Papa Leão XIV condena violência política após assassinato de Charlie Kirk

Durante reunião no Vaticano com o embaixador dos Estados Unidos, Brian Burch, no sábado (13), o papa Leão XIV expressou preocupação com a escalada da violência política. O pontífice condenou os discursos radicais que alimentam o ódio e pediu mais diálogo entre os povos. A fala ocorreu dias após o assassinato de Charlie Kirk, influenciador conservador norte-americano, morto a tiros na Universidade do Vale do Utah. Para o papa, episódios como esse evidenciam a urgência de combater a polarização com empatia e oração.

Preocupação cresce no Vaticano após crime político

O papa Leão XIV recebeu o embaixador norte-americano em audiência privada, três dias após a morte de Charlie Kirk. Durante o encontro, ele ressaltou o risco crescente da radicalização política, que tem resultado em ataques e violência, especialmente entre jovens. Além de condenar o assassinato, o pontífice afirmou estar orando pela família de Kirk. Ele destacou a importância de recuperar a empatia nas relações sociais. Para ele, a fé pode ser uma ponte entre ideologias opostas, desde que usada com responsabilidade.


Publicação de Vatican News (Vídeo: Reprodução/Instagram/@vaticannewspt)


Durante a reunião, Leão XIV também manifestou inquietação com o papel das redes sociais na amplificação de discursos de ódio. Ele alertou que o ambiente digital, quando usado sem critérios éticos, se torna terreno fértil para desinformação, ataques pessoais e radicalização. O papa reforçou que o mundo virtual precisa de limites claros, especialmente quando influencia decisões no mundo e alimenta divisões sociais.

Papa critica retórica polarizada e defende o diálogo

Segundo o Vaticano, Leão XIV alertou para o uso da dor como instrumento político. Ele pediu que líderes, influenciadores e governos se comprometam com uma comunicação mais ética. A polarização, segundo o papa, ameaça a dignidade humana.

A Santa Sé também reforçou que está monitorando a situação política global com atenção. O papa pretende intensificar mensagens públicas em defesa da paz. Para ele, o assassinato de Kirk é um lembrete de que o silêncio diante do ódio pode custar vidas.

Em discurso emocional, Papa Leão pede o fim da proliferação de armas

Neste domingo (31), o Papa Leão, o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos, fez um apelo emocional e poderoso, pedindo o fim da que ele chamou de “pandemia de armas”. A declaração veio após um trágico tiroteio em uma escola católica em Minnesota, nos EUA, que resultou na morte de duas crianças. Falando na Praça de São Pedro, o Papa Leão expressou suas orações pelas vítimas do ataque, destacando a dor e o luto que o evento causou.

Papa Leão faz apelo global contra armas e compara crise à pandemia

Em sua oração semanal, o pontífice implorou a Deus para intervir e ajudar a acabar com a “pandemia de armas grandes e pequenas que infecta o nosso mundo”. Essa escolha de palavras, comparando a proliferação de armas a uma doença global, sublinha a urgência e a gravidade da situação. A violência armada, especialmente aquela que afeta crianças em locais de refúgio como escolas, é um tema que tem tocado profundamente o líder da Igreja Católica.


Ao invocar a fé e a oração, ele convida a todos, independentemente de suas crenças, a refletir sobre o valor da vida humana (Foto: reprodução/X/@vaticannews_pt)

A abordagem do Papa Leão sobre este assunto reflete um estilo diferente de seu antecessor. Ele, que foi eleito em maio após o falecimento do Papa Francisco, tem sido descrito como mais cauteloso e menos propenso a improvisos em suas aparições públicas. No entanto, este apelo específico marcou um momento raro em que ele usou seu inglês nativo para se dirigir a uma audiência global, demonstrando a profundidade de sua preocupação com a questão. A escolha de usar o inglês, em vez do italiano, que é a língua tradicional do papado, ressalta a importância que ele atribui a este tema, comunicando diretamente com sua nação de origem e com o mundo.

Papa destaca crise moral da violência armada e convoca união global pela paz

A “pandemia de armas” é um problema que transcende fronteiras e religiões, e o apelo do Papa Leão serve como um lembrete de que a violência armada não é apenas uma questão política ou social, mas também uma crise moral e espiritual. Ao invocar a fé e a oração, ele convida a todos, independentemente de suas crenças, a refletir sobre o valor da vida humana e a trabalhar juntos para criar um mundo mais seguro e pacífico. Sua voz se soma a um coro crescente de líderes e cidadãos que pedem mudanças significativas para proteger as comunidades da violência desenfreada.

