Biden anuncia proposta de cessar-fogo de Israel

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira (31), que Israel tem planos para um acordo de cessar-fogo “global”. Biden discursou na Casa Branca e apresentou a proposta do país, que consiste em um plano de três fases.

A proposta

Israel propôs três fases para negociar com o Hamas:

  • Primeira fase: prevê um cessar-fogo de seis semanas, onde as forças israelenses seriam retiradas de áreas onde habitam o povo no território palestino. Durante essa brecha na guerra, começariam as negociações para a próxima fase.
  • Segunda fase: consiste no fim dos combates e consequentemente a troca de reféns. Muitos palestinos estão presos em Israel, inclusive mulheres e crianças. Nessa fase, alguns reféns israelenses voltariam para seu povo, e eles libertariam o mesmo número de prisioneiros do rival, como recompensa.
  • Terceira fase: caso as anteriores sejam devidamente seguidas, e ainda seja o interesse, o cessar-fogo pode ganhar mais tempo, e chegar então à última fase: a libertação de todos os reféns de Gaza e o fim total do conflito.

O presidente Biden, apelou para que o Hamas considere e aceite o acordo, e que Israel resista a pressão de continuar a guerra.

Após o pedido do norte-americano, o Hamas (que já havia demostrado interesse em uma trégua na Faixa de Gaza, nesta quinta-feira (30), com a mesma troca de prisioneiros, mas tendo o cessar de bombardeios de Israel como tópico essencial) emitiu um comunicado onde diz que irá avaliar a proposta de forma positiva.

Invasão do centro de Rafah e a preocupação de Biden


Palestinos procuram vítimas nos escombros de uma casa destruída por Israel, no centro de Rafah (Foto: reprodução/AFP/Embed From Getty Images)


Em 7 de maio, Israel lançou uma operação a fim de eliminar o Hamas de uma vez por todas, e nesta sexta, seu exército confirmou o avanço de suas tropas no centro de Rafah.

Biden havia dado o ultimato, e ameaçou não apoiar Israel pela primeira vez em anos de história, caso a ofensiva terrestre continuasse. Esse posicionamento teria sido essencial para o pronunciamento de hoje na Casa Branca e todo o planejamento para que a paz reine entre os dois lugares. Segundo Biden esse é o “momento decisivo” e reforçou que criar uma relação aceitável dos israelense com a Arábia Saudita é um objetivo a longo prazo, citando inclusive um grande plano de reconstrução de Gaza ao fim da guerra.

Ofensiva de Israel em Rafah deixa 45 mortos

No segundo dia de ataque do exército de Israel à cidade de Rafah, cerca de 45 pessoas morreram neste domingo (26). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. O ataque também deixou dezenas de feridos e destruiu tendas humanitárias após as explosões. A cidade abriga cerca de 1,5 milhão de realocados palestinos da guerra Israel-Hamas.

O ataque em Rafah

Segundo publicação feita pelo exército de Israel, o ataque aéreo tinha como alvo um complexo do Hamas em Rafah e os locais atingidos eram legitimados sob as leis internacionais, pois as forças do país tinham “informações precisas” que indicavam que a área era utilizada pelo grupo. Dois líderes do grupo terrorista foram mortos durante a operação. O exército israelense diz estar ciente dos civis feridos e analisa o caso.

Na sexta-feira passada, a Corte Internacional de Justiça, o mais alto tribunal da ONU, ordenou que Israel cessasse todas as operações militares em Rafah. A corte também determinou que o governo israelense permitisse o acesso da ajuda humanitária e de observadores externos, para monitorar a situação, pela fronteira entre o sul de Gaza e o Egito. A sentença é obrigatória, mas o tribunal não possui força policial para garantir que o país cumpra a decisão. 


Rafah tem sido bombardeada por Israel desde o início do ano. Agora, com os novos ataques, o país mostra que está descumprindo as ordens do tribunal internacional (Foto: reprodução/AFP/Getty Images Embed)


Em resposta à determinação da corte, o governo replicou que as alegações apresentadas eram “falsas, ultrajantes e nojentas” e que a campanha deles apenas opera em áreas específicas, sem arriscar a vida de civis da cidade. O Hamas comunicou que apoia o plano do tribunal de enviar representantes à Faixa de Gaza e que irá cooperar. Caminhões de ajuda humanitária vindos da fronteira de Kerem Shalom, controlada por Israel, começaram a entrar no território neste domingo (26). O Egito se recusa a coordenar a entrega da ajuda por Rafah enquanto o lado palestino da passagem for controlado por Israel, deixando a tarefa para as autoridades israelenses e para a ONU.

