O sucesso de 2002 está de volta, agora em live-action. Sob a direção de Dean Fleischer Camp, a nova versão de “Lilo & Stitch” estreia nos cinemas brasileiros e americanos nesta quinta-feira, 22, e resgata as aventuras da pequena garota havaiana criada pela irmã mais velha e sua improvável amizade com um alienígena que conquistou o coração do público. Desta vez, a Disney aprofunda os laços familiares, trazendo mais realismo à trama, novos personagens, mas também a ausência de outros.
Sinopse e trailer do live-action “Lilo & Stitch”
“Stitch”, um alienígena, chega ao planeta Terra após fugir de sua prisão e tenta se passar por um cachorro para se camuflar. As coisas mudam quando Lilo, uma travessa menina, o adota de um abrigo de animais. Juntos, eles aprendem os valores da amizade e família”.
A menina e o alienígena
Lilo começa sua história nadando no mar, logo após alimentar seu peixe “Fofuxo”. Com imaginação fértil, ela afirma que o peixe controla o tempo. A narrativa ganha ritmo quando ela chega atrasada ao ensaio de dança havaiana da escola e se desentende com as colegas, revelando seu temperamento forte. Tudo o que Lilo deseja é que a irmã assista à sua apresentação, o que não acontece, pois Nani chega tarde demais.
Uma mensagem implícita no filme é o amor de Lilo pelo mar, reflexo da influência emocional de Nani, sua irmã mais velha e principal referência afetiva.
Em um momento de paz com a irmã, Lilo desabafa e revela que se sente solitária. Ela faz um pedido a uma “estrela cadente” que vê pela janela: deseja um amigo bondoso, um anjo. Mal sabe ela que o “meteoro” é, na verdade, o elemento criado para destruição que acaba sendo adotado por ela em uma loja de animais, tornando-se seu “cão fiel” chamando-o de Stitch (Chris Sanders).
Nani em evidência
Tanto na animação de 2002 quanto no live-action de 2025, a história do “experimento 626” se entrelaça com o cotidiano da família de Lilo (Maia Kealoha) e Nani (Sydney Agudong). A diferença está no foco: se o desenho priorizava as aventuras e o tom de ficção científica, o novo longa dá mais destaque à vida real de Nani, seus desafios como irmã e responsável legal, e à dureza da realidade.
Perder os pais e cuidar de uma criança de seis anos não é tarefa fácil. Além das responsabilidades legais, Nani enfrenta as dores emocionais da perda e a urgência de sustentar o lar. Nesta versão, ela é pressionada pela assistente social Sra. Kekoa (Tia Carrere) a colocar sua vida nos eixos para manter a guarda de Lilo. Após ser demitida, busca (sem sucesso) uma nova vaga de trabalho, algo retratado de forma sensível no longa.
Nani surge como a verdadeira heroína da história. Ela sonha em cursar Biologia Marinha, sua área de paixão, e consegue uma vaga em uma universidade de prestígio. Mas como conciliar esse sonho com a rotina de cuidados com a irmã? A resposta está na rede de apoio formada pela vizinha Tutu (Amy Hill) e pelo amigo David Kawena (Kaipo Dudoit), que também parece nutrir sentimentos por Nani. Eles mostram que família vai além dos laços de sangue — é feita também por quem acolhe e caminha junto.
Além disso, é Nani quem salva Stitch de se afogar em uma cena em que os vilões Jumba e Pleakley tentam capturá-lo enquanto surfam no mar.
Jumba e Pleakley
Os atores Zach Galifianakis e Billy Magnussen (Foto: reprodução/Cassidy Sparrow/Getty Images Embed)
O criador alienígena do “experimento de destruição” e seu parceiro especialista vêm à Terra para capturar o perigoso “elemento 626”. Na animação original, a dupla usa disfarces cômicos que se tornaram icônicos. No live-action, o personagens se transformam em humanos, mantém o figurino é real, mas ainda cômico.
Nesta versão, Jumba (Zach Galifianakis) assume o papel de vilão, substituindo o Comandante Gantu — um personagem marcante da animação, inspirado em um tubarão-baleia, braço direito da Grande Conselheira (Hannah Waddingham) da Federação Galáctica Unida. A ausência de Gantu gerou críticas entre fãs da animação. Segundo o portal The Disinsider, o personagem foi cortado por questões orçamentárias ligadas ao CGI.
Quando a líder da federação alienígena desce à Terra para tentar resolver o problema, já que os alienígenas Jumba e Pleakley (Billy Magnussen) não obtiveram sucesso, ela exige o retorno do “experimento 626”, por considerá-lo uma ameaça. Mas Cobra Bubbles (Courtney B. Vance), ex-agente da CIA, agora atuando ao lado da nova assistente social, orienta que Lilo apresente os documentos que comprovam a adoção legal de Stitch como seu cão.
Hannah Waddingham, dubladora da “Grande Conselheira” no live-action de 2025 (Foto: reprodução/Jo Hale/Getty Images Embed)
A Grande Conselheira, que reconhece Cobra Bubbles por já ter tido contato com ele em uma missão anterior, decide permitir que Stitch permaneça com sua nova família, reforçando a mensagem mais icônica do filme: Ohana, que significa “família”, e “família nunca te abandona ou te esquece”. Com isso, Jumba retorna ao espaço, deixando Pleakley na Terra, ao contrário do filme original, em que ambos permanecem por aqui.
Percepção e proposta do filme
Um filme leve, descontraído para assistir com a família. Vale a pena assistir e se apaixonar mais ainda pelos personagens. O elenco escolhido funcionou super bem e não tivemos grandes alterações em suas características e personalidades. Em entrevista ao portal Entertainment Weekly, o diretor Dean Fleischer Camp afirmou que a proposta era “criar um filme que rimasse bem com o que as pessoas lembram do original, sem ser uma cópia exata”.
Elenco do live-action “Lilo & Stitch” (Foto: reprodução/Rodin Eckenroth/Getty Images Embed)
A mensagem central, o valor da família e do amor, permanece intacta em um contexto mais atual, tocante e maduro. A jornada de uma jovem forçada a assumir responsabilidades adultas é o cerne emocional dessa nova versão.
“Lilo & Stitch” estava inicialmente planejado para ser lançado diretamente no Disney+, mas os planos mudaram: o filme chega primeiro às salas de cinema evidenciando um gesto de confiança da Disney no potencial emocional e comercial dessa releitura.
