90% dos municípios gaúchos foram afetados pelas grandes enchentes 

A sensível situação que assola o Rio Grande do Sul ainda está longe de ter um fim definitivo, além do frio e das chuvas que seguem intermitentes por todo o estado gaúcho, as destruições causadas pelas enchentes são incontáveis. De acordo com a Defesa Civil, 90% dos municípios do estado foram comprometidos e mais de 600 mil pessoas estão desabrigadas. 

Parâmetro geral

Cerca de 2,2 milhões de pessoas já foram afetadas direta ou indiretamente pela consequência das fortes chuvas que tomam conta do estado gaúcho. As enchentes fizeram com que 397 cidades solicitassem o estado de calamidade pública e apesar da averiguação do governo reduzir o número para 46, ainda existem 320 em cenário de emergência. Mais de 600 mil pessoas ficaram sem suas casas em meio a tragédia.

O número de pessoas desabrigadas consegue ser maior do que a população de uma capital como Florianópolis, por exemplo. Mesmo que a água já tenha mudado para um nível considerado em algumas cidades, ainda se torna muito difícil para alguns moradores voltarem devido às condições deixadas pelo barro e lama além da obstrução de passagens. Em Lajeado, no Vale Taquari, já houve casos de pessoas que conseguiram chegar em suas respectivas casas para início da limpeza. Porto Alegre também, em parte, teve parte da água recuada e a verdadeira situação nas ruas começou a aparecer. 


Estragos em cidade gaúcha (Foto: reprodução/ Jornal Nacional/ TV Globo)

“ Os freezers viraram de cabeça pra baixo, toda a mercadoria estragou. Agora, tem que ter forças para recomeçar. ”, disse empresário Jair Lamm, dono de uma padaria aberta há 25 anos, para o Jornal Nacional.  

Cidades como Santa Rita chegaram a ser 60% afetadas. A Zona Sul de Porto Alegre ainda segue tomada pela água, mantendo o alerta à população. O nível da Lagoa dos Patos ainda subiu aproximadamente 30 centímetros em 48 horas, atingindo 2,75 metros na manhã desta quinta-feira (16), segundo a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

O prejuízo da destruição nos município chega a uma quantia estimada de R$ 5 bilhões, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski.

Previsões

As notícias do tempo destinadas a região sul do país ainda não são das melhores, o Rio Grande do Sul ainda registrará frio e chuvas nesta sexta-feira que pode ou não decorrer durante o fim de semana. Em previsões do MetSul Meteorologia, ganhou destaque o acúmulo de chuvas para os setores norte e nordeste do estado entre ontem e hoje, onde estas podem chegar dos 50 até 100 milímetros em várias cidades, com especificidade na região serrana. Ainda, a instabilidade do solo serrano induz uma importante preocupação acerca da possibilidade de deslizamentos de de terra em consequência da condição sensível do solo.

Para o resto do estado, espera-se que o tempo continue firme, com chuvas moderadas na metade norte da região.

Ministro Pimenta estabelece prazo de seis meses para aprovação de projetos de reconstrução no RS

O Ministro da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, enfatizou a necessidade de aprovar rapidamente todos os projetos destinados à reconstrução das cidades afetadas pelas recentes enchentes no estado. Além disso, ressaltou a importância de implementar medidas preventivas para evitar futuros desastres.

Esse é o prazo que estou estabelecendo. Eu quero um prazo de quatro a seis meses para que todos os projetos em todas as áreas estejam aprovados e, com isso, eu possa voltar para assumir definitivamente a Secretaria de Comunicação Social da Presidência e aí cada ministério acompanhar a parte da execução em todas as áreas”, destaca Pimenta.

Pimenta, além disso, definiu um prazo máximo de seis meses para a aprovação de todos os projetos relacionados à reconstrução e prevenção de desastres. Ele expressou sua determinação em garantir que essas iniciativas sejam efetivadas dentro desse período.

Atuação do ministério

O ministro destacou que a função principal do ministério não será executar projetos, mas sim coordenar, formular e articular ações governamentais em conjunto com outros órgãos e ministérios.

