Senado dos EUA aprova acordo para encerrar o shutdown e evitar nova crise

O Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta segunda-feira (10), um projeto de lei emergencial para pôr fim ao shutdown, a paralisação parcial do governo federal, que já dura semanas e é a mais longa da história do país. O texto, aprovado por 60 votos a 40, prevê financiamento temporário até 30 de janeiro de 2026, permitindo a retomada das atividades das agências públicas e o pagamento retroativo de servidores federais que ficaram sem salário.

A proposta também impede novas demissões durante o período de vigência e garante a recontratação imediata de funcionários afastados. Entre os serviços mais afetados pelo shutdown estão a fiscalização aeroportuária, o controle de fronteiras e os programas de assistência alimentar, que operaram com equipes reduzidas ou sob ameaça de suspensão.

Apesar do avanço, o acordo não contempla uma das principais reivindicações democratas: a prorrogação das subvenções do Affordable Care Act (ACA), programa que subsidia planos de saúde para milhões de americanos. A votação sobre o tema foi adiada para dezembro, o que mantém em aberto uma das discussões centrais do impasse orçamentário.

Divisões internas e repercussões políticas

A aprovação do projeto expôs divisões dentro do Partido Democrata, com parte dos parlamentares criticando o acordo por considerá-lo “paliativo”. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que o texto “alivia momentaneamente os efeitos do shutdown, mas não resolve as causas estruturais da crise”.

Sete senadores democratas e um independente se uniram aos republicanos para viabilizar a votação, numa tentativa de acelerar a reabertura do governo. O gesto foi interpretado como um sinal de desgaste entre as alas progressista e moderada do partido. Já os republicanos comemoram a aprovação, classificando-a como “um passo em direção à responsabilidade fiscal”.


Senado aprova o fim do shutdown (Vídeo: reprodução/X/@JornalDaGlobo)


Enquanto isso, milhares de servidores públicos ainda aguardam a normalização dos salários e do funcionamento dos serviços. O shutdown afetou especialmente áreas de fiscalização, transporte e saúde pública, com atrasos em licenças, inspeções e programas federais.

Impactos e desafios após o fim do shutdown

Com a aprovação no Senado, o projeto segue para votação na Câmara dos Representantes, onde deve encontrar resistência de alas mais radicais. Caso seja aprovado, o texto será encaminhado à Casa Branca para sanção presidencial.

A reabertura das agências federais deve ocorrer gradualmente, mas o episódio expôs as fragilidades da governança americana em um ano marcado por disputas eleitorais e crises partidárias. O shutdown mais longo da história deixa lições sobre os custos políticos e sociais da paralisia institucional e sobre como a falta de consenso pode colocar em xeque o funcionamento básico de uma das maiores potências do mundo.

Trump critica democratas e pede fim da shutdown que atinge economia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu o fim imediato do shutdown e acusou os democratas de “destruir” a economia americana. A princípio, a declaração foi publicada neste sábado (8) em sua rede Truth Social, quando a paralisação do governo completou 39 dias, tornando-se a mais longa da história do país. 

Sobretudo, o republicano afirmou que a oposição “está vencendo” ao prejudicar a “grande e milagrosa” economia nacional. O impasse entre democratas e republicanos para aprovar o orçamento federal de 2026 começou em 1º de outubro e segue sem acordo.


Trump acusa democratas (Foto: reprodução/TruthSocial/@realDonaldTrump)


Paralisação recorde causa impacto econômico

Nesse sentido, a crise já afeta milhares de funcionários públicos, afastados ou trabalhando sem salário. Além disso, órgãos federais suspenderam a divulgação de indicadores econômicos, assim gerando incerteza no mercado e dificultando decisões sobre taxas de juros.

Durante o mesmo período, o setor aéreo vem enfrentando fortes incertezas. O secretário de Transportes, Sean Duffy, informou que, se o impasse continuar, até 20% dos voos poderão ser cancelados. Só na sexta-feira (7), mais de 700 voos foram suspensos e outros 5,3 mil sofreram atrasos, segundo o site FlightAware. “Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo”, declarou Duffy.


