OMS inclui medicamentos como Ozempic e Wegovy à lista de essenciais

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (05), a inclusão de medicamentos como semaglutida (ingrediente ativo do Ozempic e Wegovy), dulaglutida, liraglutida e tirzepatida na sua Lista Modelo de Medicamentos Essenciais — um catálogo considerado referência global sobre quais fármacos devem estar disponíveis em todos os sistemas de saúde plenamente funcionais.

Esta atualização visa ampliar o acesso a essas terapias inovadoras, especialmente em países de renda baixa, incentivando a produção de versões genéricas mais acessíveis.

O que significa estar na lista de medicamentos essenciais?

A Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS, atualizada a cada dois anos desde 1977, apresenta os fármacos que, segundo a organização, devem ser prioritários para atender às principais necessidades de saúde da população. A inclusão de um medicamento pode estimular a produção de genéricos, reduzir custos e ampliar o acesso — como ocorreu com os antirretrovirais nos anos 2000.

Os medicamentos recém-incluídos pertencem à classe dos agonistas do receptor GLP-1 (e, no caso da tirzepatida, também do GIP). Eles imitam o hormônio intestinal GLP-1, estimulando a produção de insulina, reduzindo o glucagon, retardando o esvaziamento gástrico e promovendo saciedade.

Esses efeitos ajudam no controle da glicemia, na redução de peso e ainda oferecem proteção cardiovascular e renal. A tirzepatida se destaca por atuar em dois receptores diferentes, potencializando os resultados no tratamento da diabetes tipo 2 e da obesidade.


Obesidade pode ser tratada pelos medicamentos adicionados à lista essencial da OMS (Foto: reprodução/Milatas/Getty Images embed)


Impacto no acesso e no custo

Os preços elevados — que podem chegar a US$ 1 000 por mês em países como os Estados Unidos — dificultam o acesso a essas terapias, especialmente em nações em desenvolvimento. A OMS destacou que a entrada desses medicamentos na lista de essenciais pode estimular a produção de genéricos.

Estimativas indicam que a semaglutida genérica poderia ser produzida por menos de US$ 5 por mês em locais como a Índia. Além disso, a patente da semaglutida expira em alguns países já em 2026, o que deve acelerar o processo de barateamento.

A inclusão de semaglutida, dulaglutida, liraglutida e tirzepatida na lista de medicamentos essenciais da OMS representa um marco importante no combate à diabetes tipo 2 e às suas complicações. A medida busca não apenas garantir tratamentos eficazes a pacientes com obesidade e comorbidades cardiovasculares ou renais, mas também ampliar o acesso por meio de genéricos, fortalecendo a saúde pública mundial.

OMS classifica Hepatite D como cancerígena

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), em parceria com a OMS, classificou o vírus da hepatite D, assim como a B e C, cancerígena para os seres humanos. Assim, a doença passa agora a integrar a mesma lista que o Papilomavírus Humano (HPV), responsável pelo desenvolvimento de diversos tipos de câncer.

Doença silenciosa

A hepatite D só pode ser contraída por pessoas que previamente já estão infectadas pela hepatite B. A contaminação é feita através do contato com sangue ou fluidos corporais infectados. E quando a pessoa contrai o tipo D, há um aumento de duas a seis vezes no risco de desenvolvimento de câncer de fígado. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com os vírus das hepatites B, C e D. Essas doenças causam mais de 1,3 milhões de mortes anuais, uma média de 3,5 mil pessoas por dia. A OMS ainda emitiu um alerta de saúde pública aos governos e parceiros para acelerarem urgentemente os esforços para eliminar a hepatite viral.

O Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, argumenta: “A cada 30 segundos, alguém morre de uma doença hepática grave ou câncer de fígado relacionado à hepatite. No entanto, temos as ferramentas para deter a hepatite.”


Vacinação continua sendo a melhor forma de prevenção (Foto: reprodução/Dasril Roszandi/Getty Images Embed)


Prevenção e tratamento

Apesar de termos grandes avanços na medicina, o combate às hepatites virais ainda enfrenta dificuldades. A melhor forma de se prevenir contra hepatite B, e consequentemente a D, continua sendo a vacinação, contudo outros cuidados podem ser tomados, como usar preservativo em relações sexuais e não compartilhar objetos pessoais como alicates ou agulhas, ajudam a se proteger da doença.

Agora, caso a pessoa já esteja contaminada com algum tipo, o tratamento para o tipo C consiste em medicamentos orais que podem oferecer a cura em poucos meses, já o tipo B exige controle por medicação contínua para garantir que não evolua para algum tipo de câncer ou cirrose. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina, o tratamento e a testagem gratuitamente a todos. É necessário apenas se dirigir ao posto de saúde mais próximo com documento de identificação e solicitar o exame ou agendar uma consulta para iniciar o tratamento.

