Entenda o extraordinário habitual da Balenciaga na Semana de Alta-Costura de Paris

Nesta quarta-feira (26), a italiana Balenciaga apresentou sua nova coleção na capital parisiense. As peças evocaram a história da marca de maneira renovada, trazendo o seu arquivo de maneira recriada, rejeitando a formalidade tipicamente associada a alta-costura, de um jeito questionador que só a Balenciaga pode trazer. 


Balenciaga Outono 2024 (Foto: reprodução/Vogue Runaway)

As modelos adentraram a passarela carregando placas numeradas, remetendo a tradição usada em antigos desfiles para diferenciar as peças desfiladas. No interior do desfile, realizado na casa histórica da maison, uma voz feminina tocava ao fundo um mantra de meditação guiada, criando um contraste com as criações pesadas e fartas de informações.


Balenciaga Outono 2024 (Foto: reprodução/Vogue Runaway)

 A inspiração ao arquivo Balenciaga veio em contraste com as referências de streetwear do diretor criativo Demna. Em algumas criações as clássicas silhuetas foram construídas com materiais comuns, como jeans, nylon e moletom, e apostando em outros não tão costumeiros no universo da moda, como papel alumínio e sacolas plásticas. O intuito era questionar o futuro da moda, honrando o seu glorioso passado, utilizando da técnica upcycling.


Balenciaga Outono 2024 (Foto: reprodução/Vogue Runaway)

A peça destaque

Sempre visando a viralização online, Demna encerrou o desfile com um vestido que choca os olhos à primeira vista. E a estratégia teve sucesso. 


Vestido destaque da Balenciaga Outono 2024 (Foto: reprodução/Vogue Runaway)

Com 47 metros de tecido de nylon, a modelo desfilou pela passarela enrolada no material, de uma forma que molda o corpo de quem usa o vestido, sendo assim, uma forma personalizada e só podendo ser usada uma única vez. 

Celebridades presentes


Katy Perry com look inovador no desfile da Balenciaga em Paris (Foto: reprodução/Vogue Brasil)

O desfile da maison foi muito comentado nas redes sociais, não apenas pelas criações apresentadas, mas também pela presença de um grande número de celebridades na plateia e seus looks escolhidos para o evento. Entre os nomes que marcaram presença estavam Katy Perry, Nicole Kidman, Kerry Washington, Anna Wintour e mais.

Elie Saab encanta a Semana de Alta-Costura de Paris 

O último dia da Semana de Alta-Costura de Paris foi abrilhantado pela elegância e esplendor de Elie Saab. Com uma transição de cores sombrias para a leveza de tons creme, a coleção Outono/Inverno 2025 mostrou como a beleza clássica não morreu no mundo da moda e como o sonho do vestido de festa perfeito continua no imaginário de muitos.


Vestido em tom esmeralda de Elie Saab (Foto: reprodução/Filipo Fior/Gorunaway) 

Beleza e feminilidade

Fundada pelo talentoso estilista libânes, a casa homônima sempre foi sinônimo de elegância absoluta quando o assunto era a criação de vestidos princesa contemporâneos. A mais de três décadas, Elie Saab conquista as passarelas internacionais com peças construídas levemente com bordados delicados e cortes atemporais que valorizam a mulher e celebram a beleza e feminilidade.


Vestido sereia, com cauda alongada, em tom rubi de Elie Saab (Foto: reprodução/Filipo Fior/Gorunaway) 

E não foi diferente durante o desfile desta quarta-feira (26), na capital parisiense. As modelos desfilaram criações marcadas pela ornamentação com brilhos e lantejoulas. O tule e o veludo também estavam presentes na maioria das peças, trazendo um sentimento antigo e romântico para a passarela. Essa nova coleção de Saab conversa com o geral da semana de peças extravagantes e surpreendentes, mas sem deixar de lado seu característico emocionalismo hollywoodiano. 