Não é um ministério executor, é um ministério de coordenação, formulação e articulação das ações do governo”, afirma o novo ministro

Uma medida provisória emitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelece a existência da nova pasta até fevereiro do próximo ano.

Pimenta delineou duas áreas prioritárias de atuação para o ministério: uma centrada no auxílio emergencial e na reconstrução das cidades afetadas, e outra voltada para a prevenção, visando evitar a repetição de tragédias semelhantes.

O presidente Lula quer fazer um grande estudo para um projeto definitivo para que essa situação nunca mais se repita. Vou coordenar também a contratação desse estudo definitivo para uma solução estrutural“, ilustra.

Primeiras ações

Na primeira agenda como novo ministro, Pimenta participou de reuniões estratégicas com autoridades locais e representantes das regiões afetadas para discutir um plano emergencial de ação.


Paulo Pimenta lidera ministério com duas frentes de atuação para reconstruir e prevenir o RS de novas enchentes (Fotografia: reprodução/Lucas Leffa/Secom/Agência Brasil)

Para alcançar os objetivos, ele liderará o diálogo com as prefeituras, o governo estadual e diversos setores da sociedade civil, além de selecionar projetos e demandas e articular com todos os ministérios, abrangendo áreas como o setor empresarial, agropecuário, de saúde e educação, entre outros.

Sua primeira agenda como novo ministro da reconstrução do Rio Grande do Sul foi realizada no dia de sua nomeação. Após o retorno do presidente Lula a Brasília, Pimenta e o ministro Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, voaram até o maior navio da América Latina, o porta-helicóptero “Atlântico”, onde jantaram com o comandante da Marinha e todo o comando envolvido na Operação Taquari II.

Compromisso com a reconstrução

O compromisso do governo com a reconstrução e prevenção de desastres no Rio Grande do Sul é evidente, com o Ministro Paulo Pimenta liderando os esforços para garantir uma resposta eficaz e coordenada diante dos desafios enfrentados pelo estado.

Entenda por que não haverá paralisação das outras divisões do Campeonato Brasileiro

Em entrevista, Rodrigo Paiva, Diretor de Comunicações da CBF explicou que a pausa da 7ª e 8ª rodadas da Série A do Campeonato Brasileiro, só pode ser realizada após o pedido feito por 15 dos 20 clubes da competição. Somente Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino e São Paulo não se pronunciaram a favor da paralisação.Deixando claro que a decisão de parar as outras divisões só acontecerá se também houver a solicitação da maioria dos clubes.

Clubes gaúchos em outras séries

Na Série B não tem times gaúchos. Já na Série C, temos o mesmo cenário da Série A, tendo três dos 20 clubes do Rio Grande do Sul. São eles: Caxias (de cidade do Juventude), Ypiranga (de Erechim) e São José (de Porto Alegre). Até agora, somente os jogos envolvendo essas três equipes foram adiados.


Bola da Série D (Foto: reprodução/Fluminense-PI)

Na Série D o problema é ainda maior, pois três dos oito times da Série A8 são gaúchos: Avenida (de Santa Cruz do Sul), Novo Hamburgo e o Brasil (de Pelotas), que também têm tido seus jogos adiados.

Clubes que não se manifestaram a favor da paralisação

A CBF divulgou quem são os cinco clubes que não pediram a paralisação, são eles: Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Flamengo e Red Bull Bragantino. Os quatro primeiros encabeçaram campanhas para ajudar as vítimas das enchentes no Sul, contudo,  haviam se pronunciado através de seus dirigentes, dizendo que entendiam que poderiam ajudar mais sem a paralisação do Brasileirão. A entidade disse que não houve comunicação formal desse grupo. A CBF enviou ofício aos clubes e federações pedindo seus posicionamentos sobre o assunto.

A versão dos clubes

O Bragantino afirmou que não entendeu o motivo por não ter sido colocado pela CBF entre os clubes que apoiavam a paralisação. O clube declarou que apoia a decisão e que manifestou tal posição por meio de ofício, conforme pedido pela CBF. O São Paulo vê a decisão de forma natural e, apesar de não ter sido comunicado oficialmente da decisão, disse que irá obedecer o que for decidido pela CBF.

