Zelensky comemora acordo com EUA sobre terras raras

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, utilizou suas redes sociais na data de ontem, quinta-feira (01), para comemorar o acordo firmado entre a Ucrânia e o governo de Donald Trump. O pacto celebrado envolve a exploração de “Terras Raras”, ajuda financeira e apoio militar.

Zelensky  informou que o acordo está à espera de ratificação por parte do parlamento ucraniano, Verkhovna Rada, composto por 450 deputados e, garantirá que não haja atrasos para entrar em vigor o quanto antes. 

O mandatário ainda informa que, durante o processo de negociações, iniciado em fevereiro deste ano (2025), as cláusulas vigentes mudaram significativamente. Conforme o presidente ucraniano, “este é um acordo verdadeiramente igualitário que cria uma oportunidade para investimentos na Ucrânia”. 

Em seu discurso, Zelensky comemora que o Fundo Financeiro de Recuperação será realizado sem pendência de dívidas. E que tanto a Ucrânia quanto os EUA tendem a ganhar com esta parceria. 


Pronunciamento do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sobre o acordo firmado com os EUA (Vídeo: reprodução/Instagram/@zelenskyy_official)


Volodymyr Zelensky aproveitou a oportunidade para agradecer aos representantes ucranianos pelo empenho empregado para que o acordo fosse aceito. 

Reunião no Vaticano

A reunião que pôs fim a meses de espera para assinatura do acordo entre EUA e Ucrânia, ocorreu durante o funeral do Papa Francisco, em 26 de abril (2025). Segundo Zelensky, o encontro com o presidente Donald Trump no Vaticano foi fundamental para que as negociações avançassem.


Reunião entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump, Vaticano, Roma (Foto: reprodução/X/@@ZelenskyyUa)

Ainda, conforme Zelensky, a assinatura do acordo para exploração de “Terras Raras” tornou-se viável naquele momento, classificado como “histórico” e que outros resultados, decorrentes deste encontro, estão em andamento. 

Sanções à Rússia

Algumas das regiões denominadas como “Terras Raras” ucranianas, encontram-se em áreas sob controle da Rússia. Frutos da atuação russa na guerra contra a Ucrânia em curso desde 2022. Estima-se que, atualmente, o governo de Vladimir Putin detém 18% do leste da Ucrânia.

Cidades fronteiriças com a Rússia, como Donetsk, Zaporíjia, Kherson, Luhansk, Mariupol, além da Crimeia, são dominadas pelo exército de Putin e possuem minerais raros a serem explorados. 


Mina de grafite, Zavallya, Ucrânia (Foto: reprodução/Olena Koloda/Getty Images Embed)


Com o acordo firmado entre EUA e Ucrânia na data de ontem, quinta-feira (01), essas áreas serão disputadas entre os países envolvidos. Algumas já estão sob sanções econômicas internacionais e novas sanções serão postas em prática. 

Após a assinatura do acordo com os EUA, Volodymyr Zelensky anunciou novas sanções as empresas sediadas nestes territórios. Em sua fala, o presidente ucraniano informa que tais sanções serão contra a Rússia, em decorrência da guerra e que, serão sincronizadas com as sanções mundiais já em curso. 

A lista de sanções inclui: 36 empresas, produtora de titânio, que atendem à produção militar russa; 106 entidades localizadas na Crimeia, Donetsk e Luhansk, envolvidas na ocupação russa e mais dezenas de civis, alguns ucranianos que, segundo Zelensky são propagadores de informações prejudiciais à Ucrânia. 

Até o momento, não houve manifestação por parte do governo de Vladimir Putin, presidente russo, sob quais providências serão tomadas referente aos últimos acontecimentos. 

