General admite ter escrito plano que previa morte de autoridades, mas diz que era só “análise pessoal”

O general da reserva Mário Fernandes e ex-assessor de Jair Bolsonaro confessou em depoimento nesta quinta-feira (24) que ele mesmo escreveu o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”. O documento mencionava possíveis assassinatos de figuras importantes como o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Segundo ele, não se tratava de uma conspiração real, mas de uma análise pessoal sobre o cenário político após a eleição de 2022. “Era só um pensamento meu que coloquei no computador. Não mostrei pra ninguém e hoje me arrependo de ter feito isso”, afirmou o general, que trabalhava no Palácio do Planalto na época. Ele disse que o texto foi impresso, mas destruído logo depois.


Vídeo do depoimento de Mário Fernandes confessando o plano para matar ministro e vice-presidente (Foto: reprodução/X/@GugaNoblat)


Planejamento do golpe aconteceu depois das eleições segundo a PF

A Polícia Federal, no entanto, acredita que o plano foi escrito em novembro de 2022 e discutido entre militares na casa do general Braga Netto, aliado de Bolsonaro e candidato a vice na chapa derrotada. De acordo com as investigações, o objetivo era matar Lula, Alckmin e Moraes como parte de uma tentativa de golpe de Estado.

Mário Fernandes também contou que algumas pessoas próximas a Bolsonaro discutiam um decreto para permitir uma intervenção do presidente nos outros Poderes. Ele chegou a sugerir que, se fosse algo permitido pela Constituição, deveria ser reforçado — e depois corrigiu dizendo que tudo teria que estar “dentro da legalidade”.

Mauro Cid foi o delator da trama de golpe

A existência do plano veio à tona com a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Ele contou à PF que Braga Netto teria dado dinheiro ao major Rafael Martins para custear parte da operação. O valor foi entregue numa sacola de vinho.

O plano só não foi executado porque a tentativa de golpe fracassou. No fim de 2023, a PF prendeu militares e um policial envolvidos na trama.

“Predidente Lula” defende soberania nacional e manda recado para Donald Trump

Em meio à recente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender com veemência os recursos naturais do país. Durante um evento realizado nesta quinta-feira (24) no Vale do Jequitinhonha, em Minas Novas (MG), Lula afirmou que o Brasil não permitirá interferências externas em seus bens estratégicos, como petróleo, ouro, minerais raros, água doce e biodiversidade amazônica

Declaração do presidente Lula

A declaração ocorre em meio a especulações sobre o interesse do governo norte-americano, liderado por Donald Trump, em explorar ou negociar o acesso a minerais considerados cruciais para a indústria tecnológica global. Segundo Lula, essa tentativa esbarra em um princípio inegociável: a soberania nacional.

O presidente destacou a extensão territorial do Brasil — com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, 16.700 km de fronteira terrestre e 8.500 km de costa marítima — e reforçou a responsabilidade do Estado brasileiro em proteger não apenas seus territórios, mas também os 215 milhões de cidadãos que neles vivem.

O discurso também incluiu uma crítica direta à postura do presidente norte-americano. Lula afirmou que Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e não para impor decisões ao restante do mundo. Segundo ele, o Brasil está aberto ao diálogo e à cooperação internacional, desde que haja respeito mútuo e reconhecimento da autonomia brasileira.


Imagem aérea mostrando garimpo ilegal e desmatamento na Amazônia em Terra Indígena Yanomami, no Estado de Roraima (Foto: reprodução/Alan Chaves/Getty Images Embed)


Impasse nas relações comerciais

Durante a cerimônia, que teve como foco o anúncio de investimentos em comunidades indígenas, o presidente ressaltou a capacidade do país de negociar de forma justa e soberana. Ele comparou sua trajetória de líder sindical com a atual política externa, defendendo que negociações devem ocorrer com equilíbrio, sem submissão.

A fala de Lula surge em um momento de aumento das tensões geopolíticas globais em torno de recursos estratégicos, como terras raras e minerais essenciais para a transição energética. O posicionamento público do presidente brasileiro sinaliza uma tentativa de proteger os interesses nacionais diante de pressões externas, ao mesmo tempo em que mantém aberto o canal para tratativas comerciais. Com isso, o governo reafirma sua postura de defesa do patrimônio brasileiro, ao mesmo tempo, em que busca manter o país como um ator ativo e soberano nas relações internacionais.

