Cris Pereira, conhecido pelo personagem Gaudêncio, é condenado a 18 anos de prisão no RS

O humorista gaúcho Cris Pereira, conhecido por personagens de sucesso no stand-up comedy e no teatro, foi condenado nesta quinta-feira (25) a 18 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. A decisão foi proferida pela Justiça do Rio Grande do Sul, após processo que correu em sigilo devido a natureza do crime.

Segundo informações do Tribunal de Justiça, Pereira foi acusado de manter relações com uma vítima menor de 14 anos. O Ministério Público sustentou a denúncia com base em depoimentos e laudos periciais, que reforçaram a materialidade e autoria do crime. A defesa negou as acusações e ainda pode recorrer da sentença em instâncias superiores.

Detalhes do caso

O caso aconteceu em 2021, quando segundo informações a vítima tinha apenas 3 anos. A decisão é de 2º grau, portanto, ainda cabe recurso. Em entrevista o TJRS confirmou que houve julgamento pela 7ª Câmara Criminal do tribunal, “mas devido ao fato de o processo tramitar em segredo de justiça”, não pode fornecer informações.

Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente, informações sobre a vítima serão preservadas a reportagem.

Sobre a condenação

A condenação ocorre em meio a uma carreira consolidada de mais de duas décadas nos palcos. Cris Pereira se destacou no cenário humorístico nacional com personagens como Gaudêncio, que retrata de forma caricata o homem do interior gaúcho, além de participações em programas de rádio, televisão e turnês pelo Brasil.

Com a sentença, o Cris Pereira deve iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, embora a execução ainda dependa de trâmites judiciais. O caso segue repercutindo entre fãs e no meio artístico, levantando debates sobre a responsabilidade de figuras públicas e a importância de acolhimento às vítimas de violência sexual.


Cris Pereira durante apresentação no programa The Noite com Danilo Gentili (Foto: reprodução/Instagram/@sbtthenoite)

Nota de esclarecimento

Cris Pereira postou em suas redes sociais na tarde desta sexta-feira (26) uma nota de esclarecimento, anteriormente publicada por seus advogados de defesa.

Um dos trechos da nota, diz:

O Sr. Cristiano Pereira foi ABSOLVIDO em primeiro grau, ocasião em que a sentença reconheceu a ausência de provas quanto à existência do fato ou mesmo de autoria, inocentando ele. Todos os laudos periciais oficiais produzidos pelos peritos do Departamento Médico Legal do RS, confirmaram a inexistência do fato, tendo, inclusive, o delegado responsável à época, além de não indiciar, foi testemunha de defesa, firmando convicção técnica e jurídica de que não houve nenhum fato. (…)

Repercussão nas redes sociais

Nas redes sociais diversas publicações do humorista receberam comentários questionando a condenação, mas até o momento Cris Pereira não respondeu há nenhum desses comentários.
Fãs estão atordoados com a notícia e muitos comentários se repetem questionando Cris sobre o processo e a acusação. Em um deles uma internauta questiona “Gente… e as notícias sobre ele ???”

Estatísticas no RS

Um relatório da Secretaria Estadual de Saúde do RS indica que a violência sexual contra jovens aumentou 74,75% entre 2018 e 2024.

Em 2024, foram registrados no estado mais de 12 mil casos de violência contra crianças e adolescentes. Desses, 3.818 foram de violência sexual. Desse total sexual, 2.857 foram estupros, 1.323 assédios sexuais, 60 exploração sexual e 105 outras notificações relacionadas.

Planeta em risco: poluição acelera crise ambiental e ameaça segurança humana

Um recente relatório de pesquisadores ligados ao Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK) revela que já ultrapassamos 7 dos 9 “limites planetários” considerados seguros para a manutenção do equilíbrio ecológico da Terra e a possibilidade de existência normal para os seres humanos. Esse dado é alarmante e cabe perguntar: por que isso está ocorrendo? E, mais importante, ainda há o que fazer para reverter este cenário?

