Angelina Jolie visita aldeia no Mato Grosso e conversa com cacique Raoni

A atriz norte-americana Angelina Jolie, de 49 anos, visitou a aldeia indígena Piaraçu, em São José do Xingu, no nordeste do Mato Grosso, nesta quarta-feira (2). A aldeia faz parte das comunidades do Parque Nacional do Xingu. A ativista humanitária chegou ao local em um avião de pequeno porte e encontrou o cacique Raoni Metuktire, além de outros líderes indígenas.

O site regional Olhar Cidade divulgou vídeos durante o dia que mostravam a recepção calorosa à artista. Angelina foi à Terra Indígena (TI) Capoto-Jarina, na aldeia, e surgiu em imagens conversando com os líderes indígenas. 


Angelina Jolie foi recebida com festa em aldeia indígena (Reprodução/X/@Eitxa_Mah)

A cineasta acompanhou a organização Re:wild no encontro com Raoni e outros líderes Kayapó. A entidade atua na preservação da biodiversidade. Segundo o G1, o objetivo da visita seria ver de perto a conexão entre o povo indígena e a natureza, bem como conversar a respeito de desmatamento, garimpo ilegal, expansão do agronegócio em terras indígenas, dentre outros assuntos de interesse. 

Reconhecimento internacional

O cacique Raoni Metuktire é considerado em todo o mundo como um dos maiores líderes dos povos originários no Brasil. Ele é o líder do povo Mẽbêngôkre-Kayapó e vive na TI Capoto-Jarina, no norte do Mato Grosso.


Angelina Jolie e Cacique Raoni se encontram no Parque Xingu (Reprodução/Maurício Dias/G1)

Raoni ficou famoso internacionalmente após a exibição de um documentário sobre a sua vida, em 1977, no Festival de Cannes, na França. Em 1989, o cantor Sting, ex-vocalista da banda The Police, se encontrou com o cacique e, juntos, fizeram uma turnê ao redor do mundo em defesa dos povos indígenas. 

Daqui a alguns dias, o cacique Raoni encontrará o presidente Lula. A assessora presidencial, Tatiana Simões, que está no local para os preparativos do encontro, conta como foi conhecer a atriz de maneira inesperada: “lidando com as surpresas da vida. Quando poderia imaginar Angelina Jolie no Xingu?! Encontrar o cacique Raoni já seria o máximo, não é mesmo?”.

Em defesa de causas humanitárias

Angelina Jolie é conhecida por seus grandes esforços humanitários. Como figura pública, ela utiliza sua influência e poder na indústria do entretenimento para dar voz às causas que defende, como conservação ambiental, educação e direitos das mulheres, assim como questões relacionadas a refugiados. 

A ativista ocupou o cargo de Embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), de 2001 a 2012. Quando deixou a posição, se tornou Enviada Especial. 

Jolie cumpriu mais de 60 missões de campo e visitou países como Sudão, Síria e Afeganistão na defesa dos direitos dos refugiados e dos deslocados. 

Em 2012, a atriz também lançou a Iniciativa de Prevenção da Violência Sexual (PSVI) em conflitos de guerra, ao lado do então ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague. O projeto, que visava combater o uso de violência sexual como arma de guerra, foi inspirado pelo filme “Na Terra de Amor e Ódio” (2011), dirigido pela atriz. O objetivo era reforçar a campanha do governo britânico na sensibilização e promoção da cooperação internacional para a questão. 

Em reconhecimento ao seu trabalho, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas conferiu à estrela do cinema, em 2013, o Prêmio Humanitário Jean Hersholt. 

Alok e oito comunidades indígenas se unem em “O Futuro é Ancestral”

No início da tarde de sexta-feira (19), foi realizada a coletiva de imprensa do álbum “O Futuro é Ancestral”, de Alok em parceria com 50 músicos indígenas, e o In Magazine conferiu de perto mais detalhes deste projeto que une as batidas pop e eletrônicas do DJ com os cantos dos representantes de cada comunidade.