Cessar-fogo na Ucrânia em maio é anunciado por Vladimir Putin

Nesta segunda-feira (28), o governo russo anunciou que haverá um cessar-fogo durante três dias na Ucrânia. Conforme o informado pelo Kremlin, este momento, que ocorrerá em maio deste ano, seria por conta de “razões humanitárias”, e também devido à data comemorativa do dia da vitória, que foi quando os russos e aliados derrotaram a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Ainda comunicaram a respeito do fato, caso a Ucrânia violasse o cessar-fogo, o país presidido por Vladimir Putin iria dar uma resposta adequada e eficaz.

Ucrânia

Apesar da Ucrânia não ter se manifestado sobre essa questão ainda, o país quer que tenha um cessar-fogo imediato, conforme o ministro de relações exteriores informou. A trégua começou a ocorrer após o encontro do presidente Donald Trump com Zelensky ter ocorrido durante o funeral do papa Francisco. Eles se reaproximaram após ter havido um bate-boca em fevereiro deste ano, quando o presidente norte-americano estava próximo à Rússia. Ambos estiveram na despedida de Jorge Mario Bergoglio.

Volodymyr estaria calmo

Conforme o líder americano informou, Volodymyr está mais calmo, afirmando que o país dos ucranianos está enfrentando uma força maior, e ainda relatou que Putin deveria parar com os bombardeios e assinar um cessar-fogo definitivo quanto a esta guerra. Essa é a segunda vez que Putin faz um cessar-fogo, pois havia feito na Páscoa uma trégua, com 30 horas de duração, em que a Ucrânia acabou por acusar Moscou da violação do acordo.


Trump e Zelensky conversam no funeral do Papa Francisco no dia 26 de abril de 2025 (Foto: reprodução/Office of the Presidente of Ukraine/Getty Images Embed)


Discordâncias

Um ponto de discordância que existe entre os países da Rússia e Ucrânia é a respeito do que será feito com as regiões da Ucrânia que estão dominadas pelo país da Rússia. No momento, existem 20% por cento de ocupação feita pelos russos em territórios da Ucrânia.

O cessar-fogo durará três dias.

Vladimir Putin anuncia cessar-fogo temporário

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste sábado, 19 de abril, um cessar-fogo temporário na guerra contra a Ucrânia. A trégua de Páscoa, como foi chamada, deve durar 30 horas. Pelo horário de Moscou, ela começa às seis da tarde no sábado e vai até a meia-noite de segunda. Já no Brasil, essa pausa acontece do meio-dia de sábado até o fim da tarde de domingo, às seis.

Putin justificou a pausa nos combates com razões humanitárias e determinou a suspensão de todas as operações militares durante esse intervalo. Ele afirmou esperar que a Ucrânia também respeite a trégua, mas pediu que as forças russas permaneçam atentas a qualquer provocação ou possível quebra do acordo. Segundo ele, Kiev já desrespeitou mais de cem vezes os acordos para não atacar a infraestrutura energética, o que justificaria uma postura de vigilância.

Declarações ucranianas

Mas autoridades ucranianas afirmaram que a Rússia não cumpriu a pausa. O presidente Volodymyr Zelensky disse que drones russos foram detectados nos céus ucranianos às cinco e quinze da tarde, ou seja, quarenta e cinco minutos antes do início da trégua. De acordo com ele, a defesa aérea do país precisou agir para conter os ataques.


Soldados ucranianos (Foto: reprodução/x/@g1)

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, lembrou que em março o país já havia aceitado uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de trinta dias, mas que a Rússia recusou. Agora, Moscou propõe apenas trinta horas. Sybiha disse que a Ucrânia continua aberta ao acordo mais duradouro.

Ministério da defesa russo

O Ministério da Defesa da Rússia declarou que cumprirá a trégua, contanto que a Ucrânia também a respeite. Já a União Europeia respondeu com desconfiança, ressaltando que, se realmente quisesse, Moscou teria o poder de encerrar o conflito a qualquer momento.

Ainda no sábado, 246 soldados russos foram trocados por 246 prisioneiros ucranianos. Houve também a liberação de feridos em situação delicada. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump e o secretário de Estado Marco Rubio disseram que o país deixará de tentar mediar um acordo de paz caso não haja avanços concretos nos próximos dias.