Papa Leão XIV se solidariza com população do Afeganistão após desastre

O Papa Leão XIV expressou, nesta segunda-feira (1), sua profunda solidariedade à população afegã atingida pelo terremoto de magnitude 6 na escala Richter, no último domingo (31), que devastou as províncias orientais do país, deixando milhares de civis desabrigados, mais de 800 mortos e ao menos 2800 feridos. A mensagem papal vem como alento para a população do Afeganistão que necessitará de toda a ajuda humanitária possível para a reestruturação do país.

A mensagem do Papa

A mensagem do papa foi assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e foi envolvida por um tom de consternação, preocupação e desejo de recuperação do país após a tragédia. Na mensagem, o Papa declarou estar “Profundamente entristecido pela significativa perda de vidas”.

Sua mensagem ressalta “sincera solidariedade, em particular, àqueles que choram a perda de entes queridos e às equipes de emergência e autoridades civis envolvidas nos esforços de resgate e recuperação. Neste momento difícil para a nação”. O Papa terminou dizendo estar “rezando fervorosamente pelas almas dos falecidos, dos feridos e por aqueles que ainda estão desaparecidos”, invocando bênçãos de consolo e força sobre o povo afegão.


Papa Leão XIV, pontífice máximo da Igreja Católica (Foto: reprodução/Vatican Pool/Getty Images embed)


Detalhes do desastre natural

O terremoto, registrado às 23h47 (horário local), teve epicentro cerca de 27 km a nordeste de Jalalabad, nas províncias de Nangarhar, Kunar e Laghman. Seu foco raso — entre 8 e 10 quilômetros de profundidade — e a construção frágil das casas de adobe agravaram o impacto, resultando em mais de 800 mortos e até 2.800 feridos. A região montanhosa e de difícil acesso complicou as ações de resgate, com equipes recorrendo a helicópteros para evacuar centenas de vítimas, apesar das vias bloqueadas por deslizamentos. 

Resposta Humanitária

Organizações internacionais como ONU e UNICEF mobilizaram assistência emergencial, enquanto países como Irã, Índia e China se comprometeram com ajuda humanitária. Ambulâncias aéreas, doações de mantimentos, tendas e apoio médico têm chegado, embora ações ainda sejam insuficientes frente à escala da tragédia. Milhares de famílias, muitas recém-retornadas do exílio no Paquistão e Irã, encontram-se desabrigadas e em estado de vulnerabilidade, agravado pela escassez de recursos e cortes no financiamento internacional desde 2021, após o retorno do Talibã ao poder.

Em meio à devastação, as palavras do Papa Leão XIV oferecem um gesto simbólico poderoso e muito humano, reafirmando o clamor por compaixão e apoio global nesse momento de dor — e lembrando a urgência de união internacional diante de crises humanitárias crescentes.

Os passatempos de Leão XIV antes de ser papa: exercícios físicos, jogar tênis e comer pizza

O programa Fantástico deste domingo (11) apresentou um perfil do novo papa, destacando suas atividades de lazer em Roma, além de revelar seus restaurantes e pratos favoritos. Leão XIV, conhecido por apreciar a culinária internacional, também é adepto de atividades físicas.

Robert Prevost, escolhido recentemente para liderar a Igreja Católica, tem uma pizzaria predileta na capital italiana, localizada nas proximidades do Vaticano. Apesar desse gosto aparentemente simples, Leão XIV se mostra um homem com interesses amplos e diversificados.

Ligação com Roma e seus hábitos

O novo papa tem uma longa relação com Roma, tendo vivido na cidade em diferentes períodos de sua vida. Aos 27 anos, ele estudou direito canônico na Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino. Mais recentemente, em 2023, retornou à capital italiana após ser nomeado cardeal pelo papa Francisco.

Essa trajetória faz com que Leão XIV tenha grande familiaridade com Roma. Desde o século IX, a área do Vaticano é cercada por muros históricos, mas o então cardeal Prevost não se limitava a circular apenas para compromissos religiosos.

