. O documento orienta os 1,4 bilhão de católicos a não considerar genuínas as supostas 49 aparições relatadas por uma moradora da região durante os anos 1970.

Decisão reforça posição doutrinária

A mulher afirmou ter visto Jesus repetidas vezes e relatou que ele teria ditado mensagens, além de ordenar a construção de uma cruz de 7,38 metros na colina local. O texto do Dicastério para a Doutrina da Fé, porém, descarta a validade espiritual desses relatos e afirma que o fenômeno não tem origem sobrenatural.


Cruz em Dozulé (Foto: reprodução/X/@@misyjne_pl)


O Vaticano lembra que a Igreja reconhece algumas aparições, como Nossa Senhora de Guadalupe no México e as visões de Jesus à irmã Faustina Kowalska na Polônia. No entanto, a Santa Sé mantém critérios rígidos para evitar fraudes, abusos e usos lucrativos da fé popular.

Documento também revisa título ligado a Maria

Ocasionalmente, a instrução apresentada nesta semana dialoga com outro decreto recente sobre a mãe de Jesus. O texto esclarece que Maria não deve ser chamada de “corredentora”, já que a tradição católica atribui apenas a Cristo a redenção da humanidade. Além disso, a Igreja destaca que Maria inspira fé e devoção, mas não participa diretamente do ato salvador.

O Vaticano também citou inconsistências nas mensagens atribuídas às visões de Dozulé. Uma delas anunciava o fim do mundo antes do ano 2000, previsão que, segundo o órgão, jamais se cumpriu. Outro trecho, divulgado à época, afirmava que a construção de uma enorme cruz anunciaria a Segunda Vinda de Cristo. Ao comentar o caso, o documento reforçou que a fé cristã não depende de estruturas monumentais. “A cruz se ergue em cada coração que se abre ao perdão”, afirmou o texto, que encerra oficialmente o debate sobre o episódio francês.

Papa Leão XIV condena violência política após assassinato de Charlie Kirk

Durante reunião no Vaticano com o embaixador dos Estados Unidos, Brian Burch, no sábado (13), o papa Leão XIV expressou preocupação com a escalada da violência política. O pontífice condenou os discursos radicais que alimentam o ódio e pediu mais diálogo entre os povos. A fala ocorreu dias após o assassinato de Charlie Kirk, influenciador conservador norte-americano, morto a tiros na Universidade do Vale do Utah. Para o papa, episódios como esse evidenciam a urgência de combater a polarização com empatia e oração.

Preocupação cresce no Vaticano após crime político

O papa Leão XIV recebeu o embaixador norte-americano em audiência privada, três dias após a morte de Charlie Kirk. Durante o encontro, ele ressaltou o risco crescente da radicalização política, que tem resultado em ataques e violência, especialmente entre jovens. Além de condenar o assassinato, o pontífice afirmou estar orando pela família de Kirk. Ele destacou a importância de recuperar a empatia nas relações sociais. Para ele, a fé pode ser uma ponte entre ideologias opostas, desde que usada com responsabilidade.


Publicação de Vatican News (Vídeo: Reprodução/Instagram/@vaticannewspt)


Durante a reunião, Leão XIV também manifestou inquietação com o papel das redes sociais na amplificação de discursos de ódio. Ele alertou que o ambiente digital, quando usado sem critérios éticos, se torna terreno fértil para desinformação, ataques pessoais e radicalização. O papa reforçou que o mundo virtual precisa de limites claros, especialmente quando influencia decisões no mundo e alimenta divisões sociais.

Papa critica retórica polarizada e defende o diálogo

Segundo o Vaticano, Leão XIV alertou para o uso da dor como instrumento político. Ele pediu que líderes, influenciadores e governos se comprometam com uma comunicação mais ética. A polarização, segundo o papa, ameaça a dignidade humana.

A Santa Sé também reforçou que está monitorando a situação política global com atenção. O papa pretende intensificar mensagens públicas em defesa da paz. Para ele, o assassinato de Kirk é um lembrete de que o silêncio diante do ódio pode custar vidas.

Papa Leão XIV se solidariza com população do Afeganistão após desastre

O Papa Leão XIV expressou, nesta segunda-feira (1), sua profunda solidariedade à população afegã atingida pelo terremoto de magnitude 6 na escala Richter, no último domingo (31), que devastou as províncias orientais do país, deixando milhares de civis desabrigados, mais de 800 mortos e ao menos 2800 feridos. A mensagem papal vem como alento para a população do Afeganistão que necessitará de toda a ajuda humanitária possível para a reestruturação do país.

A mensagem do Papa

A mensagem do papa foi assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e foi envolvida por um tom de consternação, preocupação e desejo de recuperação do país após a tragédia. Na mensagem, o Papa declarou estar “Profundamente entristecido pela significativa perda de vidas”.