Rússia x Ucrânia: Novos ataques deixam mortos e feridos, aumentando tensões

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, utilizou suas redes sociais para informar sobre um novo ataque russo realizado na noite de ontem, quarta-feira (16), que resultou em vítimas fatais. Os ataques ocorreram em cidades localizadas no leste e no sudeste ucraniano.

Zelensky relata que entre os mortos está uma jovem de 17 anos, a quem ele se refere como Veronika. Além dos quatro mortos, há 28 feridos, incluindo quatro crianças. Destes, 16 ainda permanecem internados em hospitais da cidade.  

As cidades atingidas foram Dnipro e Odessa, onde, segundo Zelensky, vários prédios residenciais ficaram danificados. Nas cidades de Sumy, Kharkiv e Donetsk houve ataques aéreos, incluindo mísseis balísticos russos.


Publicação de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Foto: reprodução/X/@ZelenskyyUa)

Em sua publicação, o presidente ucraniano reforça o pedido de ajuda à comunidade internacional para conter os ataques realizados por Moscou e finaliza dizendo que “a Rússia usa todos os dias e todas as noites para matar”.

Ajuda da comunidade internacional

Na última semana, líderes de países europeus se reuniram para discutir sobre apoio financeiro e militar à Ucrânia. Entre eles, os ministros de defesa do Reino Unido, John Healey, e da Alemanha, Boris Pistorius. 

Os dois países prometeram ajuda ao presidente ucraniano que, somados, ultrapassam o valor de US$ 36 bilhões de dólares. Reforçando apoio ao país do leste europeu e se posicionando contra a Rússia de Vladimir Putin.


Publicação do Departamento de Defesa ucraniano sobre a ajuda da Alemanha (Foto: reprodução/X/@DefenceU) 

Além do Reino Unido e da Alemanha, a Noruega também oferecerá ajuda financeira e militar à Ucrânia. Incluindo sistemas de radar, drones e minas antitanques.

Proposta para um cessar-fogo

Em meio a guerra Rússia/Ucrânia que já dura mais de três anos, o presidente americano Donald Trump tem procurado mediar uma proposta de cessar-fogo permanente entre os dois países envolvidos diretamente no conflito. 

No entanto, enquanto líderes de países europeus acusam Vladimir Putin de prolongar o conflito, Trump declarou na última segunda-feira (14), que Zelensky “iniciou uma guerra que não poderia vencer”. Retratando-se em seguida e reconhecendo que a guerra fora iniciada por Moscou.

No mesmo dia, Volodymyr Zelensky convidou Donald Trump para visitar as cidades devastadas pelos bombardeios e reforçou o pedido de um cessar-fogo, alertando que os ataques russos nunca foram interrompidos. 

O conflito entre Rússia e Ucrânia segue sem acordos de Paz, aumentando o número de feridos e vítimas fatais nos dois países.

Mísseis russos atingem cidade na Ucrânia e deixam mais de 30 mortos

Neste domingo (13), por volta das 10h15 no horário local, a cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, foi atingida por dois mísseis lançados pela Rússia. Segundo informações das autoridades locais, o ataque ocorreu provocou a morte de ao menos 30 pessoas, além de deixar mais de 80 feridos.

Líderes internacionais criticam ataque

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, usou as redes sociais para comentar a situação da cidade, destacando que as equipes de resgate continuam atuando no local.

Zelensky também criticou a ação e argumentou que a Rússia deve ser punida.

“O que é necessário é uma atitude em relação à Rússia que um terrorista merece”, declarou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, usou a rede social X para comentar o ataque, responsabilizando diretamente a Rússia.

Segundo ele, está evidente que apenas os russos desejam a continuidade do conflito, demonstrando total desrespeito pela vida humana, pelas leis internacionais e também pelos esforços diplomáticos liderados por Donald Trump.

Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, também manifestou seu apoio ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky após os bombardeios em Sumy. Em publicação nas redes sociais, afirmou estar profundamente abalado pelos ataques russos contra civis e prestou solidariedade às vítimas e seus familiares.

Starmer destacou o empenho de Zelensky na busca por paz e reforçou que Vladimir Putin deve aceitar, sem exigências, um cessar-fogo total e imediato.


Veículos destruídos por ataque de mísseis (Foto: Reprodução/Ukrainian Emergency Service/AP)

Trump condena ações da Rússia

Durante uma coletiva realizada na última segunda-feira (7), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou sua insatisfação com a guerra na Ucrânia e criticou a atuação da Rússia, acusando o país de “atacar o território ucraniano de maneira descontrolada”.

Quando foi questionado sobre a ausência de tarifas recíprocas contra a Rússia, o presidente justificou dizendo que, devido à guerra, o país não tem mantido relações comerciais com os russos.

Na sequência, ele criticou os ataques recentes à Ucrânia, classificando-os como “horríveis”. Também disse estar insatisfeito com os acontecimentos, ressaltando que a situação era preocupante.

Apesar das tensões, Trump afirmou que um cessar-fogo está próximo e revelou que os Estados Unidos planejam se reunir com representantes russos e ucranianos para discutir os rumos da guerra.

Rússia e Ucrânia: novos ataques resultam em incêndios e vítimas

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky usou as redes sociais para denunciar um novo ataque russo direcionado à cidade de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, na quarta-feira (02). Segundo Zelensky, um míssil russo atingiu a região, ferindo pessoas e matando outras quatro. Todos eram civis. 

Em sua publicação, o presidente da Ucrânia, classifica os ataques como “terror” e solicita pressão mundial, principalmente dos EUA e da União Europeia (UE) para barrar as ações praticadas por Vladimir Putin, a quem ele se refere como Moscou, por ser a capital da Rússia. 

Desde o início da guerra Rússia/Ucrânia, em fevereiro de 2022, Volodymyr Zelensky tem utilizado constantemente suas redes sociais para denunciar ataques contra o seu país,  além de solicitar apoio da comunidade mundial e de organizações multilaterais para um cessar-fogo. 


https://twitter.com/ZelenskyyUa/status/1907465750904025189
Publicação de  Volodymyr Zelensky sobre os ataques recentes contra Kharkiv (Reprodução/X/@@ZelenskyyUa

Outros ataques russos 

Algumas cidades ucranianas também sofreram ataques aéreos russos. Segundo informou o governador de Kharkiv, Oleh Syniehubov, em um período de uma hora, foram lançados 17 drones drones Shahed contra a cidade de Kiev, causando vários incêndios em instalações locais.

Os drones Shahed foram projetados pelo Irã e são conhecidos como “drones Kamikaze” ou “drones suicidas”. São veículos não tripulados, projetados para atacar vários alvos terrestres ao mesmo tempo. A Rússia utiliza o modelo Shahed 136, também conhecido como Geran-2. Esse tipo de armamento pode ser lançado via terrestre, através de um tanque militar. 

Zelensky também relatou uma série de ataques contra outras regiões do país. 


Informações sobre os ataques russos contra a Ucrânia (Reprodução/Youtubr/@CNNbrasil)

Conforme informações do presidente ucraniano, em um curto período de tempo, 74 drones foram lançados pela Rússia, destes 54 eram do tipo Shahed e 14 atingiram a cidade de Kharkiv. As regiões de Odesa e Sumy, incluindo uma subestação de energia, foram alvejadas. A cidade de Nikopol, no sul do país, próxima a Dnipro, também teve sua  subestação atingida. 

Na semana passada, a Rússia atacou a região de Belgorod, mais precisamente a cidade de Popovka, fronteiriça com a Rússia. O alvo, uma barragem usada pelo exército ucraniano para abastecer cidades da região, foi explodida por um bomba com o peso equivalente a três toneladas. O ataque causou inundações e danos a produção agrícola.  