Entre suas preferências gastronômicas, destacava-se um restaurante chinês, onde costumava pedir carne de porco com pimentão, cenoura e molho agridoce. No entanto, ele gostava de variar, optando também por pratos como camarão com legumes ou pato ao molho de laranja.


Fantástico foi até a academia que o Papa costumava frequentar (reprodução/X/@showdavida)

O cardeal costumava jogar tênis em uma quadra com vista para a Basílica de São Pedro. Ele chegou a comentar que foi através desse esporte que aprendeu a cultivar a virtude da paciência. A academia também era um local bastante frequentado, e ele não só pagava, mas ia quase todos os dias.

Desafios de Leão XIV

O brasileiro Juliano, de 34 anos, é o mais jovem pároco de Roma, ele acredita que o maior desafio do papa será conciliar as crises globais, como os conflitos armados e  as constantes inovações do mundo moderno. Ele ressalta a importância de lidar com a digitalização e os novos meios de comunicação, sem perder de vista a preservação de valores internos da Igreja

Leão XIV e o desafio de enfrentar os abusos na Igreja

A escolha do cardeal Robert Francis Prevost como novo líder da Igreja Católica Apostólica Romana, agora conhecido como papa Leão XIV, provocou reações divididas entre fiéis, membros da Igreja e organizações civis.

Aos 69 anos, Prevost assume o papado com o desafio de dar continuidade à luta contra os abusos sexuais cometidos por membros do clero, uma questão que há décadas compromete a credibilidade e a autoridade moral da Igreja.

Preocupação da SNAP

Entidades como a Rede de Sobreviventes de Abuso Sexual por Sacerdotes (SNAP) e a organização Bishop Accountability expressaram preocupação com a postura de Leão XIV frente à transparência e à responsabilização de padres envolvidos em crimes sexuais. As críticas recaem principalmente sobre seu período como bispo de Chiclayo, no norte do Peru, entre 2013 e 2025.

Durante esse tempo, ele teria deixado de divulgar os nomes de acusados e não teria aberto investigações formais mesmo após denúncias de vítimas. Segundo essas organizações, algumas das vítimas recorreram às autoridades civis apenas anos depois, sem obter resposta da Igreja.


Manifestação da SNAP (reprodução/x/@enzo_barrila)

A atuação de Prevost enquanto prefeito do Dicastério para os Bispos também levanta questionamentos. Nessa função, ele era responsável por avaliar casos contra bispos acusados de abuso ou de encobrir crimes, mas, segundo as ONGs, não houve punições públicas nem informações claras sobre os processos. A falta de desfechos visíveis reforça as críticas sobre uma possível conivência com o silêncio institucional.

Participação do atual papa

No entanto, o novo papa também é reconhecido por ter participado ativamente da denúncia e posterior intervenção do Sodalício de Vida Cristã, uma congregação peruana envolvida em sérios casos de abuso e corrupção. Sua colaboração nesse processo foi destacada por vítimas e defensores dos direitos humanos. Antes de deixar o Peru, Prevost também se reuniu com sobreviventes de abusos, demonstrando abertura ao diálogo.

O histórico ambivalente de Leão XIV alimenta incertezas sobre o futuro da Igreja no enfrentamento dessa crise. O novo pontífice herdou de Francisco um conjunto de reformas e normas que precisam ser ampliadas e efetivadas, como o fim do segredo pontifício e a exigência de denúncias internas.

A sociedade civil e as vítimas esperam que, nos primeiros meses de seu pontificado, ele adote medidas concretas e corajosas. Entre as demandas mais urgentes estão a criação de uma legislação canônica com tolerância zero e a criação de um fundo de reparação para os sobreviventes. A forma como Leão XIV irá conduzir esse processo poderá definir sua liderança e o rumo da Igreja Católica nas próximas décadas.

Líder agostiniano brasileiro diz que novo papa tem coração latino

A escolha de Robert Prevost como o novo papa da Igreja Católica foi recebida com entusiasmo por representantes religiosos no Brasil. Em entrevista à CNN, o frei Maurício Manosso Rocha, que lidera a província agostiniana brasileira, comentou sobre a trajetória do pontífice e destacou sua forte ligação com a América Latina.