Nova variante XFG da Covid-19 é detectada no Brasil e já está presente em 38 países

Oito casos da nova variante XFG da Covid-19 foram identificados no Brasil, segundo informou o Ministério da Saúde. A variante XFG da Covid-19 foi identificada pela primeira vez no Brasil, com seis casos confirmados no Ceará e dois em São Paulo. Até o momento, não há registros de óbitos associados a essa linhagem no país.

A cepa já foi detectada em pelo menos 38 países e está sendo acompanhada de perto por autoridades sanitárias ao redor do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) inseriu a variante XFG na categoria “variante sob monitoramento”, destinada a linhagens com alterações genéticas potentes e potencial de transmissibilidade ampliado. Embora isso indique necessidade de atenção, ainda não há evidências claras sobre seu impacto na saúde pública, ou seja, embora a variante possa se espalhar mais fácil, seu risco à população ainda é incerto.

Variante é descendente da Ômicron

A variante XFG é uma sublinhagem recombinante do SARS-CoV-2, originada da fusão genética das variantes LF.7 e LP.8.1.2, ambas pertencentes à família Ômicron. Em países do Sudeste Asiático, a XFG já é responsável pela maioria dos casos de Covid-19 identificados recentemente. A variante XFG da Covid-19 tem mostrado um aumento significativo de circulação nas Américas, passando de 7,8% para 26,5% em poucas semanas, conforme relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) .

Apesar do avanço rápido, a organização internacional considera que o risco global representado pela XFG segue baixo, mas continua acompanhando a evolução da cepa em diferentes regiões.


O Brasil confirmou o primeiro caso da variante XFG da Covid (Foto: reprodução/Instagram/@bandjornalismo)


Vacinação é destaque na estratégia de prevenção

O Ministério da Saúde do Brasil mantém uma vigilância ativa sobre as variantes da Covid-19 por meio da Rede Nacional de Sequenciamento Genético. O acompanhamento segue as atualizações e classificações feitas pela OMS sobre novas linhagens.

A pasta também reforçou que a vacinação continua sendo a principal forma de proteção contra casos graves e mortes provocadas pelo coronavírus. Em 2025, mais de 14,2 milhões de doses da vacina foram distribuídas no Brasil. Desde o ano anterior, o imunizante passou a integrar oficialmente o calendário nacional de vacinação, sendo destinado prioritariamente a crianças, gestantes, pessoas idosas e outros grupos de risco.

Governo suspende eventos com aves e endurece regras para criadores

O Ministério da Agricultura determinou a suspensão, em todo o Brasil, de eventos que envolvam a concentração de aves, como feiras, torneios e exposições. Além disso, criadores registrados não poderão manter aves soltas ao ar livre sem telas de proteção na parte superior dos piquetes.

A medida entrou em vigor imediatamente e terá duração inicial de 180 dias, podendo ser prorrogada caso necessário. O governo justifica a decisão como forma de reduzir o risco de entrada e disseminação da gripe aviária no país, já que surtos recentes foram identificados em países vizinhos da América do Sul.

Objetivo e impactos da medida

A restrição busca proteger a produção avícola nacional e reduzir os riscos de transmissão da doença, que pode afetar tanto a economia quanto a saúde animal. Criadores devem seguir as novas diretrizes para evitar penalidades, e qualquer flexibilização das regras só poderá ocorrer com autorização dos órgãos estaduais responsáveis pela vigilância sanitária.

A gripe aviária é causada por variações do vírus influenza, que normalmente circulam entre aves, mas podem afetar outras espécies. Em alguns casos raros, a doença pode ser transmitida a humanos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2003 e o final de 2023, foram registrados 939 casos em pessoas, espalhados por 24 países, com 464 mortes.


De 2003 até 2023, 464 pessoas já morreram com o diagnóstico de gripe aviária (Foto: reprodução/Gaizka Iroz/Getty Images Embed)


Expansão do vírus e monitoramento

Desde 2022, a variante H5N1 tem avançado rapidamente entre aves selvagens e de criação. Além disso, já foi detectada em mamíferos como leões-marinhos na América do Sul, furões na Europa e, mais recentemente, em rebanhos de gado leiteiro nos Estados Unidos.