O Corinthians não se posicionou sobre a decisão, mas já emitiu em nota a suspensão das vendas de ingressos da partida contra o Botafogo, que seria realizada no domingo (19), na Neo Química Arena. Flamengo e Palmeiras, até agora, não se pronunciaram sobre suas posições.  Bahia e Vitória também constavam na lista dos times contrários à suspensão das partidas, porém mudaram de ideia. Os clubes baianos se pronunciaram na noite de quarta (15) ,em nota, apoiando a paralisação temporária em respeito ao Rio Grande do Sul.

Chuva volta ao Rio Grande do Sul após enfraquecimento da frente fria

Após a passagem de uma frente fria que enfraqueceu o bloqueio atmosférico presente no Brasil desde 22 de abril, a chuva deve retornar ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (16).

A presença de uma massa de ar polar permitiu que os últimos dias fossem dominados pelo sol, proporcionando uma pausa na chuva na região. No entanto, com a frente fria deslocando-se para o oceano, o estado volta a enfrentar condições de tempo mais instável.

De acordo com a Climatempo, outros fatores contribuirão para as chuvas na região: a influência de um fluxo de umidade vindo da Amazônia e condições atmosféricas instáveis. Dessa forma, o dia deverá ter céu nublado em todo o estado, com chuva principalmente no centro-norte do Rio Grande do Sul.

Previsão e Impacto das Chuvas

Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, avalia que a situação desta semana provavelmente será menos severa em comparação com a anterior. Ele ressalta que, embora a previsão indique chuvas menos intensas, ainda existe a possibilidade de ocorrerem precipitações fortes, principalmente na região norte do estado.


Entre quinta e sexta-feira desta semana, a previsão é de que o norte do estado acumule entre 60 e 100 milímetros de chuva em média (Fotografia: Reprodução/Anselmo Cunha/AFP)

Entre quinta e sexta-feira (17), espera-se que o norte do estado registre volumes médios de chuva entre 60 e 100 milímetros. A Serra Gaúcha também deverá ser afetada pelas precipitações mais intensas, colocando a região em estado de alerta. Na Grande Porto Alegre, as chuvas deverão variar de fracas a moderadas, com acumulados previstos entre 30 e 50 milímetros.

Nova Frente Fria e Riscos de Inundação

Na sexta-feira, uma nova frente fria deve contribuir para a condição de tempo instável no Rio Grande do Sul. A chuva deve aumentar no fim da semana no norte do estado, inclusive nas cabeceiras de rios importantes que fazem parte das bacias do Taquari, Alto Jacuí e Uruguai. Com o solo já saturado devido aos grandes volumes de chuva registrados nos últimos dias, o retorno dos temporais é um alerta para a piora das inundações.

Lucyrio explica que, em condições normais, os acumulados esperados não seriam suficientes para causar grandes transtornos. No entanto, com a situação já frágil do solo e os níveis das bacias elevados, qualquer nova chuva pode representar um problema.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do governo federal responsável pela comunicação de riscos para a Defesa Civil, alerta sobre os possíveis riscos com as novas chuvas previstas.

Mudança nas Temperaturas

Além do retorno das chuvas no Sul do Brasil devido ao afastamento da frente fria, as temperaturas devem voltar a subir no Sudeste e em parte do Centro-Oeste. A massa de ar polar que chegou no início da semana não foi forte o suficiente para romper o bloqueio atmosférico que atua sobre o país, resultando no deslocamento da alta pressão para o norte da região Sudeste.

Ex -participante de A Grande Conquista 2, mostra danos no RS após perder tudo

Sem poder ter informações externas enquanto participasse do reality show “A Grande Conquista 2”, Luciano Rodrigues — o “Tchê” — só soube da situação de catástrofe que assolou seu estado no último dia 6, uma segunda-feira, quando foi eliminado. Após isso, apenas nesta semana o gaúcho se pronunciou sobre sua atual situação e mostrou como se encontra as ruas de sua cidade. 

