Brasil exige dignidade nas deportações de cidadãos pelos EUA

Após a chegada de 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos em condições consideradas indignas, o governo brasileiro, representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que buscará assegurar que futuras deportações atendam a requisitos mínimos de dignidade e respeito aos direitos humanos.

Em reunião no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros discutiram estratégias para tratar do tema com as autoridades norte-americanas, enfatizando a necessidade de um tratamento mais humano aos deportados.

Governo brasileiro reage a condições de deportação

No último fim de semana, um voo proveniente dos Estados Unidos trouxe 88 brasileiros deportados que desembarcaram em Manaus algemados nas mãos e nos pés, situação que gerou descontentamento no governo brasileiro. Além das algemas, os deportados relataram falta de ar-condicionado e restrições ao uso do banheiro durante o voo, fatores que agravaram o desconforto durante a viagem.


Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania considerou a situação uma violação à lei (Vídeo: reprodução / YouTube / Domingo Espetacular)

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil deseja que as deportações sejam realizadas com dignidade, respeitando os direitos humanos e garantindo o bem-estar dos passageiros durante a viagem. Segundo Vieira, o governo brasileiro está em contato com as autoridades dos Estados Unidos para discutir a situação e estabelecer padrões mínimos de respeito a esses cidadãos.

Posicionamento do governo e medidas futuras

A questão das deportações foi pauta de uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros. O encontro serviu para alinhar a postura do Brasil diante dos EUA e reforçar a necessidade de respeito aos cidadãos brasileiros.

Mauro Vieira também destacou que o governo não pretende utilizar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para repatriação de brasileiros deportados, uma medida que chegou a ser cogitada em gestões anteriores. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores e a Polícia Federal monitoram os casos de deportação para garantir que as condições de retorno sejam apropriadas.

O ministro ressaltou que, apesar de o Brasil reconhecer o direito dos EUA de deportar imigrantes em situação irregular, isso não isenta o país de garantir um tratamento humanizado durante o processo. O governo brasileiro continuará pressionando por mudanças na forma como essas deportações são conduzidas e buscará reforçar o apoio consular para os cidadãos afetados.

Brasil reforça diálogos com a Europa para conseguir uma saída para crise na Venezuela

Por conta da crise que ocorre na Venezuela, o Governo Brasileiro, através do Itamaraty, tem dialogado com vários países europeus. Nesta terça-feira, (06), Mauro Vieira, ministro de Relações Internacionais, esteve em uma ligação com o chanceler espanhol, José Manuel Álbares, que atualmente é o maior articulador sobre o assunto com os outros países europeus.

Antes de conversar com o chanceler espanhol, Mauro Vieira havia tido uma conversa, na quinta-feira, com o representante de Relações Internacionais da Uniao Europeia, Josep Borrell.

Essas conversas têm como objetivo pressionar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a apresentar as atas eleitorais e buscar uma resolução negociada para terminar com essa situação.


Mauro Vieira, ministro de Relações Internacionais durante um evento (Foto: Reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


O que impedi uma saída negociada

O presidente Luiz Inacio Lula da Silva, está convencido que uma saída negociada não pode ser aceita somente por Maduro, mas que o acordo deve envolver assessores e membros influentes do governo venezuelano.

O Governo Brasileiro entende que as pessoas em torno de Maduro estão fazendo um grande esforço para garantirem seus cargos no governo venezuelano. O grupo político de Nicolás Maduro está no poder a mais de 20 anos.

Podemos mencionar alguns dos nomes que devem ser envolvidos em uma saída negociada, o primeiro seria o vice-presidente do PSUV, que é do partido de Maduro, Diosdado Cabello. Os outros nomes seriam o ministro da defesa da Venezuela, Vladimir Padrino Lopez; o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez; a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez e por último a primeira-dama, Cilia Flores.

A crise na Venezuela

Esta nova crise que explodiu na Venezuela começou por conta das eleições, que aconteceram em 28 de julho. Por conta da demora para a divulgação do resultado do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral, a maior instituição eleitoral da Venezuela, às suspeitas de uma manipulação no resultado foram por conta de números discrepantes divulgados pelo CNE e pela oposição.

O CNE publicou que Nicolás Maduro venceu as eleições com 51,2% contra 44,2% do candidato da oposição. Números esses que foram questionados por conta de o CNE não ter divulgado todas as atas eleitorais.

Já a oposição lançou uma plataforma para lançar as atas eleitorais que conseguiram, com base nesses números a oposição publicou que Edmundo González venceu as eleições com 67% dos votos contra apenas 30% de Maduro. Na plataforma da oposição, relata que esse resultado é com base em 83,50% das atas eleitorais.