As causas por trás do colapso gradual

A expansão da poluição em suas múltiplas formas é uma das linhas centrais que conectam os limites planetários que estão sendo rompidos. A queima desenfreada de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) é uma das principais responsáveis pelo avanço das mudanças climáticas e pelo aquecimento global. Em paralelo, o desmatamento em larga escala e o uso intensivo da terra (para agricultura, pecuária e urbanização) fragilizam ecossistemas, reduzem a biodiversidade, além de alterar ciclos naturais.

Outro vetor importante é a poluição química, a presença de microplásticos, substâncias tóxicas e outros compostos que escapam ao controle e se acumulam nos ecossistemas, afetando desde a saúde de organismos marinhos até a qualidade do solo e da água doce. A acidificação dos oceanos, por exemplo, avançou: desde o início da era industrial, o pH da superfície do mar caiu cerca de 0,1 unidade, o que representa um aumento de 30% a 40% na acidez das marés.


Vídeo da ONU explicando a degradação da garrafa no meio ambiente: (Vídeo/reprodução/Youtube/@ONUBrasil.)


Por que a terra pode deixar de ser segura?

Os limites planetários rompidos (como mudanças climáticas, uso de água, biodiversidade, poluição química, etc.) não são apenas conceitos acadêmicos: eles definem faixas dentro das quais as sociedades humanas conseguem operar sem provocar rupturas ecológicas graves. Ao ultrapassar esses limites, podemos entrar em zonas onde eventos extremos correlacionados com a movimentação de placas tectônicas (furacões, secas, inundações) se tornam mais frequentes, cadeias de produção colapsam e milhares de comunidades ficam vulneráveis. Em outras palavras: menos segurança para os seres humanos em acesso à água, alimentos, moradia e saúde.

A boa notícia, ainda que tardia, é que há precedentes positivos: a redução da poluição por aerossóis e a recuperação da camada de ozônio são citadas no relatório como exemplos de que o curso da trajetória ambiental pode ser revertido. Isso mostra que, embora o diagnóstico seja grave, ainda há margem de ação que possa reverter esse cenário ambiental.

Como evitar o colapso da Terra

Para reverter ou, ao menos, frear o avanço, são necessárias ações urgentes e conjuntas em múltiplas escalas, como, por exemplo, a transição energética, que consiste em migrar o uso de combustíveis fósseis para energias limpas (solar e eólica), diminuindo, dessa forma, as emissões de gás carbônico.

Outra maneira de evitar maiores danos é a proteção e o restauramento de ecossistemas. Investir em reflorestamento irá recuperar as áreas degradadas e proteger ecossistemas naturais, mantendo ciclos naturais e conservando a biodiversidade.

As políticas públicas e a cooperação global também são importantes neste processo, tendo em vista que os governos podem e devem criar marcos regulatórios rigorosos, além de incentivar economicamente a inovação ecológica, viabilizando as mudanças para uma menor taxa de poluição e, consequentemente, menor degradação do planeta Terra.

Corpo de JP Mantovani é velado e enterrado hoje em São Paulo

O corpo do modelo e influenciador João Paulo “JP” Mantovani, morto na madrugada de domingo (21) após um acidente de moto em São Paulo, é velado nesta segunda-feira (22) no Cemitério Gethsêmani Anhanguera, em cerimônia restrita à família. O sepultamento está previsto para as 13h, em seguida.

Segundo a polícia, Mantovani perdeu o controle da motocicleta ao tentar desviar de outro veículo e colidiu com um caminhão de limpeza urbana estacionado, circunstâncias que agora são investigadas. A despedida íntima foi escolhida para garantir privacidade à família diante da comoção causada por sua morte repentina.

Velório de JP Mantovani reúne familiares em São Paulo

O velório de JP Mantovani teve início na manhã desta segunda-feira (22), às 9h, no Cemitério Gethsêmani Anhanguera, em São Paulo. A cerimônia foi reservada apenas para familiares e amigos próximos, atendendo ao pedido da família, que optou por manter a despedida em um ambiente de privacidade diante da grande repercussão da morte do influenciador. O sepultamento está previsto para ocorrer às 13h, no mesmo local.

