Patrícia Abravanel desabafa sobre a ausência de Silvio Santos, “aprendendo a viver”

No último domingo (27), ao sair da seção eleitoral em São Paulo–SP, a apresentadora Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, revelou em entrevista ao jornalista Roger Turchetti, como está sendo a rotina sem a presença do pai, dois meses depois de seu falecimento. Com a voz embargada, a herdeira do SBT falou da falta que faz e toda a admiração que sente por ele.

“Nós estamos aprendendo a viver de uma forma diferente. É surreal, cada vez admiro mais. Eu tenho recebido um carinho, mas, assim, algo que eu não plantei; não é uma colheita minha esse carinho que eu recebo. É algo que meu pai plantou e eu estou aqui agora recebendo por tabela”, disse Patrícia, relembrando o legado deixado pelo pai.

A filha número 4 do Homem do Baú confessou que o carinho do público é fundamental para dar continuidade ao trabalho do comunicador. Além disso, ela afirma que todo esse amor foi conquistado por ele, durante toda sua trajetória na TV, e que “colhe os frutos” de Silvio Santos.

Eu vejo o carinho, o cuidado das pessoas, sabe, te abraçando de um jeito e querendo que dê certo, sabe? Torcendo, é uma torcida, que eu sei que não fui eu que plantei isso. Eu estou colhendo coisas que meu pai plantou e vou te falar que ele tem uma semeadura muito especial”, disse a apresentadora emocionada.


Entrevista completa de Patrícia Abravanel para Roger Turchetti (vídeo: reprodução /YouTube/ Intervenção – Roger Turchetti)

A saudade

A apresentadora afirma que sente muita saudade, porém, que quando começa a ficar triste, se lembra de quem o pai foi, e agradece a oportunidade dele ter tido 93 anos de vida, por todo o tempo que teve com ele, e por ser a filha de uma pessoa tão especial como Silvio Santos.

Quando foi questionada sobre ter retornado à mansão da família, Patrícia afirma que foi extremamente desafiador voltar à casa que compartilharam por tantos anos.

Ainda sobre o pai, a herdeira do SBT declara que Silvio foi um homem abençoado e preparado por Deus para fazer coisas maravilhosas, com sua alegria e exemplo, sempre será uma referência incrível. Declara que, apesar da saudade, precisa ser forte e enfrentar um dia de cada vez.

Troféu Imprensa

Sobre o troféu Imprensa de 2025, primeiro que será realizado sem a presença de Silvio Santos, a apresentadora cogita a possibilidade de mudar o título para “Troféu Silvio Santos” nome sugerido pelo apresentador e amigo da família César Filho.

Ela revela também que a atração terá mudanças, e afirma que, além dela a atração terá mais de um apresentador, porém, fez suspense e não revelou mais detalhes da premiação que reúne artistas da TV brasileira.

Carlos Alberto de Nóbrega relembra com emoção sobre amizade com Silvio Santos

Neste sábado (17), ao saber da morte de Silvio Santos, o humorista e apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, que estava em seu sítio no momento da notícia, conta que precisou ser medicado ao receber a notícia do falecimento do apresentador. ”Minha pressão chegou a um pico de 19/11 e fui imediatamente para São Paulo. Já estou sendo tratado e medicado por aqui.”

Passado de geração para geração

A amizade entre Silvio Santos e Carlos Alberto de Nóbrega, começou quando Silvio Santos conheceu Manoel de Nóbrega (pai de Carlos Alberto) em 1954, atrás de oportunidades. Manoel da Nóbrega era fundador da rádio nacional na época.

“Eu queria entrar com méritos, então não mostrei essa carta antes.” Na ocasião, Silvio teria afirmado: “Eu queria entrar tendo a certeza de poder ocupar o lugar”. Manoel elogiou a atitude em um depoimento gravado em 1974 e publicado na biografia A Fantástica História de Silvio Santos, escrita por Arlindo Silva: “Achei incrível.” Eu comentei: “Olha, parabéns, rapaz. Nem sempre é que encontramos um jovem assim, que larga o “pistolão” para lutar; sabe que seus méritos são ótimos. Silvio foi até a empresa para lidar com os clientes lesados ​​a pedido de Manoel. Seu lado empresário se manifestou rapidamente e viu no Baú uma chance de lucrar, corrigir o prejuízo, aumentar os investimentos e ampliar a gama de produtos disponíveis.”


