Columbia pagará US$200 milhões após denúncias de assédio a judeus

A Universidade de Columbia anunciou nesta quarta-feira (23) que pagará US$200 milhões ao governo dos Estados Unidos como parte de um acordo. O valor, cerca de R$1,105 bilhão, diz respeito às alegações de falhas no combate ao assédio a estudantes judeus. 

A medida acontece um dia após a universidade aplicar sanções a dezenas de estudantes por protestos pró-Palestina no campus. A princípio, o governo de Donald Trump havia interrompido contratos e repasses no valor de aproximadamente US$400 milhões como resposta aos casos de assédio antissemita investigados na instituição.

Como resultado, o pagamento do acordo ocorrerá ao longo de três anos e permitirá que a instituição recupere o acesso a bilhões de dólares em subsídios federais que haviam sido suspensos.

Repercussão e histórico do conflito

O acordo, nesse contexto, traz novamente à tona o debate sobre liberdade de expressão e segurança de minorias em universidades de elite nos EUA. Nos últimos meses, a gestão de Trump tem intensificado pressões sobre instituições como Columbia, Harvard e Yale, ao exigir relatórios e mudanças em políticas internas.


Columbia atacou exigências de Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Record)

Desde o ano passado, manifestações estudantis contra a guerra em Gaza e o apoio dos EUA a Israel vêm mobilizando os campi universitários. Como consequência, parte dessas ações resultou na detenção de ativistas e em críticas à forma como as universidades americanas lidam com situações entre protestos e proteção de alunos judeus.

Impacto em outras instituições

A Universidade de Harvard também está sob investigação por supostas violações de direitos civis envolvendo estudantes judeus. Diante disso, a instituição pode enfrentar medidas semelhantes às que Columbia enfrenta. Deste modo, esses casos sinalizam a possibilidade de novos acordos ou sanções contra outras universidades que não cumprirem as exigências federais.

Especialistas afirmam que o resultado do processo pode, portanto, redefinir como instituições acadêmicas americanas lidam com tensões políticas e religiosas em seus campi universitários.

Manifestantes tomam ruas dos EUA e Europa contra políticas de Trump e Musk

Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado (5), em diferentes cidades dos Estados Unidos e da Europa. Manifestantes protestam contra as recentes medidas que o presidente americano Donald Trump e seu principal assessor, Elon Musk, implementaram. As manifestações, que adotaram o lema “Hands Off!” (“Tirem as mãos”), tiveram como foco principal a defesa de direitos civis e sociais considerados ameaçados pelas novas diretrizes do governo norte-americano. Nos EUA, os atos aconteceram em todos os 50 estados, com grande destaque para Washington, D.C., onde mais de 20 mil pessoas se reuniram.

Críticas ao protagonismo de Elon Musk

Críticos têm acusado o empresário Elon Musk, que atualmente lidera o chamado Departamento de Eficiência Governamental, de conduzir políticas de austeridade que incluem cortes no funcionalismo público e na assistência social. Segundo opositores, essas medidas não apenas enfraquecem a atuação do Estado, como também colocam em risco a proteção de populações vulneráveis.


Multidão ocupa a capital dos EUA exigindo respeito aos direitos civis (Foto: Reprodução/Reuters/Instagram/@rappler)

Além disso, há crescente preocupação com o poder político informal que Elon Musk acumula dentro do governo. Atuando com autonomia em áreas sensíveis sem aprovação do Congresso. O discurso de eficiência e modernização, segundo analistas, mascara um avanço autoritário que busca desmontar pilares do serviço público.

Tensões crescentes e resistência organizada

Atualmente, o cenário político americano, já marcado por forte polarização, ganha um novo capítulo com a crescente resistência organizada em escala internacional.


Manifestantes em frente ao Capitólio dos EUA (Foto: Reprodução/Reuters/Instagram/@rappler)

Por sua vez, os protestos do último sábado mostram que uma parte significativa da população está atenta e mobilizada frente ao que considera um retrocesso nos direitos e nas liberdades democráticas. Diante disso, a tendência é que o movimento ganhe força, especialmente com a proximidade das eleições, pressionando Trump e Musk a responderem à insatisfação popular.