Eliminação

Gaúcho de São Leopoldo — uma das cidades atingidas pela enchente e que ainda se encontra com parte de si embaixo d’água —, não foi fácil para Luciano Rodrigues acolher as informações referentes a sua cidade assim que saiu do reality show. 

@luciano_tche Não foi feito a manutenção dos diques e nem das bombas de drenagem que até agora se encontram desligadas e muitas delas estragadas #descasopublico_tristerealidade? #catastrofe #triste #tristeza #enchentes #riograndedosul #saoleopoldo #FalaGalvao #fyp #fy #recordtv #catastrophe ♬ Oceans – Kenna Childs

Ex- participante de A grande Conquista mostra danos (Reprodução/TikTok/luciano_tche)

Sendo um dos cinquenta finalistas da fase da Vila, o técnico de segurança deixou o grandioso reality dia 6, uma segunda-feira, e logo foi informado sobre a catástrofe pela produção da emissora. Infelizmente, em declaração dada pela Record TV, foi sabido que sua casa também foi fortemente afetada e como consequência, o ex-participante se ausentou da live com os eliminados do programa.  

“Olá, grande público, amigos e participantes deste último reality A Grande Conquista 2 no qual eu (tchê) tive a oportunidade de chegar entre os 50 finalistas com saída no último dia 06/05/2025″, começa em vídeo feito na quarta-feira (8), sua primeira aparição nas redes sociais desde a eliminação. “[…]Agora retornando a vida real, me deparando com a maior catástrofe já vista no Rio Grande do Sul, enchente que devasta a região Metropolitana. A minha esperança de chegar em casa, ver a família, amigos e patrimônio foi literalmente por água abaixo. Fonte de renda, bens, estão completamente submersos”, declarou. 

São Leopoldo por Tchê

Na noite desta terça-feira (14), Luciano voltou as redes sociais e mostrou a situação crítica de sua cidade.  

“Andando em meio ao caos para encontrar a paz na mente”, disse em legenda de foto postada nas redes, na imagem Luciano aparece de cabeça abaixadaA marca da altura da água deixada nas paredes também foi mostrado por si: “Nível da água na primeira quadra da independência, alinhada com meu chapéu”, pontuou. 


Tchê em imagens sobre a situação de São Leopoldo, RS (Foto: reprodução/ Instagram/ @luciano1965_d.c)

São Leopoldo, assim como outras, foi fortemente atacada pelas enchentes causadas pela chuva nas últimas semanas. O nível da água chegou a quase 6 metros após rio dos Sinos ter seu recorde em volume e colocar mais três cidades em estado de calamidade pública, mais de 180 mil pessoas foram atingidas e 12 mil estão desabrigadas. O prefeito da cidade, Ary Vanazzi, fez apelo à população neste domingo (12), para que a população das áreas alagadas não retornem às suas casas e que os que ainda se encontram em residências saiam e busquem por abrigos em lugares seguros da prefeitura ou nas casas de familiares e amigos.  

Senado Federal aprova projeto que visa criar regras para mudanças climáticas no Brasil 

Na quarta-feira (15), o Senado Federal aprovou um projeto de lei que visa protocolar regras na criação de planos de adaptação durante mudanças climáticas no Brasil. A sugestão, por se tratar de um texto alternativo alterado pelas comissões do meio ambiente, constituição, justiça e cidadania, deve passar novamente por aprovação na Câmara dos Deputados.

O que se estabelece

O objetivo dessa resolução é diminuir os impactos ambientais, sociais, econômicos e também a infraestrutura que eventos catastróficos podem causar em cidades brasileiras. As adaptações deverão ser realizadas por um órgão federal com a União, estados e municípios. Também é determinado que grupos vulneráveis atingidos pelos eventos, setores econômicos e o setor privado devem participar dessa iniciativa. 