O disco inédito teve seu pré-lançamento no Grammy Museum, em Los Angeles, e foi disponibilizado oficialmente nas plataformas de áudio no Dia Internacional dos Povos Indígenas.

“‘O Futuro é Ancestral’ não é um álbum, é um movimento”

Alok

Sobre o disco

Em um completo momento de imersão, Alok conta que passou cerca de 500 horas no estúdio mexendo em cada detalhe para compor o álbum que, ao todo, inclui oito faixas e um remix. 

As etnias Huni Kuin, Yawanawa, Kariri Xoco, Guarani Mbya, Xakriabá, Guarani-Kaiowá, Kaingang e Guarani Nhandewa emprestam suas vozes para dar vida a esta coletânea. A música “Sina Vaishu”, que abre o disco, recebe uma versão remix produzida por Alok ao lado de Maz.

O projeto é reconhecido pela Unesco e foi definido como uma ação relevante para a “Década Internacional das Línguas Indígenas”. Importante ressaltar que o álbum contou com a participação de músicos indígenas de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Alagoas e do Acre.

A ideia é que o disco conecte a música ancestral brasileira a uma nova geração de povos originários às plataformas de áudio atuais. Segundo Alok, seu papel é apenas potencializar as vozes destes artistas e “não é dar a voz, isso eles já têm”.


Alok e representantes de oito comunidades indígenas (Foto: reprodução/Instagram/@Filipemiranda)

“Nossa colaboração com Alok permitiu gravar e atualizar nossa música, o que garantiu a passagem entre gerações para os povos indígenas e também não indígenas.” 

Rasu Yawanawa

Rodeada por jornalistas e convidados presentes no evento, Célia Xakriabá, umas das vozes deste trabalho, comenta que o canto ancestral indígenas atravessa o coração das pessoas e possui uma força incrível ao ponto das pessoas saírem dos shows e a alma delas continuar dançando. 

“Não basta reconhecer a força do canto, é preciso ajudar a proteger o corpo e as vocês de quem canta.”

Célia Xakriabá

Show inédito em Brasília

Para os curiosos, as canções já foram apresentadas pelo DJ ao redor do mundo e chegou a hora delas ganharem seu momento no Brasil e para comemorar o aniversário de 64 anos de Brasília, neste sábado (20), uma pirâmide de 25 metros foi erguida no palco de Alok e irá permitir que o show seja visto em 360º. 

“O Futuro é Ancestral”, um disco com músicas feitas para serem sentidas e que vão além do entendimento, traz cânticos em línguas nativas e já está disponível nas plataformas de áudio.

Garimpo desmatou quatro campos de futebol por dia em terras indígenas em 2023 

O garimpo ilegal em terras indígenas desmatou o equivalente a quatro campos de futebol por dia no ano de 2023, segundo relatório divulgado pelo Greenpeace Brasil nesta segunda-feira (11). Nas áreas analisadas pela organização, os povos mais afetados pelo garimpo foram os Yanomami, Kayapó e Munduruku.

Sobre os resultados da pesquisa

Os dados foram colhidos pela Greenpeace com base em imagens de satélites. O levantamento indicou que os territórios dos Yanomami, Kayapó e Munduruku correspondem a 26,4 mil hectares do garimpo clandestino. Essas terras são protegidas por lei e a atividade exploratória na região é crime.

O território que mais é atingido pelo garimpo é o Kayapó, localizado no Pará. Só no ano passado, os garimpeiros tomaram 1 mil hectares da área. Até o momento, o território perdeu 15,4 mil hectares no total e a atividade é praticada em locais próximos às aldeias indígenas.

De acordo com os dados da Greenpeace, o povo Yanomami teve 200 hectares de território afetados pelo garimpo ilegal em 2023. Ao decorrer dos anos, o território desse povo indígena perdeu o total de 3.892 hectares de suas terras.


