Conheça a “Paralisia de Bell”, condição que afeta a cantora Gabi Melim

A Paralisia de Bell, condição que recentemente afetou a cantora Gabi Melim, ocorre por conta de uma inflamação ou compressão do nervo facial, responsável pela movimentação dos músculos faciais e por funções como a produção de lágrimas, saliva e percepção do paladar. Geralmente, os sintomas aparecem de forma surpreendente, alcançando o pico em até 48 horas.


Vídeo explicativo sobre a Paralisia de Bell (Vídeo: Reprodução/ Youtube/ Neurologia e Psiquiatria)


Sintomas e causas da Paralisia de Bell

O sinal mais marcante da “Paralisia de Bell” é a paralisação unilateral do rosto, que pode variar de uma fraqueza leve, até o impedimento total de mover os músculos de um lado do rosto. Além disso, os pacientes podem apresentar dificuldades para fechar o olho ou mover a boca, junto a queda da pálpebra e do canto da boca, perda parcial ou total do paladar, dor ou desconforto no ouvido ou na mandíbula, além de sensibilidade aumentada ao som no ouvido do lado que foi afetado.

A causa da Paralisia de Bell ainda não é completamente conhecida, mas os estudiosos acreditam que esteja relacionada a processos inflamatórios desencadeados por infecções virais. Outros agentes, como o citomegalovírus e o influenza, também podem estar envolvidos. Além disso, fatores como estresse, diabetes, gravidez e doenças autoimunes podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença.

O diagnóstico é feito clinicamente, com base nos sintomas apresentados, e por exclusão de outras condições, como acidente vascular cerebral ou tumores. Em casos específicos, exames de imagem, como a ressonância magnética, podem ser necessários. O tratamento geralmente envolve o uso de corticosteroides para reduzir o grau da inflamação e, em alguns casos, antivirais. Embora a condição possa causar preocupação, a maioria dos casos apresenta recuperação completa em semanas ou meses, principalmente com o tratamento e acompanhamento médico adequados. A recuperação, entretanto, pode variar de acordo com a gravidade inicial dos sintomas e o tempo de início da intervenção.

Como afetou a cantora Gabi Melim

A cantora do grupo Melim foi afetada com a Paralisia de Bell, que segundo ela foi causada pela ansiedade. Como forma de falar um pouco mais sobre a condição e ainda tranquilizar os fãs, Gabi publicou fotos nas redes sociais, mostrando como estava o seu rosto, os curativos e cuidados utilizados para o tratamento, destacando que está tomando remédios e realizando fisioterapia facial.

Entenda a Paralisia de Bell, doença que atingiu Fernanda Gentil

A sensação de não conseguir mover um lado da face, incongruência ao sorrir, dificuldade em piscar os olhos ou até mesmo incapacidade de mover marcas de expressão, como levantar as sombrancelha ou franzir a testa podem ser indícios da paralisia de Bell, distúrbio que Fernanda Gentil foi diagnosticada.

A jornalista usou as redes sociais para compartilhar os primeiros indícios da doença e como foi o estopim para que ela entendesse que se tratava de algo a mais que o comum. 

Fernanda conta que notou uma dormência nos lábios ao beijar seu filho, entretanto, ignorou o sintoma naquele primeiro momento. Alguns dias depois teve reincidência de sintomas e, ao se olhar no espelho, notou que não havia sintonia na resposta de estímulo entre o lado esquerdo do rosto (paralisado) e o lado direito. 

Paralisia de Bell

A paralisia facial periférica também chamada de paralisia de Bell é um distúrbio repentino, sem causa aparente, marcado pela paralisia ou enfraquecimento de um dos lados do rosto. Uma reação inflamatória envolvendo o nervo facial incha e se comprime dentro de um estreito canal ósseo localizado atrás da orelha, impedindo a transmissão de impulsos nervosos para a musculatura responsável pelo desenvolvimento das movimentações faciais. Essa condição provoca assimetria na expressão fácil, impedindo a resposta ímpar para a musculatura do rosto no momento da entrega de expressões.


A paralisia de Bell geralmente atinge um lado da face, retirando autonomia de movimentos e expressões (reprodução/Kateryna Kon/Shutterstock/InfoEscola)

Causas da paralisia de Bell

Uma causa exata para a paralisia não foi identificada, entretanto, estudos sugerem que o distúrbio pode estar relacionado com uma infecção bacteriana (doença de Lyme) ou vírus que atingem o nervo facial, como pelo vírus do Herpes, adormecido no corpo. 

Estresse, fadiga extrema, mudanças agressivas de temperatura, baixa imunidade, tumores e traumas, distúrbios na glândula parótida e otite média também podem ter correlação com a doença.

Diferença entre paralisia de Bell e AVC

Para melhor diagnóstico, é fundamental estabelecer a diferença entre a paralisia periférica e o Acidente Vascular Cerebral (AVC). No primeiro caso, a lesão ocorre depois que o nervo deixou o cérebro e danifica os movimentos mímicos da face, ou seja, as expressões e movimentos do rosto, seja do lado direito ou esquerdo, em raros caso, ambos os lados e não afeta a condução de estímulos para outras regiões do corpo. 

Já no AVC, vasos sanguíneos que levam o sangue até o cérebro são obstruídos e se rompem causando a paralisia da área do cérebro que ficou sem circulação sanguínea. Geralmente a boca perde autonomia, entornando ou apenas não respondendo a nenhum estímulo pessoal, não atinge olhos e vem adjacente a outras condições, como diabetes, fraqueza, formigamento pelo corpo, confusão mental, discrepância na fala e compreensão, problemas de visão, dificuldade no equilíbrio, coordenação motora, tontura e dores de cabeça intensas sem causas aparentes. 

Conforme informações embasadas pelo Hospital Albert Einstein, o Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCI) é o mais comum, ocasionado pela falta de sangue em determinadas áreas do cérebro em função do entupimento de artérias. O segundo tipo é o acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH), causado pelo sangramento em decorrência do rompimento dos vasos sanguíneos.

Tratamento

O tratamento é sintomático, ou seja, só ocorre em decorrência dos sintomas e incluí uso de medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia, se necessário. O tratamento depende exclusivamente da extensão do dano causado pela síndrome ao nervo facial. O mais comum é a prescrição de anti-inflamatórios corticosteróides para atuar na redução do inchaço.

Na maioria das vezes, a condição desaparece sozinha, sem necessidade de intervenção de tratamentos, apenas com o desinchar do nervo.

Em raros casos de paralisia total, a recuperação é um pouco mais complicada e pode não ser completa, uma vez que os músculos perdem força e parte da autonomia. 

Alerta de Fernanda Gentil

Ainda durante o vídeo compartilhado em redes sociais, a apresentadora fez um alerta quanto a atenção ao funcionamento do corpo e os sinais primários que ele apresenta. “Fingir que não está vendo não vai eliminar o problema, muito pelo contrário, só vai aumentar esse problema”, advertiu Fernanda. 

“Se você tem alguma coisa que você acha que não está legal ou que não está funcionando como deveria ou que uma dor está a mais do que deveria, vai procurar uma ajuda, uma orientação médica, uma consulta para você investigar”, continuou a jornalista, lançando um alerta sobre os perigos que envolvem ignorar qualquer mudança incômoda no corpo. 

De acordo com ela, os sintomas da paralisia de Bell começaram logo após o carnaval e ainda não regrediram completamente para uma total devolução dos movimentos de seu rosto.