Votação do projeto no Senado Federal (Foto: reprodução/Roque de Sá/Agência Senado/Senado Notícias)

O texto afirma que a idealização dos planos será financiada pelo Fundo Nacional sobre Mudança Climática e prevê reconhecer e priorizar ações de combate aos desastres ambientais, incentivar o agronegócio a pesquisar e desenvolver novas maneiras para diminuir a emissão de carbono e definir as prioridades de operações em regiões mais vulneráveis. 

Ademais, as diretrizes estabelecidas serão executadas em três áreas de prioridades: na infraestrutura urbana e cidade, infraestrutura nacional com suporte em transportes, energia e comunicação, e na infraestrutura da natureza, e também conterão medidas para gestão de risco. 

Os municípios mais propícios a sofrerem com esses desastres terão prioridade maior no plano, que terá o prazo de um ano para sua elaboração e formulação de prazos. 

Projeto em análise há três anos

O projeto ambiental encontrava-se em trâmite no Congresso há cerca de três anos, foi aprovado pela Câmara em 2022 e analisado pela Comissão do Meio Ambiente, recebendo autorização em fevereiro deste ano. A tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul nas últimas semanas colocou uma pressão maior para a análise rápida da proposta. 


Brigada militar realizando resgates no RS (Foto: reprodução/Instagram/@brigadamilitaroficial)

O senador Jaques Wagner afirmou em seu relatório que a tragédia é um exemplo dos diversos eventos climáticos que vêm atingindo o mundo e por isso a necessidade de criar um plano maior de prevenção.  

“A inundação dos municípios gaúchos não foi um evento isolado. Tempestades e nevascas com maior intensidade têm ocorrido em diversos pontos da Terra, bem como incêndios de imensa magnitude no Canadá, na Europa e na Austrália, em tempos recentes”

Jaques Wagner

O projeto foi aprovado com somente um voto contrário do senador Flávio Bolsonaro, que revelou sua preocupação com o excesso de poder dos órgãos ambientais, o projeto ainda não tem data para a nova sessão na Câmara dos Deputados. 

Câmara aprova suspensão da dívida do RS com a União

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (15) um projeto que suspende a dívida do Rio Grande do Sul com a União por três anos, visando auxiliar o estado após temporais e enchentes que causaram 149 mortes. O texto-base foi aprovado na terça-feira e nenhum dos quatro destaques propostos foi aprovado, encaminhando o projeto para o Senado.

A suspensão do pagamento da dívida é uma das medidas adotadas pelo governo para ajudar o estado, que enfrenta consequências graves dos temporais desde abril. Além disso, a medida reduz a taxa de juros a 0% durante esse período. Porto Alegre, mesmo sem chuva, registrou aumento no nível do lago Guaíba em 21 centímetros em 24 horas, alcançando 5,23 metros na terça-feira (14), segundo a Defesa Civil.


Intenções de Lira saem do papel e são postas em ação (Foto: reprodução/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados )

Dívida

A dívida do Rio Grande do Sul com a União soma R$ 97,7 bilhões, e a suspensão dos pagamentos deve evitar gastos de R$ 11 bilhões com as parcelas e mais R$ 12 bilhões com os juros, segundo o Ministério da Fazenda.

O dinheiro que seria usado para pagar as parcelas da dívida deverá ser direcionado integralmente para ações de enfrentamento à calamidade pública e suas consequências sociais e econômicas.

“A tragédia incalculável que se abateu sobre o Rio Grande do Sul prova, sem sombra de dúvida, que é necessário haver um dispositivo legal autorizando o Governo Federal a refinanciar as dívidas dos Estados eventualmente atingidos por calamidades públicas”, escreveu o relator do projeto, deputado Afonso Motta (PDT-RS), em seu parecer.

Prestação de contas

A proposta não se restringe ao Rio Grande do Sul. Em casos de calamidade pública reconhecida pelo Congresso, a União pode adiar pagamentos devidos por um estado, com redução a 0% da taxa de juros, pelo período de 36 meses. O projeto, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode liberar R$ 23 bilhões para o caixa do RS em três anos.