Vivência no Peru e escuta atenta aproximam novo papa da América Latina

Mesmo nascido nos Estados Unidos, Prevost passou boa parte de sua vida religiosa em países latinos, principalmente no Peru. Para o frei, essa vivência torna o novo papa alguém com coração latino, profundamente conectado com a realidade das comunidades da região. Segundo ele, Prevost é um homem com ampla visão de mundo e que conhece bem as diferentes culturas dentro da Igreja, graças às visitas que realizou a diversas comunidades agostinianas pelo planeta.


O papa Leão XIV, Robert Prevost, faz sua primeira aparição na varanda da Basílica de São Pedro, após ser eleito como o 267º pontífice da Igreja Católica (Foto: Reprodução/Alberto Pizzoli/Getty Images Embed)


Frei Maurício também contou que já teve a chance de conhecer Prevost pessoalmente. Os dois se encontraram algumas vezes durante viagens oficiais da ordem agostiniana e, em uma dessas ocasiões, conversaram na Espanha, quando Prevost ainda atuava como teólogo. Para ele, trata-se de uma figura acessível, com escuta atenta e grande capacidade de diálogo.

Conheça o novo papa: Leão XIV

Robert Prevost tem 69 anos e nasceu em Chicago, nos Estados Unidos. Em 2015, tornou-se cidadão peruano, após mais de uma década de trabalho missionário em Trujillo. Mais tarde, foi nomeado bispo da cidade de Chiclayo, também no Peru, onde atuou até 2023. Ao longo de sua trajetória, também liderou a ordem agostiniana em âmbito mundial, o que lhe garantiu uma visão ampla da Igreja e de seus desafios.

Ao assumir o papado, Prevost adotou o nome de Leão XIV e fez seu primeiro discurso na Praça de São Pedro, onde prestou uma homenagem ao papa Francisco. A expectativa é de que ele continue promovendo reformas e aprofundando o diálogo com as comunidades das Américas, região onde sua atuação é mais conhecida.

Lula felicita Papa Leão XIV e reforça legado de Francisco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizou suas redes sociais nesta quinta-feira (8) para parabenizar o novo líder da Igreja Católica, o cardeal Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV. Enquanto isso, Lula está na Rússia para participar das comemorações dos 80 anos da rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Além disso, o presidente brasileiro expressou seu desejo de que Leão XIV dê continuidade ao legado de Francisco, especialmente na defesa do meio ambiente e no respeito à diversidade. Da mesma forma, Lula destacou a importância da solidariedade e do combate ao ódio e à intolerância.

Por fim, ele completou: “Não precisamos de guerras, ódio e intolerância. Precisamos de mais solidariedade e mais humanismo. Precisamos de amor ao próximo, que é a base dos ensinamentos de Cristo.”


O presidente Lula felicita o novo Papa, Leão XIV, e desejou um papado de solidariedade e amor ao próximo (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)

Direto da Rússia, Lula acompanha escolha do novo pontífice

Desde quarta-feira (7), Lula cumpre agenda oficial na Rússia, onde participa das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, evento que marca o fim da Segunda Guerra Mundial. A visita reforça o compromisso do Brasil com o multilateralismo, além de abrir espaço para novas parcerias internacionais.

Durante sua estadia, o presidente pretende assinar acordos de cooperação em ciência e tecnologia e ampliar as relações comerciais entre os dois países. No momento em que foi revelado o nome do novo pontífice, Lula visitava o Grande Palácio do Kremlin, localizado dentro do Kremlin de Moscou, e é a residência oficial do presidente da Rússia.

A relação de Lula com Francisco e o que esperar do novo Papa

Durante o pontificado de Francisco, Lula manteve contato frequente com ele, trocando cartas e se reunindo em diversas ocasiões. Em 2019, Francisco enviou uma carta a Lula enquanto ele estava preso, incentivando-o a não desanimar. Após sua soltura, em 2020, Lula visitou o Papa no Vaticano. Em 2023, já no terceiro mandato, o presidente brasileiro voltou a encontrá-lo e recebeu uma placa com a mensagem “a paz é uma flor frágil”.

Além disso, Francisco chegou a afirmar que Lula foi condenado sem provas em 2018, em entrevista a uma TV argentina. Em 2024, os dois se encontraram novamente durante a cúpula do G7, na Itália, onde discutiram temas como paz mundial e combate à fome.

Agora, diante de um novo pontífice, o presidente brasileiro espera ter bom relacionamento, embora discorde em algumas declarações dadas em 2012 pelo então cardeal Robert Francis Prevost, hoje Papa Leão XIV.

