Campo jurídico representa oposição nas ofensivas de Moraes contra Musk

A investida do ministro Alexandre de Moraes contra o proprietário do X/Twitter, Elon Musk, reacendeu um debate que já foi tema de discussão no meio jurídico em outras ocasiões. Os estudiosos do direito concordam que o assunto está no centro das discussões entre grupos de advogados.

Veja do que Musk acusa Moraes

Parte compartilhada da opinião de que o ministro possivelmente ultrapassou os limites das prerrogativas de seu cargo. No entanto, há aqueles que apoiam as ações de Moraes, argumentando que, especialmente neste caso, tolerar a insubordinação de Musk poderia até mesmo comprometer a soberania nacional.

Para os críticos, as penas severas e as decisões unilaterais minam o exercício das funções de Moraes. Eles também observam que, embora possa ser uma estratégia para impulsionar as investigações, a demora em conceder vistas aos alvos de operações ou conceder acesso parcial, apenas reforça a crítica de que os investigados nos processos relatados por Moraes não têm pleno exercício do direito de ampla defesa.

Os três principais pontos de crítica neste caso são: a exposição negativa da Justiça brasileira no âmbito internacional, a ausência de uma ação por parte do Ministério Público contra Musk e é como se Moraes estivesse caindo em uma armadilha.


Elon Musk. (Foto: reprodução/Frederic Legrand)

Alguns advogados evitam se manifestar publicamente sobre as decisões do ministro por temer retaliação. Um dos advogados consultados afirma que Moraes se tornou previsível, que todos sabem como ele irá agir, com uma resposta enérgica a qualquer provocação ou ataque.

Para alguns advogados, a polarização que permeia a política agora se estende ao setor jurídico com as ações de Moraes. No entanto, mesmo entre os críticos de direita, há aqueles que não apoiam suas ações. É um grupo mais garantista, que defende firmemente o direito à defesa, reservando a punição apenas como último recurso, e preconizam uma abordagem mais cautelosa por parte dos juízes.

Por outro lado, os juristas observam que as investidas do ministro do STF têm sido bem fundamentadas, sem enfrentar resistências significativas dentro do próprio tribunal. Isso fica evidente pelo fato de que as decisões relacionadas aos políticos presos e aos militares do 8 de janeiro não são revertidas pelos colegas de Alexandre. É como se ele tivesse total autoridade para supervisionar e punir.

Relembre o caso

No último domingo, Alexandre de Moraes ordenou a abertura de um inquérito com Musk, que estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil para o caso de a plataforma X liberar alguns perfis bloqueados judicialmente. Moraes alega que Musk iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação da Suprema Corte e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Decisão Judicial Condena Facebook e Zoom por Violação de Privacidade

Uma decisão judicial proferida pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís condenou o Facebook e o Zoom a pagar uma multa conjunta de R$ 20 milhões por compartilhamento ilegal de dados de usuários no Brasil.

Violação de privacidade e compartilhamento ilegal de dados

A sentença, resultado de uma ação movida pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (IBEDEC), representa um marco significativo na proteção da privacidade dos usuários online.

Segundo o despacho do juiz Douglas de Melo Martins, a infração ocorreu quando dados de usuários do sistema iOS, da Apple, foram indevidamente compartilhados pelo Zoom através das contas do Facebook. Informações como versão do sistema operacional, fuso horário, idioma e até mesmo o ID de Anunciante do iOS (iOS Advertising ID) foram coletadas sem consentimento adequado dos usuários, violando diretrizes do Marco Civil da Internet e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

O Facebook argumentou que apenas coleta dados técnicos não sensíveis dos usuários de aplicações parceiras, como previsto em sua política de dados, e que a responsabilidade de informar os usuários sobre essas práticas recai sobre os parceiros, como o Zoom. No entanto, o IBEDEC contestou, alegando que o compartilhamento incluía o ID de anunciante, possibilitando a direcionamento de anúncios e análise de comportamento dos usuários.


Foto: App Facebook (Reprodução/TudoCelular)

Zoom negou a comercialização de informações

Por sua vez, o Zoom negou ter comercializado as informações com o Facebook e tomou medidas imediatas para corrigir a falha após sua descoberta. No entanto, o magistrado considerou que a falta de transparência no processo ilegal de compartilhamento de dados justificava indenizações por dano moral presumido para os usuários afetados.

A multa de R$ 20 milhões, embora menor que o valor inicialmente pedido, reflete a gravidade da infração e a importância de proteger a privacidade dos usuários online. A decisão destaca a necessidade de rigorosas medidas de proteção de dados por parte das empresas e das autoridades públicas.