Brasil apoia ação na ONU contra Israel por genocídio

Em 23 de julho de 2025, em Brasília, o governo brasileiro anunciou formalmente sua adesão à ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), da ONU, que acusa Israel de cometer genocídio contra o povo palestino. A decisão foi motivada pelas contínuas violações de direitos humanos observadas pelo Itamaraty nas regiões da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, no contexto do conflito iniciado em outubro de 2023. O posicionamento, que faz parte da atual política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi divulgado em nota oficial e reafirmado pelo chanceler Mauro Vieira, durante reunião do Brics e em declarações à imprensa internacional.

Conflito em Gaza e críticas à atuação israelense

A decisão brasileira foi tomada após sucessivas denúncias de massacres contra civis, destruição de infraestrutura civil, ataques a locais religiosos e uso da fome como arma de guerra por parte de Israel. Segundo o Itamaraty, os episódios violam normas do Direito Internacional e da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, adotada em 1948 pela ONU.

Além da adesão formal à ação liderada pela África do Sul, o governo brasileiro voltou a condenar publicamente as ações militares de Israel na região, classificando-as como “carnificina” e “genocídio”, conforme declarou o chanceler Mauro Vieira. Em diversas ocasiões, tanto o ministro quanto o presidente Lula vêm exigindo um cessar-fogo imediato e o envio ininterrupto de ajuda humanitária à população Palestina.

Reações e repercussões diplomáticas

A decisão foi criticada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), que afirmou que o governo Lula abandonou a tradicional neutralidade da política externa brasileira. Em nota, a entidade acusou o Itamaraty de adotar “falsas narrativas” e afirmou que responsabilizar Israel pelas mortes em Gaza é uma distorção dos fatos. A Conib também argumentou que a acusação de genocídio é “falsa e perversa” e desrespeita a memória do Holocausto.


Cidade de Gaza destruida apos as guerras (Foto: reprodução/Unsplash/mhmedbardawil)

Segundo a organização, o Hamas, apontado por diversos países como grupo terrorista, iniciou o conflito ao atacar Israel em outubro de 2023 e utiliza civis como escudos humanos, agravando a crise. Para a Conib, qualquer ruptura no relacionamento histórico entre Brasil e Israel é equivocada e não representa a vontade da maioria dos brasileiros.

Ainda segundo o Itamaraty, a adesão à ação internacional é necessária para combater a impunidade e reafirmar o compromisso do Brasil com o multilateralismo e o respeito ao direito internacional humanitário.

Ajuda humanitária e impasse político no Conselho de Segurança

Mais de 100 organizações humanitárias já alertaram sobre o risco iminente de fome generalizada em Gaza. O Itamaraty também lamentou a paralisia do Conselho de Segurança da ONU, devido ao poder de veto dos membros permanentes. “A comunidade internacional não pode assistir inerte à destruição de vidas civis”, declarou Vieira. Enquanto isso, cresce a pressão para que soluções diplomáticas e jurídicas tragam respostas concretas à população Palestina.

Governo estuda planos de ajuda a setores afetados por tarifaço

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, concedeu entrevista à CBN nesta segunda-feira (21), onde falou sobre estudos do governo para ajudar setores que forem mais afetados pelo tarifaço imposto pelos EUA, e também sobre a possibilidade da Lei da Reciprocidade ser colocada em prática.

A tarifa imposta pelos EUA é de 50% e tem previsão para entrar em prazo dia 1 de agosto. Haddad informou que o governo está disposto a negociar a tarifa, mas até o momento não há movimentações por parte do governo americano para que ocorram negociações. O ministro ainda ressaltou que pode não haver resposta até o início de agosto. Em paralelo, o governo avalia a adoção de instrumentos de apoio a setores que forem mais afetados e estuda a possibilidade de retaliação econômica, dentro da Lei da Reciprocidade, aprovada pelo presidente Congresso Nacional.

Planos de apoio e exportações

Em sua fala, Haddad declarou que o governo está trabalhando com uma série de cenários de contingência, onde não necessariamente irá acontecer um impacto fiscal caso haja a implementação das medidas. Ele confirmou que elas dependem do presidente Lula e podem incluir uma combinação de diferentes instrumentos de política econômica que impactem pouco as contas públicas. 

