Ministro Alexandre de Moraes derruba sigilo de delação de Mauro Cid

Após a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (18), que consta acusações contra Jair Bolsonaro e sua possível liderança na trama golpista em 2022, o ministro Alexandre de Moraes derrubou a ordem de sigilo dos depoimentos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

A decisão

Com a queda do acordo de sigilo, todos os 14 depoimentos feitos por Mauro Cid na delação premiada fechada em 2023 tornaram-se públicos. Os depoimentos feitos por Cid colaboraram significativamente na investigação feita pela Polícia Federal para o fechamento das acusações que foram apresentadas ao STF pela Procuradoria. Na delação, o tenente-coronel forneceu informações importantes sobre a suposta trama golpista, venda de joias sauditas e fraudes em cartões de vacinação da Covid-19. De acordo com Moraes, não há mais necessidade de manutenção desse sigilo, visto que as equipes de defesa dos acusados devem ter acesso das informações fornecidas na delação, como já haviam solicitado.


Alexandre de Moraes derruba sigilo de delação de Mauro Cid (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)

No presente momento processual, uma vez oferecida a denúncia pelo procurador-geral da República, para garantia do contraditório e da ampla defesa […] não há mais necessidade da manutenção desse sigilo, devendo ser garantido aos denunciados e aos seus advogados total e amplo acesso a todos os termos da colaboração premiada”, disse o ministro.


Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: reprodução/Metrópoles)

A denúncia

Além de Bolsonaro, outras 33 pessoas foram acusadas, dentre elas o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o deputado federal Alexandre Ramagem. A PGR também informou que Bolsonaro possuía um discurso pós- golpe pronto caso o plano desse certo. O discurso, tal como o esquema do golpe, foram encontrados na sala do ex-presidente e no celular de Mauro Cid.

A denúncia será analisada pela primeira turma do Supremo, liderada por Moraes, que decidirá o futuro dos acusados. O ministro estabeleceu um prazo de 15 dias para que os denunciados enviem uma resposta escrita ao STF. Caso a denúncia seja aceita, os acusados tornam-se réus e responderão penalmente pelos crimes.

Quebra de sigilo expõe mentira de Nego Di sobre doação de R$ 1 milhão ao RS

Nego Di foi preso neste domingo (14) e teve seu sigilo bancário quebrado. Foi descoberto que a doação que ele afirmou ter feito às vítimas da enchente que atingiram o Rio Grande do Sul nunca ocorreu. O humorista também é acusado de crimes financeiros, como estelionato, fraude tributária, lavagem de dinheiro e rifa eletrônica.

A exposição do humorista

Durante a tragédia que afetou o Rio Grande do Sul em maio deste ano, Nego Di usou suas redes sociais para expor que havia feito uma doação milionária para o estado onde nasceu e pediu que outros famosos também ajudassem.

Decidi doar R$ 1 milhão para o Rio Grande do Sul. Mandei R$ 1 milhão para a vaquinha do meu parceiro Badin [Colono]”, disse ele na época em seu perfil do Instagram. Porém, segundo as investigações, nesta data, ele fez um pix de apenas R$ 100 reais. 


Nego Di mostra comprovante com doação de R$ 1 milhão ao RS (Reprodução/X/@negodioficial)

O Ministério Público irá analisar os documentos coletados na casa do ex-BBB durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão antes de se pronunciar sobre o caso. A suposta doação foi feita para o site Vakinha, que não pode falar sobre o assunto por conta da Lei Geral de Proteção de Dados. 

A prisão 

Nego Di é acusado de estelionato por vender eletrodomésticos, entre março e julho de 2022, em uma loja virtual da qual é dono e não realizar as entregas dos produtos aos clientes. Segundo a investigação, mais de 370 pessoas foram prejudicadas pelo suposto esquema, que movimentou mais de R$ 5 milhões nas contas bancárias associadas à loja. O sócio do humorista, Anderson Boneti, está foragido. Em 2022, ele foi preso na Paraíba sob acusação do mesmo crime. 

O influenciador e ex-BBB também é acusado de lavagem de dinheiro e promoção de rifas virtuais ilegais. Durante uma operação do Ministério Público para investigar o gaúcho, houve bloqueio de contas bancárias e apreensão de carros de luxo. Nego Di está preso em Canoas desde domingo (14) e a justiça negou o pedido de habeas corpus apresentado na última segunda-feira (15).