Ucrânia recebe autorização para usar armas americanas contra alvos russos 

Foi informado nesta última quinta-feira (30), que o presidente dos Estados Unidos, o democrata, Joe Biden, teria suspendido restrições voltadas ao uso de armamentos norte-americanos para Ucrânia em defesa contra alvos russos na guerra europeia que se alastra.  

Objetivo de Escolha

Autoridade sênior dos Estados Unidos declarou à imprensa nesta quinta-feira (30), que a suspensão relacionada às restrições do uso de armas norte-americanas contra alvos russos pela Ucrânia seria apenas em detrimento da defesa da região de Kharkiv. Com base em suas palavras, a segunda maior cidade do país europeu está sob intenso fogo e agora tem autorização para usar armas fornecidas por Washington após semanas de discussões com Kiev. A decisão foi noticiada pelo site Politico. 


Militares ucranianos disparam projéteis contra posições russas nos arredores de Kharkiv (Foto: reprodução/ Roman Pilipey / AFP)

Biden orientou sua equipe para que garantissem a capacidade da Ucrânia de usar parte do poder bélico fornecido em contra-ataque na região de Kharkiv fazendo com que o país europeu revide contra forças russas que a atacam ou estejam prestes a atacá-la. Tais afirmações foram dadas à imprensa pela autoridade sênior norte-americana sob condição de anonimato. 

Salienta-se que, segundo os objetivos da escolha de suspensão, a permissão dada pelo presidente Joe Biden é ligada à defesa ucraniana para com ataques em instalações russas usadas para atingir parte de seu território, exclusivamente.  

Em comentários à repórteres em viagem na Moldávia nesta quarta-feira (29), o secretário de Estado americano, Antony Blinken, relatou que Washington “se adaptaria e se ajustaria” às condições do campo de batalha. Tal alegação veio em resposta ao questionamento sobre Biden permitir uso de armas fabricadas nos Estados Unidos para a Ucrânia atacar a Rússia. Esta foi uma forte sugestão de que o presidente estava tomando a decisão de permitir armas à Kiev.

Os líderes da Otan — Organização do Tratado do Atlântico Norte — da França e da Alemanha pediram aos Estados Unidos recentemente que a decisão fosse tomada. Em discussões internas do governo sobre o cenário, Antony Blinken defendeu a tomada de decisão. Ele participou de reunião da Otan nesta quinta e está previsto de participar de outra nesta sexta-feira (31), além de que, visitou a Ucrânia há mais de duas semanas. 

Cenário em Kharkiv

Kharkiv fica perto do território russo. A segunda maior cidade da Ucrânia se encontra no nordeste do país e está suscetível à ataques do território inimigo constantemente.  

A área ao redor da cidade tem sido atingida por artilharia e mísseis disparados ou lançados a partir do território russo. Sabe-se que os ucranianos pediram aos norte-americanos que lhe dessem maior margem na defesa móvel da cidade. 

O Pentágono dará orientações exatas aos militares ucranianos sobre o que pode ser atacado na Rússia, expuseram autoridades norte-americanas. Somado a artilharia e lançadores de mísseis, a preocupação de aviões russos lançarem bombas planadoras — equipamentos de munição simples com barbatanas — em Kharkiv de dentro do espaço aéreo russo também é constante. Autoridades da Ucrânia dizem que querem usar armas fabricadas nos Estados Unidos para ataques contra aeronaves russas no espaço aéreo inimigo e bases aéreas também. 

  

França e Alemanha concordam que Ucrânia deveria ser autorizada a atacar na Rússia

Nesta terça-feira (28), o presidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, disseram que os ucranianos deveriam ter permissão para atingir locais militares russos, de onde mísseis são lançados contra a Ucrânia. A fala foi dita durante uma conferência de imprensa em Meseberg, na Alemanha.

“Apoiamos a Ucrânia e não queremos uma escalada (do conflito), isso não mudou. Deveríamos permitir que neutralizassem locais militares a partir dos quais os mísseis são disparados, locais a partir dos quais a Ucrânia é atacada, mas não deveríamos permitir que atingissem outros alvos na Rússia, locais civis ou militares”.