Ainda no domingo (26), o Hamas lançou foguetes contra a capital israelense, Tel Aviv, soando as sirenes e urgindo os cidadãos a se protegerem pela primeira vez em quatro meses. Israel afirma que pelo menos oito foguetes foram disparados e vários outros foram interceptados.

A importância de Rafah na guerra

Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, a cidade de Rafah foi o principal ponto de comunicação entre Gaza e o restante do mundo. A cidade também é a principal entrada de ajuda humanitária para os palestinos e o ponto de saída de estrangeiros e reféns libertados durante o cessar-fogo de novembro de 2023. Com o avançar do confronto, Rafah virou o último refúgio dos que tentam escapar dos horrores da guerra, com a cidade recebendo mais e mais refugiados, chegando ao número de 1,5 milhão.


A população local se reuniu em Ramallah para protestar contra os ataques de Israel no acampamento palestino (Foto: reprodução/Zain Jaafar/Getty Images Embed)


Israel também acredita que a cidade seja o último reduto do grupo terrorista, que teria inclusive uma rede de túneis na cidade. Com os novos ataques, a população israelense volta a pressionar o governo por um acordo de libertação dos reféns em Gaza e um cessar-fogo. O Egito e o Catar continuam a intermediar um acordo entre os dois, mas ainda não houve progresso nas negociações.

Reino Unido declara ser contra ofensiva israelense em Rafah

David Cameron, o atual secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, declarou que não apoia a investida israelense em Rafah, cidade localizada ao sul da Faixa de Gaza que serve de refúgio para milhares de palestinos fugindo do conflito Israel-Hamas. Mas também declarou neste domingo (12) que é contra acabar com as vendas de armas ao exército israelense, pois isso “tornaria o Hamas mais forte e tornaria menos provável um acordo de reféns”.

O posicionamento britânico

A pressão para que o Reino Unido pare de fornecer armas a Israel foi retomada no mês passado, depois de três cidadãos ingleses terem sido mortos durante um ataque a um comboio de ajuda humanitária em Gaza. Na época, Cameron citou um ataque do Irã a Israel, o que ajudou a escalar os conflitos na região e a acirrar a hostilidade entre os dois países.

O secretário afirma que os esforços estão concentrados em levar ajuda humanitária a Gaza, assim como maximizar a pressão britânica e que o resultado ajudará as pessoas. O secretário se mostra otimista na libertação de reféns, incluindo cidadãos britânicos.


O governo britânico fornece armamentos a Israel e o secretário britânico afirma que não irão cessar a venda ao país (Foto: reprodução/ WPA Pool/Getty Images embed)


O posicionamento do Reino Unido é diferente da do governo norte-americano, com inclusive o presidente Joe Biden ameaçando suspender as entregas de armas a Israel caso haja uma incursão em grande escala em Rafah. Uma promessa que foi cumprida no início desta semana, já que os Estados Unidos têm receio de que elas sejam usadas numa cidade que abriga milhares de refugiados palestinos.

David Cameron comentou que o Reino Unido fornece apenas 1% dos armamentos de Israel, enquanto os Estados Unidos, o maior apoiador de Israel, são “um enorme fornecedor estatal de armamentos”, deixando os dois países “numa posição “totalmente diferente”. 

A investida na cidade de Rafah

De acordo com a UNRWA, subsidiária da Organização das Nações Unidas, cerca de 300 mil palestinos já fugiram da cidade de Rafah, considerada por Israel o último reduto do grupo terrorista Hamas, com quem o país está em guerra desde de outubro de 2023. A entidade afirma que os palestinos refugiados estão sendo deslocados à força, causando implicações humanitárias, já que estas pessoas não têm para onde ir.


A cidade de Rafah é considerada o último refúgio para palestinos durante a guerra Israel-Hamas (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images embed)


A incursão terrestre do exército israelense teve início na última terça-feira (07), quando o país assumiu o controle do lado palestino na travessia de Rafah, que conta com mais de 1 milhão de refugiados da guerra Israel-Hamas. Segundo a Reuters, os tanques israelenses bloquearam o acesso e realizaram ataques contra alvos do Hamas durante a semana inteira. A operação afetou a entrada de ajuda humanitária pelo Egito, assim como as ordens de evacuação foram emitidas pelo governo israelense. Mas a passagem de Kerem Shalom foi, felizmente, reaberta na quarta (08), possibilitando o auxílio aos refugiados ser retomado. Nações como os Estados Unidos, Catar e Egito trabalham na negociação de um cessar-fogo no conflito entre Israel e o grupo Hamas, mas até o momento, as conversas não foram bem sucedidas.

