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Nesta quinta-feira (31), Anielle Franco disse no julgamento de Ronnie Lessa, que existe uma dificuldade para perdoar os assassinos de sua irmã, a então vereadora Marielle Franco, que foi assassinada com Anderson Gomes, seu motorista, no dia 14 de março de 2018. Ela relatou no tribunal, em depoimento, criada no meio cristão e ensinada sobre a importância do perdão, entretanto lembrou a falta que sente dela em sua vida e como isso torna complicado perdoar.
Perdão
Ronnie Lessa,enquanto rolava a primeira sessão, pediu perdão às famílias das pessoas que ele estava sendo acusado de matar. Durante o momento em que ocorria o júri popular, ele citou o seguinte:
“Preciso pedir perdão a essas famílias. Perdi meu pai recentemente e já foi péssimo. Perder um filho deve ser a coisa mais triste do mundo, um marido”.
Enquanto ele falava, continuou em seu relato lembrando que não tem como voltar no tempo, e que ele busca se esforçar para fazer o possível para confortar a todos, assumindo a responsabilidade em torno do ocorrido. Ainda em seu depoimento, reiterou que precisou pedir o perdão para poder tirar esse peso da consciência, pois sempre se sentira culpado pela morte da Marielle.
Nesta quinta-feira (31), Elcio de Queiroz e Ronnie Lessa dão depoimento por videoconferência no 1º dia do julgamento (reprodução/Mauro Pimentel/Getty Images embed)
O primeiro alvo
Enquanto relatava durante seu julgamento, Ronnie Lessa revelou que o seu primeiro alvo era Marcelo Freixo, que foi deputado federal e preside atualmente a Embratur. Segundo o mesmo, era inviável matá-lo naquele momento. Lembrou também que houve uma estratégia quanto ao local onde iria ser feito o assassinato, para não haver interpretação de parecer que havia um intuito político no crime.
Ronnie Lessa permanece sendo julgado pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
O Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou recentemente que pretende exigir a pena máxima, de 84 anos, para os acusados do assassinato de vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes. O pedido será feito ao Conselho de Sentença do IV Tribunal do Júri.
Contexto
O pedido do Ministério Público será feito para um júri com previsão de início no dia 30 de outubro. Os dois acusados são denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado. Além disso, há denúncia de homicídio tentado e receptação de veículo. Todas as acusações estão relacionadas ao caso Marielle Franco.
O júri será formado por 21 integrantes, sendo sete pessoas sorteadas na hora, todos serão pessoas comuns e dormirão nas dependências do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Os membros do júri ficarão isolados.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz serão ouvidos por videoconferência, ambos estão presos Complexo Penitenciário de Tremembé e no Complexo da Papuda, respectivamente.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de matar Marielle Franco e Anderson Gomes (Foto: reprodução/ X/ @Metropoles)
Andamento do caso
O crime do caso Marielle Franco foi executado no dia 14 de março de 2018, desde então as investigações e judicialização do caso têm se encaminhado. Após a identificação dos autores, a Justiça tem trabalhado para também localizar os mandantes do crime.
Também estão presos o ex-policial militar Robson Calixto, que teria ajudado a sumir com a arma do crime, e o major Ronald Paulo Alves Pereira, acusado de monitorar a rotina da vereadora para garantir a execução do crime.
O STF vai ouvir todos os 5 presos em um processo na Corte para apurar a participação de cada um no crime que tirou a vida de Marielle e Anderson.
Os novos depoimentos de Ronnie Lessa quanto ao assassinato de Marielle Franco em 2018, referentes à delação premiada, foram propagandeados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, nesta sexta-feira (07), após a retirada de sigilo das oitivas que ainda não tinham sido divulgadas.
Em determinada parte de seu relato, Lessa explana detalhadamente seu vínculo com um dos grandes bicheiros cariocas, Rogério Andrade, e que, após obter sua permissão, explorou diversas máquinas caça-níqueis na região da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Entretanto, em sua declaração carecem os anexos referentes a sua colaboração como assassino de Marielle Franco.
A ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (Foto: Reprodução/Pinterest/@giovannasegeti)
Pormenores de nova declaração
Lessa relatou ter inspecionado a rotina de Marielle durante três meses e que houveram adversidades ao tentar executar o crime. Isso pois, a ex-vereadora foi até um bar, o qual era difícil acessar, bem como sua residência, segundo o assassino.
Ronnie informou que o acordo era matar Marielle, e dois loteamentos seriam entregues, sendo um deles para o mandante. Segundo o réu, foi o ex-policial Edmilson Macalé que realizou o crime.
Edmilson agia em sincronia com Robson Calixto, conhecido como o Peixão, que também é sondado por ter, possivelmente, uma união com os irmãos Brazão; Macalé foi morto em 2021.