Robert Francis Prevost é eleito novo papa e usará o nome Leão XIV

A Igreja Católica tem um novo papa. O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito nesta quinta-feira (8), após a tradicional fumaça branca ser vista saindo da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano. Com a eleição confirmada pelo anúncio do “Habemus Papam”, Prevost se torna o primeiro papa dos Estados Unidos na história da Igreja.

Leão XIV será o novo papa

O novo pontífice adotou o nome de Leão XIV e foi ovacionado por uma multidão de fiéis ao surgir na sacada da Basílica de São Pedro para sua primeira aparição pública. Em seu discurso inicial, ele transmitiu uma mensagem de esperança:

“A paz esteja com todos vocês. Esta é a primeira saudação do Cristo ressuscitado. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês.”

Leão XIV assume o trono de Pedro em um contexto de desafios significativos, como a diminuição no número de fiéis em várias regiões do mundo e a continuidade da forte influência do papado anterior.


Papa Leão XIV faz primeiro discurso a fiéis no Vaticano (Foto: reprodução/Tiziana FABI / AFP)

Ele sucede o papa Francisco, falecido há 17 dias após sofrer um AVC e uma insuficiência cardíaca. Francisco havia sido hospitalizado recentemente com pneumonia, agravando seu já frágil estado de saúde.

Prevost, que nasceu em Chicago, construiu grande parte de sua trajetória eclesiástica no Peru, onde serviu por anos e se destacou por seu trabalho pastoral próximo das comunidades locais.

O novo papa é visto como alguém alinhado à linha reformista de seu antecessor. Durante sua primeira fala como pontífice, ele prestou homenagem a Francisco: “Obrigado, papa Francisco. Sou agostiniano. Sou cristão, e, nesse sentido, podemos continuar juntos para aquela pátria para a qual Deus nos preparou”


Fumaça branca anuncia que novo papa foi escolhido (Foto: reprodução/G1)

Conclave é encerrado

A eleição ocorreu no segundo dia do conclave, repetindo o padrão dos conclaves anteriores em 2005 e 2013.

Apesar das expectativas de que o processo se estendesse devido ao número recorde de cardeais votantes, o consenso foi alcançado rapidamente.

A primeira votação, realizada na tarde de quarta-feira (7), e a sessão da manhã de quinta resultaram em fumaça preta, sinalizando indecisão. Apenas na terceira rodada de votos, à tarde, a escolha foi feita.

A confirmação do novo papa marca o fim oficial do período de “Sé Vacante”, intervalo entre o falecimento de um pontífice e a eleição de seu sucessor.

Com isso, inicia-se um novo capítulo no Vaticano, que poderá seguir ou redirecionar os caminhos traçados durante os 12 anos do pontificado de Francisco, caracterizados por reformas e uma aproximação pastoral com os mais vulneráveis.

Conclave: fumaça branca surpreende e confunde porta-voz do Vaticano

O porta-voz oficial do Vaticano, na manhã desta quinta-feira (08), horário de Brasília, gerou confusão em suas redes sociais ao publicar por engano “fumata bianca” como resultado da votação para escolha do novo Papa. Corrigindo-se de imediato após o ocorrido e apagando o comunicado.

Em uma postagem inicial havia a expressão fumaça branca, em tradução livre. No entanto, a continuidade da fumaça expelida pela chaminé da Capela Sistina foi escura, denotando que não houve consenso para a escolha de um novo pontífice.

Assim sendo, sem concordância entre os cardeais, a fumaça escura tomou os céus do Vaticano e marcou o segundo dia do conclave. O novo resultado será anunciado ainda nesta quinta-feira (08), à tarde, pelo horário de Brasília.

Formação de consenso

Para eleger um novo Papa, os cardeais precisam formar maioria de dois terços. Desta forma, dos 133 votantes, 89 precisam concordar votando no mesmo candidato ao papado.

O sinal do resultado, seguindo um ritual da Igreja Católica, é a cor da fumaça expelida pela chaminé da Capela Sistina. Fumaça de cor escura informa que não houve aprovação para a escolha de um novo Papa. Já a fumaça na cor branca caracteriza que houve entendimento entre os cardeais para a escolha do pontífice.