Além disso, neste cenário há uma preocupação com as exportações do Brasil para os EUA. Com o tarifaço, as exportações ficariam defasadas, portanto, o ministro defende que o governo vai redirecionar parte das exportações a outros mercados, embora reconheça que isso levaria tempo e que nem todas as empresas iriam conseguir realizar essa realocação. Por fim, ele informou que a equipe econômica irá apresentar ao presidente Lula os possíveis impactos do tarifaço sobre o PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação, ainda nesta semana.


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião do G20 (Foto: reprodução/Wagner Meier/Getty Images Embed)


Retaliação do governo

Ao mesmo tempo, o governo brasileiro ainda procura por uma negociação com os EUA sobre a tarifa de 50% até 1º de agosto, mas Haddad ressalta que não descarta a possibilidade do prazo se esgotar sem uma resposta do governo americano. O ministro reforçou que o país não pretende retaliar com punição a empresas ou cidadãos americanos, citando que a Lei da Reciprocidade pode ser utilizada de maneira a não prejudicar a economia brasileira.

A Lei da Reciprocidade Econômica foi assinada por meio de decreto pelo presidente Lula em 14 de julho, como resposta às tarifas impostas pelo governo americano. A lei permite à imposição de retaliações econômicas – incluindo tarifas – em caso de barreiras comerciais unilaterais, financeiras e/ou de investimentos que afetem a soberania brasileira. As tarifas foram informadas por uma carta enviada por Donald Trump – presidente em ofício dos Estados Unidos – ao Brasil e ao presidente Lula.

Lula evita comentar tornozeleira eletrônica imposta a Bolsonaro

Durante visita ao Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a determinação judicial que impôs tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro não é assunto do Executivo. “É um problema da Justiça. Eu não vou dar palpite sobre a questão da justiça”, afirmou. Lula respondeu aos questionamentos de jornalistas em Santiago, pouco antes de retornar a Brasília na segunda-feira (22), destacando que não interfere em processos judiciais.

Orientação do Planalto é não tratar do tema publicamente

Essa foi a primeira ocasião em que o presidente Lula abordou publicamente as medidas judiciais impostas a Jair Bolsonaro. Conforme indicam assessores do Planalto, a orientação é manter discrição: nem o presidente nem integrantes do governo devem se pronunciar sobre decisões que envolvam o ex-mandatário. A avaliação interna é que, sendo um caso em tramitação judicial, qualquer posicionamento do governo poderia ser interpretado como interferência institucional.

Na sexta-feira (18), Jair Bolsonaro passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Além da tornozeleira eletrônica, a determinação judicial estabelece outras limitações, como a proibição de acessar redes sociais, de visitar embaixadas e de manter contato com diplomatas ou com Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente. Este último, que está nos Estados Unidos, é investigado por articulações internacionais contra ministros do STF.


Lula fala sobre a tornozeleira de Bolsonaro (Foto: reprodução/X/@jornaloglobo)


Lula participa de cúpula pela democracia em Santiago

A declaração ocorreu após a participação de Lula em uma reunião de líderes latino-americanos e europeus em defesa da democracia e contra os extremismos. O encontro é parte de uma iniciativa conjunta entre Brasil e Espanha lançada em 2023. Além de Lula, estiveram presentes o presidente chileno Gabriel Boric, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, o presidente colombiano Gustavo Petro e o novo mandatário uruguaio Yamandú Orsi.

Em sua fala, Lula reforçou que o julgamento de Bolsonaro é responsabilidade do Judiciário. “Ele está sendo julgado, está sendo denunciado, ele pode ser absolvido, ele pode ser culpado. É um problema da justiça. Eu não me meto nisso”, concluiu. A escolha por manter distância do caso reforça o posicionamento institucional do governo de não se envolver diretamente em temas que envolvam investigações criminais em curso, sobretudo as que tocam figuras políticas adversárias.

