Governo prepara medida para tornar CNH mais acessível sem autoescola

O governo federal está prestes a aprovar uma medida que poderá mudar significativamente o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil. A proposta, elaborada pelo Ministério dos Transportes e enviada para avaliação no Palácio do Planalto, dispensa a obrigatoriedade de frequentar autoescolas para conseguir as habilitações de categoria A (motocicletas) e B (veículos de passeio).

Foco é a redução de custos e aumento da acessibilidade

Segundo o secretário-executivo da pasta, George Santoro, a resolução já está pronta e aguarda apenas o aval do governo para ser oficializada. “Estamos com tudo pronto para soltar”, afirmou. A medida mantém as provas teórica e prática, exigidas atualmente pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), mas permite que o candidato se prepare por conta própria, sem a intermediação obrigatória de uma autoescola.

O principal objetivo da proposta é tornar o processo mais acessível financeiramente. De acordo com dados recentes, o custo médio para obter a CNH no Brasil gira em torno de R$ 3.215,64, enquanto o salário mínimo vigente em 2025 é de R$ 1.518. Para muitos brasileiros, essa discrepância torna o documento inacessível. Ao eliminar a obrigatoriedade das aulas práticas e teóricas oferecidas por instituições privadas, o governo pretende facilitar o acesso à habilitação para pessoas de baixa renda.

Impacto pode ser significativo para a população de baixa renda

Se aprovada, a nova regra pode ter um impacto direto na vida de milhões de brasileiros que sonham em dirigir, mas são barrados pelos altos custos. A flexibilização do processo não implicará, segundo o governo, em perda de qualidade na formação dos condutores. “A principal mudança é a redução de custos e burocracia. Não há perda de qualidade”, garantiu Santoro.


George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes (Foto: reprodução/Instagram/@santoro.george)

A proposta, divulgada inicialmente pela Folha de S.Paulo e confirmada pela CNN Brasil, representa um possível marco na política de mobilidade nacional. Ao democratizar o acesso à CNH, o governo atende a uma demanda histórica e alinha o processo de habilitação com uma perspectiva mais inclusiva e econômica. Se implementada, a medida pode diminuir significativamente as barreiras enfrentadas por trabalhadores de baixa renda e jovens que buscam maior independência e oportunidades no mercado de trabalho. Ainda é preciso aguardar a decisão final do Palácio do Planalto, mas o debate sobre acessibilidade e custos no processo de habilitação ganha força. A expectativa é de que a medida traga impactos concretos para milhões de brasileiros.

MEC divulga orientação proibindo o uso de celular nas escolas

Nesta sexta-feira (31), o Ministério da Educação enfim começa a colocar em prática o seu plano de limitar o uso de smartphones e aparelhos que acessam a internet nas escolas, após o presidente Lula ter sancionado uma lei referente ao caso, em 15 de janeiro. Tal atitude chega para melhorar a concentração dos alunos, reduzir distrações e promover maior interação social no ambiente escolar, se estendendo a toda a educação básica; educação infantil, ensino fundamental e médio.

Novas orientações

A recomendação do MEC sugere que as escolas estabeleçam regras claras para o uso de dispositivos móveis, restringindo seu uso, seja no ambiente de sala de aula ou no horário do intervalo, exceto se forem utilizados com fins pedagógicos sob orientação dos professores ou em casos de emergência.

Em nota, a secretária da Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, comentou e justificou sobre a decisão de forma direta.

A gente quer otimizar o uso, potencializar os benefícios e mitigar os efeitos nocivos (dos celulares), afirmou


Secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt (Foto: reprodução/Rodemarques Abreu/SEMED/O Povo)

Além disso, segundo informações divulgadas pelo G1, em fevereiro ainda teremos um decreto presidencial, esclarecendo pontos específicos da lei aplicada em meados deste mês, bem como uma resolução com diretrizes operacionais, que será emitida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

Polêmica e desafios na implementação

Como já era de se esperar, a medida não foi bem recebida pelos alunos, que se sentem “censurados” e “pressionados” por terem seu tempo de tela sendo controlado. Entretanto, a necessidade de tal atitude se dá pelos prejuízos causados pelo uso dos aparelhos, que se manifestam de várias formas, seja em atrapalhar a socialização, desestimular os jovens a participarem de atividades motoras no intervalo, além da falta de aprendizado em sala de aula, o que pode ser considerado o mais grave de todos.


Adolescentes utilizando celular em sala de aula (Foto: reprodução/StockPlanets/Getty Images Embed)


A Common Sense, fez um levantamento sobre o uso dos smartphones nas salas de aula. Os resultados apontaram que 97% dos adolescentes desviam do foco nas aulas por uma média de 43 minutos. Deste tempo, 32% é destinado às redes sociais (Instagram, TikTok, Twitter) e 26% à demais plataformas, (como YouTube, Twitch e até mesmo serviços de streaming).