Peter Copping lança sua segunda coleção no Lanvin Summer 2026

Peter Copping, diretor artístico da Lanvin, lançou sua segunda coleção deste ano com desfile intitulado “Vers le Monde: Lanvin Summer 2026”. O “Rumo ao Mundo: Lanvin Verão 2026” aconteceu ontem, 30 de setembro, e contou com peças que relembravam o passado, ressignificavam o presente e inspiravam o futuro.

Um destaque especial da coleção foi a reinterpretação de uma peça icônica criada por Jeanne Lanvin em 1920. O vestido com cintura baixa e saia volumosa, um clássico do século XVIII, foi recriado com detalhes que evidenciam a habilidade artesanal e a atenção aos cortes que marcaram a moda daquela época. Além disso, o desfile contou com tricôs elaborados, cujas silhuetas foram inspiradas nos anos 1930, trazendo um equilíbrio perfeito entre delicadeza e modernidade.

Ainda sobre o desfile

A passarela ganhou vida com estampas coloridas que lembram lenços, bordados geométricos e aplicações feitas em fitas, conferindo movimento e riqueza visual às peças. Cada detalhe contribuiu para criar uma atmosfera dinâmica e envolvente, que capturou a atenção do público do início ao fim do desfile.


Desfile da Lanvin (Vídeo: Reprodução/Instagram/@lanvin)


A paleta de cores, intensa e luminosa, vai além da estética: ela expressa um desejo profundo por ousadia, liberdade e autoexpressão. Esses elementos refletem o espírito exuberante e maximalista que domina a temporada, trazendo assim a personalidade vibrante que Peter Copping buscou transmitir em sua coleção.

Quem é Peter Copping

Peter criou uma sólida trajetória para sua carreira. Passou por casas renomadas como Balenciaga, Louis Vuitton e Nina Ricci. Após se formar pela Central Saint Martins e pelo Royal College of Art em Londres, iniciou sua carreira com um estágio no ateliê de Christian Lacroix. Após esse período, decidiu voltar a Paris, onde trabalhou na Sonia Rykiel, aprofundando seu conhecimento ao colaborar diretamente com os ateliers.


Peter Copping para revista “Perfect” (Foto: Reprodução/Instagram/@petercopping)


Em 1997, começou a trabalhar na Louis Vuitton sob a direção de Marc Jacobs, onde contribuiu com a criação do departamento de vestuário feminino e atuou como braço direito do estilista por mais de uma década. Agora, ele enfrenta o desafio de reposicionar a Lanvin no mercado de luxo. Com grande confiança dos executivos do grupo.

Peter Copping estreia na Lanvin com uma homenagem ao passado

A estreia de Peter Copping na Lanvin trouxe frescor e esperança à grife mais antiga da França, que busca revitalizar sua relevância no cenário global da moda. O desfile, realizado na véspera da Semana de Alta-Costura de Paris, apresentou a coleção outono-inverno 2025/2026 e marcou um momento significativo para a marca, que enfrentava dificuldades desde a saída de Alber Elbaz em 2015.


Lanvin Fall/Winter 2025-2026 Paris Men Fashion Week (Foto: reprodução/Victor Virgile/Getty Images Embed)


Homenagem ao legado de Jeanne Lanvin

Copping, com uma carreira sólida que inclui passagens pela Nina Ricci, Oscar de la Renta e Balenciaga, mergulhou no rico legado de Jeanne Lanvin para criar sua coleção de estreia. Ele reinterpretou a essência da fundadora da grife, conhecida por suas silhuetas fluidas e feminilidade empoderada nas décadas de 1920 e 1930, e a combinou com propostas modernas e sofisticadas.

As referências históricas eram evidentes nas peças desfiladas: vestidos de veludo bordado, cetim torcido e plissados cuidadosamente posicionados evocaram o glamour da era de ouro da Lanvin. Elementos icônicos, como lapelas marcantes e o azul característico da marca, foram trabalhados para equilibrar tradição e inovação.


Lanvin Fall/Winter 2025-2026 Paris Men Fashion Week (Foto: reprodução/Victor Virgile/Getty Images Embed)


Elegância atemporal e modernidade refinada

A coleção explorou uma paleta de tons neutros, como preto, marinho e terrosos, com brilhos pontuais e transparências sutis. Destaques incluem vestidos glamorosos para o tapete vermelho, casacos estruturados e peças que transitam entre o casual e o sofisticado. Entre as novidades, Copping apresentou roupas masculinas, uma área que ainda precisa de desenvolvimento, mas que sinaliza ambições para expandir a identidade da grife.