Mantovani faleceu na madrugada de domingo (21), após sofrer um acidente enquanto pilotava sua motocicleta. De acordo com o boletim de ocorrência, ele teria perdido o controle do veículo ao tentar desviar de outro caminhão e acabou colidindo com um caminhão de limpeza urbana que realizava serviço de desentupimento.

A Polícia Civil registrou o caso como homicídio culposo e investiga as circunstâncias do acidente, incluindo se houve a participação de outro veículo. A Prefeitura de São Paulo informou que o caminhão da limpeza cumpria escala de trabalho e estava devidamente sinalizado, embora ainda não esteja confirmado se todos os dispositivos de alerta estavam acionados. A morte repentina de JP, que tinha grande presença nas redes sociais, causou forte comoção entre fãs e colegas.


Quem era JP Mantovani, apresentador que morreu aos 46 anos (Vídeo: reprodução/Youtube/@Metrópoles)

Comoção nas redes sociais marca despedida de JP Mantovani

A morte de JP Mantovani gerou grande repercussão nas redes sociais, onde amigos, fãs e colegas compartilharam mensagens de luto e homenagens. Muitos destacaram a trajetória do influenciador no meio artístico e lembraram sua presença carismática, que conquistava seguidores pela forma próxima de se comunicar.

Entre os comentários, prevalecem manifestações de surpresa e tristeza diante da perda repentina. Perfis de fãs organizaram publicações em memória de JP, reunindo fotos, vídeos e trechos de entrevistas que marcaram sua carreira.

Nas mensagens, internautas ressaltam a importância de sua atuação no entretenimento e a alegria que transmitia em seus trabalhos. A comoção reforça a dimensão pública de sua figura, ao mesmo tempo em que contrasta com a escolha da família por uma cerimônia reservada. A mobilização virtual demonstra o impacto que JP Mantovani deixou em sua comunidade de seguidores, cuja despedida se dá em grande parte de forma digital. Para familiares e amigos, resta a memória de um jovem cuja trajetória foi interrompida de maneira precoce, mas que permanece viva no carinho do público que o acompanhava.

Reconhecimento da Palestina cresce com apoio de mais de 140 países

Mais de 140 países já reconhecem oficialmente a Palestina como Estado, entre eles Brasil, Espanha e Noruega, em decisões recentes que ampliam a pressão diplomática no Oriente Médio. O movimento ocorre em meio à escalada dos conflitos na região, com governos buscando fortalecer a representatividade palestina e apoiar uma solução de dois Estados, vista como caminho para a paz duradoura.

Quais países já reconhecem a Palestina como Estado

O movimento internacional de reconhecimento da Palestina como Estado vem se ampliando ao longo das últimas décadas. Atualmente, mais de 140 países já oficializaram essa posição, segundo dados da ONU e de agências diplomáticas. Entre eles estão potências populacionais como Índia, China e Indonésia, além de diversas nações da América Latina, incluindo Brasil, Argentina e Chile. No continente africano, a maioria dos países apoia a causa palestina, reforçando a busca por equilíbrio nas relações internacionais.

Na Europa, o processo ganhou força recentemente com decisões de países como Reino Unido, Espanha, Irlanda e Noruega, que anunciaram formalmente o reconhecimento. Essas adesões representaram um marco importante, pois pressionaram outras nações do bloco europeu a reavaliar sua postura diante do conflito.

Apesar do avanço, países centrais no cenário global, como Estados Unidos, Alemanha e outros, ainda não reconhecem oficialmente a Palestina, o que mantém a questão em aberto nos principais fóruns internacionais. Mesmo assim, cada novo apoio reforça a legitimidade palestina no cenário diplomático.