O vírus também tem alcançado áreas antes pouco afetadas, incluindo a Antártica. O governo seguirá monitorando a situação e poderá adotar novas medidas para evitar a propagação da doença no Brasil. A recomendação é que os criadores fiquem atentos às atualizações oficiais e sigam as orientações sanitárias para minimizar os riscos.

Crescimento de casos de sarampo na Europa preocupa OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quinta-feira (13) uma análise que mostrou um crescimento preocupante de casos de sarampo na Europa. Só em 2024 foram mais de 127 mil ocorrências da doença, a maioria delas em crianças antes do quinto ano de idade.   

Além da OMS, o relatório também contém dados do Fundo das Nações Unidas para Infância, a UNICEF, que mostrou que metade dos contaminados pela doença precisou de internação hospitalar, enquanto 36 deles não sobreviveram. Desde 1997 – quando o continente europeu registrou 126 mil diagnósticos do vírus- não se via tantos casos. Para se ter uma dimensão, a Europa foi responsável por um terço de todos os casos de sarampo noticiados no mundo no ano passado.  

Imunização contra o vírus (Foto: reprodução/Freepik)

Desinformação atrapalha imunização

Na Europa, sequelas econômicas e comportamentais deixadas pela pandemia de Covid-19 estão entre os motivos da baixa imunização. Países como Bósnia, Montenegro e Romênia vacinaram menos de 80% de suas crianças. Antes da pandemia, a vacinação chegava a 93% delas, mas ainda abaixo do recomendado pela OMS, que é de 95%. O desinteresse na vacina contra o vírus do sarampo (Measles morbillivirus) não é exclusividade do continente europeu, nos Estados Unidos, outro motivo atrapalha a imunização. A desinformação é combustível para manter os americanos longe das vacinas. O país enfrenta uma crescente onda de contaminados, a pior desde 2019. Só em janeiro deste ano, já foram notificados 250 casos, com duas mortes confirmadas. O problema preocupa ainda mais autoridades americanas pelo fato de o atual secretário de saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr. atuou no movimento antivacina e desmobilizou a vacinação contra Covid-19.  

Brasil livre de sarampo

A partir de 1995, quando autoridades de saúde junto ao governo federal implementaram um esquema de imunização, o Brasil passou a aplicar em crianças de 12 a 15 meses o tríplice viral, uma combinação de imunizantes contra caxumba, rubéola e sarampo, chegando a 95% de cobertura vacinal. Porém, em 2021, essa cobertura caiu para 74%, fazendo com que o país perdesse o reconhecimento de território livre da doença. Para mudar este cenário, o Ministério da Saúde precisou investir em vacinação em áreas de difícil acesso, nas fronteiras e combater a desinformação. Como resultado, em 2024, o Brasil reconquistou o título de país sem notificação de sarampo, que foi entregue pela Organização Pan-Americana de Saúde.    

Veja quem pode se vacinar contra o sarampo  

Bebês de 12 meses recebem o tríplice viral e aos 15 meses o reforço tetraviral.  Qualquer pessoa entre 30 e 59 anos que esteja com esquema vacinal incompleto deve procurar uma unidade de saúde mais próxima e atualizar a imunização.  

Argentina anuncia sua saída da OMS

A Argentina anunciou sua saída da Organização Mundial da Saúde nesta quarta-feira (5). De acordo com o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, a saída se deu pelas divergências de opiniões sobre os assuntos relacionados à gestão sanitária. Desta forma, nos próximos meses o país irá interromper todas as contribuições financeiras para os trabalhos da OMS.


Argentina anuncia saída da OMS (Reprodução/YouTube/CNN)

Segundo o porta-voz, o presidente do país, Javier Milei, incitou o ministro das Relações Exteriores a remover a participação da Argentina na Organização devido às “diferenças sobre a gestão sanitária”, sobretudo durante a pandemia da Covid-19. Esta é a primeira medida tomada pela gestão de Milei. Segundo fontes do jornal argentino La Nación, nos próximos dias, Milei irá anunciar a saída do país de outros espaços. A decisão será oficializada através de um decreto assinado pelo presidente.

Saída dos EUA da OMS

No dia da posse do presidente Donald Trump, em 20 de janeiro, o líder assinou diversos decretos presidenciais que foram transmitidos ao vivo. Dentre as medidas tomadas em seu segundo mandato está a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde. O país é um dos principais financiadores dos trabalhos da Organização.


Donald Trump assina a retirada dos EUA da OMS (Reprodução/UOL)

Em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, o presidente anunciou a primeira saída do país da Organização e argumentou que os custos fornecidos pelo país à OMS eram desproporcionais comparados aos de outros países. Entretanto, em 2021, o ex-presidente Joe Biden restabeleceu o vínculo com a Organização.