Agência da ONU estima 300 mil palestinos refugiados de Rafah

A UNRWA, subsidiária da Organização das Nações Unidas criada em 1949 para atender refugiados palestinos, divulgou neste domingo (12) que cerca de 300 mil palestinos já fugiram da cidade de Rafah, localizada no sul da Faixa de Gaza. Rafah é considerada o último refúgio para os afetados pela guerra entre Israel e o Hamas, mas Israel também acredita que este seja o último reduto do grupo terrorista.

Último refúgio

A ONU considera que estes palestinos estão sendo deslocados à força e é contra a incursão israelense, criticando a ação por causa das implicações humanitárias aos refugiados. O Departamento de Estado dos EUA emitiu um relatório afirmando que Israel pode ter violado lei humanitária em Gaza, dizendo que não há lugar seguro para estas pessoas irem.

A guerra entre Israel e Hamas completou sete meses em maio, tendo sido iniciada no ataque do grupo terrorista em outubro de 2023, que vitimizou 1.200 pessoas. Israel então lançou ofensivas para tentar eliminar o grupo, causando no total a morte de 35 mil palestinos segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. Israel afirma que a cidade de Rafah é o último refúgio do grupo terrorista e, portanto, o último passo para encerrar a guerra.


A guerra entre Israel e Hamas, além de causar milhares de mortes, obriga a população local a fugir de seus lares (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images embed)


Os EUA apoiam Israel, mas são contra uma operação em larga escala do exército, pois não houve a formulação de um plano humanitário apropriado para a população refugiada na cidade durante a guerra. Em resposta, os americanos interromperam o envio de bombas para Israel na semana passada.

A incursão terrestre do exército israelense teve início na última terça-feira (07), quando o país assumiu o controle do lado palestino na travessia de Rafah, cque conta com mais de 1 milhão de refugiados da guerra Israel-Hamas. Segundo a Reuters, os tanques israelenses bloquearam o acesso e realizaram ataques contra alvos do Hamas durante a semana inteira. A ordem para evacuar o leste da cidade veio na segunda-feira (06) pelas Forças de Defesa de Israel, em “preparação para uma operação terrestre na região”, reportou Daniel Hagari, porta-voz da FDI. Cinco dias depois, um novo comunicado de evacuação foi emitido e a operação afetou a entrada de ajuda humanitária. Felizmente, a passagem de Kerem Shalom foi reaberta na quarta (08), possibilitando o auxílio ser retomado vindo do Egito.

Negociações de cessar-fogo

Desde o início do conflito, a cidade de Rafah foi o principal ponto de comunicação entre Gaza e o restante do mundo. A cidade também é a principal entrada de ajuda humanitária para os palestinos e o ponto de saída de estrangeiros e reféns libertados durante o cessar-fogo de novembro. Com o avanço do confronto, Rafah subiu de 280 mil pessoas para 1,5 milhão de habitantes, que se alojaram em tendas. O lugar é um último refúgio para quem tenta escapar dos horrores da guerra. 

Em comunicado divulgados pelas redes sociais, o governo de Israel pediu aos moradores que deixassem a região leste de Rafah e fossem para Al-Mawasi, cidade palestina vizinha. Israel disse ter criado uma zona humanitária para receber as pessoas, com instalações de hospitais de campanha, além de tendas, comida e água.


O governo norte-americano tenta mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas (Foto: reprodução/Miriam Alster/Getty Images embed)


De acordo com o governo palestino, controlado pelo Hamas, as forças israelenses bombardearam a parte leste da cidade, preparam sua entrada em Rafah afirmando que a cidade é o último reduto do grupo na Faixa de Gaza. Mas a cidade que faz fronteira com o Egito também é o último refúgio para os palestinos que deixaram suas cidades no norte, centro e no sul do país no percurso da guerra.

Segundo o Hamas, o grupo havia aceitado uma proposta de cessar-fogo elaborada pelo Egito e pelo Catar no início da semana passada, mas Israel não aceitou e uma nova rodada de negociações de trégua com troca de reféns não foi bem sucedida. Apesar das tentativas falhas, os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, ainda se mostra otimista e vai continuar a mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Joe Biden bloqueia entrega de bombas a Israel em ato considerado simbólico

Nesta terça-feira (7), foi divulgada a informação de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, suspendeu o envio de 3.500 bombas a Israel para evitar que fossem destinadas a ataques a Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza. A cidade serve de refúgio para os cidadãos palestinos e estima-se que Rafah abrigue mais de um milhão de pessoas.