Trump impõe tarifa de 50% e setores produtivos brasileiros alertam para risco de colapso

Líderes do setor exportador brasileiro soaram o alerta após os Estados Unidos, sob o comando de Donald Trump, anunciarem a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros. Os segmentos de madeira e pescados são os mais preocupados, temendo um colapso caso a medida passe a valer em 1º de agosto. Apesar de reuniões recentes com representantes do governo brasileiro, os empresários avaliam que os avanços nas tratativas seguem lentos e insuficientes.

Desde o anúncio do tarifaço, o governo Lula intensificou o diálogo com lideranças empresariais por meio de um colegiado interministerial, sob comando do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. No entanto, representantes do setor alegam que, embora a iniciativa tenha sido positiva, a ausência de desdobramentos concretos tem gerado frustração e incerteza no mercado.

Impasse nas negociações e tensão diplomática

Paulo Roberto Pupo, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), relatou que saiu da reunião com o governo com a expectativa de que medidas urgentes seriam tomadas. No entanto, segundo ele, o cenário “piorou” nos dias seguintes, tanto pelas declarações públicas de autoridades quanto pela falta de retorno concreto.

Embora tenha elogiado a articulação do governo como bem estruturada, Paulo Roberto Pupo avalia que, desde então, pouco foi avançado nas negociações e que o prejuízo aumenta a cada dia sem uma saída concreta. Segundo ele, o risco de paralisação no setor madeireiro é real, principalmente entre empresas que destinam toda a produção ao mercado norte-americano.

O principal entrave, de acordo com representantes empresariais, está na dificuldade de estabelecer um canal de negociação com a Casa Branca, em meio à relação tensa entre Lula e Trump. A sugestão do governo brasileiro para que o setor privado pressione os importadores norte-americanos foi recebida com ceticismo, sobretudo no ramo de pescados, que vê pouca chance de essa estratégia surtir efeito.


Empresários criticam a falta de avanço nas negociações e temem prejuízos caso tarifaço entre em vigor (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Setor de pescados teme perder mercado construído em décadas

Para Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), a situação é crítica. Com 70% das exportações voltadas aos Estados Unidos, a nova tarifa pode tornar inviável a operação das empresas brasileiras. Diante disso, a entidade solicitará ao presidente Lula uma linha de crédito emergencial de R$ 900 milhões para garantir a sobrevivência do setor enquanto não se alcança uma solução diplomática.

A entrada de peixes brasileiros no mercado europeu está bloqueada desde 2017, o que torna ainda mais urgente a busca por alternativas. Embora haja expectativa em torno do acordo Mercosul-União Europeia, Lobo alerta que essa possibilidade não virá a tempo de evitar perdas imediatas com o tarifaço.

Segundo Lobo, se os produtos brasileiros saírem do mercado norte-americano, será difícil voltar a esse espaço. Ele destacou que anos de investimento foram necessários para construir uma relação de confiança baseada em qualidade e regularidade, e que perder essa posição seria um retrocesso para o setor.

A principal demanda dos setores até o momento, que é o adiamento da aplicação da tarifa, ainda não foi atendida. Empresários defendem que isso seria essencial para permitir um espaço de negociação mais técnico, além de oferecer tempo para que os exportadores se adaptem às novas exigências.

Lula lamenta morte de Preta Gil e envia mensagem à família

Na noite deste domingo (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte da cantora Preta Gil, que tinha 50 anos. Ela era filha do cantor Gilberto Gil, que atuou como ministro da Cultura durante o governo Lula entre 2003 e 2008. Preta lutava contra um câncer no intestino desde 2023.

Manifestação do Presidente Lula

O presidente demonstrou pesar ao se pronunciar sobre a morte de Preta Gil, ocorrida na noite deste domingo. Ele destacou sua admiração pelo talento e pela determinação da artista, tanto na música quanto nos negócios, e lembrou que, mesmo nos momentos mais difíceis do tratamento, ela continuou transmitindo alegria e vontade de viver.

O presidente destacou ainda o afeto e a admiração que Preta Gil despertava tanto no público quanto nas pessoas que conviveram com ela ao longo da vida. Disse que os palcos e os carnavais que ela animava com tanta energia certamente sentirão sua ausência.

Ao saber da notícia, ele entrou em contato com Gilberto Gil e Flora para prestar solidariedade. Na mensagem, o presidente manifestou solidariedade à família da cantora, mencionando Sandra, o filho Francisco e a neta Sol de Maria, e desejou que o amor cultivado por Preta durante a vida continue servindo de consolo a todos.


