Morre Anderson Leonardo, vocalista do grupo Molejo

Anderson Leonardo, vocalista do grupo de pagode Molejo, não resistiu à piora em seu quadro clínico nessa sexta-feira (26) e veio a óbito. O cantor e compositor de 51 anos batalhava contra um câncer na região inguinal desde 2022.

Em nota postada nas redes sociais, o grupo Molejo lamentou a morte de seu integrante. “Nosso guerreiro Anderson Leonardo lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao Molejo”, postou a conta oficial da banda. “Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos”, completou a nota.

Linha do tempo

O artista anunciou em outubro de 2022 o diagnóstico de câncer na região inguinal, popularmente conhecida como virilha. Duas semanas após o anúncio, Anderson iniciou a quimioterapia. Em dezembro do mesmo ano, o cantor recebeu o informe médico de que estava curado do câncer em meio a um voo pelos alto-falantes do avião.


Cantor do grupo Molejo, Anderson Leonardo, morre aos 51 anos (Reprodução/Instagram/@ocantorandersonleonardo)

Contudo, em maio de 2023, Anderson notou um inchaço na região e teve que retomar o tratamento. Em setembro, o vocalista do Molejo foi internado para tratar uma embolia pulmonar, chegando a ficar 11 dias na UTI. Entre fevereiro e março de 2024, passou 21 dias internado devido a dores intensas na região do abdômen.

Depois de receber alta no dia 19 de março, voltou a ser internado uma semana depois por conta de uma insuficiência renal. Foi liberado pela equipe médica novamente no último dia 11, mas teve que ser internado mais uma vez na segunda-feira (22). “O Hospital Unimed-Rio informa que Anderson de Oliveira foi transferido para a unidade de terapia intensiva. No momento, não há previsão de alta do paciente dessa unidade”, informou o boletim médico do dia 22.

Estado gravíssimo

Na manhã dessa sexta-feira (26), a assessora do grupo Molejo fez o seguinte comunicado oficial: “O estado dele é gravíssimo. Os médicos dizem que é a progressão da doença, do tumor”. A assessoria de imprensa da banda ainda afirmou que por conta da piora do estado de saúde do vocalista, sua família esteve mais presente no hospital localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ao longo da semana, diversos artista fizeram campanha para doação de sangue para Anderson Leonardo.

Anderson deixa quatro filhos, Leozinho Bradock, Alissa, Rafael Phelipe e Alice. Compôs 118 músicas, além dos diversos sucessos com o Molejo, como “Dança da Vassoura”, “Brincadeira de Criança” e “Personal Trainer”.

Criador de ‘O Menino Maluquinho’, Ziraldo morre aos 91 anos

Nesta tarde de sábado (6), o cartunista Ziraldo faleceu aos 91 anos enquanto dormia em sua casa no bairro da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família do chargista, que criou personagens como “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”. Ziraldo deixa a mulher, Marcia Martins da Silva, e três filhos, Fabrizia, Daniela e Antonio, frutos do casamento com Vilma Gontijo.


Ziraldo, cartunista, caricaturista e fundador de O Pasquim (foto: reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil/Globo)

Carreira

Ziraldo Alves Pinto nasceu no dia 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais. Sua carreira iniciou-se quando seu primeiro desenho foi publicado quando tinha apenas 6 anos no jornal A Folha de Minas, em 1939. Já em 1954, começou a fazer uma página de humor no mesmo jornal que havia estreado.

Em 1957, se formou em Direito pela Faculdade de Direito de Minas, porém não exerceu a profissão, ao mesmo tempo em que entrou para as revistas A Cigarra e O Cruzeiro. 10 anos depois, Ziraldo começou a trabalhar no Jornal do Brasil, publicando cartuns e charges de cunho político. Nesta época, destacaram-se os personagens Mineirinho, Supermãe e Jeremias, o Bom.


Ziraldo em jornalismo (foto: reprodução/Veja/Adhemar Veneziano/Dedoc)

Ainda naquela década, pode realizar um sonho que tinha desde criança, em que finalmente se tornou autor de histórias em quadrinhos e conseguiu publicar sobre a Turma do Pererê na primeira revista nacional, que abordava o gênero quadrinhos feita por um único autor. Os personagens que compunham essas histórias eram do mundo folclórico brasileiro, como um pequeno indígena e animais como onça, tatu e jabuti.


Ziraldo para a Turma do Pererê (foto: reprodução/Veja/Chico Nelson/Dedoc)

Em 1964, com o início do Regime Militar, a revista parou de ser publicada. A partir da proibição, cinco anos depois, Ziraldo, alguns jornalistas e os cartunistas Jaguar, Henfil e Millôr Fernandes fundaram um periódico bastante crítico à ditadura militar, O Pasquim, em resposta ao Ato Institucional número 5.


Ziraldo em O Pasquim (foto: reprodução/Paulo Garcez/Acervo Globo)

Em 1969, Ziraldo publicou seu primeiro livro infantil, FLICTS, que venceu o prêmio Hans Christian Andersen do mesmo ano. O livro contava a história de uma cor que não se encaixava em nenhum lugar.

Sucessos

O maior sucesso e fenômeno do mercado editorial infantil nacional foi O Menino Maluquinho, publicado em 1980. A história tem como personagem principal um garoto que sempre estava vestido com uma camisa amarela e fazendo uma panela de chapéu. O enredo possui mais de 10 títulos, incluindo outra história também conhecida, Uma Professora Muito Maluquinha.


Ziraldo na Bienal do Livro de São Paulo (foto: reprodução/Mauricio Santana/Getty Images Embed)


O Menino Maluquinho ganhou vida também fora dos quadrinhos e foi até adaptado duas vezes para o cinema, em 1995, dirigido por Hervécio Ratton, e em 1998, por Fernando Meirelles e Fabrizia Pinto, filha do cartunista. Além disso, a história também conquistou uma série exibida na TVE Brasil, produzida por Cao Hamburguer e Anna Muylaert.


O Menino Maluquinho – O Filme (foto: reprodução/Biblioteca Pública do Paraná)

Outros títulos também fizeram sucesso, como O Bichinho da Maçã, A Fábula de Três Cores, Meninas das Estrelas e Jeremias, o Bom. Sua última produção foi uma colaboração com Maurício de Souza em Mônica e Menino Maluquinho na Montanha Mágica, lançada em agosto de 2023 na última Bienal do Livro de São Paulo.