Companhias aéreas nos EUA começaram a cancelar voos à medida que a paralisação afeta (Foto: reprodução/David Ryder/Bloomberg/Getty Images Embed)


Críticas e tensões políticas crescem em Washington

Em publicações anteriores, Trump já havia criticado decisões judiciais que invalidaram parte das tarifas comerciais impostas durante seu governo. Segundo ele, reverter essas medidas ameaça a segurança nacional e enfraquece a indústria americana. O ex-presidente também defendeu ações mais rigorosas do Serviço de Imigração e acusou juízes “liberais” de atrapalharem a política de deportações.

Enquanto a disputa se arrasta, o Congresso enfrenta uma crescente pressão de empresários e sindicatos. Dessa forma, a Casa Branca tenta negociar um acordo orçamentário que encerre o shutdown antes que o impacto econômico se torne irreversível.

Senado dos EUA deixa funcionários sem salário

O shutdown dos EUA chega ao 20º dia com impacto direto sobre servidores do Senado: nesta segunda-feira (20), muitos deles deixaram de receber seus salários. Segundo o planejamento interno, o pagamento devido à primeira quinzena de outubro foi bloqueado em virtude da paralisação parcial do governo, que impede o uso de recursos públicos em certas atividades não autorizadas.

Enquanto isso, benefícios como saúde, aposentadoria e seguros continuam ativos, mas sem a remuneração mensal habitual. O salário dos legisladores, por sua vez, permanece garantido, por força da Constituição que assegura pagamentos diretos via Tesouro Nacional durante impasses orçamentários.

Suspensão de salários e expectativa de compensação

Os servidores afetados aguardam a retomada dos pagamentos assim que o impasse orçamentário for resolvido. Conforme comunicado do Senado, o depósito deverá ser restabelecido até três dias úteis após o encerramento do shutdown. Isso inclui os valores retroativos que ficaram retidos durante a paralisação. Contudo, a incerteza política entre democratas e republicanos amplia a ansiedade entre os funcionários públicos federais.

Mesmo sem receber salário, os servidores do Senado continuam sujeitos às obrigações contratuais e à prestação de atividades essenciais, segundo regulamentos internos. A paralisação fiscal, porém, afeta funções secundárias, adia pagamentos e cria pressão institucional para um acordo rápido no Congresso.


Governo de Trump lida com novo problema (Foto: reprodução/Kent Nishimura/CNN)


Contexto da paralisação e desdobramentos

O shutdown teve início em 1º de outubro após o Congresso não aprovar o novo orçamento federal dentro do prazo. As divergências centram-se em cortes propostos a programas como o Obamacare, que oferece subsídios de saúde a milhões de americanos. Democratas defendem a manutenção total desses fundos, enquanto aliados do presidente Trump insistem em redução de despesas.

O impasse bloqueia verbas para setores sem autorização emergencial e obriga que atividades essenciais sigam em funcionamento com orçamentos contingenciais. Durante o confronto, cerca de centenas de milhares de servidores deram férias não remuneradas ou continuaram no trabalho sem remuneração garantida até que o orçamento fosse aprovado.

A paralisação refletirá na economia e nos serviços públicos: atrasos em contratos federais, interrupções de programas sociais e represamento de investimentos são riscos latentes. Ainda assim, legisladores esperam que a crise tenha resolução ainda nesta semana, embora o clima de polarização política sugira cautela.

Para muitos servidores do Senado, o cenário é de apreensão, face à incerteza de quando o acordo será alcançado e o pagamento restabelecido. A situação expõe fragilidades no sistema orçamentário americano e ressalta como disputas ideológicas podem atingir diretamente a vida de quem trabalha para o governo.

Paralisação nos EUA expõe polarização e pode impactar no Brasil

A paralisação do governo dos Estados Unidos, chamada de shutdown, entrou em vigor na madrugada de 1º de outubro após o Congresso não conseguir chegar a um acordo de financiamento. Embora historicamente essas paralisações tenham poucos efeitos, esse episódio reacende problemas sobre os ajustes fiscais dos EUA, podendo refletir nos mercados de países emergentes.