Quais países reconhecem a Palestina como Estado (Vídeo: Reprodução/Youtube/@CNN Brasil)

Impactos diplomáticos e perspectivas para o futuro

O reconhecimento da Palestina como Estado gera efeitos práticos: amplia sua participação em negociações internacionais, abre portas para acordos comerciais e fortalece sua legitimidade em organismos multilaterais. Esse processo pressiona Israel e seus aliados a lidarem com uma realidade cada vez mais consolidada no cenário global.

A recente decisão do Reino Unido, do Canadá e da Austrália em 2025 representou um ponto de inflexão, sinalizando que a adesão de grandes potências ocidentais pode estimular outros países a seguirem o mesmo caminho. Especialistas em relações internacionais avaliam que esse movimento fortalece a busca por uma solução de dois Estados, considerada essencial para encerrar décadas de instabilidade no Oriente Médio.

Ainda assim, obstáculos permanecem. A falta de consenso entre as principais potências, em especial os Estados Unidos, dificulta avanços concretos. Mesmo assim, o aumento expressivo de nações pró-Palestina pode acelerar pressões dentro da ONU e influenciar futuras negociações de paz. O cenário aponta que o reconhecimento da Palestina tende a se expandir nos próximos anos, redesenhando os rumos da diplomacia no Oriente Médio.

Lula expressa apoio ao Catar e reforça defesa de dois Estados

Nesta sexta-feira (19), foi divulgada uma nota oficial pelo Palácio do Planalto que informou que o presidente Luiz  Inácio Lula da Silva realizou na tarde de ontem, quinta-feira (18), uma ligação ao emir do Catar, o xeique Tamin Bin Hamad al-Thani, para expressar sua solidariedade depois do ataque realizado por Israel no último dia 9 de setembro.

O Palácio informou que o presidente do Brasil expressou preocupação com a possibilidade de o ataque israelense comprometer os esforços conduzidos pelo Catar para a liberação dos reféns. 

Sobre o ataque

Israel assumiu o ataque realizado no início deste mês contra autoridades do grupo terrorista Hamas, na capital do Catar, Doha. O ataque foi classificado pela ONU como uma violação de soberania. O governo catari criticou duramente a ação e prometeu responder.

Atualmente, o Catar atua como mediador nas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que inclui a libertação de reféns mantidos pelo grupo terrorista Hamas, porém, após o bombardeio, anunciou a suspensão temporária da mediação das conversas.

Detalhes Importantes

No entanto, o grupo terrorista disse que os integrantes do alto escalão escaparam ilesos. O governo do Catar afirmou em nota que um membro da Força de Segurança, Interna do país foi morto no ataque israelense e outros membros do órgão ficaram feridos, porém, não especificou quantos.

O presidente do Brasil também “defendeu a efetivação do Estado palestino, em paz e segurança ao lado do Estado de Israel, como solução para o conflito” entre Israel e o Hamas.


Equipes de regate palestinas procuram por sobreviventes na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/instagram/@mahmudhams)

Guerra já dura quase 2 anos

O conflito armado entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro de 2023, após o grupo terrorista Hamas e outros  grupos militares palestinos realizarem ataques a cidades israelenses. Em resposta ao Hamas, tropas de Israel tomaram a Faixa de Gaza e avançaram para tentar o controle total do local habitado por palestinos.

As causas da Guerra entre Israel e Hamas podem ser divididas em fatores históricos, territoriais, políticos e religiosos. O ponto principal é a disputa sobre a soberania e o controle de territórios como Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Lula é crítico da ofensiva israelense e considera as ações um “genocídio” do povo palestino. A posição fez o presidente ser declarado persona non grata em Israel.

Talibã veta livros de mulheres e autores iranianos

O Talibã anunciou novas medidas que aprofundam o controle sobre a educação no Afeganistão. O regime determinou a proibição de livros escritos por mulheres e de obras de autores iranianos em universidades, além de retirar 18 disciplinas inteiras dos currículos acadêmicos. A decisão foi justificada sob a alegação de alinhar o ensino às interpretações religiosas defendidas pelas autoridades.