Vestido de Elie Saab (Foto: reprodução/Filipo Fior/Gorunaway) 

Transição de cores

A fluidez do desfile ficou sob a responsabilidade da cartela de cores escolhida pelo designer. Do preto e roxo escuro, passando pelo vermelho rubi e verde esmeralda, a coleção encerrou com tons champagne, rosé e creme, tudo para imprimir o sentimento vintage desejado por Saab.


Vestido de Elie Saab em tom claro, com aplicações florais (Foto: reprodução/Filipo Fior/Gorunaway)

Algumas peças contavam com aplicações florais e de plumas complementando o sentimento romântico. Decotes em formato de coração exemplificavam a classe e elegância desejada pelo estilista ao criar a coleção.


Vestido de Elie Saab em tom claro (Foto: reprodução/Filipo Fior/Gorunaway) 

A aparição de luvas ¾, há muito tempo não vistas nas principais passarelas, foi constante durante o desfile, colaborando para a dramaticidade da coleção. Peças masculinas, como kimonos alongados e alfaiatarias ornamentadas com brilhos, fecharam com chave de ouro. 

Schiaparelli abre a semana de alta-costura em Paris com desfile dramático

A semana de alta-costura parisiense iniciou nesta segunda-feira (24) com o surrealismo da italiana Schiaparelli dando a largada. Em uma apresentação brilhante – tanto em criação artística, quanto em cenário, com a passarela à meia luz, ornamentada por holofotes e candelabros a moda antiga parisiense – a coleção denominada “The Phoenix” ( “A Fênix”, em tradução para o português) trouxe uma atitude diferente, mas não menos sublime, do esperado para grife. 


Espetáculo à meia luz protagonizado pela Schiaparelli (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

O desfile contou logo na sua abertura com uma explosão cintilante: um vestido que carrega o imaginário para a figura de uma fênix, com asas em prata abraçando o torso da modelo. A pegada por trás da presença marcante das referências a ave mitológica durante a criação é uma inspiração na fundadora da marca, Elsa Schiaparelli, que durante muitos anos usou uma estola de penas, em homenagem à bailarina conhecida por interpretar o clássico balé “O Lago dos Cisnes”, além da habilidade da fundadora e estilista de sempre se reinventar, durante sua história na indústria da moda, assim como uma fênix que sempre ressurge das cinzas. 

Surrealismo menos óbvio

Um dos desejos do diretor criativo da Schiaparelli, Daniel Roseberry, para essa coleção era atenuar o sentimento de surrealismo literal que banhava as coleções passadas da marca e fugir do perigo de cair em um ciclo repetitivo de criações estrondosas e gritantes. Com “A Fênix”, Roseberry se lança em novos ares de mudança.


Coleção “A Fênix”, da Schiaparelli, na Semana de Alta-Costura de Paris 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

As novidades começam já com a localização do desfile. Posteriormente, as apresentações da Schiaparelli eram marcadas pela luz natural, no famoso museu de belas artes em Paris Petit Palais, agora com tapetes pretos felpudos e uma nova aura sombria, o desfile ocorreu no porão do Hotel Solomon de Rothschild, invocando essa nova sensação de mistério desejada pelo diretor criativo.


Coleção “A Fênix”, da Schiaparelli, na Semana de Alta-Costura de Paris 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

A volta da atitude envolvente

As modelos entraram na passarela com suas cabeças envoltas em crepe transparente, sob pequenos feixes de luz, que construíram um “clima de adega”, nas palavras de Roseberry. Todas também receberam a instrução de olharem fixamente nos olhos dos presentes sentados na primeira fila, cativando, indiretamente, a atenção fixa de todos. “Eu queria que parecesse um balé surreal e hipersensual”, explicou Roseberry sobre a arquitetação do desfile.


Coleção “A Fênix”, da Schiaparelli, na Semana de Alta-Costura de Paris 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

O sexy, depois de tantos anos praticamente escondido no universo da moda, voltou através dos espartilhos e vestidos de seda lavada apresentados pela Schiaparelli neste primeiro dia da Semana de Alta-Costura. Os bordados prateados, a lã e os decotes profundos corroboram com a ideia de mistério e uma nova atitude menos sinuosa que Daniel Roseberry deseja para a marca.