Exportação de mel orgânico do Piauí está ameaçado por tarifaço de Trump

Se a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros imposta por Donald Trump entrar em vigor a a partir de 1º de agosto, as exportações de mel orgânico do Piauí para os Estados Unidos podem sofrer com a diminuição de envio do produto.

Nesta quarta-feira (16), em conversa com o g1, o professor Darcet Costa Souza, titular da Universidade Federal do Piauí (UFPI), chefe de zootecnia e responsável pelo setor de apicultura da instituição explicou que caso a tarifa anunciada por Trump seja posta em prática, os pequenos produtores serão os mais prejudicados.

De acordo com o pesquisador, a consequência instantânea vai ser a diminuição na importação, pois o mercado norte-americano vai reduzir o consumo do nosso mel, e como resultado os produtores vão receber menos, e os pequenos apicultores é que terão os maiores prejuízos. Segundo o professor, muitos serão os prejudicados, pois a apicultura é a renda básica no sertão do Piauí.

Uma vez anunciado o tarifaço de Trump na quarta-feira (9), logo ocorreram cancelamento de grandes encomendas. O professor Darcet Costa Souza comentou que o Piauí vem se destacando, pois a maior parte do mel é produzida em região de mata nativa, por pequenos produtores. Ele disse também que o mel é certificado como orgânico, o que significa ter o reconhecimento do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), além de uma certificação social, que nos favorece na comercialização. importadores norte americanos tem uma tendência a avaliar quem fez o produto que eles estão comprando.

Quais os destinos do mel orgânico e sua diferença com o tradicional

Países como Canadá, Estados Unidos, e outros países da Europa importam o mel produzido no semiárido do Piauí por saberem que existe todo um processo de práticas sustentáveis.


O professor Darcet Souza é chefe de zootecnia e responsável pelo setor de apicultura da Universidade Federal do Piauí (UFPI) – (Foto: reprodução/Instagram/@darcetsouza)


O professor Darcet Costa Souza explica que o mel orgânico é produzido dentro de um sistema de produção orgânica, o que o diferencia do mel produzido de forma tradicional. O mel tradicional faz uso de adubos, fertilizantes e inseticidas. Darcet disse que o risco á saúde é quase zero por não haver a utilização de agrotóxicos. O professor falou também que após a pandemia de Covid-19, o uso de alimentos orgânicos aumentou.

Qual a proposta dos produtores

Os produtores, junto da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), pensam em dividir a taxa de 50% com os importadores norte americanos.

Segundo a Casa Ápis, por meio de seu presidente Sitônio Dantas, a solução é negociar e dividir, pois o preço do mel vai aumentar, em dólar, e dessa forma compensar a despesa, para assim conseguir se manter o negócio.


Os apicultores buscam junto da Casa Apis pensam em dividir a taxa de 50% com os importadores americanos (Foto: reprodução/Instagram/@casaapisoficial)


Caso haja redução nas exportações, existe o risco de aumentar os custos logísticos. Assim que Donald Trump anunciou a tarifa, duas grandes operações de exportação foram prejudicadas no Piauí: 585 toneladas de mel orgânico do Grupo Sama, um dos maiores exportadores do Brasil e 95 toneladas de mel da Casa Apis, no sul do Piauí, que conseguiu embarcar no domingo (13) após negociar com os compradores.

Jovem mata onça-parda a tiros no interior do Piauí

Um vídeo mostrando a morte de uma onça-parda a tiros no interior do Piauí viralizou nas redes sociais e gerou indignação entre internautas e ambientalistas. O crime ocorreu no município de Alto Longá, no dia 16 de dezembro de 2024. O responsável pelos disparos foi identificado como Eula Pereira da Silva, que mora no Rio de Janeiro, mas estava de férias na casa de sua família no interior do estado.

Informações sobre o crime

No momento do crime, o pai de Eula, Manoel Pereira da Silva, e sua irmã estavam presentes. Devido à gravidade da situação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama) aplicou-o


Vídeo que mostra o crime de Eula (Vídeo: reprodução/Instagram/@ibaff)


As imagens compartilhadas nas redes sociais mostram que a onça já foi acuada e cercada por cães antes de ser atingida pelos tiros. Além do crime ambiental, os envolvidos também serão investigados por maus tratos aos cães, já que aparecem no vídeo atacando o felino, o que pode indicar um uso inadequado dos cachorros na perseguição da onça. A espingarda utilizada no crime foi apreendida pela polícia.

Declaração do pai

O pai de Eula, Manoel Pereira, afirmou que a onça vinha atacando seus rebanhos há algum tempo e já havia matado vários bodes. Ele disse que não sabia que matar o animal se tratava de um crime ambiental e que agia apenas para proteger seus animais e sua propriedade. No entanto, um representante do Ibama informou que não há registros recentes de ataques de onças-pardas a rebanhos na região, o que contradiz a justiça

A onça-parda, também conhecida como suçuarana, é o segundo maior felino do Brasil, ficando para trás apenas da onça-pintada. Devido à caça ilegal e ao desmatamento, a espécie é cada vez mais ameaçada e sua população tem diminuído ao longo dos anos. A legislação brasileira considera crime ambiental a caça e a morte de animais silvestres, com penas que podem incluir multas pesadas e até prisão.

O caso segue sob investigação pelas autoridades ambientais e policiais, e os responsáveis ​​poderão responder judicialmente pelo crime. Ambientalistas e defensores dos direitos dos animais fecham a exceção exemplar para que casos como esse