Durante a posse do seu segundo mandato, Trump anunciou novamente a saída dos EUA da OMS e alegou uma má administração dos recursos por parte da Organização, cobranças financeiras injustas e ineficiência na adoção de medidas emergenciais. Além disso, Trump também alega que a OMS os “roubou”.

Apelo da OMS

Logo após o anúncio da saída dos EUA e a consequente suspensão dos recursos para o programa de combate à AIDS no mundo, a OMS emitiu uma nota sugerindo que a medida fosse reavaliada pela gestão atual e expressou grande preocupação. De acordo com a nota, a suspensão dos recursos representa ameaça e retrocesso globais.

Essas medidas, se prolongadas, podem levar ao aumento de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e possivelmente levando o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV a cada ano, incluindo muitos nos Estados Unidos”, diz a nota.

A medida resultou no fechamento de diversas clínicas locais e na suspensão dos atendimentos em diversos países na África. A decisão de Trump representa um corte de U$ 500 milhões em recursos para os programas de saúde pública no mundo.

Presidente Donald Trump retira Estados Unidos da OMS

No primeiro dia de seu mandato, o presidente republicano Donald Trump assinou diversos decretos presidenciais, transmitidos ao vivo mundialmente. Entre as medidas adotadas estão: a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), o congelamento de contratações no setor público, exceto para as Forças Armadas, o retorno obrigatório dos trabalhadores federais ao regime presencial, um decreto para que as autoridades tratem do custo de vida no país, a retirada do Acordo de Paris e uma ordem para que o governo federal promova a liberdade de expressão e impeça a censura.

Saída da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Em julho de 2020, durante a pandemia de Covid-19, os Estados Unidos se retiraram da OMS pela primeira vez sob a liderança de Trump, que argumentou que os custos pagos à organização eram desproporcionais em relação a outros países. Em 2021, no entanto, o presidente Joe Biden restaurou o vínculo dos EUA com a OMS logo no início de seu mandato.

No último dia 20, Trump anunciou novamente a saída do país da OMS, alegando má gestão da organização, ineficiência na adoção de medidas urgentes e cobranças financeiras injustas. “A OMS nos roubou”, declarou Trump no Salão Oval ao assinar os decretos executivos.

Por outro lado, Tarik Jašarević, representante da OMS, lamentou a decisão e pediu que o presidente reconsiderasse, destacando o impacto global que essa medida pode causar na vida das pessoas.


Decretos assinados por Donald Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)


Relação com o Brasil

Durante a cerimônia de posse, Trump respondeu a perguntas sobre a relação dos Estados Unidos com o Brasil e outros países da América Latina. O presidente afirmou que pretende manter boas relações com a região, destacando que “eles dependem mais dos Estados Unidos do que os Estados Unidos deles”.

Matéria por Cindy Lima (Lorena r7)

Após 5 anos da pandemia, OMS solicita que China compartilhe dados sobre Covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) solicitou, nesta semana, que a China compartilhe dados sobre a pandemia de Covid-19 e suas origens. A OMS justificou que o pedido reforça a cooperação entre os países e que, sem transparência, não será possível que o mundo se prepare adequadamente para futuras epidemias e pandemias.

A organização colocou o ato como um marco significativo, a OMS destacou que “este é um imperativo moral e científico”. Apesar de muitos cientistas considerarem que o vírus tenha sido espalhado naturalmente entre animais e humanos, ainda existem suspeitas sobre outras origens. A teoria mais divulgada é a de que a pandemia começou com o consumo de morcegos infectados.

Embate OMS e China

A China ainda não emitiu uma resposta à declaração da OMS, que foi divulgada nesta segunda-feira (30). A China já rejeitou anteriormente qualquer possibilidade de que o vírus da Covid-19 tenha se espalhado por vazamento de um laboratório em Wuhan, região onde ocorreram as primeiras infecções.


Pandemia de Covid-19 exigiu diversas medidas e lockdowns pelo mundo. (Foto: reprodução/ X/ @agenciapublica)

Cinco anos atrás, em 31 de dezembro de 2019, o escritório da OMS na China recebeu uma declaração da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan sobre casos de ‘pneumonia viral’ na cidade”.

Organização Mundial da Saúde (OMS)

A organização destacou que começou a atuar imediatamente, assim que foi notificada sobre o problema, tudo num período de três dias, até o momento em que o mundo foi notificado sobre os riscos, no dia 1º de janeiro de 2020.