Apesar de contatada, a Meta, empresa controladora do Facebook, optou por não se manifestar sobre o assunto. O Zoom também não pôde ser contatado para comentar a sentença. No entanto, a repercussão desse caso ressalta a crescente preocupação com a proteção dos dados pessoais dos usuários e a responsabilidade das empresas em garantir sua segurança e privacidade online.

Acordo de São Paulo com TJD evita punições de jogadores e revolta dirigente do Palmeiras

O São Paulo fez um acordo com o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) estadual para evitar punições a jogadores e dirigentes na reta final do Campeonato Paulista. O tricolor vai pagar um total de R$ 205 mil em multas para livrar a equipe do julgamento da confusão durante um clássico contra o Palmeiras.

Posicionamento do Palmeiras

O Verdão não foi informado e nem participou da formulação do acordo, sendo assim, o clube não pode pedir a anulação da decisão do judiciário. O diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, disse ao GE que o acordo abre um precedente para futuras confusões no futebol e deixou clara a sua indignação pela falta de punição. “Se comete um ato grave e para não ser punido levanta o dedo e pede desculpas? E mais, vaza-se um vídeo antes da transação (disciplinar esportiva) ser assinada. Acho que estamos perdendo por completo a noção do que é racional em uma situação como essa”, afirmou.

O acordo

O vídeo a que o dirigente se refere é um pedido de desculpas do diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, que vazou horas antes do acordo ser assinado. A procuradoria, no entanto, compreende que Belmonte sofreu punições, uma vez que o dirigente precisou gravar um pedido de desculpas ao técnico Abel Ferreira (por chamá-lo de “português de merda”), pagar R$ 50 mil de multa e está suspenso de frequentar os jogos do tricolor até o fim do Campeonato Paulista.


Foto: Jogadores durante partida do dia 3 de março de 2024 que foi resolvida judicialmente nesta quarta-feira (13) (reprodução/ Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Além de Belmonte, o presidente Julio Casares, o dirigente adjunto Fernando Bracalle Ambrogi, o auxiliar técnico Estéphano Kiremitdjian Neto,  Rafinha,  Wellington Rato e Calleri foram denunciados por irem ao vestiário da arbitragem reclamar da atuação do árbitro Matheus Delgado Candançan. No acordo ficou determinado que o clube vai arcar com a multa dos jogadores e os dirigentes pagarão a própria multa (R$ 110 mil no total).

Juiz rejeita pedido de Trump para pagar multa de R$ 2,2 bi em parcelas

O ex-presidente americano, Donald Trump, foi derrotado na justiça de Nova York  nesta quarta-feira (28), e foi condenado por fraudar balanços de sua empresa, a Trump Organization, a pagar US$ 454 milhões (em torno de R$ 2,2 bilhões) em multas.

Ele já havia sido condenado em 1° instância no dia 16 de fevereiro, e recorreu, seus advogados alegaram que ele não possuía esse valor e fizeram uma proposta de US$ 100 milhões. Mas, nesta quarta, um dos juízes em 2° instância, concluiu que ele deve pagar rapidamente os US$ 454 milhões, ou terá propriedades confiscadas pelas autoridades.


O ex-presidente Donald Trump (Foto: reprodução/MANDEL NGAN/Getty Images)

A decisão não é definitiva, e ainda precisa ser votada

A decisão ainda não é definitiva, pois ainda precisa ser votada pelo restante da corte. Além disso, a ordem do juiz não é totalmente desfavorável a Trump, que foi liberado a pedir empréstimos a bancos de Nova York, o que lhe havia sido negado na condenação em primeira instância.
Os dois lados precisam mostrar mais argumentos por escrito, e após o dia 18 de março, uma decisão poderá ser tomada.


Donald Trump (Foto: reprodução/MANDEL NGAN/Getty Images)

Entenda a condenação

Em uma decisão proferida em 16 de fevereiro, o juiz de primeira instância, Arthur Engoron, da cidade de Nova York, determinou que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve pagar uma multa significativa de US$ 354,9 milhões por inflar os números do balanço financeiro de sua empresa imobiliária, a Trump Organization. Com a inclusão de juros, o montante totaliza US$ 454 milhões. Adicionalmente, a sentença incluiu uma sanção que proíbe Trump de realizar negócios no estado de Nova York pelos próximos três anos.