Emmanuel Macron

A Rússia reage

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reagiu afirmando que a proposta de deixar os ucranianos usarem as armas fornecidas pelos países ocidentais para atacar dentro da Rússia, poderia desencadear um conflito mundial.


Presidente ucraniano (Foto: reprodução/Anadolu Agency/Getty Images embed)


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, vem pressionando os países europeus para que o autorizem usar as armas fornecidas por eles, para se defender de ataques em território russo.

“A Ucrânia tem todas as possibilidades, dentro do direito internacional, para o que está fazendo. Isso tem de ser dito explicitamente. Acho estranho quando algumas pessoas argumentam que não deveria ser permitido que o país se defendesse e tomasse medidas adequadas para isso.”

Olaf Scholz

A Alemanha tem receios

Apesar dessas considerações, a Alemanha tem alguma resistência, temendo ampliar o conflito. Poderia interferir nas próximas eleições locais e estaduais na antiga parte leste comunista. As autoridades do país não forneceram os mísseis Taurus de longo alcance a Kiev, que poderiam atingir Moscou.


Sede da OTAN em Bruxelas, na Bélgica (Foto: reprodução/Omar Havana/Getty Images embed)


Jens Stoltengerg, secretário-geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em entrevista ao jornal The Economist, afirmou que os membros da aliança deveriam permitir que a Ucrânia atacasse a Rússia com armas ocidentais. Alguns membros europeus do grupo estão de acordo com Jens, já os Estados Unidos não.

Putin sugere negociações de paz, mas Ucrânia mantém cautela

Nesta semana, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou estar aberto a negociações de paz com a Ucrânia, uma proposta que levanta suspeitas devido ao histórico diplomático da Rússia. Enquanto Moscou sugere conversas que manteriam a ocupação russa de cerca de um quinto do território ucraniano, Kiev e seus aliados ocidentais permanecem cautelosos quanto às intenções do Kremlin.

Contexto das propostas de paz

A sinalização de Putin ocorre em meio a um cenário de intensificação do conflito, com as forças russas mantendo ofensivas no norte de Kharkiv. A agência de notícias Reuters, citando fontes internas, revelou que Moscou estaria disposta a considerar negociações para congelar a situação atual no campo de batalha.

Esta não é a primeira vez que a Rússia propõe tal abordagem; um acordo semelhante foi discutido em Istambul em 2022, mas fracassou devido aos contínuos ataques russos e às atrocidades reveladas na região de Kiev.


Acompanhe as recentes declarações de Putin sobre o fim da guerra (vídeo: reprodução/YouTube/EFE Brasil)


Desconfiança e impacto internacional

As declarações de Putin foram feitas durante uma visita ao presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e coincidem com exercícios militares conjuntos entre os dois países, incluindo o uso de armas nucleares táticas. Este ambiente militarizado lança dúvidas sobre a sinceridade da proposta de paz russa.

Além disso, a chegada não confirmada do ex-presidente ucraniano pró-russo, Viktor Yanukovich, à Bielorrússia, sugere que Moscou poderia estar planejando influenciar o cenário político ucraniano novamente.

A proposta de Putin também parece direcionada aos governos ocidentais, em especial à administração dos Estados Unidos. Com o crescente custo e a impopularidade da guerra, a sugestão de um congelamento das linhas de frente pode parecer uma solução atraente para alguns.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, alertou que as insinuações de Putin visam minar uma cúpula de paz planejada para junho na Suíça, onde a Ucrânia e seus aliados discutirão um possível acordo sem a presença russa.

A história da diplomacia russa, frequentemente usada como estratégia de pressão militar, exige que qualquer proposta de paz seja analisada com ceticismo. A experiência mostra que Moscou pode usar negociações para ganhar tempo ou vantagens estratégicas, sem cessar as hostilidades.

A comunidade internacional e a Ucrânia devem, portanto, permanecer vigilantes e preparados para todas as possibilidades enquanto consideram as ofertas de paz do Kremlin.