Publicação correta desta manhã sobre o resultado do Conclave (Vídeo: reprodução/Instagram/@vaticannews)


Caso não haja consenso, como nestas três últimas votações, a decisão ficará para o turno seguinte. De acordo com os resultados dos últimos Conclaves, geralmente, a escolha ocorre a partir do segundo dia de votação.

Sinal de fumaça

A fumaça usada como sinal para informar ao mundo a decisão tomada pelos cardeais gera grande expectativa, não só na multidão aglomerada na Praça São Pedro, como também na mídia internacional e nos espectadores à distância.

No entanto, para que a cor da fumaça esteja conforme o resultado da votação, é necessário utilizar produtos químicos para alcançar o resultado desejado.

De acordo com químicos e especialistas no assunto, a fumaça na cor preta é produzida com perclorato de potássio, antraceno e enxofre. Já para o tom esbranquiçado, utiliza-se clorato de potássio, lactose e âmbar.

Essas composições químicas foram adotadas pelo Vaticano a partir de 2005, uma vez que é mais eficaz na produção da coloração. Ainda assim, na manhã desta quinta-feira (08), o tom da fumaça confundiu até mesmo a mídia oficial do Vaticano.

Cardeais estão assistindo ao filme “Conclave” para se prepararem para a escolha do novo pontífice 

Parece que a produção hollywoodiana, “Conclave” tem feito mais do que concorrer e ganhar o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 2025. O filme, dirigido por Edward Berger e estrelado por Ralph Fiennes no papel principal, tem servido de inspiração aos clérigos que estão prestes a participar da real escolha do novo papa. Praticamente uma “cartilha”útil, principalmente neste momento em que os clérigos da realidade papal têm pouca experiência com a política e o protocolo do Vaticano. 

A novidade foi reportada pelo site europeu “Politico”, que publicou alguns relatos de cardeais que assistiram ao filme há alguns meses e agora estão debatendo sobre sua notável precisão. Eles também têm considerado o enredo como uma ferramenta útil de pesquisa, já que uma parte considerável dos cardeais foram nomeados pelo próprio Papa Francisco e, sendo assim, nunca vivenciaram um Conclave, além disso, alguns deles vêm de dioceses pequenas, espalhadas em todo o mundo. 

A influência do filme

O filme “Conclave”, foi lançado apenas quatro meses antes da morte do Papa Francisco, que ocorreu em 21 de abril e, embora tenha parecido um tanto oportuno, mesmo sem ter intenção, serviu de ensinamento sobre os trâmites organizacionais desse tipo de evento, gerando interesse acerca dos assuntos que envolvem líderes papais e intrigas eclesiásticas em milhares de pessoas que assistiram ao filme, pessoas estas que acabaram por acompanhar mais de perto todo o momento doloroso da partida do Papa Francisco e que agora seguem acompanhando o momento histórico do novo Conclave. 


Papa Francisco (Reprodução/Lisa Maree Williams/Getty images embed)


Além da influência sobre o público geral, o filme também levanta questões presentes no meio eclesiástico, como alegações de abusos e divergências internas.

Enredo da obra

Lançado em 2024, o longa, dirigido por Edward Berger, tem Ralph Fiennes como Cardeal Thomas Lawrence, o reitor do College of Cardinals e conta a história de um Conclave requerido após a morte do Papa, o qual o Cardeal Lawrence organiza a votação entre quatro candidatos: Bellini (Stanley Tucci), Adeyemi (Lucian Msamati), Tedesco (Sergio Castellitto) e Tremblay (John Lithgow).  


“Conclave” (Vídeo: reprodução/Youtube/Fãs de cinema)

Bellini é amigo próximo de Lawrence e também do falecido Papa, tem uma postura moderada. Adeyemi é um cardeal africano que poderia se tornar o primeiro Papa do continente representando uma mudança histórica. Tedesco é tradicional e resistente às mudanças progressistas e Tremblay foi o último cardeal a se encontrar com o Papa antes de sua morte. 

Tudo está planejado, porém, antes do início da primera rodada de votação, um novo cardeal, indicado pelo Papa, chega ao Conclave. Benitez, interpretado pelo ator Carlos Diehz, é um mexicano, ordenado secretamente em Cabul, no Afeganistão. Ao ser aceito por Lawrence e receber um voto, começa uma disputa acirrada entre os demais candidatos.