Augusto Melo é indiciado, nega envolvimento e descarta renúncia

O presidente do Corinthians, Augusto Melo, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado. A investigação apura irregularidades no contrato de patrocínio entre o clube e a casa de apostas “Vai de Bet“, que envolveu o repasse de R$ 1,4 milhão à empresa Rede Social Media Design LTDA, de Alex Cassundé.

Parte desse valor foi enviada para uma empresa laranja registrada em nome de uma moradora de Peruíbe e, posteriormente, repassada a outras companhias, entre elas, a UJ Football Talent, que está sob investigação por supostas ligações com o crime organizado.

Apesar das graves acusações, Melo negou qualquer envolvimento em atos ilícitos e afirmou categoricamente que não pretende deixar o cargo de presidente do clube. “Não passa pela minha cabeça renunciar. Não devo nada. Esse foi um grande contrato que trouxe benefícios ao Corinthians. Se houve algum problema, a Justiça vai deixar claro mais para frente. Eu, mais do que ninguém, quero essa investigação para que tudo fique esclarecido”, declarou o dirigente em entrevista.

Impeachment e acusações de uso político do inquérito

Na próxima segunda-feira (26), o Conselho Deliberativo do Corinthians realizará a votação do pedido de impeachment de Augusto Melo. O momento político dentro do clube é delicado e marcado por disputas internas intensas. A defesa do presidente questiona o vazamento do relatório final da Polícia Civil, divulgado poucos dias antes da votação, afirmando que isso pode ter motivação política.

“Nos surpreendeu a divulgação do relatório final na antevéspera do julgamento. O próprio delegado aguardava a habilitação de um advogado para se manifestar sobre uma parte da investigação. Isso levanta dúvidas sobre os interesses por trás dessa antecipação e sua influência no processo político que vivemos”, afirmou o advogado do presidente.


Defesa contesta e alega uso político da investigação (Vídeo: reprodução/Instagram/@todos.pelo.corinthians.sccp)


Clima de tensão e racha político expõem crise institucional no clube

Enquanto o clube enfrenta essa crise, a continuidade de Augusto Melo na presidência dependerá não só do desfecho judicial, mas também do resultado da decisão política que se aproxima, que pode mudar os rumos da gestão do Corinthians nos próximos meses.

Augusto Melo, presidente do Corinthians, é denunciado por confusão

O processo que o torcedor do Cruzeiro, João Daniel Avellar Milhomens, move contra o presidente do Corinthians, Augusto Melo, ganhou novos rumos na justiça, uma vez que, o exame de corpo de delito confirmou lesão corporal.

A partir deste cenário, o Ministério Público denunciou Augusto Melo e sugeriu uma punição: pagamento de três salários mínimos, além do afastamento do presidente dos estádios por três meses. Augusto Melo não aceitou a sugestão de pena.

Além da negativa, a defesa do presidente optou por permanecer em silêncio. Sendo assim, Augusto falará apenas em juízo.

O ocorrido

No dia 7 de junho, Cruzeiro e Corinthians se enfrentaram no Mineirão, e o presidente bateu boca com um torcedor dentro do estádio, no acesso aos camarotes do estádio. João Daniel Avellar Milhomens, dono de um dos camarotes do Mineirão, disse ter sofrido agressão.

De acordo com Guilherme Santos, o delegado do caso, na época houve um ‘contato’ de Augusto Melo. As imagens do circuito interno do Mineirão confirmaram o ‘contato’.

Alegação do torcedor

O torcedor do Cruzeiro fala que encontrou o presidente do Corinthians na saída do Mineirão juntos com outros torcedores do time mineiro, que passaram a provocar Augusto Melo, que teria respondido com a agressão.


Foto destaque: torcedor que alega ter sido agredido (reprodução/Guilherme Macedo/ge)

Em uma entrevista para a ESPN, o torcedor falou: “a torcida do Cruzeiro estava brincando, chamando de segunda divisão, e eu falei que ele seria o presidente que rebaixaria o Corinthians. Ele se dirigiu a mim muito nervoso e me agrediu na frente do meu filho, que presenciou tudo. Eu não revidei, depois fiquei um pouquinho nervoso e falei que prestaria queixa. Não para ganhar alguma coisa, não preciso disso, mas para essas pessoas entenderem que não podem fazer o que querem. Eles têm que respeitar as pessoas que estão ali”.

O denunciante ainda acrescentou: “não lembro se foi soco, se foi tapa, mas as imagens mostram tudo. Os seguranças intimidam, intimidam muito. Mas deles não teve agressão. Quando eu comecei a gesticular nervoso, por causa do meu filho que estava ali vendo. Ninguém tem sangue de barata”.

Na época, depois de tomar conhecimento, o Corinthians se posicionou e disse que o presidente do clube havia sido ‘hostilizado’ por torcedores do Cruzeiro.

Torcedor do Cruzeiro denuncia o presidente do Corinthians por agressão no Mineirão

Neste último domingo (7), um torcedor do Cruzeiro denunciou uma possível agressão do presidente do Corinthians, Augusto Melo, no Mineirão, logo depois do jogo que foi disputado. De acordo com o depoimento realizado pela vítima, João Daniel Milhomes, de 40 anos, alega que o dirigente corintiano o acertou no rosto.

Relato do torcedor

De acordo com o torcedor, a agressão aconteceu quando ele foi levar o seu filho aos bares, em uma área próxima do camarote, onde estava localizada a diretoria do Corinthians. Nesse momento, João Daniel alega ter sido agredido.

“No final do jogo, meu filho de oito anos pediu para eu comprar um suco. Eu me dirigi aos bares que estão atrás dos camarotes e, nesse momento, estava passando o senhor presidente do Corinthians, com uma série de seguranças, muito seguranças, intimidador inclusive, quando a torcida toda do Cruzeiro entrou na brincadeira, chamando de segunda divisão, essas brincadeiras de torcida. E eu falei que ele seria o presidente que rebaixaria o Corinthians”.



O torcedor continuou: “ele se dirigiu a mim muito nervoso e me agrediu, na frente do meu filho, que presenciou tudo, ficou muito triste. Eu não revidei, mas depois fiquei um pouquinho nervoso e falei que eu prestaria queixa, não por querer ganhar alguma coisa, não preciso disso, mas que essas pessoas entendam que elas não podem fazer o que querem. Eles têm que respeitar as crianças, têm que respeitar as pessoas”.

Seguranças particulares do Mineirão interviram na situação. Na sequência, o torcedor se dirigiu à delegacia do estádio para prestar queixa e registrar o Boletim de Ocorrência.

Fala do delegado de plantão

Guilherme da Costa Oliveira Santos, era o delegado que estava de plantão para o jogo entre Cruzeiro e Corinthians, ele revelou que as imagens do circuito interno do Mineirão, confirmaram a agressão do presidente do Corinthians contra o torcedor.

O delegado da Polícia Civil falou: “o Mineirão forneceu as imagens. A gente vê os fatos e agora precisamos analisar com mais detalhes para saber a dimensão, mas de fato mostra um contato do presidente para com o torcedor”.

“A denúncia é de lesão corporal leve. Ou, dependendo do laudo (o torcedor realizou exame de corpo de delito), tem que ver se enquadra como vias de fato. Mas, independentemente do tipo em si, seria um Termo Circunstanciado de Ocorrência”.

O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) é um registro de um fato tipificado como infração de menos potencial ofensivo, ou seja, crimes de menos relevância, que tenham a pena máxima em até dois anos e cerceamento de liberdade ou multa.