Sua mensagem ressalta “sincera solidariedade, em particular, àqueles que choram a perda de entes queridos e às equipes de emergência e autoridades civis envolvidas nos esforços de resgate e recuperação. Neste momento difícil para a nação”. O Papa terminou dizendo estar “rezando fervorosamente pelas almas dos falecidos, dos feridos e por aqueles que ainda estão desaparecidos”, invocando bênçãos de consolo e força sobre o povo afegão.


Papa Leão XIV, pontífice máximo da Igreja Católica (Foto: reprodução/Vatican Pool/Getty Images embed)


Detalhes do desastre natural

O terremoto, registrado às 23h47 (horário local), teve epicentro cerca de 27 km a nordeste de Jalalabad, nas províncias de Nangarhar, Kunar e Laghman. Seu foco raso — entre 8 e 10 quilômetros de profundidade — e a construção frágil das casas de adobe agravaram o impacto, resultando em mais de 800 mortos e até 2.800 feridos. A região montanhosa e de difícil acesso complicou as ações de resgate, com equipes recorrendo a helicópteros para evacuar centenas de vítimas, apesar das vias bloqueadas por deslizamentos. 

Resposta Humanitária

Organizações internacionais como ONU e UNICEF mobilizaram assistência emergencial, enquanto países como Irã, Índia e China se comprometeram com ajuda humanitária. Ambulâncias aéreas, doações de mantimentos, tendas e apoio médico têm chegado, embora ações ainda sejam insuficientes frente à escala da tragédia. Milhares de famílias, muitas recém-retornadas do exílio no Paquistão e Irã, encontram-se desabrigadas e em estado de vulnerabilidade, agravado pela escassez de recursos e cortes no financiamento internacional desde 2021, após o retorno do Talibã ao poder.

Em meio à devastação, as palavras do Papa Leão XIV oferecem um gesto simbólico poderoso e muito humano, reafirmando o clamor por compaixão e apoio global nesse momento de dor — e lembrando a urgência de união internacional diante de crises humanitárias crescentes.

Leão XIV e o desafio de enfrentar os abusos na Igreja

A escolha do cardeal Robert Francis Prevost como novo líder da Igreja Católica Apostólica Romana, agora conhecido como papa Leão XIV, provocou reações divididas entre fiéis, membros da Igreja e organizações civis.

Aos 69 anos, Prevost assume o papado com o desafio de dar continuidade à luta contra os abusos sexuais cometidos por membros do clero, uma questão que há décadas compromete a credibilidade e a autoridade moral da Igreja.

Preocupação da SNAP

Entidades como a Rede de Sobreviventes de Abuso Sexual por Sacerdotes (SNAP) e a organização Bishop Accountability expressaram preocupação com a postura de Leão XIV frente à transparência e à responsabilização de padres envolvidos em crimes sexuais. As críticas recaem principalmente sobre seu período como bispo de Chiclayo, no norte do Peru, entre 2013 e 2025.

Durante esse tempo, ele teria deixado de divulgar os nomes de acusados e não teria aberto investigações formais mesmo após denúncias de vítimas. Segundo essas organizações, algumas das vítimas recorreram às autoridades civis apenas anos depois, sem obter resposta da Igreja.


Manifestação da SNAP (reprodução/x/@enzo_barrila)

A atuação de Prevost enquanto prefeito do Dicastério para os Bispos também levanta questionamentos. Nessa função, ele era responsável por avaliar casos contra bispos acusados de abuso ou de encobrir crimes, mas, segundo as ONGs, não houve punições públicas nem informações claras sobre os processos. A falta de desfechos visíveis reforça as críticas sobre uma possível conivência com o silêncio institucional.

Participação do atual papa

No entanto, o novo papa também é reconhecido por ter participado ativamente da denúncia e posterior intervenção do Sodalício de Vida Cristã, uma congregação peruana envolvida em sérios casos de abuso e corrupção. Sua colaboração nesse processo foi destacada por vítimas e defensores dos direitos humanos. Antes de deixar o Peru, Prevost também se reuniu com sobreviventes de abusos, demonstrando abertura ao diálogo.

O histórico ambivalente de Leão XIV alimenta incertezas sobre o futuro da Igreja no enfrentamento dessa crise. O novo pontífice herdou de Francisco um conjunto de reformas e normas que precisam ser ampliadas e efetivadas, como o fim do segredo pontifício e a exigência de denúncias internas.

A sociedade civil e as vítimas esperam que, nos primeiros meses de seu pontificado, ele adote medidas concretas e corajosas. Entre as demandas mais urgentes estão a criação de uma legislação canônica com tolerância zero e a criação de um fundo de reparação para os sobreviventes. A forma como Leão XIV irá conduzir esse processo poderá definir sua liderança e o rumo da Igreja Católica nas próximas décadas.