Ajuda da OTAN

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma aliança político-militar, atualmente formada por 32 países, prometeu ajuda militar à Ucrânia, no valor de 21 bilhões de dólares. 

Em discurso, na data de ontem, quarta-feira (02), o secretário geral  da organização, Mark Rutte, informou que a “aliança precisa combater as ameaças que enfrentamos”, referindo-se aos ataques russos contra a Ucrânia, uma guerra em atividade há mais de três anos.


Discurso de Mark Rutte em Bruxelas, Bélgica (Reprodução/X/@NATO)



Em meio a ajudas financeiras tanto da OTAN quanto da União Europeia, a Ucrânia segue aguardando um acordo de cessar-fogo com a Rússia, mediado pelos EUA. Mas, até o momento, sem avanços ou resoluções significativas. 

Ucrânia mira infraestrutura nuclear russa em novo ataque

Engels, a base aérea russa de bombardeio estratégico, foi atacada por drones ucranianos nesta quinta-feira (20). O ataque gerou uma gigantesca coluna de fumaça e moradores precisaram deixar suas casas.   

Contudo, essa não é a primeira vez que a base é atacada. Em janeiro, o exército da Ucrânia já havia bombardeado a área, atingindo um depósito de petróleo que alimentava a base, o que causou um incêndio que durou cinco dias.   

O Ministério da Defesa Russo informou que os drones atingiram uma área de armazenamento de munições, o que explica as explosões. Além do mais, dez pessoas ficaram feridas no ataque.   


O ataque gerou uma gigante coluna de fumaça (Vídeo: reprodução/X/@otempo)

Base aérea é estratégica para a Rússia

Base aérea é estratégica para a Rússia.  Por ficar a 700km da fronteira entre os dois países, a base é importante para a atividade militar russa. Engels hospeda as aeronaves supersônicas de bombardeio, que inclusive, são adaptadas para lançar armas nucleares.

E por esse motivo, a base abriga um depósito de ogivas atômicas. O Ministério da Defesa descartou qualquer incidente com as armas nucleares durante o ataque.

Proposta de cessar-fogo

A fim de resolver a questão, no último dia 11 de março, o presidente ucraniano Volodímir Zelensky aceitou um cessar-fogo temporário de 30 dias. Essa proposta foi feita pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio. Mesmo com esforços e apoio da União Europeia, entretanto, a Rússia, através de representante, informou que só aceitaria o acordo de paz se fosse estabelecido nos termos de Moscou.      

Ontem (19/3), o presidente dos EUA, Donald Trump, ligou para Vladimir Putin, a fim de, novamente, propor um cessar-fogo. A conversa durou duas horas e terminou com a negativa do presidente russo.   

Logo após o telefonema, 45 drones atacaram a capital, Kiev. Em seguida, autoridades ucranianas informaram que casas e carros foram destruídos e duas pessoas ficaram feridas. Mais ao norte, um hospital foi atingido por um drone. Cerca de 100 pacientes precisaram ser retirados com urgência.  Como resposta, a Ucrânia enviou drones de longo alcance que destruíram um depósito de petróleo no sul da Rússia.   


Presidente russo Vladimir Putin discursando (Foto: reprodução/Instagram/@russian_kremlin)


Condições para acordo de paz

O Kremlin informou que suspendeu ataques contra a rede energética ucraniana, entretanto, acrescentou que só aceita um cessar-fogo definitivo se todo apoio militar e tecnológico à Ucrânia for suspenso imediatamente.   

Secretário de Estado dos EUA afirma que Ucrânia deve abdicar de territórios ocupados pela Rússia

O secretário de Estado dos EUA declarou, nesta segunda-feira (10), que a Ucrânia teria que desistir de territórios ocupados ilegalmente pela Rússia, caso deseje um acordo de paz. Ele ainda afirma que não houve ameaça de corte do acesso à Starlink e que continuam a compartilhar informações com a Ucrânia.

