Grupo Hamas reitera acordo de paz em Gaza, mas primeiro-ministro de Israel mantém exigência rígida

Grupo Palestino Hamas reiterou nesta quarta feita (3) sua disposição para cumprir com o acordo abrangente na Faixa de Gaza, que incluiria a libertação de todos os cidadãos israelenses presos, em troca o Hamas solicita a soltura dos prisioneiros palestinos detidos em Israel. A declaração ocorre em meio a um cenário de impasse diplomático e militar, marcado por pressões de líderes internacionais e exigências conflitantes entre as partes envolvidas no conflito.

Pressão internacional

A decisão do grupo palestino veio logo após o pronunciamento do presidente norte-americano, Donald Trump, em cobrar publicamente a libertação dos cerca de 20 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza. Em resposta, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desqualificou a proposta, classificando-a como uma repetição de promessas sem avanços concretos. Para o primeiro-ministro israelense, o conflito na região só pode ser considerada encerrada se todos os reféns forem libertos, o Hamas for desarmado, a Faixa de Gaza for desmilitarizada do poder de fogo e uma nova administração civil for estabelecida na região sob rígido controle de segurança de Israel.

As negociações entre os dois lados vêm sendo marcadas por idas e vindas. Em agosto, o Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada por atores regionais, que previa a suspensão de operações militares israelenses por 60 dias e a libertação parcial de reféns e prisioneiros. A proposta do acordo estabelece um esboço para futuras negociações de paz mais amplas entre as nações, visando encerrar o conflito que já se estende por quase dois anos. No entanto, a implementação das medidas encontrou resistência em postos-chaves, especialmente no que diz respeito às condições impostas por Israel para garantir sua segurança.


Palestinos detidos na fronteira entre Israel e Gaza, após serem detidos por forças israelenses que operavam na faixa de Gaza (Foto: reprodução/David Furst/Getty Images Embed)


Apesar das dificuldades, a diplomacia internacionais de países como o Egito e o Catar, continuam buscando métodos para uma ação diplomáticas que permitam avanço na construção de um acordo definitivo na região. A pressão de líderes da comunidade internacional de segurança e paz também tem aumentado, sobretudo diante do impacto humanitário da guerra sobre a população civil da Faixa de Gaza, que enfrenta escassez de alimentos de recursos de assistência básica, deslocamentos em massa da população e destruição de infraestrutura social.

Negociação diplomática

O desenrolar dos próximos dias será crucial para chegar a um acordo definir se as declarações recentes resultarão em avanços concretos ou se permanecerão apenas como movimentos estratégicos de retórica. Diante da pressão de potências globais e a mediação de países árabes na região, existem a possibilidade de uma trégua no conflito entre as duas nações ou de um acordo abrangente ainda não está descartada, mas depende diretamente da disposição das lideranças em abrir mão de posições rígidas em favor de um consenso que possa oferecer estabilidade à região e esperança às populações afetadas.

A postura do Hamas em reafirmar abertura para um pacto total e a resposta negativa de Israel revelam a complexidade das negociações. Enquanto o grupo palestino tenta manter o foco na troca de prisioneiros, o governo israelense insiste em condições estruturais de segurança e governança como pré-requisito para encerrar a ofensiva militar. Nesse cenário, o futuro das tratativas depende da capacidade de ambas as partes em flexibilizar exigências e encontrar um terreno comum que permita, ao menos, aliviar as tensões e abrir caminho para uma solução duradoura.

Venezuela: familiares exigem a libertação de manifestantes presos

No último sábado (03), Maduro informou que 2 mil manifestantes foram presos durante os protestos. Pelo menos 20 pessoas foram mortas, de acordo com Human Rights Watch, sediada nos EUA. A ONG Foro Penal, a qual está coletando relatos de famílias, registrou 1.010 detidos na manhã desta segunda-feira (05), sendo 91 menores.