Livros e autores vetados

A ordem impede que obras de mulheres sejam lidas, independentemente do tema tratado, reforçando uma política de invisibilidade das vozes femininas no espaço acadêmico. Além disso, os livros produzidos por autores iranianos também foram banidos, sob o argumento de que suas ideias não correspondem ao modelo cultural e religioso estabelecido pelo governo.

Essa medida do Talibã elimina uma parte significativa da produção literária disponível nas bibliotecas universitárias, restringindo o contato dos estudantes com diferentes perspectivas e referências intelectuais.


O Talibã segue doutrinando leis e regras no Afeganistão (Foto: reprodução/QUDRATULLAH RAZWAN/EFE/EPA)

Disciplinas retiradas dos currículos

Outro ponto central da decisão foi o veto a 18 disciplinas que antes faziam parte das universidades do país. Segundo informações divulgadas, seis dessas matérias estavam ligadas diretamente a temas relacionados às mulheres. O corte não apenas reduz o leque de opções acadêmicas, mas também suprime debates sobre direitos e questões sociais que poderiam fortalecer a participação feminina na sociedade afegã.

A exclusão desses cursos não representa apenas um ajuste curricular, mas sim um esforço deliberado para consolidar um modelo de ensino rígido, homogêneo e completamente subordinado às diretrizes ideológicas do Talibã. Ao restringir o acesso a disciplinas que incentivam questionamentos, diversidade de pensamento e reflexão crítica, o regime busca impor uma narrativa única, onde apenas suas visões religiosas e políticas têm espaço.

Essa postura vai muito além de uma simples mudança administrativa: ela transforma a universidade em um ambiente controlado, no qual os estudantes deixam de ser estimulados a desenvolver autonomia intelectual e passam a ser moldados para reproduzir uma visão de mundo específica. Nesse processo, a instituição perde seu papel essencial de promover pluralidade, diálogo e produção de conhecimento diverso, tornando-se um instrumento de reforço do poder do regime.

As novas proibições, somadas às restrições já impostas desde que o Talibã retomou o poder, demonstram um movimento contínuo de cerceamento das liberdades no campo da educação. O impacto atinge tanto homens quanto mulheres, mas afeta de maneira mais severa a possibilidade de inserção e reconhecimento das mulheres no meio acadêmico e profissional.

Moraes vota contra Bolsonaro e impulsiona julgamento no STF

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, votou nesta terça-feira (9), em Brasília, pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus no julgamento da trama golpista.

Segundo Moraes, os acusados atentaram contra o Estado Democrático de Direito ao tentar depor o governo legitimamente constituído por meio de violência e grave ameaça, configurando crimes de golpe de Estado, abolição violenta do regime democrático, organização criminosa e dano qualificado ao patrimônio público. O voto reforça a gravidade do caso e amplia a pressão sobre o STF na decisão final.

Moraes aponta crimes graves em trama golpista

No voto apresentado, Alexandre de Moraes afirmou que os atos do dia 8 de janeiro de 2023 não foram protestos comuns, mas resultado de uma ação organizada, com funções divididas e um objetivo claro: derrubar o governo eleito. Para o ministro, Jair Bolsonaro teve papel importante ao incentivar apoiadores e dar espaço para um movimento que tentou atacar a democracia.

Moraes explicou que os réus fazem parte de um grupo que ultrapassou o limite da manifestação política e colocou em prática uma tentativa real de golpe de Estado. Ele destacou que os acusados cometeram crimes de golpe de Estado, abolição violenta do regime democrático, formação de organização criminosa e destruição de patrimônio público.

O ministro ressaltou ainda que os ataques tiveram como alvo direto o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, símbolos da democracia no país. Para Moraes, os atos foram uma ameaça grave e sem comparação na história recente do Brasil.


Moraes vota para condenar Bolsonaro e outros sete réus (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Como a trama golpista aconteceu

Segundo o voto de Alexandre de Moraes, a tentativa de golpe não começou no dia 8 de janeiro, mas foi construída aos poucos. Bolsonaro fez lives e discursos dizendo que não aceitaria perder as eleições e espalhando dúvidas sobre as urnas eletrônicas. Depois, vieram reuniões secretas e até uma minuta de decreto golpista que tentava dar aparência legal a uma intervenção militar.

