STF avalia trama golpista e define votos em sessão decisiva desta terça
Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (9), em Brasília, a acusação de trama golpista contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A sessão deve contar com votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que irão se pronunciar tanto sobre questões processuais quanto sobre o mérito das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República. O julgamento […]
Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (9), em Brasília, a acusação de trama golpista contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A sessão deve contar com votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que irão se pronunciar tanto sobre questões processuais quanto sobre o mérito das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República. O julgamento busca definir responsabilidades em atos que tentaram abalar o processo democrático no país.
Ministros avaliam acusações e rito processual
Na sessão desta terça-feira (9), os ministros do Supremo Tribunal Federal analisam os primeiros pontos relacionados à trama golpista, em especial as questões processuais que podem influenciar o andamento do julgamento. Entre os temas discutidos está a admissibilidade das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República e a validade dos depoimentos colhidos ao longo da investigação.
A ordem de votação seguirá a sequência: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.
As sessões estão previstas para ocorrer:
- 9 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
- 10 de setembro – 9h às 12h
- 11 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
- 12 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
O cronograma, no entanto, pode ser alterado de acordo com o andamento dos votos
O julgamento é acompanhado de perto por partidos políticos, entidades da sociedade civil e pela opinião pública, já que o caso é considerado um dos mais relevantes da atual agenda do STF.
Denúncia da PGR e réus envolvidos
A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que a trama golpista envolveu a prática de cinco crimes graves. Veja os detalhes:
Crimes apontados pela PGR:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – ocorre quando alguém tenta, com violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Pena: 4 a 8 anos de prisão.
- Golpe de Estado – tentativa de depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. Pena: 4 a 12 anos de prisão.
- Organização criminosa – quando quatro ou mais pessoas se reúnem, de forma estruturada e com divisão de tarefas, para cometer crimes. Pena: 3 a 8 anos.
- Dano qualificado – destruir, inutilizar ou deteriorar patrimônio da União, com violência e grave ameaça, causando grande prejuízo. Pena: 6 meses a 3 anos.
- Deterioração de patrimônio tombado – destruir, inutilizar ou deteriorar bem protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena: 1 a 3 anos.
Réus denunciados pela PGR:

- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens da Presidência
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
- Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil
A acusação sustenta que esses nomes formaram o núcleo central da trama golpista, atuando de maneira organizada para fragilizar as instituições democráticas e tentar alterar o resultado eleitoral.
