O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, se tornou réu na Justiça do Distrito Federal por suspeita de envolvimento em fraude relacionada a apostas esportivas. A denúncia, apresentada pelo Ministério Público, foi aceita pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e envolve um cartão recebido pelo jogador em partida do Campeonato Brasileiro de 2023.
A informação foi publicada primeiramente pelo G1 e confirmada, depois, pelo Lance.
Bruno Henrique e irmão denunciados
Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, foram denunciados por fraude em competição esportiva. A acusação sustenta que o jogador teria forçado deliberadamente um cartão amarelo durante o jogo entre Flamengo e Santos, válido pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023, com o objetivo de beneficiar o irmão, que teria apostado previamente em uma punição ao atleta.
De acordo com a decisão do juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília, há “justa causa” para o prosseguimento da ação penal. O magistrado, no entanto, indeferiu a denúncia referente ao crime de estelionato para todos os envolvidos.
Bruno Henrique e seu irmão terão prazo de 10 dias para apresentar a defesa após serem oficialmente notificados.
Relembre o caso
O caso começou a ser investigado em 2024, no âmbito da Operação Spot-Fixing, que apura manipulações de resultados no futebol brasileiro, especialmente em situações envolvendo cartões. Segundo a Polícia Federal, parentes e amigos do jogador teriam lucrado com apostas feitas em casas como Kaizen Gaming, GaleraBet e Betano. As apostas envolviam previsões específicas de advertências ao atleta, que teria informado previamente o momento da punição.
Mensagens extraídas do celular de Wander Nunes reforçariam o vínculo entre a conduta de Bruno Henrique em campo e os ganhos obtidos por apostadores próximos ao jogador. O inquérito esportivo corre paralelamente no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que aguarda conclusão do processo criminal para eventual julgamento disciplinar.
Bruno Henrique prestou depoimento ao STJD em maio deste ano e sua defesa já solicitou arquivamento do caso e a transferência da ação para a Justiça Federal.