Decisão de Biden

O presidente dos EUA, Joe Biden, suspende o fornecimento de bombas a Israel, uma vez que muitas delas foram usadas para matar civis em Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza, que abriga mais de 1,4 milhão de palestinos, entre moradores locais e desabrigados.

O recado foi dado junto com essa rara admissão de que bombas americanas mataram civis palestinos. O ato de Biden é simbólico, já que é a primeira vez que o político demonstra em ações a insatisfação em relação ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, após o governo não responder às preocupações de Washington sobre Rafah.

“Deixei claro a Bibi [Netanyahu] e ao gabinete de guerra que não terão o nosso apoio se, de fato, atacarem esses centros populacionais. Não nos distanciamos da segurança de Israel. Nós nos distanciamos da capacidade de Israel de travar guerra nessas áreas”

A preocupação do estado de Biden é de que bombas mais pesadas causariam uma catástrofe em Rafah por ser uma área urbana densamente povoada. Essa é a primeira vez que o repasse de armas é usado pelo governo americano para tentar influenciar na abordagem israelense na Faixa de Gaza. Tanto Israel quanto Estados Unidos tentaram chegar a um acordo para que não houvesse a suspensão das armas, porém a decisão de Israel de atacar Rafah pesou profundamente.

Ataques à Rafah

Nesta terça-feira (7), a cidade de Rafah sofreu com ataques aéreos israelenses que deixaram 15 mortos segundo informações de hospitais Abu Yousef e Al Kuwaiti, localizados no sul da Faixa de Gaza. A Defesa Civil da Palestina afirmou que equipes resgataram corpos de várias casas atingidas pelos aviões israelitas.


Rafah, cidade ao sul de Gaza, sofre com ataques aéreos israelenses (foto: reprodução/Getty Images Embed)


Os ataques ocorreram mesmo após a oposição clara do presidente dos EUA, Joe Biden, a respeito dos ataques a Rafah. A pressão para a interrupção dos atques israelenses à cidade de Gaza segue sendo uma das advertências americanas sobre a violência na qual mais de 34 mil pessoas já morreram diante.

 Estados Unidos apresentam proposta de “cessar-fogo imediato” para a guerra entre Israel e Palestina

Nesta quinta-feira (21), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, confirmou que os Estados Unidos solicitaram um pedido ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para um “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza. 

Em viagem a Arábia Saudita, Blinken disse que há possibilidade de paralisação dos bombardeamentos em Gaza caso o Hamas concorde em liberar reféns que estão sob poder do grupo terrorista desde os ataques que deram início a guerra, no último dia 7 de outubro. 

“Acabamos de apresentar uma resolução perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que apela a um cessar-fogo imediato ligado à libertação de reféns. Claro, apoiamos Israel e o seu direito de se defender, de garantir que o 7 de outubro nunca mais aconteça. Mas, ao mesmo tempo, é imperativo que nos concentremos nos civis que estão em perigo e que sofrem tão terrivelmente”, declarou Blinken em viagem a Arábia Saudita. 


Antony Blinken em encontro em Jeddah, na Arábia Saudita, discute sobre a tentativa de cessar-fogo na Faixa de Gaza. (Foto: Reprodução/Evelyn Hockstein/AFP)

Mudança de tom em relação a postura de Israel 

Com a oficialização do pedido dos Estados Unidos por um cessar-fogo em Gaza ao Conselho de Segurança da ONU, esta será a primeira vez, desde o início da guerra, que o presidente americano, Joe Biden,  solicitará a interrupção dos bombardeamentos vindos de Israel em direção ao território palestino.

Nas últimas semanas, Biden vem mudando o tom em relação à postura de Israel no conflito, isso porque, a escalada do número de mortes de civis palestinos vem afetando, inclusive, a reputação do presidente americano, que concorrerá à reeleição ainda neste ano. 

No início de março, durante uma entrevista, Joe Biden criticou a postura do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em relação aos ataques de Israel diante dos civis da Faixa de Gaza. “Ele tem o direito de defender Israel, o direito de continuar perseguindo o Hamas, mas ele precisa prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas”, enfatizou o presidente americano. 

Exército israelense estuda para atacar Rafah

Há semanas, as tropas de Israel vêm se preparando para atacar o território de Rafah, situado no sul da Faixa de Gaza, cidade localizada na fronteira do Egito. No entanto, a ação que vem sendo orquestrada pelo exército israelense não tem apoio internacional, isso porque, Rafah possui cerca de 1 milhão de civis palestinos que se deslocaram até a cidade em busca de abrigo. 