Navio russo armado com mísseis foi abatido pela Ucrânia na Crimeia

Nesta terça-feira (21), o Exército Ucraniano afirmou ter destruído um navio de guerra da Rússia, o qual estava atracado no sul da Crimeia, região ocupada por Moscou desde 2014.  

O Estado-Maior da Ucrânia afirmou que as forças de Defesa ucranianas atingiram um navio de mísseis russo do projeto 22800 Tsiklon em Sebastopol, na noite do último dia 19. Tal navio seria de varredura de minas.

A Rússia afirmou que não houve feridos

A Rússia não se manifestou imediatamente. No dia dos fatos, o ministério da Defesa da Rússia afirmou que teriam derrubado nove mísseis ATACMS sobre a Crimeia, fabricados pelos Estados Unidos. Mikhail Razvozhayev, governador da área empossado pela Rússia, divulgou que ninguém foi ferido e que houve prejuízos em alguns prédios residenciais.

Segundo informações da Defesa Russa, o Tsiklon foi construído em um estaleiro de Kerch. Começou o serviço de combate em junho de 2023.  Porém, enquanto estava em serviço ativo, nunca disparou um míssil de cruzeiro.

Retirada de navios de guerra russos

A Marinha da Ucrânia atacou com mísseis e drones navais os navios russos no Mar Negro, por não ter uma frota naval robusta. Os ataques levaram os russos a transferirem a maior parte da frota para longe da península da Crimeia.

Dmytro Pletenchuk, porta-voz da Marinha ucraniana, informou que, dos cinco navios de guerra do projeto 22800 da Rússia, dois foram enviados ao Mar Cáspio, um está em um estaleiro e dois foram destruídos. As autoridades de Kiev acreditam que os ataques conseguiram minar a capacidade dos russos de fazerem ataques com mísseis, a partir do mar, em território ucraniano.


Rússia anuncia início dos exercícios táticos de armas nucleares próximo à Ucrânia (Foto: Reprodução/Instagram/@afpnewsagency)

O novo comandante e chefe do Exército da Ucrânia, Oleksander Sirki, afirmou que a situação é complexa e tensa na região. Segundo ele, os ocupantes russos continuam aumentando os esforços e superam as forças ucranianas em número. Ele acrescentou estarem tomando todas as medidas possíveis para minimizar as perdas e salvar a vida dos soldados.

Rússia muda de fase em conflito contra Ucrânia

A Rússia divulgou nesta terça-feira (14) que conseguiu colocar na ativa o RSM-56 Bulava, uma semana depois de Vladimir Putin fazer ameaças com uma guerra nuclear ao Ocidente. A motivação são os conflitos de interesses em torno da invasão da Ucrânia. O país já avançou sobre frentes de batalha no leste e no norte. Seu próximo alvo é a cidade de Kharkiv.

O Kremlin vem utilizando interferências no GPS e sabotando infraestruturas logísticas militares, em uma campanha contra países da Otan.

Putin investe pesado no conflito

O avanço do exército russo se deve à combinação de dois fatores: as manobras de Vladimir Putin na economia para bancar os altos custos da guerra e a demora da ajuda do principal financiador da Ucrânia, EUA, tornando as linhas de frente mais frágeis, com a deterioração dos equipamentos e artilharia ucranianos.


Ataque de mísseis russos em Kharkiv em 04 de maio (Foto: Reprodução/Ukrinform/NurPhoto/Getty Images Embed)


O governo da Ucrânia está na expectativa de que a ofensiva russa aumente nas próximas semanas. O Exército ucraniano vem tentando construir linha de defesas mais fortes, ao longo de 1.000 km de linha de frente.

Rússia aproveita demora de ajuda dos EUA

Porém, as forças da Ucrânia têm menor número de infantaria, blindados e munições. Sem a ajuda do Ocidente, torna-se “presa” fácil para o avanço das tropas da Rússia, com seu histórico instinto imperialista.


Cidade de Kharkiv na Ucrânia (Foto: reprodução/Instagram/@kharkiv_city_inst)


No período de mais de dois anos de ataques russos, as tropas da região nordeste da Ucrânia, onde está localizada Kharkiv, foram as que mais resistiram. Kharkiv é um importante centro industrial e científico do país, além de ser a segunda maior cidade ucraniana. Uma eventual vitória da Rússia pode ter um grande peso simbólico.