Generais próximos ao ex-presidente também participaram do plano, ajudando a organizar as ações.Tudo isso levou ao ataque de 8 de janeiro de 2023, quando prédios como o Congresso, o STF e o Planalto foram invadidos e destruídos por manifestantes. Para Moraes, esses fatos mostram que houve uma articulação planejada, liderada por Bolsonaro e apoiadores, com o objetivo de derrubar a democracia e manter o poder de forma ilegal.

STF avalia trama golpista e define votos em sessão decisiva desta terça

Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (9), em Brasília, a acusação de trama golpista contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A sessão deve contar com votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que irão se pronunciar tanto sobre questões processuais quanto sobre o mérito das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República. O julgamento busca definir responsabilidades em atos que tentaram abalar o processo democrático no país.

Ministros avaliam acusações e rito processual

Na sessão desta terça-feira (9), os ministros do Supremo Tribunal Federal analisam os primeiros pontos relacionados à trama golpista, em especial as questões processuais que podem influenciar o andamento do julgamento. Entre os temas discutidos está a admissibilidade das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República e a validade dos depoimentos colhidos ao longo da investigação.

A ordem de votação seguirá a sequência: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.

As sessões estão previstas para ocorrer:

  • 9 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
  • 10 de setembro – 9h às 12h
  • 11 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
  • 12 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h

 O cronograma, no entanto, pode ser alterado de acordo com o andamento dos votos

O julgamento é acompanhado de perto por partidos políticos, entidades da sociedade civil e pela opinião pública, já que o caso é considerado um dos mais relevantes da atual agenda do STF.

Denúncia da PGR e réus envolvidos

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que a trama golpista envolveu a prática de cinco crimes graves. Veja os detalhes:

Crimes apontados pela PGR:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – ocorre quando alguém tenta, com violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Pena: 4 a 8 anos de prisão.
  • Golpe de Estado – tentativa de depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. Pena: 4 a 12 anos de prisão.
  • Organização criminosa – quando quatro ou mais pessoas se reúnem, de forma estruturada e com divisão de tarefas, para cometer crimes. Pena: 3 a 8 anos.
  • Dano qualificado – destruir, inutilizar ou deteriorar patrimônio da União, com violência e grave ameaça, causando grande prejuízo. Pena: 6 meses a 3 anos.
  • Deterioração de patrimônio tombado – destruir, inutilizar ou deteriorar bem protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena: 1 a 3 anos.

Réus denunciados pela PGR:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens da Presidência
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil

A acusação sustenta que esses nomes formaram o núcleo central da trama golpista, atuando de maneira organizada para fragilizar as instituições democráticas e tentar alterar o resultado eleitoral.

Xi Jinping cobra BRICS contra protecionismo à China

Durante a cúpula virtual dos BRICS, realizada nesta segunda-feira (08), o presidente da República Popular China, Xi Jinping, destacou a urgência de que as nações integrantes do bloco fortaleçam o sistema de comércio multilateral e resistam a todas as formas de protecionismo. O alerta surge em um contexto global de tarifas elevadas, especialmente por parte dos Estados Unidos, que ameaçam equilibrar o comércio internacional.

O presidente chinês ressaltou ainda que os países do grupo devem se apoiar em suas vantagens comparativas e aprofundar a cooperação em áreas estratégicas como comércio, finanças e tecnologia. Segundo ele, uma união mais próxima entre os líderes dos BRICS pode gerar mais confiança, melhores opções e resultados práticos para enfrentar os desafios externos.

Brasil na liderança e os desafios do protecionismo

A iniciativa defendida por Xi Jinping ganha ainda mais relevância neste momento em que o Brasil exerce a presidência rotativa do bloco. Sob a condução do governo brasileiro, os BRICS têm buscado fortalecer o diálogo interno e adotar medidas que reforcem a ideia de multilateralismo como caminho para o equilíbrio global. A posição de liderança coloca o país em um papel estratégico, tanto como articulador político quanto como voz ativa na defesa de um comércio internacional mais justo e inclusivo.