Nesta terça-feira (19), Netanyahu rejeitou o pedido de Biden para cancelar os planos de um ataque terrestre em Rafah. O primeiro-ministro israelense deixou claro que está determinado em concluir a extinção do Hamas em toda região.

Israel bombardeia mesquita em Rafah e deixa quatro pessoas mortas 

Nesta quinta-feira (23), Israel voltou a bombardear a cidade de Rafah, localizada no sul da Faixa de Gaza; o ataque provocou a destruição de uma mesquita e vários edifícios residenciais na região, deixando pelo menos quatro pessoas mortas. Metade da população de Gaza se deslocava para cidade a procura de refúgio devido ao conflito no norte do país. 

Moradores consideram pior ataque até agora 

Segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado por Hamas, nas últimas 24 horas, 97 pessoas foram mortas nos ataques israelenses. O Ministério informou também que, até agora, quase 30 mil palestinos morreram e mais de 65 mil ficaram feridos por ataques israelenses, em sua maioria, menores de idade e mulheres.

Foi uma noite difícil”, palavras de Akram al-Satri, um dos abrigados em Rafah, devastado, o palestino conta que o mês sagrado está perto que a mesquita destruída pelos ataques era frequentada por 20, 30 mil pessoas. A situação em Rafah é preocupante, já que se estima que 1,5 milhão de palestinos estejam vivendo na cidade em condições precárias e degradantes, com superlotação na cidade. 


Mesquita al-Farouk após bombardeio de Israel (foto: reprodução/X/@newsandufology)

Na noite de quarta-feira (21), moradores da região de Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza, alguns quilômetros mais ao norte, também foram alvos de alguns bombardeios israelenses.

Novo acordo de cessar-fogo 

Os ataques aconteceram enquanto acontecia o acordo de trégua entre Hamas e Israel. Segundo o ministro do Gabinete de Israel, Benny Gantz, os esforços para um novo acordo estão promissores e deve haver uma nova negociação com um dos chefes de Hamas em breve.  

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia anunciado uma possível invasão terrestre em Rafah no mês do Ramadã como último recuso para a libertação de reféns remanescentes sequestrados no dia 7 de outubro. A cidade de Rafah é o único território que não foi invadida pelo exército na guerra, e segundo o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, 134 pessoas ainda permanecem em posse do grupo terrorista Hamas. 

Negociações para trégua na guerra entre Israel X Hamas terminam sem acordo 

Nesta terça-feira (13), as tentativas para promover trégua na guerra entre Israel X Hamas terminaram sem avanços em uma reunião entre os Estados Unidos, Egito, Israel e Catar. No Cairo, os países se mostraram intencionados em iniciar negociações após a intensificação dos bombardeios vindos de Israel à cidade de Rafah, localizada no Sul da Faixa de Gaza. 

A reunião foi mediada pelo presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que conduziu as tratativas com o diretor da CIA, William Burns, e com o primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani. De acordo com o site de serviço de informações do Egito, a reunião tinha como objetivo chegar a um acordo sobre uma trégua em Gaza, proteger os civis e fornecer mais ajuda ao enclave. 

Após o fim do encontro, o site publicou uma declaração do presidente egípcio em que ele cita uma “vontade de continuar a consulta e a coordenação” sobre as principais questões que envolvem a guerra, indicando que nenhum avanço foi feito.

Ataques em Rafah

Após quatro meses do início da guerra, a cidade de Rafah, localizada no Sul da Faixa de  Gaza,  abriga mais de um milhão de civis palestinos que se deslocaram para o território para se proteger dos bombardeamentos israelenses. Isso porque, no início da guerra, os ataques eram mais comuns no norte de Gaza. No entanto, nos últimos dias,  o conflito vive a intensificação da atividade militar israelense sob Rafah. 



O território, que antes abrigava cerca de 300 mil pessoas, agora é habitado pelo triplo de moradores, praticamente todos os civis que sobreviveram desde o início da guerra. Agora, com bombardeamentos em Rafah, dezenas de desabrigados passaram a deixar o território em busca de novos abrigos em Gaza. 

Mesmo fazendo fronteira com Rafah, o Egito não permitirá a entrada de imigrantes palestinos que estão fugindo do conflito.

O conflito

Até o fechamento desta reportagem, 28.478 pessoas foram mortas em decorrência da guerra, destes, 133 foram mortos nas últimas 24h, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, autoridade controlada pelo Hamas. Além disso, estima-se que sejam 68.146 feridos, número que preocupa as autoridades visto que a superlotação dos hospitais é uma realidade em Gaza desde o início da guerra, no último dia 7 de outubro.