Além da suspensão da dívida, o projeto estabelece que durante a calamidade pública o estado fica proibido de criar ou aumentar despesas permanentes sem aprovação do Ministério da Fazenda. Após cada ano de suspensão, o estado deve enviar relatórios de comprovação de aplicação dos recursos, e ao final do período de três anos, assinar um termo aditivo ao contrato da dívida. Os valores suspensos serão incorporados ao saldo devedor do estado, sem incidência de juros, caso o termo aditivo não seja assinado.

Frio intenso e geada atingem o Rio Grande do Sul com mínima de 0,3ºC

Após uma pausa na chuva que causou vários transtornos entre o final de abril e a primeira quinzena de maio, o Rio Grande do Sul amanheceu com tempo firme, geada e mínimas de até 0,3ºC. Segundo a Climatempo Meteorologia, pelo menos 20 municípios do estado registraram temperaturas abaixo de 5ºC nesta quarta-feira (15).

Quaraí, localizada na Fronteira Oeste, marcou a menor temperatura do estado, atingindo 0,3ºC por volta das 8h. São José dos Ausentes registrou uma mínima de 1ºC, enquanto Santana do Livramento chegou a 1,9ºC. Porto Alegre também quebrou seu recorde de frio, com uma mínima de 6,9ºC.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja indicando declínio de temperatura em todo o RS, com queda superior a 5ºC em algumas regiões.

Retorno da instabilidade

A instabilidade retorna na quinta-feira (16), com a Climatempo prevendo a volta da chuva devido à circulação de ventos em diferentes níveis, associada à umidade proveniente da Região Norte do Brasil.

Na sexta-feira (17), uma nova frente fria avançará pelo Rio Grande do Sul, mantendo o tempo fechado e chuvoso, com possibilidade de temporais.

Frio em outras regiões do sul

O Rio Grande do Sul continuará ensolarado e frio nesta quarta-feira, 15, com previsão de geada na fronteira com o Uruguai, na serra e no planalto ao norte do estado. Na Serra Gaúcha, os termômetros podem marcar até -2ºC em São José dos Ausentes. Na quinta-feira, 16, a previsão é de chuva forte em várias áreas, incluindo Porto Alegre e a serra.

Em Santa Catarina e Paraná, o frio também será intenso nesta quarta-feira, com geada no sul do Paraná, planalto sul e norte de Santa Catarina, e na serra catarinense, que deverá ser o local mais frio do Brasil nesta quarta-feira. Urubici e Urupema podem registrar até -3ºC devido à grande altitude.

Até o momento, as temperaturas mais baixas do ano estão previstas para serem registradas em Curitiba e Florianópolis, com mínimas de 12ºC e 13ºC, respectivamente, enquanto as máximas devem alcançar os 16ºC e 18ºC.

Riscos de geada e de perdas agrícolas

Foram emitidos alertas pelo Inmet sobre o risco de geada na região Sul, abrangendo um alerta classificado como “perigo” para o sul do Rio Grande do Sul e a Serra Gaúcha. Nessas áreas, existe a possibilidade de danos às plantações devido às temperaturas mínimas variando entre 3ºC e 0ºC.


Na região Sul, o Inmet emitiu alertas indicando o risco de geada (Fotografia: Reprodução/G1)

Outro alerta de “perigo potencial” foi emitido para o Rio Grande do Sul e o sul de SC, também devido ao risco de perdas agrícolas com temperaturas mínimas de 3ºC.

Rio Grande do Sul enfrenta alívio parcial nas cheias mas risco de inundações persiste

De acordo com a Defesa Civil e a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Sema), o estado não registrou chuvas significativas nas últimas 24 horas, conforme atualização divulgada nesta quarta-feira (15).

Os rios Taquari e Caí apresentaram redução nos níveis ao longo de seus percursos e estão saindo da cota de inundação. No entanto, as fozes de ambos permanecem cheias, com elevado volume de água nos pontos onde desaguam.

O Rio Taquari percorre cidades como Arroio do Meio, Lajeado, Estrela e Cruzeiro do Sul. Já o Rio Caí margeia municípios como Feliz, Montenegro e São Sebastião do Caí.