Famosos se despedindo de Preta Gil neste domingo (Vídeo: reprodução/X/@tvglobo)

Tratamento de Preta Gil

A cantora Preta Gil estava em tratamento nos Estados Unidos, buscando terapias experimentais para combater o câncer, diagnosticado em janeiro de 2023. Após passar por quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia para remover tumores em agosto de 2024, o câncer voltou a aparecer em outras partes do corpo, e ela precisou retomar os cuidados médicos.

Nos Estados Unidos, a cantora Preta Gil seguia o tratamento contra o câncer com foco em terapias experimentais. Ela estava hospedada em Nova York e se deslocava até Washington para receber cuidados em um centro médico especializado.

Preta Gil vem de uma família importante da música brasileira, sendo filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa. Ela deixou a carreira como produtora e publicitária para se dedicar à música. Aos 29 anos, lançou seu primeiro álbum, Prêt-à-Porter, que contou com o sucesso “Sinais de Fogo”, uma canção escrita especialmente para ela por Ana Carolina.

Lula sinaliza candidatura em 2026 e dispara contra adversários: “Não vou entregar o país a um bando de malucos”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou, nesta sexta-feira (18), sua intenção de disputar a Presidência da República nas eleições de 2026. Durante um evento de anúncio de recursos para a ferrovia Transnordestina, em Missão Velha (CE), Lula afirmou que, se mantiver a saúde e a disposição atuais, será novamente candidato ao Planalto. “Se eu estiver com a saúde que estou hoje, com a disposição que estou hoje, vocês podem ter certeza que serei candidato outra vez para ganhar as eleições nesse país”, declarou, aos 79 anos.

Além de confirmar a possibilidade de uma nova candidatura, Lula fez duras críticas a adversários políticos, sem citar nomes, mas claramente se referindo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu não vou entregar esse país de volta àquele bando de malucos que quase destrói esse país nos últimos anos”, afirmou. A declaração foi recebida com entusiasmo por apoiadores presentes à cerimônia.

Operação contra Bolsonaro e tornozeleira eletrônica

No mesmo dia da intenção da candidatura de Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de uma nova medida judicial no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe após as eleições de 2022. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica e teve diversas restrições impostas, como a proibição de sair à noite e de se aproximar de embaixadas. Segundo o STF, as medidas visam evitar uma possível fuga do ex-mandatário.

A Polícia Federal investiga a articulação de uma trama golpista por parte de aliados de Bolsonaro. Por conta do julgamento, Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado e filho de Jair, teria viajado aos Estados Unidos para buscar apoio do ex-presidente Donald Trump. A tentativa de interferência no processo judicial brasileiro teria gerado mal-estar diplomático e represálias por parte do governo norte-americano.


Presidente Lula em pronunciamento sobre recente interferência dos Estados Unidos na política do Brasil (Vídeo: reprodução/X/@Lulaoficial)

Clima eleitoral antecipado e embates políticos

As declarações de Lula, combinadas com o endurecimento do cerco judicial a Jair Bolsonaro, reforçam o clima de antecipação das disputas eleitorais de 2026. O embate entre as duas principais figuras políticas do país se intensifica mesmo antes do início oficial da corrida presidencial. Lula adota tom de campanha ao defender os feitos de seu governo e atacar a gestão anterior, enquanto Bolsonaro tenta manter sua base mobilizada em meio aos crescentes problemas jurídicos.

Com a fala, Lula inaugura publicamente a prévia da campanha de 2026, deixando claro que, se depender de sua saúde e vontade política, o embate contra o “bando de malucos” está apenas começando.

Bolsonaro culpa Lula e Moraes por tensão com EUA

As críticas do ex-presidente em meio a medidas judiciais inéditas como o uso de tornozeleira eletrônica, mostram um ambiente político cada vez mais polarizado e ao envolver os Estados Unidos na questão, transformam uma investigação interna em um potencial conflito diplomático.   

Entrevista e Investigação 

Nesta Sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista à Reuters, nela Bolsonaro afirmou que quem está estimulando as tensões entre Brasil e Estados Unidos é o atual presidente do país, Lula, e o ministro Alexandre de Moraes, ele ainda afirmou que a Suprema Corte tem “poder demais’ e “perdeu a mão”.