Próximos passos

De acordo com o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, a pandemia de Covid-19 deixou pelo menos 7 milhões de mortos no mundo. A pandemia deixou de ser um risco global somente em maio de 2023. Apesar da estimativa, a OMS indica que existe uma subnotificação em diversos países, o que poderia aumentar o número para algo próximo dos 20 milhões.

Os alertas da OMS e o pedido à China são ações da organização para combater a falta de ação em relação ao risco de futuras pandemias, que “podem surgir a qualquer momento”. Os objetivos são para que o mundo esteja preparado.

Autoridades do Canadá confirmam primeiro caso de nova cepa de Mpox

Recentemente, autoridades canadenses confirmaram o primeiro caso no país de uma nova forma do vírus Mpox, o Clado 1b, detectada pela primeira vez no leste do Congo. O paciente apresentou sintomas após viajar, está sendo tratado em Manitoba, onde reside. A Agência de Saúde Pública do Canadá afirmou que o risco para a população permanece baixo pois o paciente está em isolamento. 

O que é a Mpox e como ocorre sua transmissão 

A Mpox é uma doença viral, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, pertencente ao gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Com sintomas semelhantes aos da varíola humana, a doença pode ser transmitida de animais para humanos ou entre pessoas. Inicialmente descoberta em 1958, em macacos, e com o primeiro caso humano registrado em 1970.

A Mpox é transmitida principalmente por contato, sendo comum entre pessoas por relações sexuais. Pode ser transmitida por meio de pessoas infectadas ou objetos contaminados pelo vírus, e os principais sintomas são lesões na pele, febre, calafrios e dores no corpo. Grupos vulneráveis, como crianças e mulheres grávidas, estão em alto risco

As ocorrências estão sendo rastreadas em diversos países. Além do Canadá, o vírus já foi identificado em outros países, como o Reino Unido e os EUA. Com casos registrados em quase 80 países em 2024, de acordo com dados da OMS, 19 são de nações africanas, com a República Democrática do Congo em destaque.


República Democrática do Congo tratando crianças pelos casos de Mpox (Foto: reprodução/Arlette Bashizi/Bloomberg/Getty Images Embed)

A OMS manteve alerta de alto risco

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional em saúde pública devido ao aumento de casos da nova cepa do vírus, especialmente no Congo.

Em 22 de novembro, o Comitê de Emergência da OMS confirmou que a doença permanece com o mais alto nível de alerta, destacando a crescente disseminação e o número elevado de infecções, particularmente em áreas como a República Democrática do Congo. O nível máximo de alerta sanitário da organização foi declarado pela primeira vez em 14 de agosto deste ano.

OMS implementa vacina conta Mpox

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou na última sexta-feira (13) que a vacina MVA-BN, desenvolvida pela Bavarian Nordic, farmacêutica dinamarquesa, é o primeiro imunizante contra a chamada mpox a ser incluído na lista de pré-qualificação.

Vacina passou por avaliação

Esta inclusão mostra que o produto passou por uma avaliação e foi aprovado para uso em programas de saúde pública apoiados pela OMS e outras entidades internacionais. Com essa notícia, é esperado um aumento na aquisição e distribuição da vacina, isso visa a disponibilidade de doses em áreas com maior necessidade.

Yukiko Nakatani, enfatiza que a pré-qualificação é essencial para acelerar a aquisição contínua da vacina contra a mpox por governos e agências internacionais, como a Gavi (Aliança Mundial para Vacinas e Imunização) e a Unicef, fazendo o auxílio nas comunidades na linha de frente da emergência na África e em outros locais.


Gestante sendo vacinada (Foto: reprodução/SDI Productions/Getty Images Embed)


A vacina MVA-BN, é aplicada também em adultos com mais de 18 anos, em um esquema de duas doses, com um intervalo de duas semanas. Em situações de surto, a OMS recomenda o uso da vacina em gestantes, bebês e imunocomprometidos, mesmo fora das indicações originais.

Anvisa aprova vacina em casos excepcionais

No Brasil, a vacina vem sendo autorizada em caráter excepcional e temporário pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilancia Solitaria). Com a última renovação, a dispensa de registro do imunizante permanece valida até fevereiro de 2025.

A medida tomada pela OMS visa facilitar a importação da vacina contra a doença. Que voltou a configurar uma emergência de saúde global devida à disseminação da nova forma da MPXV, vírus este responsável pela enfermidade. Na África, continente onde a Variante foi reportada pela primeira vez, já consta com 24873 casos e 643 óbitos.

Já no Brasil, desde janeiro até as primeiras semanas de setembro, o número de registros é de 1015 casos, contra 853 de todo o ano de 2023, e mais 426 casos estão sob investigação.