No segmento feminino, vestidos de festa drapeados e malhas de lantejoulas destacaram a habilidade do designer em criar peças que são, ao mesmo tempo, usáveis e impactantes. “Essa coleção é profundamente pessoal, uma homenagem ao mundo de Jeanne Lanvin e seu senso íntimo de estilo. Procurei projetar a essência de seu guarda-roupa enquanto o imaginava em um elenco de personagens modernos”, escreveu Copping em uma carta entregue aos convidados.


Lanvin Fall/Winter 2025-2026 Paris Men Fashion Week (Foto: reprodução/Victor Virgile/Getty Images Embed)


Desafios e oportunidades à Frente

Apesar de não ser um desfile revolucionário, a estreia de Copping foi promissora. Ele demonstrou habilidade em combinar herança e modernidade, oferecendo uma visão contemporânea que pode reposicionar a Lanvin no topo da moda de luxo. A tarefa não é simples: a marca enfrentou uma queda de 7% no volume de negócios em 2023, mas a chegada de Copping sinaliza um novo começo.

Carta de amor à Lanvin

A coleção de Copping é uma ode à exuberância de se vestir e à criatividade sem esforço, algo que Jeanne Lanvin encarnava em sua época. O desfile não foi apenas uma exibição de roupas, mas um manifesto sobre o poder da moda em conectar o passado e o futuro. Para a Lanvin, esta estreia pode muito bem ser o primeiro passo para uma era de renovação e relevância duradoura.

Lanvin anuncia Peter Copping como novo diretor criativo

A Lanvin anunciou Peter Copping como novo diretor criativo da marca, depois de meses sem ninguém na direção. Ele deve assumir o cargo oficialmente em setembro deste ano e fica responsável pela criação das coleções femininas e masculinas. 

Peter tem uma vasta experiência com as grandes grifes por já ter trabalhado na Balenciaga, Louis Vuitton e Nina Ricci. Para a CEO do grupo Siddhartha Shukla a contratação do estilista é um marco para a marca e tem certeza que a visão e o alto rigor técnico dele irá entregar muita beleza e resultado nas coleções assinadas por ele. 


Desfile Lanvin (Foto: reprodução/Pierre Verdy/Getty Images Embed)


A Lanvin aguardou muitos meses para colocar alguém na cadeira criativa da marca, pois queria escolher a dedo o estilista que traria destaque e iria continuar com maestria o trabalho de Alber Elbaz, que faleceu em 2021.

Peter Copping

O estilista é formado pela Central Saint Martins e Royal College of Arts de Londres, fez um estágio com Christian Lacroix e logo estreou os seus trabalhos na Iceberg, na Itália. Depois voltou a Paris, onde trabalhou na Sonia Rykiel e aprendeu muito trabalhando com os ateliers. 

Em 1997, foi trabalhar na Louis Vuitton sob a direção de Marc Jacobs, lançou o departamento de vestuário, se tornou responsável pela moda feminina e foi o braço direito de Marc durante 12 anos. 

Em 2009, ele começou a trabalhar na Nina Ricci como diretor artístico, ocupou o cargo por alguns anos antes de mudar para a marca nova-iorquina Oscar de la Renta, em 2014, também no cargo de diretor criativo. 


Peter Copping (Foto: reprodução/Taylor Hill/Getty Images Embed)


O último trabalho de Peter foi como diretor de alta costura na Balenciaga, supervisionando os ateliers durante a reestruturação das coleções da marca. 

Agora em seu novo trabalho, o estilista tem o desafio de trazer visibilidade e prestígio para a Lanvin que tem passado por um declínio há anos e tem tentado se relançar ano após ano. Sob a liderança de outros estilistas essa missão não foi cumprida, mas os executivos do grupo confiam muito em Peter e em seu trabalho.

Abalos

Ainda não se sabe que direção Peter irá tomar na Lanvin e a marca também não deu certeza quando voltará às passarelas. Eles já deixaram claro que não participarão da Semana de Moda de Paris em setembro.

Na última semana, muitas grifes anunciaram a despedida dos seus diretores criativos. Virginie Viard deixou a Chanel e não compareceu no seu último desfile na Semana de Alta-Costura. Pierpaolo Piccoli, deixou a Valentino e logo foi substituído por Alessandro Michele.