Nesta quinta-feira (23), Israel voltou a bombardear a cidade de Rafah, localizada no sul da Faixa de Gaza; o ataque provocou a destruição de uma mesquita e vários edifícios residenciais na região, deixando pelo menos quatro pessoas mortas. Metade da população de Gaza se deslocava para cidade a procura de refúgio devido ao conflito no norte do país.
Moradores consideram pior ataque até agora
Segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado por Hamas, nas últimas 24 horas, 97 pessoas foram mortas nos ataques israelenses. O Ministério informou também que, até agora, quase 30 mil palestinos morreram e mais de 65 mil ficaram feridos por ataques israelenses, em sua maioria, menores de idade e mulheres.
“Foi uma noite difícil”, palavras de Akram al-Satri, um dos abrigados em Rafah, devastado, o palestino conta que o mês sagrado está perto que a mesquita destruída pelos ataques era frequentada por 20, 30 mil pessoas. A situação em Rafah é preocupante, já que se estima que 1,5 milhão de palestinos estejam vivendo na cidade em condições precárias e degradantes, com superlotação na cidade.
Na noite de quarta-feira (21), moradores da região de Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza, alguns quilômetros mais ao norte, também foram alvos de alguns bombardeios israelenses.
Novo acordo de cessar-fogo
Os ataques aconteceram enquanto acontecia o acordo de trégua entre Hamas e Israel. Segundo o ministro do Gabinete de Israel, Benny Gantz, os esforços para um novo acordo estão promissores e deve haver uma nova negociação com um dos chefes de Hamas em breve.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia anunciado uma possível invasão terrestre em Rafah no mês do Ramadã como último recuso para a libertação de reféns remanescentes sequestrados no dia 7 de outubro. A cidade de Rafah é o único território que não foi invadida pelo exército na guerra, e segundo o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, 134 pessoas ainda permanecem em posse do grupo terrorista Hamas.