Durante uma entrevista concedida nesta sexta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre o cenário político de 2026 e deixou aberta a possibilidade de tentar novamente a Presidência. Ele explicou que sua decisão vai depender de dois pontos principais: como estará sua saúde até lá e se terá a mesma energia que sente hoje.
O chefe do Executivo acrescentou que só deixaria a disputa se tivesse algum problema de saúde que o impedisse ou se aparecesse outra liderança que julgasse mais preparada para assumir o papel. Ele ainda ressaltou que considera a idade avançada um momento de maturidade e experiência.
Segundo Lula, se entrar no pleito, será com a intenção de vencer. Ele também declarou acreditar que o campo da extrema direita não voltará a comandar o país nos próximos anos.
Brasil e a política externa
Na mesma ocasião, Lula tratou de assuntos internacionais. Questionado sobre o impasse entre Estados Unidos e Venezuela, afirmou que o Brasil não vai escolher lados. Para ele, a posição brasileira deve ser de neutralidade, priorizando a defesa do diálogo em vez de disputas.
Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, comenta possibilidade de disputar a eleição de 2026 (Foto: Reprodução/Gamma-Rapho Antonio RIBEIRO/Getty Images Embed)
O presidente avaliou que confrontos armados apenas trazem mortes e aumentam dificuldades econômicas. Defendeu que conversas diretas entre governos são sempre mais baratas e produtivas do que conflitos.
Relação com os Estados Unidos
Outro ponto levantado foi a elevação de tarifas contra produtos brasileiros pelo governo norte-americano. Lula considerou a medida como uma ação política, e não apenas comercial. Ele mencionou que, em correspondência recebida, o então presidente Donald Trump citou inclusive processos judiciais que envolvem Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal.
Lula comentou que Trump não tem autoridade sobre o Brasil e que cada país deve cuidar das suas próprias questões internas. Ele reforçou que a taxação não reflete critérios econômicos, mas sim fatores políticos.
As declarações reuniram tanto aspectos da agenda política interna quanto questões diplomáticas que afetam diretamente a posição do Brasil no cenário internacional.