Leão XIV é o novo papa e clubes com mascote de leão entram na brincadeira

A eleição do novo papa movimentou o mundo e, claro, também rendeu boas risadas nas redes sociais brasileiras. Robert Prevost foi escolhido como o novo pontífice da Igreja Católica e adotou o nome Leão XIV, provocando uma reação imediata entre os clubes de futebol que carregam o leão como símbolo. A zoeira foi abençoada e viralizou.

Novo papa, mascote famoso no futebol

A escolha do nome papal virou motivo de festa e memes entre torcedores. Clubes como Vitória, Sport e Fortaleza aproveitaram o momento para brincar com a coincidência em seus perfis nas redes, rendendo reações bem-humoradas. Mesmo sem ligação direta com o esporte, o nome Leão XIV caiu como uma luva para os clubes que adotam o animal como mascote e símbolo de garra.


Postagem do Avaí Futebol Clube nas redes sociais (Foto: reprodução/X/@AvaiFC)
Postagem do Sport Club do Recife nas redes sociais ( Foto: reprodução/X/@sportrecife)
Postagem do Fortaleza Esporte Clube nas redes sociais (Foto: reprodução/X/@FortalezaEC)

“Habemus Papam!” virou também “Habemus Leão!” em várias postagens. A coincidência abriu espaço para brincadeiras como: “Será que torce pro Leão da Ilha ou pro Tricolor do Pici?” — fazendo alusão aos times que carregam o apelido de “Leão”, como os de Pernambuco e do Ceará. Os torcedores aproveitaram a deixa para brincar sobre qual seria o verdadeiro “time do papa”.

Sucessão no Vaticano após morte de Francisco

A escolha de Leão XIV foi oficializada nesta quinta (8), após cinco votações realizadas em dois dias de conclave. O novo pontífice assume o cargo 17 dias após o falecimento de Francisco, que liderou a Igreja Católica por 12 anos e ficou marcado por reformas e tentativas de aproximação com os fiéis.

Com o anúncio de Leão XIV como novo papa, o Vaticano inicia uma nova fase e, no Brasil, a notícia virou inspiração para brincadeiras criativas, memes e comentários bem-humorados que tomaram conta das redes. E, pelo visto, o pontificado já começou com torcida, e com o rugido dos leões tomando conta da internet, em um verdadeiro festival de bom humor e zoeira.

Lula felicita Papa Leão XIV e reforça legado de Francisco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizou suas redes sociais nesta quinta-feira (8) para parabenizar o novo líder da Igreja Católica, o cardeal Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV. Enquanto isso, Lula está na Rússia para participar das comemorações dos 80 anos da rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Além disso, o presidente brasileiro expressou seu desejo de que Leão XIV dê continuidade ao legado de Francisco, especialmente na defesa do meio ambiente e no respeito à diversidade. Da mesma forma, Lula destacou a importância da solidariedade e do combate ao ódio e à intolerância.

Por fim, ele completou: “Não precisamos de guerras, ódio e intolerância. Precisamos de mais solidariedade e mais humanismo. Precisamos de amor ao próximo, que é a base dos ensinamentos de Cristo.”


O presidente Lula felicita o novo Papa, Leão XIV, e desejou um papado de solidariedade e amor ao próximo (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)

Direto da Rússia, Lula acompanha escolha do novo pontífice

Desde quarta-feira (7), Lula cumpre agenda oficial na Rússia, onde participa das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, evento que marca o fim da Segunda Guerra Mundial. A visita reforça o compromisso do Brasil com o multilateralismo, além de abrir espaço para novas parcerias internacionais.

Durante sua estadia, o presidente pretende assinar acordos de cooperação em ciência e tecnologia e ampliar as relações comerciais entre os dois países. No momento em que foi revelado o nome do novo pontífice, Lula visitava o Grande Palácio do Kremlin, localizado dentro do Kremlin de Moscou, e é a residência oficial do presidente da Rússia.

A relação de Lula com Francisco e o que esperar do novo Papa

Durante o pontificado de Francisco, Lula manteve contato frequente com ele, trocando cartas e se reunindo em diversas ocasiões. Em 2019, Francisco enviou uma carta a Lula enquanto ele estava preso, incentivando-o a não desanimar. Após sua soltura, em 2020, Lula visitou o Papa no Vaticano. Em 2023, já no terceiro mandato, o presidente brasileiro voltou a encontrá-lo e recebeu uma placa com a mensagem “a paz é uma flor frágil”.

Além disso, Francisco chegou a afirmar que Lula foi condenado sem provas em 2018, em entrevista a uma TV argentina. Em 2024, os dois se encontraram novamente durante a cúpula do G7, na Itália, onde discutiram temas como paz mundial e combate à fome.

Agora, diante de um novo pontífice, o presidente brasileiro espera ter bom relacionamento, embora discorde em algumas declarações dadas em 2012 pelo então cardeal Robert Francis Prevost, hoje Papa Leão XIV.