Estabilidade no Lago Guaíba

O nível do Lago Guaíba manteve-se estável nas últimas horas e deve continuar assim ao longo do dia. A cheia deve se prolongar durante a semana em Porto Alegre, pois o lago ainda está escoando as águas das demais bacias.

Em contraste, o Rio dos Sinos, que passa por São Leopoldo, Canoas e Novo Hamburgo, e a Lagoa dos Patos, no sul do estado, seguem em elevação. Apesar da estabilidade momentânea na Lagoa dos Patos, novas cheias são esperadas com a chegada das águas de regiões mais ao norte.

Recuo lento do Guaíba

Na terça-feira (14), o nível do Guaíba atingiu 5,25 metros, mas recuou para 5,22 metros às 6h15 e para 5,21 metros às 10h15 desta quarta-feira. Em Porto Alegre, a água começou a recuar em algumas ruas.


Na última terça-feira, o Guaíba baixou até 5,21 metros; a tendência é de queda (Fotografia: Reprodução/Instagram/@gustavo.mansur)

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) preveem que o nível do Guaíba deve continuar a baixar nos próximos dias, podendo atingir 4 metros entre os dias 19 e 21 de maio. A cota de inundação é de 3 metros.

A cidade de Guaíba, situada às margens do lago, ordenou a evacuação imediata de dois bairros devido ao risco de inundações.

Desalojados e abrigos

Milhares de pessoas tiveram que abandonar suas casas após o transbordamento do lago, que inundou principalmente os bairros das regiões Norte, Central e Sul de Porto Alegre. O aeroporto Salgado Filho e a estação rodoviária também foram afetados. De acordo com a prefeitura, 13,9 mil pessoas estão abrigadas em 155 locais.

Lewis Hamilton comove seguidores a ajudarem vítimas da tragédia no RS

O renomado piloto Lewis Hamilton, que conquistou o título mundial da Fórmula 1 sete vezes, utilizou suas plataformas nas redes sociais para expressar sua solidariedade para com o estado do Rio Grande do Sul. Reconhecido com cidadania honorária brasileira, Hamilton dedicou uma publicação em seu perfil oficial no Instagram nesta terça-feira (14) com o intuito de sensibilizar seus seguidores e mobilizar esforços para auxiliar a região afetada pelas recentes enchentes.

Em um vídeo compartilhado através dos stories, Hamilton apresentou imagens que evidenciam a gravidade da situação enfrentada no sul do Brasil, onde as enchentes têm causado devastação e afetado milhares de pessoas. Acompanhando as imagens, o piloto transmitiu uma mensagem de apoio e solidariedade, convocando seus seguidores a se unirem a ele nesse gesto de ajuda humanitária.


Story publicado pelo piloto em seu Instagram (Reprodução/Instagram/@lewishamilton)

“Meu coração está com todos os afetados pelas enchentes no Brasil. Se você puder, junte-se a mim para apoiar as bravas pessoas que estão lutando para ajudar os impactados por esta emergência”, escreveu Hamilton em seus storys. Além disso, o piloto disponibilizou um link para facilitar o processo de doações, permitindo que seus seguidores contribuam diretamente para os esforços de assistência às vítimas das enchentes.

Relação de Hamilton com o Brasil

A iniciativa de Hamilton reflete não apenas seu compromisso com a comunidade global, mas também sua conexão especial com o Brasil, país que o recebeu com honrarias e onde construiu uma significativa base de fãs. A relação de Lewis Hamilton com o Brasil transcende os limites do esporte, estendendo-se a uma conexão afetiva profunda com o país e seu povo. Desde seus primeiros passos na Fórmula 1, Hamilton foi calorosamente acolhido pela vibrante comunidade automobilística brasileira, que reconheceu e aplaudiu seu talento excepcional nas pistas.

Sua mensagem ressoa como um apelo à solidariedade e à ação coletiva em tempos de crise, atitude similar a muitos artistas e figuras públicas desde o início da tragédia.