Em um cenário difícil comercialmente, o Brasil tem papel fundamental (Foto: reprodução/Instagram/@aquifofoqueira)

A crescente utilização de tarifas e barreiras comerciais como instrumentos de pressão diplomática, em especial por grandes potências, vem evidenciando as fragilidades de um sistema que se mostra cada vez mais restritivo e unilateral. Esse cenário gera incertezas para economias emergentes, que dependem do livre fluxo de bens, serviços e investimentos para sustentar crescimento e inovação. Diante disso, os BRICS têm se mobilizado para elaborar respostas conjuntas capazes de reduzir os impactos do protecionismo e criar alternativas que favoreçam tanto a integração entre seus membros quanto a diversificação de parceiros no comércio global.

Cooperação entre emergentes como resposta global

A proposta de Xi também reforça a ideia de que, para resistir à volatilidade geopolítica e às pressões protecionistas, os países do BRICS precisam intensificar a solidariedade econômica e trocar experiências. Esse movimento aponta para um futuro onde a cooperação entre os emergentes seja o maior trunfo para equilibrar o poder econômico global e influenciar decisões multilaterais.

EUA liberam detenção por sotaque ou idioma

Nesta segunda-feira (8), a Suprema Corte dos Estados Unidos tomou uma decisão que vai impactar diretamente a rotina das ações migratórias no país. O tribunal revogou uma ordem judicial prévia que impedia agentes federais de deter pessoas com base exclusivamente na língua falada, no sotaque ou na aparência étnica. Isso autoriza, em caráter emergencial, a retomada de operações de imigração só com esses critérios, uma conquista clara para a política do governo Trump.

Patrulhas Móveis e risco de discriminação

A determinação da Suprema Corte abre espaço para operações conhecidas como patrulhas móveis (roving patrols), em que agentes federais podem parar, interrogar e deter indivíduos baseando-se apenas em fatores subjetivos, como o idioma falado em público, o sotaque percebido ao se comunicar em inglês ou até mesmo o local de trabalho frequentado. Na prática, isso significa que situações cotidianas básicas, como conversar em espanhol em uma cafeteria ou falar inglês com entonação estrangeira em uma entrevista de emprego, podem ser interpretadas como indício suficiente para abordagem.



Especialistas em direito e imigração alertam que a medida derruba princípios jurídicos construídos ao longo de décadas para conter abusos e proteger comunidades contra a discriminação. A preocupação é de que o espaço aberto por essa decisão legitime práticas de racial profiling, em que julgamentos se baseiam mais em estereótipos raciais ou linguísticos do que em fatos concretos. Isso gera o risco de transformar atividades comuns em motivos de suspeita, ampliando o clima de insegurança entre imigrantes e até cidadãos americanos de ascendência estrangeira.

Direitos Civis em alerta

Direitos civis reagiram com força. A ACLU declarou que a decisão “põe muitos em risco real”, ressaltando que agentes agora podem agir motivados por medo e preconceitos, em vez de evidências concretas. Já a juíza Sonia Sotomayor, em discordância firme, classificou a medida como revés para liberdades constitucionais, alegando que violências e detenções arbitrárias podem se tornar rotina.

De um lado, o governo defende que tais abordagens são essenciais para conter a imigração ilegal. Do outro, ativistas argumentam que a decisão legitima perseguição por aparência e coloca comunidades vulneráveis sob constante ameaça. Essa mudança legal, ainda que emergencial, vai influenciar não só operações em regiões específicas, como Los Angeles, mas pode servir de precedente para intervenções semelhantes em outros estados.

Seja qual for a sua perspectiva, o fato é que o veredicto da Suprema Corte marca uma guinada significativa na forma como a política migratória pode ser aplicada, assim redefinindo os limites entre segurança nacional e direitos fundamentais em solo americano.