Na última sexta-feira, Zelensky reclamou que nem todos os parceiros têm cumprido com os acordos em tempo hábil. E ontem, ele recebeu o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Kiev.

Rússia ataca região ucraniana de Kharkiv

Na manhã desta sexta-feira (10), a Rússia lançou um ataque terrestre com blindados na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, e tentou romper as linhas de defesa de Kiev, segundo o Ministério da Defesa ucraniano, que também informou a continuidade dos combates.

Ataque

“Aproximadamente às 5h da manhã, houve uma tentativa do inimigo de romper nossa linha de defesa sob um ataque com veículos blindados”, explicou o Ministério da Defesa.

Com isso, uma fonte militar ucraniana relatou à agência de notícias Reuters, que as forças russas adentraram 1km na cidade fronteiriça de Vovchansk na tentativa de criar uma “zona tampão”, ou seja, estão tentando estabelecer uma área de controle adicional ao longo da fronteira do país.

Muitas vezes, esse tipo de movimento pode ser interpretado como uma estratégia que garante maior segurança ou controle territorial do lado do país que está avançando.

Ucrânia

A Ucrânia expulsou tropas russas de Kharkiv em 2022, durante o primeiro ano de guerra acontecendo em grande escala, todavia, após resistir a contra ofensiva de Kiev no ano passado, agora as forças russas voltam à ofensiva avançando lentamente na região sul, em Donetsk.

Em março deste ano, os temores aumentaram a respeito das intenções do Kremlin na região de Kharkiv, quando Vladimir Putin (presidente da Rússia) solicitou a criação de uma zona tampão dentro do território ucraniano que ele explicou ser crucial para garantir a proteção da Rússia.


Ataque russo em Kharkiv (Foto: reprodução/REUTERS/Vyacheslav Madiyevskyy)

Desde que isso aconteceu, Kharkiv tem sido atingida por ataques aéreos, em especial devido a sua vulnerabilidade do país por estar próximo à Rússia, causando grandes danos à infraestrutura da região.

Outra cidade fronteiriça, Vovchansk tinha uma população pré-guerra de 17 mil habitantes que agora consiste em apenas alguns milhares, além disso, as autoridades ainda afirmam que o assentamento e as áreas circundantes estavam sofrendo bombardeios massivos.

Exército bielorrusso faz manobras com armas nucleares táticas

Na  última terça-feira (7), a agência de notícias estatal Belta disse que Belarus teria iniciado verificações do quanto seu Exército estaria apto para implantação de armas nucleares táticas. Um dia após a Rússia ter afirmado que realizaria exercícios com armas nucleares, ao se sentir ameaçada pela França, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Inspeção surpresa

Ainda de acordo com Belta, Viktor Khrenin, ministro da Defesa bielorrussa, teria mencionado que o presidente Alexander Lukashenko teria ordenado uma inspeção de surpresa das forças encarregadas desse armamento.

Toda a gama de atividades, desde o planejamento, preparação e uso de ataques com armas nucleares táticas, será verificada. As verificações envolveram uma divisão de mísseis Iskander e um esquadrão de aeronaves Su-25.”

Viktor Khrenin

O presidente de Belarus comentou que havia um acordo entre ele e Putin desde 2023. Uma imensidão  de armas nucleares táticas russas  foram instaladas em Belarus.

“Ninguém usará estas armas para fins ofensivos, os equipamentos servem apenas para dissuasão.”

Alexander Lukashenko

 

Armas nucleares táticas são projetadas para uso no campo de batalha. Elas podem ser lançadas por meio de mísseis. Apesar de serem menos devastadoras do que as armas nucleares estratégicas, que são utilizadas para destruir cidades inteiras, são massivamente destrutivas. Ainda não foram utilizadas em combate.

Ameaça rotineira

De acordo com um porta-voz da inteligência militar ucraniana, Putin sempre fez chantagem nuclear, portanto não há nada de novo nessas manobras dos russos e bielorrussos.

Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: reprodução/instagran@vladimir.putin_official)

 

Desde o início do conflito na Ucrânia, Putin tem feito ameaças com armamento nuclear. Em seu discurso à nação em fevereiro deste ano, ele alertou que havia um risco “real” de guerra nuclear. No ano passado, a Rússia abandonou o CTBT (Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares), retirando-se de um importante acordo de redução de armas com os Estados Unidos.

Exército bielorrusso faz manobras com armas nucleares táticas

Nesta terça-feira (7), a agência de notícias estatal Belta disse que Belarus teria iniciado verificações do quanto seu Exército estaria apto para implantação de armas nucleares táticas. A afirmação veio um dia após a Rússia ter afirmado que realizaria exercícios com armas nucleares, ao se sentir ameaçada pela França, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Inspeção surpresa

Ainda de acordo com Belta, Viktor Khrenin, ministro da Defesa bielorrussa, teria mencionado que o presidente Alexander Lukashenko teria ordenado uma inspeção de surpresa das forças encarregadas desse armamento.

Toda a gama de atividades, desde o planejamento, preparação e uso de ataques com armas nucleares táticas, será verificada. As verificações envolveram uma divisão de mísseis Iskander e um esquadrão de aeronaves Su-25.”

Viktor Khrenin

 

Caças Russos SU-25 comemorando o 9 de maio (Foto: reprodução/Getty Images embed)


O presidente de Belarus comentou que havia um acordo entre ele e Putin desde 2023. Uma imensidão de armas nuclerares táticas russas foram instaladas em Belarus.

“Ninguém usará estas armas para fins ofensivos, os equipamentos servem apenas para dissuasão.”

Alexander Lukashenko

Armas nucleares táticas são projetadas para uso no campo de batalha. Elas podem ser lançadas por meio de mísseis. Apesar de serem menos devastadoras do que as armas nucleares estratégicas, que são utilizadas para destruir cidades inteiras; são massivamente destrutivas. Ainda não foram utilizadas em combate.


 

Vladimir Putin e Alexander Lukashenko (Foto:reprodução/Getty Images embed)


Ameaça rotineira

De acordo com um porta-voz da inteligência militar ucraniana, Putin sempre fez chantagem nuclear, portanto não há na de novo nessas manobras dos russos e bielorrussos.

 

Desde o início do conflito na Ucrânia, Putin tem feito ameaças com armamento nuclear. Em seu discurso à nação em fevereiro deste ano, ele alertou que havia um risco “real” de guerra nuclear. No ano passado, a Rússia abandonou o CTBT (Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares), retirando-se de um importante acordo de redução de armas com os Estados Unidos.

Ponte da Crimeia: possível ataque ucraniano provocará retaliação da Rússia

Nesta sexta-feira (3), a Rússia declarou que qualquer ação agressiva contra a Crimeia não só estará fadada ao fracasso, mas também será recebida com um devastador ataque de vingança. Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, apresentou publicações de autoridades ucranianas e de países da União Europeia, sugerindo que Kiev atacaria a Ponte.

Moscou acredita que os Estados Unidos teriam doado sistemas de mísseis guiados de longo alcance para Ucrânia. Com esse armamento, os ucranianos estariam planejando um ataque à ponte no dia 9 de maio, data em que a Rússia comemora a vitória da União Soviética contra a Alemanha, na Segunda Guerra Mundial.

Tudo começou no século XVIII

A Crimeia pertencia ao Império Russo, e depois à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (1783 a 1954). Então, Moscou deu-a de presente para Ucrânia. Em 2014, A Rússia tomou e anexou de volta a Crimeia. Os Ucranianos têm demonstrado que consideram ilegal a construção da ponte rodoviária e ferroviária. Eles querem a Crimeia de volta.


Ponte da Crimeia (Foto: reprodução/Stringer/AFP/Getty Images embed)


Conforme Zakharova, David Cameron, secretário de Relações Exteriores britânico, havia dito que a Ucrânia tinha o direito de usar armas fornecidas pelo Reino Unido para atingir alvos dentro da Rússia, na última quinta-feira. Para ela, isso é uma comprovação de que o Ocidente estaria travando uma guerra híbrida contra Moscou.

