Câmara aprova proibição de testes cosméticos em animais no Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) o projeto de lei que proíbe o uso de animais em testes para produtos cosméticos. Sobretudo, o projeto impede que animais sejam usados em práticas laboratoriais com substâncias que desenvolvem produtos cosméticos para humanos.

Apesar disso, o Senado já aprovou a proposta anteriormente, mas agora cabe à Presidência da República sancioná-la novamente. Caso contrário, o governo poderá vetá-la. Organizações de defesa dos direitos dos animais apresentaram a iniciativa há pouco mais de uma década. Se a Presidência aprovar a proposta, a penalidade para quem descumprir a norma poderá chegar a R$ 20 mil.

Avanço ético e científico

O ex-deputado Ricardo Izar apresentou o projeto em 2013. O deputado Ruy Carneiro relatou a proposta e afirmou que a ciência já dispõe de avanços significativos e modernos para aplicar outras alternativas tecnológicas viáveis aos testes em animais. Além disso, Katia de Angelis, coordenadora do Concea na época, declarou que a medida coloca o Brasil em sintonia com práticas internacionais.

O texto começou a tramitar após o caso do Instituto Royal, onde ativistas resgataram 178 beagles usados em testes. Após isso, a iniciativa de banir os testes em animais voltou à tona diversas vezes até ter a aprovação legalmente firmada.


Câmara aprova fim de testes de cosméticos em animais (Vídeo: reprodução/YouTube/Jovem Pan News)

Marcas a favor dos animais

Como resultado da notoriedade do assunto, algumas marcas brasileiras e internacionais já adotam práticas cruelty free. As influencers Bruna Tavares e Mariana Saad aderiram ao modelo livre de crueldade animal. A Rare Beauty, marca da cantora Selena Gomez, comemorou a certificação cruelty free lançando uma linha de brinquedos para pets inspirada em seus produtos.

O Brasil tem dado passos importantes na proteção dos animais e na promoção de métodos alternativos de pesquisa e desenvolvimento, especialmente para testes de cosméticos. Caso a Presidência da República aprove a proposta, o país dará mais um passo importante no combate aos maus-tratos a animais.

Atleta que maltratou cavalo pode ser processada na Inglaterra

Charlotte Dujardin, um dos principais nomes do hipismo, pode ser processada criminalmente na Inglaterra pela Federação Equestre Internacional (FEI). Em um vídeo vazado, a campeã olímpica aparece agredindo um cavalo.

Após a divulgação do registro de maus tratos, a britânica decidiu não participar dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e foi suspensa, provisoriamente, durante 6 meses pela FEI. Segundo informou o jornal “The Sun”, da Inglaterra, a Federação Equestre deverá repassar o caso e todas as provas da má conduta do atleta para a polícia.


Charlotte durante um treino (Foto: reprodução/Instagram/@charlotte_dujardincbe)

O vídeo foi divulgado por uma fonte anônima e gravado há 4 anos. No trecho, Charlotte Dujardin é flagrada utilizando um chicote para machucar o animal diversas vezes. O advogado Stephan Wensing, representante oficial da fonte responsável por vazar o vídeo, disse que o cliente não queria que Charlotte vencesse nas Olimpíadas após o ocorrido.


Cenas da agressão de Charlotte (Reprodução/YouTube/GuardianSport)

Em um comunicado oficial, a FEI informou que não irá comentar mais sobre o assunto. “Para manter a integridade da investigação, a FEI se reserva de fazer mais comentários sobre o assunto enquanto o processo é concluído”, disse em nota.

Fora de Paris 2024

Com a divulgação do vídeo de maus tratos, a medalhista olímpica fez um pronunciamento oficial no Instagram anunciando a desistência dos Jogos de Paris e lamentando o ocorrido. “Tomei a decisão de me retirar de todas as competições enquanto este processo acontece”, escreveu a medalhista.

O que aconteceu foi completamente fora de caráter e não reflete como treino os meus cavalos ou treino meus alunos; no entanto, não há desculpa. Estou profundamente envergonhada e deveria ter dado um exemplo melhor naquele momento”, disse Dujardin.


Pronunciamento oficial da atleta (Foto: reprodução/Instagram/@charlotte_dujardincbe)

A atleta pediu desculpas ao time, aos fãs e aos patrocinadores pela atitude que teve com o cavalo e garantiu que irá cooperar com as investigações da FEI, da Federação Equestre Britânica e do British Dressage, organização que monitora o adestramento no Reino Unido.

Charlotte Dujardin conquistou duas medalhas de ouro, por equipe e individual, em Londres 2012. Na Rio 2016, a atleta também foi medalhista de ouro no individual e prata na disputa por equipes. Em Tóquio 2020/2021, Dujardin finalizou com dois bronzes.

Hipismo nas Olimpíadas

A ONG de proteção PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) pediu que as competições de hipismo não sejam mais realizadas nos Jogos Olímpicos. Em entrevista ao jornal  britânico “The Guardian”, a vice-presidente da organização Kathy Guillermo pediu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que seja feita a retirada


“Os únicos participantes competindo nas Olimpíadas deverão ser voluntários dispostos!” (Reprodução/X/@peta)


A mensagem para o COI já deve estar clara: remova os eventos equestres dos Jogos Olímpicos. Mais uma vez, uma amazona olímpica foi flagrada em vídeo abusando de um cavalo para forçar o animal a se comportar de uma forma totalmente anormal, simplesmente para sua própria glória”, disse Kathy ao The Guardian.

A vice-presidente da PETA finaliza dizendo que os cavalos não são voluntários e que a retirada do hipismo nas Olimpíadas seria uma entrada na “era moderna”.


Rio de Janeiro registra aumento nos casos de maus-tratos contra crianças

O Instituto de Segurança Pública do RJ (ISP) divulgou dados que mostram que esse tipo de crime vem crescendo cada vez mais nos últimos 3 anos. Só no ano de 2023, foram 323 registros feitos na capital fluminense. O número de denúncias de casos de maus-tratos contra crianças com idade de até 11 anos de idade somente na cidade do Rio de Janeiro cresceu 173% nos últimos três anos. Entre 2020 e 2023, os registros dos crimes do tipo no município foram de 118, em 2020, para 323.

Violência dentro de casa

Ainda segundo o ISP, 47% dos casos registrados em 2023 foram abusos praticados por parentes próximos às vítimas: pais, mães, padrastos ou madrastas. Somente no ano passado, dos 323, 157 dos casos apurados tiveram esses parentes como autores das agressões. Na última sexta-feira (14), o G1 divulgou um vídeo que mostrava uma mulher torturando a própria filha de 11 anos. Onde a mesma gravou utilizando um saco plástico para sufocar a criança. Em 2023, as vítimas tinham entre 4 e 8 anos de idade e 55% eram do sexo masculino.

Aumento de casos no estado


Crescimento dos casos no estado do Rio de Janeiro (Foto: reprodução/site/G1)

E não foi somente na capital RJ que houve um aumento significativo dos casos. No estado do Rio de Janeiro também foram registrados altos números de abuso infantil. De acordo com dados divulgados pela ISP, em todo o estado houve um crescimento de 73% nos últimos 3 anos. Sendo que o total de registros foi de 426, em 2020, para 741, em 2023. Segundo os números de 2023, 45,5% desses atos de violência foram de autoria dos pais, mães, padrastos ou madrastas. No total, foram 337 registros de maus-tratos contra crianças de até 11 anos com esses parentes próximos sendo os autores.