Desde a semana passada, algumas famílias estão acampadas de fora dos presídios. Após a autoridade eleitoral declarar Nicolás Maduro vencedor da eleição presidencial, a oposição inconformada tomou conta das ruas de Caracas, iniciando os protestos. Os manifestantes acusam de fraude eleitoral o governo de Nicolás Maduro.

A repressão aos protestos foi enorme

As forças de defesa da Venezuela reprimiram com vigor os protestos. De acordo com o governo venezuelano, os atos fazem parte de uma tentativa de golpe apoiada pelos EUA.


Oposição venezuelana fazendo grafite em manifestação (Foto: reprodução/Juan Barreto/AFP/Getty Images embed)


As forças de segurança estão trabalhando intensamente para prender manifestantes. Muitos deles não possuem advogado e são menores de idade. Muitos são acusados de terrorismo em algumas situações.

Familiares exigem justiça

A Reuters divulgou o depoimento da mãe de um homem detido. Rossana Avilei disse que vem lutando por justiça não só para seu filho, mas também para vários detentos. Ela argumenta que eles não cometeram os crimes pelos quais estão sendo acusados, eles não são guerrilheiros, nem criminosos e nem terroristas. Muitos jovens estão desaparecidos desde os protestos, de acordo com Avilei.

“Depois de seis dias de repressão brutal, acreditaram que iam nos calar, parar ou atemorizar. Vejam a resposta. Hoje, a presença de cada cidadão nas ruas da Venezuela demonstra a magnitude da força cívica que temos e a determinação de chegar até o final.”

María Corina Machado

María Corina Machado, a líder da oposição acusou o governo de Maduro de “reprimir brutalmente aqueles que contestam o resultado das eleições. E disse que os protestos na rua são uma resposta contra o governo.”

No meio de todo esse caos, os governos dos EUA e de muitos países têm dúvidas sobre os resultados que apontaram a vitória de Maduro sobre o Edmundo Gonzáles.

Em novo episódio do conflito entre Rússia e Ucrânia, 180 prisioneiros são libertos

Nesta terça-feira (25), em meio à crescente tensão da guerra entre Rússia e Ucrânia, com o fornecimento de armas pelos ocidentais à Ucrânia, 180 encarcerados ganharam a liberdade: 90 prisioneiros de guerra das Forças Armadas ucranianas foram libertos pela Rússia e a Ucrânia soltou 90 militares russos.

Cuidados com os prisioneiros libertados

Todos os libertados receberão assistência médica e psicológica necessárias, de acordo com informações da pasta russa. Os militares serão transportados em aeronaves de transporte militar das Forças Aeroespaciais da Rússia para receber tratamento e reabilitação em instituições médicas do Ministério da Defesa do país.


Kremlin bloqueia acesso de vários meios de comunicação, incluindo AFP (Foto: Reprodução/Instagram/@afpfr)

Essa não foi a primeira troca desde o início do conflito. No início de janeiro de 2024, mais de 400 prisioneiros de guerra foram libertados, 248 militares russos em troca de 230 militares ucranianos. No final do mesmo mês, outros 195 soldados de cada lado foram trocados. Em 31 de maio deste ano, também com a mediação dos Emirados Árabes Unidos, 75 prisioneiros de cada país ganharam a liberdade.

Intercessão da Igreja católica

O Papa Francisco vem tentando interceder por aqueles que sofrem com conflitos ao redor do mundo. No dia 12 de maio deste ano, nas saudações após o Regina Caeli, ele fez mais um apelo para libertação de detentos de ambos os lados.

“Enquanto celebramos a Ascensão do Senhor Ressuscitado que nos liberta e nos quer livres, renovo o meu apelo para uma troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia, assegurando a disponibilidade da Santa Sé em favorecer todos os esforços nesse sentido, especialmente por aqueles que estão gravemente feridos e doentes.”

Papa Francisco

Em mais de dois anos de conflito, vários milhares de prisioneiros foram libertados por ambos os lados. Uma parte principal da missão de paz na Ucrânia, confiada pelo Papa ao cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, refere-se justamente à troca de prisioneiros e à repatriação de crianças ucranianas da Rússia.