A tentativa de chegar à paz

Marco Rubio, secretário de Estado, dos Estados Unidos, fez uma declaração, durante uma entrevista, afirmando que para que a Ucrânia possa obter um acordo de paz, eles deverão renunciar a territórios invadidos pela Rússia, durante a guerra.

Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, desembarcou para uma reunião com o primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman. No mês de fevereiro, os sauditas receberam representantes dos EUA e da Rússia, porém os ucranianos acabaram ficando de fora.

Nesta terça-feira (11) ocorrerá uma conversa entre os EUA e a Ucrânia, porém não contará com a presença do presidente ucraniano, que será representado pelo chefe do gabinete presidencial e os ministros das Relações Exteriores e da Defesa.


Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em encontro com representantes políticos de países da Europa (Foto: reprodução/Nicolas Economou/NurPhoto/Getty Images Embed)


A intenção da Ucrânia é propor um cessar-fogo nos combates aéreos e marítimos. Em entrevista feita no seu avião rumo à Jeddah, Marco Rubio considerou a proposta do encerramento dos combates pelo céu e mar, porém afirmou que a melhor chance da Ucrânia de conseguir o cessar-fogo é de permitir que os russos fiquem com os territórios que conquistaram da Ucrânia, durante os conflitos.

Os russos não podem conquistar toda a Ucrânia e, obviamente, será muito difícil para a Ucrânia, em qualquer período de tempo razoável, forçar os russos a regressar ao ponto onde estavam em 2014. Temos que sair daqui com a sensação de que a Ucrânia está preparada para fazer coisas difíceis, como os russos terão que fazer coisas difíceis para acabar com este conflito ou pelo menos interrompê-lo de alguma forma”, afirmou Rubio.

O secretário de Estado americano desmentiu as acusações de soldados ucranianos, que disseram que a Starlink, empresa fornecedora de internet de Elon Musk, estava enviando suas coordenadas para a Rússia. Ele ainda disse que os Estados Unidos seguem compartilhando informações com a Ucrânia e que não há ameaça de corte do acesso à Starlink.

A situação do conflito

No ano de 2014 a Rússia anexou a península da Crimeia. Após o começo da invasão, em 2022, as regiões de Zaporizhzhya, Kherson, Luhansk e Donetsk foram dominadas pelos russos.


Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro no Kremlin, em Moscou (Foto: reprodução/MIKHAIL METZEL/POOL/AFP/Getty Images Embed)

A Europa tenta avançar planos para garantir a paz na Ucrânia, por meio de forças enviadas, caso o acordo entre os ucranianos e os russos seja feito. O presidente da França, Emmanuel Macron, organizou um encontro para esta terça-feira (11), com representantes de mais de 30 países.

“Imperialista revisionista” diz Emmanuel Macron sobre Vladimir Putin 

Durante o encerramento da reunião extraordinária do Conselho Europeu, que aconteceu em Bruxelas na Bélgica, na última quinta-feira (06), o presidente da França, Emmanuel Macron, subiu o tom contra Vladimir Putin, após o presidente russo dizer que  “lamenta que ainda haja pessoas que querem voltar aos tempos de Napoleão”. 

“Napoleão liderou conquistas.  A única potência imperial que vejo hoje na Europa se chama Rússia. (…)  (Vladimir Putin) é um revisionista imperialista da história e da identidade dos povos”
Emmanuel Macron

O presidente francês também declarou que as negociações de Moscou com os Estados Unidos, para um cessar-fogo na Ucrânia, não eram para uma “paz duradoura”, mas sim “para retomar melhor a guerra” .

Tensões entre França e Rússia

Na quarta-feira (04), em um discurso nacional de pouco mais de 13 minutos, em horário nobre, o presidente francês pediu o rearmamento europeu e cogitou sobre a possibilidade de dissuasão nuclear.