Carlos Alberto de Nóbrega faz uma homenagem para Silvio Santos (Reprodução/X/@D7353162Santos)

Com medo, ainda mais por conta do prejuízo das altas apostas que o amigo fazia na empresa, Nóbrega decidiu passar para o nome de Silvio, que se tornou proprietário em definitivo do Baú da Felicidade. O apresentador viu o ato como generoso e os laços se estreitaram a partir daí, quando ambos ganharam cada vez mais relevância na TV. Antes de falecer, Manoel da Nóbrega chegou a dizer para seu filho Carlos, durante a cerimônia de concessão da TVS de Silvio Santos, que, se não fosse por ele, o programa de maior sucesso “A Praça é Nossa” jamais teria existido. Muito menos a televisão. Já seu filho, Carlos Alberto de Nóbrega, começou na TV escrevendo quadros humorísticos para o programa do pai (Programa Manoel de Nóbrega) em 1954, e em 1956 começou a atuar em A Praça da Alegria (no globo). Seu programa de maior sucesso é A Praça É Nossa, da emissora SBT, onde Carlos Alberto passou a atuar e escrever o programa humorístico.

Carlos Alberto de Nóbrega faz uma homenagem para Silvio Santos (Reprodução/X/@derikypereira)

Amizade de décadas

Carlos Alberto de Nóbrega e Silvio Santos eram amigos há mais de 70 anos. Segundo o humorista, ele relembra com saudade que, além de crescerem juntos na profissão, eram amigos e da diferença entre apresentador/pessoa de Silvio Santos: “Silvio Santos era muito melhor como pessoa do que como apresentador. Ele era uma pessoa incrível. Você faz ideia da quantidade de pessoas que ele ajudou? “Você vai fazer muita falta, Silvio”, desabafou ele.

Segundo Carlos Alberto de Nóbrega, nem tudo foram flores na amizade entre os dois. Em seu livro “A Luz que não se Apaga”, o humorista relembra uma briga que teve com o apresentador: “Fiquei anos sem ter contato com Silvio. Nós nos afastamos um do outro por imaturidade nossa. Muitas coisas eu guardo comigo, pois vêm de um passado ciumento entre a gente. E da relação dele com meu pai, que era de pai e filho.” Segundo o humorista, só o tempo foi capaz de cicatrizar essas feridas. Foi então, em 1987, por intermédio de um amigo em comum, que os dois resolveram retomar o contato e a amizade.

Matéria por Leo Nogara (Lorena- R7)

Bordões do Silvio Santos são lembrados por diversas gerações

Com seu jeito único e divertido ao se expressar, os ditos do apresentador no “Programa Silvio Santos” ficaram famosos na boca do povo, sendo repercutido pelas gerações mais novas.

Os bordões dos programas

Durante o “Show do Milhão”, sua frase “Está certo disso? Posso perguntar? Valendo 100 mil, qual é a resposta? Certa resposta” recebeu diversas variáveis, sendo utilizada nas mais variadas situações.

Também criava curiosidade e suspense no “Roda a Roda Jequiti”, ao dizer “A pista é… Comida. Tempo”. Também tem “Quem quer dinheiro?” e “Ma oe“.

Com mais de 60 anos de experiência como apresentador, Silvio utilizava dos bordões inúmeras vezes, principalmente quando estava com o público, os fazendo ter uma excelente sensação de ver ao vivo o que viam na televisão; como ouvir pessoalmente a famigerada “Quem quer um aviãozinho? Jogo aqui ou jogo lá? É na frente? É no meio?”.


SBT posta mensagem sobre a falta de Silvio Santos para todos da emissora (Reprodução/X/@SBTonline)

A perda para o público

O G1, através do Jornal Nacional, conversou com alguns fãs do apresentador, os quais relataram a saudade e a falta que Silvio fará.

Um animador conta que seu legado é imenso, e que as imitações dos bordões sempre geram risada nas pessoas que passam em frente ao quiosque que trabalha.

Os fãs ainda dizem que ao pensarem nele, a imagem que vem à mente é sempre dele sorrindo, se divertindo, brincando. E é provavelmente desta forma que a maior parte dos telespectadores se recorda, recordará, e falará sobre o apresentador para os mais novos: a imagem de um apresentador sempre rindo, divertindo-se com suas interações com o público e com os colegas de trabalho.

Nas redes sociais, os telespectadores se recordam dos desenhos animados que fizeram parte de suas infâncias, e que tiveram acesso graças a um desejo de Silvio de que a TV aberta passasse animações para o público infanto-juvenil. As telenovelas mexicanas caíram no gosto do público também ao serem reproduzidas pelo SBT, criando uma fã base imensa no país, como ocorreu com “Rebeldes”, que até hoje possui fãs que acompanham os atores e participam dos shows quando ocorrem, e “A Usurpadora”, que reprisou por diversas vezes, fora outras novelas que marcaram o público, como “Betty, A Feia”.