No cenário atual, o impacto real cai sobre os serviços federais, que foram interrompidos, e nos serviços públicos, onde milhares de funcionários foram dispensados. No transporte e no turismo o prejuízo deve chegar por volta de US$ 1 bilhão (R$ 5,32 bilhões). Entretanto, no Brasil, os impactos não são de imediato e significativos.

Mercado brasileiro

De acordo com analistas brasileiros, o principal impacto pode ocorrer no atraso dos dados econômicos dos EUA, como, por exemplo, o payroll. As consequências desse atraso seriam a falta de informações das decisões do Fed, que é o banco central americano, sobre taxas de juros. 

Já no mercado doméstico, não se espera grande impacto, principalmente pela duração de shutdowns americanos anteriores, que não duraram muito. Caso o impasse no Congresso continue por mais tempo do que o esperado, é possível que os acionistas estrangeiros decidam retirar seus investimentos de mercados emergentes, por conta da falta de dados para medir os riscos. 


Governo dos EUA entrou em shutdown nesta quarta-feira (1) (Foto: reprodução/X/@Metropoles)

Polarização nos EUA

O que preocupa os economistas no cenário, na verdade, é a polarização presente no Congresso americano, entre republicanos e democratas. Historicamente, as paralisações duraram em média 8 dias, acabando através de negociações. Contudo, negociações não estão ocorrendo positivamente atualmente. 

Por mais que de baixo custo e impacto nos mercados ao redor do mundo, a falta de negociação positiva e a polarização entre os partidos representam um problema fiscal na estrutura governamental dos Estados Unidos. Caso as diferenças continuem na política norte-americana, episódios como esse de paralisação podem se tornar recorrentes nos anos seguintes, se tornando um risco e uma preocupação. 

Entenda a possível paralisação do governo dos EUA chamada de ‘Shutdown’

Nesta semana, entrará em pauta a possível paralisação do governo dos Estados Unidos. Caso os legisladores não entrarem em concordância com os financiamentos do governo, ocorrerá o Shutdown. É necessário haver a aprovação do pacote de gastos para o ano inteiro, ou pelo menos a prorrogação por um período mais curto. Agências e atividades poderão ser pausadas até que o congresso aprove mais dinheiro.

A situação

A cada ano fiscal, o congresso efetua a aprovação para haver um pacote de gastos. Isso é necessário para poder medir quais serão os gastos feitos durante o ano pelo governo americano. Porém, parece haver discordância que pode levar a uma conclusão negativa nessa situação. Caso não haja uma atitude até o dia 1 de outubro, geralmente quando ocorrem paralisações de governos, há divergências mais normalmente funções que costumam ser críticas para a proteção de vidas e propriedades consideradas essenciais permanecendo em funcionamento.

Geralmente, funcionários são impactados quando ocorrem essas paralisações, pois alguns são dispensados, e outros são considerados essenciais, e nessas situações geralmente precisam estar trabalhando, mas pode ocorrer de não receberem salários altos. Em 2018-2019 uma paralisação resultou numa perda de US$ 3 bilhões de dólares no crescimento econômico que não teria recuperação, conforme a estimativa do escritório vindo do orçamento la do congresso, essas divergências podem acontecer em algumas situações.


Foto do Capitólio tirado no dia 1 de julho de 2025(foto:reprodução/Getty Images Embed)


Visionário desde sempre

Donald Trump, é um empresário e personalidade televisiva, além de ser atual presidente dos EUA eleito pelo partido republicano. Nascido em 14 de junho no ano de 1946, na Jamaica, ele entrou na carreira imobiliária de seu pai em 1968.

Em 1992 ele e seus irmãos formaram a All County Building Supply e Maintenance corp, que na época não tinha rede física, vista por muitos como uma empresa de fachada para pagar fornecedores de serviços e suprimentos para as moradias de aluguel dele, e em seguida fazer a cobrança desses serviços e suprimentos com margens de lucro de 20 a 50 por cento.