A Crimeia tem muito a oferecer

A Crimeia tem uma posição geográfica privilegiada. Ela é uma via de acesso ao mar Negro a partir do mar de Azov, o qual banha parte da Ucrânia e o sudoeste do território russo. É uma área de águas quentes, favorecendo o transporte marítimo para fins comerciais, além de ser base de defesa territorial russa.

É, também, uma região de grande produção de grãos, alimentos e bebidas como o vinho. Os portos marítimos são ainda responsáveis pelo escoamento e distribuição de parte da produção agropecuária dos países vizinhos para outras nações europeias. Além disso, são utilizados para a importação de mercadorias e matérias-primas, principalmente pela Ucrânia.

O conflito entre os países não começou agora. Vem de um passado não muito distante.  Abrange aspectos étnico-culturais da população que vive na Crimeia, assim como a importância estratégica que a península apresenta para a Rússia e a Ucrânia, e também para a região na totalidade.

Guerra na Ucrânia: Rússia não vê sentido em negociações de paz na Suíça

Em processo de luta pela libertação do território ucraniano do conflito armado, em parte comandado pela Rússia, negociações de paz na Suíça estão marcadas para ao mês de junho com a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Entretanto, pela visão da Rússia, tais negociações são sem sentido, especialmente com a falta da participação de Moscou. 

Quadro diplomático atual

Em declarações nesta última quinta-feira (02), o governo russo afirmou não ver sentido no encontro para discussões sobre o conflito na Ucrânia em conferência planejada pela Suíça. Em contrapartida, o governo suíço replicou que nesta fase a Rússia não está entre os países abordados, ressaltando em acréscimo declarações russas anteriormente afirmando a falta de interesse nesse tipo de negociação.  

O anúncio sobre a cúpula para a discussão do conflito foi confirmada em janeiro, pela Suíça, a pedido do presidente do país europeu em conflito. O evento acontecerá entre os dias 15 e 16 de junho, próximo a cidade suíça de Lucerna.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, salientou a incerteza da iniciativa que demonstra-se não confiável, fazendo com que a Suíça voltasse a declarar que um processo de paz com a participação do país euro asiático ainda não é possível. 

Não entendemos que tipo de marco é esta conferência de paz. De que tipo de conferência podemos falar, que tipo de conferência séria com sérias expectativas de algum tipo de resultado, sem a participação da Rússia? […] Isso é completamente impossível e está claro que se trata de algum tipo de iniciativa que não tem foco em resultados”, afirmou Peskov. 

Zelensky também comentou sobre a insistência das declarações, ressaltando o envio de convites e a razão principal para o encontro entre os países: “praticamente a primeira oportunidade real para começar a restaurar uma paz justa”, comentou o presidente. Ele acrescentou as possíveis tentativas do presidente russo, Vladimir Putin, de atrapalhar os esforços da cúpula: “com manipulação e com a força dos ataques de seus terroristas”. 


O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky  (Foto: reprodução/ Presidência da Ucrânia /AFP)

Olhar da Ucrânia

Em entrevista à revista Foreign Policy, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, evidenciou: “Sabemos que não faz sentido ter a Rússia à mesa [de negociações] se não for possível garantir que eles ajam de boa-fé”. O ministro ainda complementou dizendo que pressionar a Rússia e reunir países que compartilham dos mesmos princípios deveria ajudar no diálogo com Moscou. 

As autoridades russas argumentaram falta de credibilidade pela Suíça devido adoção de sanções da União Europeia pelo país contra Moscou, fazendo assim uma imagem negativa de confiança como intermediário neutro. Por outro lado, o governo suíço destacou que as conversas serão baseadas na fórmula de paz apresentada por Zelensky, recorrendo à retirada de tropas e responsabilização do país em questão por suas ações com base no direito internacional.

“O objetivo global da reunião é inspirar um futuro processo de paz”, reforçou o governo suíço. 

As delegações convidadas para a conferência incluem membros do G7, G20, Brics, União Europeia, organizações internacionais e dois representantes religiosos, de acordo com a Suíça.