Por conta da crise que ocorre na Venezuela, o Governo Brasileiro, através do Itamaraty, tem dialogado com vários países europeus. Nesta terça-feira, (06), Mauro Vieira, ministro de Relações Internacionais, esteve em uma ligação com o chanceler espanhol, José Manuel Álbares, que atualmente é o maior articulador sobre o assunto com os outros países europeus.
Antes de conversar com o chanceler espanhol, Mauro Vieira havia tido uma conversa, na quinta-feira, com o representante de Relações Internacionais da Uniao Europeia, Josep Borrell.
Essas conversas têm como objetivo pressionar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a apresentar as atas eleitorais e buscar uma resolução negociada para terminar com essa situação.
Mauro Vieira, ministro de Relações Internacionais durante um evento (Foto: Reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)
O que impedi uma saída negociada
O presidente Luiz Inacio Lula da Silva, está convencido que uma saída negociada não pode ser aceita somente por Maduro, mas que o acordo deve envolver assessores e membros influentes do governo venezuelano.
O Governo Brasileiro entende que as pessoas em torno de Maduro estão fazendo um grande esforço para garantirem seus cargos no governo venezuelano. O grupo político de Nicolás Maduro está no poder a mais de 20 anos.
Podemos mencionar alguns dos nomes que devem ser envolvidos em uma saída negociada, o primeiro seria o vice-presidente do PSUV, que é do partido de Maduro, Diosdado Cabello. Os outros nomes seriam o ministro da defesa da Venezuela, Vladimir Padrino Lopez; o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez; a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez e por último a primeira-dama, Cilia Flores.
A crise na Venezuela
Esta nova crise que explodiu na Venezuela começou por conta das eleições, que aconteceram em 28 de julho. Por conta da demora para a divulgação do resultado do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral, a maior instituição eleitoral da Venezuela, às suspeitas de uma manipulação no resultado foram por conta de números discrepantes divulgados pelo CNE e pela oposição.
O CNE publicou que Nicolás Maduro venceu as eleições com 51,2% contra 44,2% do candidato da oposição. Números esses que foram questionados por conta de o CNE não ter divulgado todas as atas eleitorais.
Já a oposição lançou uma plataforma para lançar as atas eleitorais que conseguiram, com base nesses números a oposição publicou que Edmundo González venceu as eleições com 67% dos votos contra apenas 30% de Maduro. Na plataforma da oposição, relata que esse resultado é com base em 83,50% das atas eleitorais.