Também foi narrado no depoimento que a morte do motorista de Marielle, Anderson Gomes, não deveria ter ocorrido. Ronnie só ficou sabendo de sua morte após o crime, quando ele e o motorista, Élcio Queiroz, foram para um bar na Barra da Tijuca, e um garçom comentou sobre, mostrando fotos.
Ronnie Lessa, ex-policial militar que auxiliou no assassinato de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em 2018 (Foto: Reprodução/Pinterest/@marleneebisa)
Élcio e Ronnie foram ao bar após passarem na casa da mãe do primeiro, onde depositaram a arma e o carro usados na delinquência.
Repercussão do caso
Durante seu trato de delação premiada, Ronnie informou que a propagação desmedida do homicídio da ex-vereadora Marielle não era esperado, causando apreensão nos envoltos na atrocidade.
A alegação ocorreu enquanto o ex-PM descrevia um encontro com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, que ocorreu após o crime. Ainda segundo Lessa, os irmãos são os mandantes do delito.
A aflição foi comedida pelos irmãos, que advertiram a Ronnie que Rivaldo Barbosa, que atuava na época como chefe da Polícia Civil, estava verificando e fazendo com que a investigação olhasse para o outro lado, tomando outro rumo.
Segundo Lessa, os dois o teriam tranquilizado dizendo que o então chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, “estava vendo” e estaria “virando o canhão” da investigação para o outro lado.
A PGR, Procuradoria-Geral da República, acusou os irmãos pelo envolvimento na infração. Todavia, qualquer coadjuvação fora contestada.
A defesa de Domingos Brazão é realizada pelos advogados Márcio Palma e Roberto Brzezinski que, na época da denúncia, asseguraram que a participação de Domingos não passa de uma “narrativa do assassino”, uma vez que não há provas que sustentem tal alegação.
Chiquinho e Domingos Brazão, possíveis mandantes do assassinato de Marielle Franco (Foto: Reprodução/Pinterest/@g1)
No mesmo período houve um pronunciamento da defesa de Chiquinho Brazão, efetuada por Cléber Lopes, o qual informou não ter obtido a acusação difundida ao STF, assim como os termos da queixa que a PF citou, impossibilitando um julgamento das denúncias.
Na segunda-feira (03/06), Rivaldo depôs junto à Polícia Federal, onde contrapôs qualquer comprometimento com o assassinato, e ainda relatou ser alvo de “perseguição”. O delegado informou que foram indicadas instabilidades na apuração que gerou a prisão.
O ex-policial militar Ronnie Lessa, confesso de ser um dos assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, informou detalhes sobre o pagamento e o plano de matar a vereadora. O vídeo da delação foi exibido com exclusividade no programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (26).
O ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, foram apontados por Lessa como mandantes do assassinato de Marielle Franco.
Pagamento
O pagamento, de acordo com Lessa, seria dois loteamentos clandestinos em Jacarepaguá na Zona Oeste do Rio. Avaliado em milhões de reais, os lotes seriam destinados a ele e um de seus comparsas, o ex-policial militar Edmilson de Oliveira, apelidado de Macalé, assassinado em 2021. Lessa disse que naquela época o dinheiro envolvido poderia chegar a 20 milhões de dólares. O local seria um novo negócio de milícia comandado por Lessa.
Com o auxílio de localização por satélite, Lessa mostrou aos investigadores do caso as supostas áreas dos loteamentos que seriam criados. A Polícia Federal (PF) afirmou no relatório das investigações que não foram encontradas evidências concretas de que havia um planejamento para a ocupação da área.
Os irmãos Brazão prometeram, segundo Lessa, que ele seria um dos donos do empreendimento criminoso. Na delação, ele disse que não foi chamado como um assassino de aluguel para matar a vereadora, na verdade foi convidado para “uma sociedade”.
Plano criminoso
O @showdavida teve acesso, com exclusividade, ao vídeo da delação de Ronnie Lessa. O ex-PM é um dos assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele confessou o crime pela primeira vez e apontou os mandantes #g1pic.twitter.com/wD2Jo9qIXY
Ronnie Lessa durante delação exibida pelo Fantástico, da TV Globo. (Foto: reprodução/X/@g1)Ronnie Lessa durante delação exibida pelo Fantástico, da TV Globo. (Foto: reprodução/X/@g1)
A delação apontou que eles se reuniram três vezes e Marielle era colocada na conversa como um obstáculo para a execução do suposto esquema dos irmãos. Os encontros não puderam ser confirmados pela PF por falta de registros das operadoras antes de 2018, o que impediu o cruzamento de dados dos celulares dos envolvidos para a comprovação.
Lessa também apontou que Domingos Brazão teria dito que o delegado Rivaldo Barbosa, naquele tempo chefe da Delegacia de Homicídios do Rio, atuava no plano e tentou protegê-los. Ronnie Lessa compartilhou que ouviu dos supostos mandantes que Barbosa estava resolvendo tudo e teria recebido no ano anterior para mudar o rumo das investigações.