Operação do Ibama identifica garimpo ilegal em território Yanomami (foto: reprodução/ Istó é/ Bruno Kelly)

Depois dos Kayapó, o povo Munduruku é o segundo com maior quantidade de terras devastadas pelo garimpo. Até o fim de 2023, a pesquisa da organização indicou que 7 mil hectares do território dos Mundurukus foram tomados pela atividade ilegal.

Ajuda temporária do governo

No início de 2023, o governo Lula se comprometeu em dar apoio no combate do garimpo nas terras do povo Yanomami. Em fevereiro, foi decretada situação de emergência nacional no território indígena ameaçado.

A pesquisa da Greenpeace mostra que houve uma queda no número das áreas afetadas pela atividade no mês de fevereiro, quando o Governo Federal prestou ajuda. Porém, em março, os dados disponibilizados pela organização ambiental demonstram um pico de novas áreas de garimpo na região.

Ministério da Defesa promete disponibilizar aeronave definitiva aos Yanomamis

O Ministério da Defesa assegura o fornecimento de uma aeronave considerada definitiva para oferecer suporte em solo na região Yanomami. Múcio anuncia a existência de planos para uma atuação contínua das Forças Armadas nesse local. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, declarou nesta segunda-feira (22) que a pasta pretende apresentar, até o final desta semana, um projeto visando uma atuação permanente das Forças Armadas no suporte logístico das operações na região Yanomami.

Proposta definitiva para os Yanomamis

Múcio ressalta que a presença das Forças Armadas no suporte logístico das operações na região é crucial, devido às complexidades de acesso. Ele garante que apresentará um plano para fortalecer a participação do ministério no apoio às operações na Terra Indígena Yanomami. “O coordenador dessa operação, o ministro da Casa Civil, o ministro Rui Costa, me pediu e eu vou apresentar, até o final dessa semana, uma proposta para que esse trabalho lá no Norte seja definitivo. Nós vamos ter que deixar uma aeronave definitiva, é uma coisa que nós vamos apresentar”, disse.

Múcio revela que o plano atende a uma solicitação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o governo atue de forma ininterrupta na terra Yanomami. “Dessa vez é uma proposta, não uma solução de emergência. Vamos atender a uma emergência, mas dando características de uma solução definitiva”, completou Múcio.

Na ocasião, as ministras Marina Silva (Meio Ambiente), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Silvio Almeida (Direitos Humanos) dirigiram-se à cidade de Auaris, em Roraima, com o propósito de monitorar a crise humanitária no território.


Povo indígena Yanomami (Foto: reprodução/Mário Vilela)

Múcio assegura que não houve uma recusa intencional do Ministério em relação às aeronaves, mas sim uma falta de disponibilidade no momento em que foram solicitadas, Múcio disse que não tem avião nem helicópteros no estoque e que com mais ministros e outras ações a situação demanda uma atenção especial.

O ministro da defesa relata ter mantido um bom diálogo com os ministros que estiveram no território Yanomami, tendo conversado com eles durante a viagem. Contudo, reconhece que pode ter faltado esclarecer algo para corrigir eventuais equívocos. A resposta do ministro surge após a deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) encaminhar um ofício ao Ministério da Defesa solicitando esclarecimentos sobre a atuação das Forças Armadas contra o garimpo ilegal na Terra Indígena e a proteção dos indígenas.

Desde janeiro de 2023, o Ministério da Defesa integra a força-tarefa do Governo Federal no território Yanomami. Conforme a última divulgação da ação, aproximadamente 1.400 militares da Marinha do Brasil, do Exército e da Aeronáutica foram empregados na operação.

Ações feitas nas terras Yanomamis

As ações das Forças resultaram em 3.029 atendimentos médicos aos indígenas e 205 evacuações aeromédicas. Foram empregadas 17 aeronaves pelas Forças Armadas. O esforço aéreo das aeronaves militares totalizou cerca de 7,4 mil horas de voo.