Neste sábado (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma ligação do presidente da Rússia, Vladimir Putin. A conversa, que durou em torno de 40 minutos, girou em torno de assuntos internacionais, incluindo a guerra na Ucrânia, a situação econômica global e o trabalho conjunto no Brics.
Segundo informações do Palácio do Planalto, a ligação partiu de Putin. Durante o diálogo, Lula reforçou que o Brasil mantém a posição de buscar uma saída pacífica para o conflito, apostando no entendimento entre as partes envolvidas. Ele também lembrou que o país está disposto a ajudar, inclusive por meio do Grupo de Amigos da Paz, criado em parceria com a China para apoiar iniciativas de negociação.
Conflito na Ucrânia e novas tentativas de acordo
A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já ultrapassa três anos, continua sendo um dos principais temas da diplomacia mundial. Lula e Putin já haviam tratado do assunto pessoalmente em maio, quando o presidente brasileiro esteve em Moscou.
Durante a ligação, Putin falou sobre os movimentos mais recentes nas tentativas de encerrar o conflito, mencionando que deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana, no Alasca. A expectativa é que discutam uma proposta russa envolvendo mudanças territoriais no leste da Ucrânia em troca do fim das hostilidades.
Lula e Putin em registro de 2010, anos antes das atuais discussões sobre guerra e economia (Foto: Reprodução/AFP/Getty Images Embed)
Lula, por sua vez, defende que o diálogo seja conduzido com apoio de outros países e organismos internacionais, como a ONU, para chegar a um cessar-fogo viável para todos os lados.
Brics e cooperação bilateral
Além da guerra, os dois presidentes falaram sobre a atuação conjunta no Brics, que reúne economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Putin elogiou o Brasil pela organização da última cúpula do grupo, realizada em julho no Rio de Janeiro.
Também ficou acertado que a próxima reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia deve ocorrer ainda este ano. A conversa ocorreu em meio a mudanças recentes na política comercial dos Estados Unidos, que aumentaram tarifas para produtos brasileiros, e a críticas de Trump ao papel do Brics no cenário econômico internacional.
