Senado dos EUA quer acabar com tarifas contra o Brasil

Nesta terça-feira (28), o Senado americano aprovou um projeto de lei para o fim das tarifas impostas ao Brasil. Contudo, a medida ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados e também pode ser vetada pelo presidente Donald Trump.

Votação apertada

O Senado dos Estados Unidos aprovou uma proposta para revogar as tarifas criadas por Donald Trump contra o Brasil. A votação terminou em 52 a 48, mostrando que alguns senadores republicanos decidiram contrariar o próprio presidente e se juntar aos democratas. A ideia é cancelar a “emergência nacional” que Trump declarou para justificar as tarifas, que aumentaram os custos de produtos brasileiros exportados para o mercado americano.

O senador democrata Tim Kaine, autor da proposta, disse que o Brasil não representa nenhuma ameaça aos Estados Unidos e que as tarifas foram uma decisão política, não econômica. Segundo ele, o decreto de emergência foi usado de forma exagerada e prejudicou tanto empresas brasileiras quanto americanas.


Senado dos EUA busca rever questão tarifária (Foto: reprodução/X/@roberta_bastoss)


Caneta de Trump decidirá os rumos

Apesar da vitória no Senado, o caminho ainda é longo. A Câmara dos Deputados dos EUA, que tem maioria republicana, precisa aprovar a medida — e muitos parlamentares não querem contrariar Trump. Mesmo que a resolução passe, o presidente pode vetar o texto, e o Senado não tem votos suficientes para reverter um veto.

Isso significa que, por enquanto, as tarifas continuam valendo. Mesmo assim, o resultado da votação já mostra uma mudança no clima político em Washington. Parte dos republicanos começa a questionar o uso de decretos de emergência para decidir sobre comércio exterior, algo que sempre foi criticado pelos democratas.

decisão do Senado americano é um passo importante, mas ainda não garante o fim das tarifas contra o Brasil. Tudo agora depende da Câmara dos Deputados e, principalmente, da caneta de Donald Trump, que continua tendo a palavra final nessa disputa comercial.

 

Anthony Armstrong, ex-Morgan Stanley, assume comando financeiro da xAI e da plataforma X

O bilionário Elon Musk nomeou Anthony Armstrong, ex-banqueiro do Morgan Stanley e um de seus principais conselheiros na compra do antigo Twitter, como novo diretor financeiro (CFO) de sua empresa de inteligência artificial, a xAI. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (6) pelo Financial Times.

Armstrong liderança

De acordo com a publicação, Armstrong assumirá a liderança das operações financeiras tanto da xAI quanto da plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter. O executivo já vinha colaborando com a equipe da xAI há algumas semanas e foi formalmente nomeado para o cargo nos últimos dias.


Elon Musk e o logo da X (Foto: reprodução/Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images Embed)

Armstrong substitui Mike Liberatore, que deixou a empresa após divergências internas sobre a estrutura corporativa e as metas financeiras. Sua chegada ocorre em um momento de forte instabilidade na cúpula das empresas de Musk: nos últimos meses, a presidente-executiva do X, Linda Yaccarino, e o diretor financeiro Mahmoud Reza Banki também renunciaram aos seus cargos. Além disso, o conselheiro-geral Robert Keele deixou a xAI durante o verão do hemisfério norte.

Grande experiência no mercado

Com ampla experiência no mercado financeiro, Armstrong foi chefe global de fusões e aquisições de tecnologia no Morgan Stanley. Ele integrou a equipe que assessorou Musk na aquisição do Twitter por US$ 44 bilhões, em 2022, operação financiada em parte pelo próprio banco. Desde então, o relacionamento entre os dois se estreitou, segundo o Financial Times.

O novo CFO terá como missão estabilizar o negócio de mídia social, que enfrenta dificuldades desde o êxodo de anunciantes motivado pela flexibilização das políticas de moderação de conteúdo sob o comando de Musk. Além disso, ele será responsável por consolidar a estratégia financeira da xAI, lançada em 2023 com o objetivo de competir com gigantes como OpenAI, Google e Anthropic no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial.

Atualmente, a xAI estaria em negociações para uma nova rodada de captação que pode elevar sua avaliação de mercado para cerca de US$ 200 bilhões, embora o acordo ainda não tenha sido finalizado. A nomeação de Armstrong é vista como um passo para fortalecer a estrutura financeira da empresa e atrair investidores de peso para os próximos movimentos de Musk no setor de IA.

Nicolás Maduro anuncia reforma constitucional na Venezuela

Com cerca de um mês faltando para assumir a posse de mais um mandato presidencial, Nicolás Maduro anunciou uma reforma constitucional. A reforma foi comunicada ao público pela televisão, e, segundo Maduro, as medidas visam “consolidar a soberania popular”.

As medidas parecem estar alinhadas com as novas visões do chavismo, que, nesta nova fase, já começou com algumas polêmicas, principalmente em relação aos resultados eleitorais. Essa fase visa reforçar o controle político do governo.

“Formei uma equipe com grandes assessores internacionais e nacionais para pensar, junto ao nosso povo, em uma grande reforma constitucional que democratize ainda mais a sociedade venezuelana.”

Nicolás Maduro durante anúncio na televisão

Reformas visam manter Maduro no poder

As mudanças propostas não chegaram a ser detalhadas. No entanto, no contexto político, elas devem ser vistas como uma forma de manter Nicolás Maduro no poder, algo que não pode ser considerado inédito. Em 2017, ele já havia convocado uma Assembleia Constituinte sob a justificativa de “pacificar” o país, que na época enfrentava intensos protestos. Na ocasião, Maduro não alterou a Constituição vigente. Contudo, as medidas tiveram impacto com a aprovação de leis repressivas, reforçando a ideia de paz de maneira forçada.


Medidas parecem anunciadas parecem ter como objetivo manter Maduro no poder (foto:reprodução/AFP/PEDRO RANCES MATTEY/Getty Images Embed)


Agora, um novo desafio surge no horizonte, já que, em 2025, eleições parlamentares e regionais devem ser realizadas. Com o atual cenário de acusações de fraude e um governo cada vez mais descredibilizado, essas eleições podem se tornar uma virada de chave política essencial para o país.

Diplomacia externa em crise

Todas essas medidas não saíram intactas. O governo de Maduro vem enfrentando uma forte crise internacional, com a diplomacia do país, especialmente com os países da região, sendo cada vez mais enfraquecida desde as eleições polêmicas.

Países como o Brasil e a Argentina têm tentado agir como mediadores da situação. No entanto, atitudes e trocas de ofensas por parte de diplomatas venezuelanos e do próprio presidente têm contribuído para aumentar a crise diplomática com os vizinhos.