Segundo Macron, o presidente russo “é uma ameaça existencial duradoura para todos os europeus” e classificou a guerra na Ucrânia como “um conflito global”.


Trecho do discurso do presidente Emmanuel Macron ao povo francês (Vídeo: Reprodução/ YouTube/ @euronewspt)

Em seu discurso, Emmanuel Macron, ainda, disse estar pronto para discutir sobre a possibilidade de colocar a Europa sob o “guarda-chuva nuclear” francês. Isso significa que, países que não possuem armamentos nucleares fiquem sob “proteção” daqueles países que possuem esse tipo de armamento e, caso, sejam atacados com armas nucleares, sejam defendidos e protegidos por estes países.

De acordo com o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), os Estados-Nações que legalmente possuem o direito a armamento nuclear são: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. 

Resposta da Rússia 

Em contrapartida, o porta-voz oficial da Rússia, Dmitry Peskov, acusa o governo francês de não pensar em Paz e por estar inclinado a dar continuidade à guerra na Ucrânia.

“O discurso foi de fato extremamente confrontacional. Dificilmente poderia ser percebido como um discurso de um líder que estava pensando em paz (…) Em vez disso, pelo que foi dito, pode-se concluir que a França está pensando mais em guerra, em continuar a guerra”  (Dmitry Peskov em resposta às declarações de Emmanuel Macron)


Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov e o presidente russo, Vladimir Putin (Foto: Reprodução/ Contributor / Getty Images Embed)

Ainda assim, segundo o Kremlin, termo usado para se referir ao governo russo, a França não representa ameaça, já que a Rússia tem saído vitoriosa das batalhas travadas em território ucraniano. 

“Horror e repulsa”: Ex-presidente da polônia escreve carta aberta a Donald Trump após discussão

O ex-presidente da Polônia e líder sindical, Lech Walesa, que exerceu papel de líder durante a derrubada do comunismo no país, publicou em seu facebook nessa segunda-feira (3) uma carta ao presidente Donald Trump. A carta, que foi assinada por 39 ex-prisioneiros políticos poloneses, expressa “horror e repulsa” pela discussão do americano com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O desentendimento ocorreu no Salão Oval da Casa Branca, em Washington D.C, na sexta-feira (28).


Volodymyr Zelensky e Donald Trump (Foto: reprodução/Doug Mills/The New York Times)

Discussão na Casa Branca

Em reunião transmitida ao vivo na sexta-feira (28), Donald Trump acusou Zelensky de ser desrespeitoso com os Estados Unidos, ingrato pelo auxílio que recebeu do país, além de arriscar a Terceira Guerra Mundial. A fala deixou dúvidas sobre a continuidade do apoio de Washington à Ucrânia na guerra contra a Rússia que completou três anos em fevereiro.

Na carta escrita por Lech Walesa, o ex-presidente diz considerar as expectativas de Trump em relação a demonstração de respeito e gratidão pelo auxílio dos Estados Unidos durante a invasão russa “ofensiva”. “Gratidão é devida aos heróicos soldados ucranianos que derramaram sangue em defesa dos valores do mundo livre”, diz na carta.


Ex-presidente da Polônia Lech Walesa (Foto: reprodução/Czarek Sokolowski/AP/Euronews)

Durante a reunião no salão oval, Trump e o vice-presidente JD Vance atacaram Zelensky e levaram a relação dos Estados Unidos, que é o aliado mais importante da Ucrânia durante a guerra, a uma decadência histórica. Segundo uma autoridade dos EUA, o ucraniano foi instruído a deixar a Casa Branca.

Na carta de Walesa, o ex-presidente também comentou sobre a atmosfera da Sala Oval “Nos lembrou os interrogatórios da Segurança do Estado e os tribunais comunistas que bem conhecemos.”

Além disso, Walesa pediu aos EUA que cumpram as garantias de segurança dadas à Ucrânia após a dissolução da União Soviética em 1994 “Essas garantias são incondicionais: não há uma palavra sobre tratar tal ajuda como troca econômica”, diz o documento.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda disse no sábado (1) que Zelensky deveria continuar a negociar com os Estados Unidos.