Já o Ministro Alexandre de Moraes afirmou que o ex-presidente está “atuando dolosa e conscientemente de forma ilícita, conjuntamente com o seu filho, Eduardo Bolsonaro, com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro”

Com tudo também nesta Sexta (18), Moraes enquanto ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a operação da Polícia Federal após parecer favorável da PGR (procuradoria-Geral da República) em que Bolsonaro é acusado dos crimes de coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional.

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Bolsonaro em depoimento no STF (Foto: Reprodução/Arthur Menescal/Getty imagens Embed)

Repercussão interna e externa

 Após operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão  na casa de Bolsonaro e na sede do PL, o então ex-presidente acabou com uma tornozeleira eletrônica, com base em uma decisão do STF que também proíbe o contato com autoridades estrangeiras, outros investigados na operação e o uso de redes sociais. 

No cenário internacional Trump, atual presidente dos Estados Unidos, promoveu uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como suposta resposta ao tratamento judicial que Bolsonaro está recebendo em processo que é réu, em carta o presidente americano diz que o aliado é alvo de ataques de um sistema injusto e que o julgamento precisa parar.

Já em resposta a Donald Trump, Lula classificou a atitude do presidente americano como “chantagem inaceitável” e afirmou ainda que “o Brasil é soberano e não aceitará interferência de nenhum país”. Ele ressaltou também que o Poder Judiciário é um órgão independente.

Apesar do governo tentar preservar a soberania nacional, a repercussão internacional e os reflexos econômicos – como a ameaça de tarifas de Trump – evidenciam que esse processo vai muito além da política nacional e atinge diretamente os interesses do país no cenário global.  

Lula critica chantagem de Trump e critica aliados brasileiros em discurso na TV

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareceu em rede nacional de rádio e televisão na noite desta quinta-feira (17) para comentar a nova tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, a decisão do presidente norte-americano Donald Trump de elevar em 50% os impostos é uma tentativa de forçar o Brasil a ceder politicamente. O presidente também se mostrou irritado com o apoio de políticos brasileiros à medida, chamando esse comportamento de traição ao país.

Trump enviou uma carta ao governo brasileiro alegando que a decisão teria sido tomada por conta de “ataques à liberdade de expressão” e “problemas com o sistema democrático brasileiro”. Lula disse que o conteúdo da carta traz informações falsas e representa um desrespeito à relação entre os países. Ele lembrou ainda que o Brasil tentou negociar com os EUA, realizando mais de dez encontros oficiais, além de enviar uma proposta formal no dia 16 de maio, que nunca foi respondida.

Críticas a políticos brasileiros que apoiaram a tarifa

Durante o pronunciamento, Lula demonstrou frustração com figuras brasileiras que, mesmo diante das consequências econômicas da nova tarifa, apoiaram a decisão de Trump.

Não é um gringo que vai dar ordem a este presidente da República”, afirmou Lula ao comentar a postura de Trump.


Lula alerta que interferir na justiça brasileira ameaça a soberania do país (Vídeo: Reprodução/YouTube/@canalgov)

Sem citar nomes, ele afirmou que existem políticos no país que apostam no caos para se beneficiarem politicamente. Entre os nomes apontados nos bastidores está o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março e tem defendido publicamente a medida. Eduardo é investigado pela Polícia Federal por suspeita de articulação internacional contra instituições brasileiras.

Defesa do Pix e recado aos EUA

Outro ponto levantado por Lula foi a investigação aberta pelos EUA sobre serviços de pagamento eletrônico no Brasil. Apesar de o Pix não ter sido citado diretamente, o governo brasileiro entendeu que o sistema está sendo alvo da ofensiva. O presidente reagiu com firmeza, dizendo que o Pix é uma das ferramentas mais importantes para os brasileiros, com milhões de usuários, e que não aceitará ataques contra esse modelo, que já é referência internacional por ser rápido, gratuito e acessível.

Lula encerrou o pronunciamento afirmando que o Brasil não aceitará intimidações e continuará defendendo seus interesses, suas instituições e sua autonomia diante de pressões externas.