Durante participação no programa “Watch What Happens Live”, Mariah Carey abriu o jogo sobre um tema que há tempos entra em debate entre fãs e críticos: a ausência de coreografias em suas performances. A cantora afirmou que, desde cedo, enfrenta uma barreira em relação à dança — algo que, segundo ela, chegou a ser traumático.
Voz e movimento: prioridades conflitantes
A artista, vencedora de cinco Grammys, explicou que sempre foi questionada pela postura “estática” em seus shows. Na conversa com o apresentador Andy Cohen, Mariah falou: “Desde quando comecei, eu pensava: ‘Não sei como vou fazer isso’. Porque, realmente, eu não faço ideia do que é essa coisa de dançar.”
Cohen chegou a pontuar que o público nem sempre considera que cantar ao vivo, com técnica vocal exigente, já demanda energia e controle — o que pode dificultar movimentos mais elaborados no palco.
Trauma infantil e ausência de ensinamentos
Durante a entrevista, a cantora relatou que nunca teve contato formal com a dança em sua infância: “Nunca me ensinaram. Acabou me traumatizando na infância.”
Mesmo em momentos de sua carreira em que tentou inserir coreografias, ela disse que nunca se sentiu realmente confortável com isso: “Existem momentos, tipo no clipe de ‘Honey’, de ‘Heartbreaker’, coisinhas pequenas.”
Por trás da diva pop
Além de trazer à tona esse episódio íntimo, a cantora adiantou outros planos durante a entrevista: uma série roteirizada baseada em sua autobiografia “The Meaning of Mariah Carey” (2020) e um documentário sobre sua vida. Ela mencionou que já há envolvimento com o cineasta Lee Daniels para a adaptação.
A artista explicou que o projeto terá um olhar íntimo, revisitando desde sua infância marcada por dificuldades até os bastidores de sua ascensão como uma das maiores vozes da música pop. Segundo Mariah, a ideia é ir além dos sucessos e dos números impressionantes, trazendo momentos pouco conhecidos, vulnerabilidades e histórias que ajudaram a moldar sua trajetória.
Ela afirmou ainda que o documentário pretende mostrar “a pessoa por trás do ícone”, destacando não apenas a diva dos palcos, mas também a mulher que enfrentou desafios pessoais e profissionais ao longo de mais de três décadas de carreira.
Mariah Carey confirma documentário e série roteirizada: “Vai me filmar em vários momentos diferentes” – https://t.co/E2cMVOsobV pic.twitter.com/62FJJXypdW
— POPline (@POPline) September 26, 2025
Matéria sobre o documentário e serie da Mariah Carey (Foto: reprodução/X/@POPLine)
Episódios que reforçam a decisão artística
Além da declaração na entrevista, veículos especializados apontam que a opção por não dançar pode ter sido influenciada por eventos específicos na trajetória da cantora. A revista Rolling Stone Brasil sugeriu que um acidente sofrido por Mariah em gravações pode ter reforçado sua aversão a movimentos intensos no palco.
Em outro texto da Veja, é mencionado que, ao longo dos anos, ela passou a priorizar a performance vocal e a estética de palco, em detrimento de coreografias mais elaboradas — o que, segundo a publicação, seria uma escolha consciente.
Ao transformar sua vulnerabilidade em narrativa, Mariah mostra que, mais do que seguir padrões da indústria, prefere ditar o próprio ritmo. Sua decisão de priorizar a música em vez da dança não diminuiu seu impacto cultural: pelo contrário, consolidou sua imagem como uma das maiores intérpretes da história do pop.