Motivo da morte
Lessa informou que a vereadora Marielle Franco atrapalhava empreendimentos criminosos. Ele disse que Marielle teria organizado algumas reuniões com lideranças comunitárias, na Zona Oeste, para que novos loteamentos da milícia não fossem aceitos.
Ronnie Lessa, ex-policial acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes no ano de 2018, teve sua permanência em uma penitenciária federal do Mato Grosso do Sul renovado por mais um ano. A decisão foi proferida pelo juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, nesta quarta-feira.
Gustavo Gomes aceita pedido para manter Lessa no presidio
Inicialmente, o magistrado havia determinado o retorno de Lessa ao Rio de Janeiro, alegando a falta de pedido de prorrogação do prazo pela Justiça fluminense até a data limite de 21 de março. No entanto, Fiorentini voltou atrás ao tomar conhecimento de uma decisão da 4ª Vara Criminal do Rio, do dia 19 de março.
O juiz Gustavo Gomes Kallil, da Justiça do Rio de Janeiro, aceitou o pedido do Ministério Público e decidiu manter Lessa no presídio federal de segurança máxima por até três anos. Apesar disso, o magistrado do Mato Grosso do Sul reconsiderou a decisão e autorizou a permanência do acusado, mas apenas pelo período de um ano.
Fiorentini justificou sua decisão, citando que, embora a nova regulamentação permita a fixação do prazo de permanência por até três anos, a situação do preso pode ser alterada periodicamente. Ele ressaltou a importância de não manter o detento desnecessariamente no sistema mais gravoso de cumprimento de pena.
Ronnie Lessa está sob custódia desde 2019 e foi transferido para o Mato Grosso do Sul em dezembro de 2020. Sua situação ganhou destaque recentemente com a homologação de seu acordo de delação premiada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Este acordo foi fundamental para as investigações que levaram à prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa, suspeitos de serem os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
A decisão judicial quanto à permanência de Ronnie Lessa em uma penitenciária federal continua a gerar debate e especulações sobre os desdobramentos do caso. Enquanto isso, o processo segue em andamento, e as autoridades continuam empenhadas em buscar a verdade e a justiça para as vítimas e suas famílias.
O questionamento sobre “quem mandou matar Marielle e o motorista Anderson Gomes” está próxima de ser respondida, isso porque, em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Ronnie Lessa, acusado de ter puxado o gatilho da arma que matou a vereadora e seu motorista em 2018, entregou os mandantes e as circunstâncias para o assassinato.
Segundo pessoas que acompanham de perto a investigação mantida em sigilo pela Polícia Federal (PF), inicialmente, Ronnie Lessa não se mostrou interessado em colaborar com a investigação, no entanto, mudou de ideia quando Élcio de Queiroz o entregou como executor dos tiros que mataram Marielle e Anderson Gomes. A partir daí, Lessa decidiu que aceitaria participar de uma delação premiada que entregaria os mandantes e as circunstâncias para o crime.
Em 2019, Ronnie Lessa foi preso por participação na execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. (Foto: Reprodução/Jornal Nacional)
A delação
O depoimento de Ronnie Lessa teve duração de cerca de duas horas em gravação feita em áudio e vídeo. Lessa confessou quem o teria contratado para executar Marielle Franco. Além disso, o ex- policial militar, acusado de ter disparado os tiros que mataram a vereadora e seu motorista, também teria delatado as possíveis motivações para a premeditação do assassinato.
Ronnie Lessa também confessou que teria participado de uma série de encontros com o mandante do crime, essas reuniões, segundo ele, teriam acontecido tanto antes quanto depois da execução de Marielle e Anderson Gomes, que ocorreu no dia 14 de março de 2018.
Dessa forma, a delação premiada de Lessa forneceu à PF uma série de indícios e provas que comprovam sua participação no assassinato, além de confessar, pela primeira vez desde o ínicio da investigação, o mandante e suas motivações para a encomenda do crime.
Delação homologada pelo STF por suspeita de mandatário parlamentar
Nesta segunda-feira (18), Ronnie Lessa participou de videoconferência para confirmar a homologação de sua delação premiada pelo STF, a chamada contou com a participação de um juiz que integra a equipe do ministro e relator do caso, Alexandre de Moraes.
O caso foi parar no STF por suspeita de envolvimento de parlamentar, integrante do Congresso Nacional, com a encomendação do crime. Dessa forma, caso confirmado a participação congressista no assassinato, a jurisdição passa a ser do Supremo
Na vídeoconferência, Lessa confirmou novamente seu depoimento, prestado à PF no ano passado, no qual confessou quem seria o mandante do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Dada a confirmação, o juiz que participou da videoconferência aprovou a delação premiada de Lessa pelo STF.