Diante dessa decisão, Trump optou por recorrer judicialmente. Documentos apresentados por seus advogados argumentam que a multa imposta é excessiva e que a proibição de realizar negócios no estado impossibilita o ex-presidente de levantar os fundos necessários para cumprir com o depósito em juízo. Entretanto, foi destacado que a parte da ordem que impedia Trump de buscar empréstimos em Nova York foi posteriormente revertida, oferecendo uma pequena vitória ao ex-presidente em meio ao processo judicial em curso.

União Europeia abre investigação sobre possível quebra de transparência do TikTok

Depois da recente pressão enfrentada pelos Estados Unidos, o TikTok agora está sob a mira da União Europeia, que decidiu formalizar o início das investigações contra a plataforma administrada pela empresa chinesa ByteDance. As investigações têm como foco verificar se a plataforma infringiu as diretrizes da UE para proteger crianças e garantir a transparência de seus anúncios online.

Digital Services Act entrou em vigor no último sábado

O chamado Digital Services Act entrou em vigor no último sábado, representando uma resolução do bloco europeu para exigir que as grandes plataformas online combatam conteúdos digitais ilegais que possam representar um risco à segurança pública. Isso ocorre em um momento em que várias plataformas, especialmente o TikTok, enfrentam uma série de órgãos reguladores que buscam entender cada vez mais os riscos dessas plataformas.


Thierry Breton durante convenção da UE (reprodução/X/@EU_Social)

Segundo o comissário da União Europeia para o mercado interno, Thierry Breton, a decisão de investigar o TikTok foi tomada após a empresa enviar um relatório curto sobre sua análise de risco e suas respostas aos pedidos de informação feitos pelo órgão europeu.

No próprio X, ele escreveu sobre o início das investigações: “Hoje abrimos uma investigação contra o TikTok sobre suspeitas de quebras de transparência e obrigações para proteger menores: design viciante e limites de tempo de tela, efeito ‘toca do coelho’, verificação de idade e configurações de privacidade”.

Foco no algorítimo do TikTok

O principal foco da investigação feita pela União Europeia será a análise dos algoritmos do TikTok, que, segundo o órgão, geram vícios comportamentais e o efeito conhecido como “toca do coelho”, no qual o usuário fica cada vez mais viciado em um determinado assunto ao consumir incessantemente conteúdos sobre ele, gerando um loop onde passa cada vez mais tempo dentro da plataforma.

Caso seja considerada culpada, a plataforma pode receber uma penalidade financeira que corresponderá a uma multa de até 6% de sua receita global. As investigações devem prosseguir nos próximos meses, revelando o que possivelmente foi descoberto pela UE.

Corinthians tem multa milionária para pagar ao antigo patrocinador

O Corinthians tem uma multa milionária para arcar com seu antigo patrocinador, a Pixbet. Isso acontece porque o clube fechou um novo contrato com a Vaidebet, fazendo com que o contrato fosse rompido. Augusto Melo, novo presidente do clube, havia afirmado que a dívida seria paga pela nova patrocinadora, mas aparentemente ele se confundiu, e quem vai custear a indenização será o time paulista.

Valores

O maior patrocínio da história do futebol brasileiro pertence ao Corinthians e à empresa Vaidebet, que tem como um de seus embaixadores o cantor sertanejo Gusttavo Lima. O patrocínio consiste em dez milhões de reais mensais por três anos, além dos dez milhões de luvas, para que o contrato seja assinado. 

O presidente Augusto Melo havia afirmado que a dívida da Pixbet, que era de 30 milhões no início do contrato e depois passou para 20 milhões após um ano de cumprimento, seria uma das cláusulas para que o contrato entre Vaidebet e Corinthians fosse firmado. No entanto, a assessoria do diretor do clube disse que ele teria se confundido, e quem vai arcar com essa multa é o próprio clube paulista.


Jornalistas comentam sobre erro do presidente Augusto Melo (Vídeo: reprodução/YouTube/jovempanesportes)

Contrato rescindido 

Apesar do patrocínio com a Pixbet não ser um patrocínio master como o com a Vaidebet, ambas as empresas são do mesmo segmento, o que quebra a cláusula de exclusividade proposta pela primeira patrocinadora. O contrato com a Pixbet foi firmado em 2022 e passaria, a partir de 2023, a ser válido por no mínimo três anos; ou seja, apenas em 2025 o Corinthians poderia ter deixado a empresa sem multa.

A Pixbet até tentou se tornar patrocinadora master do clube, oferecendo propostas perto de 100 milhões de reais, segundo Jorge Nicola, mas o clube já havia fechado com a Vaidebet. Nas redes sociais, torcedores corinthianos questionam por que o presidente Augusto Melo errou ao dizer que a nova patrocinadora pagaria a multa.