A carta na íntegra

“Excelentíssimo Senhor Presidente,

Assistimos com horror e repulsa à sua conversa com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Consideramos ofensivas as suas expectativas quanto à demonstração de respeito e gratidão pela ajuda material fornecida pelos Estados Unidos à Ucrânia, que luta contra a Rússia. A gratidão pertence aos heroicos soldados ucranianos que derramam seu sangue na defesa dos valores do mundo livre. São eles que, há mais de 11 anos, morrem na linha de frente em nome desses valores e da independência de sua pátria, atacada pela Rússia de Putin.

Não compreendemos como o líder de um país que simboliza o mundo livre pode não enxergar isso.O que também nos chocou foi a atmosfera na Sala Oval durante essa conversa, que nos lembrou os interrogatórios da Segurança do Estado e os tribunais comunistas que bem conhecemos. Promotores e juízes, a serviço da onipotente polícia política comunista, também nos diziam que tinham todas as cartas na mão, enquanto nós não tínhamos nenhuma. Exigiam que cessássemos nossas atividades, argumentando que, por nossa causa, milhares de inocentes estavam sofrendo. Retiraram-nos a liberdade e os direitos civis porque nos recusamos a cooperar com o regime e a expressar gratidão a ele. Estamos estarrecidos ao ver que o senhor tratou o Presidente Volodymyr Zelensky da mesma forma.

A história do século 20 mostra que, sempre que os Estados Unidos tentaram manter distância dos valores democráticos e de seus aliados europeus, isso acabou se tornando uma ameaça para os próprios EUA. O Presidente Woodrow Wilson compreendeu isso quando decidiu que os Estados Unidos deveriam ingressar na Primeira Guerra Mundial, em 1917. O Presidente Franklin Delano Roosevelt também entendeu essa lição quando, após o ataque a Pearl Harbor, em dezembro de 1941, decidiu que a guerra em defesa da América deveria ser travada não apenas no Pacífico, mas também na Europa, em aliança com os países atacados pelo Terceiro Reich.Recordamos que, sem o Presidente Ronald Reagan e o comprometimento financeiro dos Estados Unidos, não teria sido possível desmantelar o império da União Soviética. Reagan tinha plena consciência de que milhões de pessoas sofriam sob o jugo da Rússia soviética e de seus estados subjugados, incluindo milhares de prisioneiros políticos, que pagavam com sua liberdade pelo compromisso com os valores democráticos. Sua grandeza estava, entre outras coisas, no fato de não hesitar em chamar a URSS de “Império do Mal” e em travar uma luta decisiva contra ela. Vencemos, e hoje uma estátua do Presidente Ronald Reagan ergue-se em Varsóvia, em frente à Embaixada dos EUA.

Senhor Presidente, ajuda material — militar e financeira — não pode ser comparada ao sangue derramado pela independência e liberdade da Ucrânia, da Europa e de todo o mundo livre. A vida humana é inestimável, seu valor não pode ser medido em dinheiro. A gratidão pertence àqueles que fazem o sacrifício de sua liberdade e sangue. Para nós, membros do movimento Solidariedade e ex-prisioneiros políticos do regime comunista servil à Rússia soviética, isso é evidente.

Apelamos para que os Estados Unidos cumpram as garantias que fizeram, juntamente com o Reino Unido, no Memorando de Budapeste de 1994, no qual se comprometeram expressamente a defender a integridade territorial da Ucrânia em troca da entrega de seu arsenal nuclear. Essas garantias são incondicionais: não há qualquer cláusula que estabeleça a ajuda como um acordo comercial.”

A embaixada dos Estados Unidos em Varsóvia informou que perguntas sobre a carta deveriam ser feitas à assessoria de imprensa da Casa Branca, que não comentou sobre a carta em pedido via e-mail.