Observatório registra sinais inéditos do cometa 3I/ATLAS

Cientistas estão de olho no cometa 3I/ATLAS depois de registrarem, pela primeira vez, sinais de rádio vindos de um objeto interestelar. O achado aconteceu na África do Sul e mostrou traços de radicais de hidroxila, substâncias ligadas ao gelo que vai se transformando em gás à medida que aquece.

Essa descoberta é um passo importante para a astronomia. Pela primeira vez, sinais de rádio foram captados de um corpo formado fora do Sistema Solar, e isso ajuda os cientistas a entender melhor a composição e a trajetória de objetos que viajam entre as estrelas.

O visitante interestelar

O cometa foi identificado em julho de 2025 pelo telescópio Atlas, no Chile. Ele é classificado como interestelar porque segue uma trajetória que mostra que não está preso à gravidade do Sol e viaja livremente pelo espaço.

As primeiras tentativas de captar sinais de rádio aconteceram em setembro, mas não deram certo. Agora, os dados registrados correspondem ao que os pesquisadores esperavam, aumentando a confiança nas medições.


3I/ATLAS visível próximo ao Sol (Foto: reprodução/X/@3IATLAS)


Descobrindo a origem do cometa

O sinal funciona como uma espécie de impressão digital do cometa. Ele permite que os cientistas descubram do que ele é feito sem precisar enviar sondas. Esse tipo de observação faz parte da radioastronomia, que “ouve” o espaço por meio de ondas eletromagnéticas, essenciais para estudar o que não conseguimos ver com a luz comum.

Essas ondas ajudam a revelar fenômenos distantes e a origem de substâncias presentes em corpos celestes. No caso do 3I/ATLAS, os sinais confirmam que há gelo em seu núcleo, o que indica que ele se formou em uma região muito fria da Via Láctea antes de ser lançado pelo espaço.


Objeto 3I/ATLAS emite primeiro sinal de rádio (Vídeo: reprodução/YouTube/Mistérios do Espaço)


Com a aproximação do Sol, parte desse gelo passou por sublimação, transformando-se em gás e mudando a cor do cometa, que agora apresenta tons azulados.

A Rede Internacional de Alerta de Asteroides diz que o 3I/ATLAS pode ter vagado por milhões de anos antes de chegar ao Sistema Solar. Em março de 2026, ele deve se aproximar de Júpiter, a cerca de 50 milhões de quilômetros, oferecendo uma nova chance de observar sinais de rádio e entender melhor de onde veio.

Eclipse solar raro deve transformar o dia em noite em várias regiões do planeta

Um dos eventos astronômicos mais impressionantes do século está prestes a ocorrer: o Sol será ofuscado por um eclipse solar que promete durar até seis minutos em sua totalidade. Segundo informações divulgadas, esse será o eclipse mais longo do tipo em décadas, reunindo expectativas de entusiastas e cientistas para testemunhar um espetáculo raro no céu.

Quando e onde observar

O fenômeno será visível em uma faixa que atravessa partes do mundo com diversas localidades privilegiadas. Nesse percurso, quem estiver no eixo da totalidade terá a oportunidade única de ver o dia se transformar em noite por alguns minutos. As regiões fora dessa faixa, mesmo que parte do eclipse parcial, sentirão um escurecimento parcial do céu. A data exata já está confirmada e vem sendo amplamente divulgada por observatórios e especialistas, muitos alertam para as condições climáticas locais, já que nuvens podem atrapalhar a observação em alguns pontos.


 

Imagem ilustrando como é um eclipse, fenômeno que ocorrerá essa semana ( Foto: Flickr/NASA Goddard Space Flight Center)


Para quem pretende presenciar o fenômeno, é essencial se planejar. Equipamentos como máscaras solares especiais, telescópios com filtros específicos e locais altos ou abertos sem obstruções visuais são recomendados. Além disso, o horário de ocorrência varia conforme a localização geográfica, por isso é importante acompanhar mapas de trajetória e estimativas locais para garantir a melhor visibilidade possível.

Riscos, estudos e curiosidades

Eclipses solares como este despertam interesse não apenas por sua beleza, mas também pelos estudos científicos que permitem. Durante a totalidade, a “Corona solar” (camada externa da atmosfera do Sol) fica visível, possibilitando estudos sobre sua estrutura, ventos solares e comportamento magnético. Também é momento de observação das reações da natureza: animais podem se comportar como se fosse noite, e a temperatura pode cair abruptamente.

Por outro lado, há precauções importantes. Olhar diretamente para o Sol sem proteção pode causar danos severos aos olhos, mesmo durante fases parciais do eclipse. O uso de filtros adequados é indispensável. Cientistas também alertam que nem todas as localidades terão visibilidade perfeita, sendo que a presença de nuvens ou poluição aérea pode interferir bastante na experiência.

Esse eclipse solar promete entrar para a história como um dos momentos mais emblemáticos da astronomia moderna. Para quem tiver oportunidade e condições, será uma ocasião memorável para se conectar com o cosmos e entender melhor a dinâmica do nosso sistema solar.

Segundo eclipse solar do ano acontece neste domingo

O segundo e último eclipse solar deste ano ocorrerá hoje (21), no penúltimo domingo do mês, a partir das 14h30, no horário de Brasília. Entretanto, sua visão será parcial, não podendo ser visto totalmente de nenhum lugar do mundo.

O fenômeno poderá ser visto parcialmente da Nova Zelândia, costa leste da Austrália, além de algumas ilhas do Pacífico e certas partes da Antártica, não sendo visível do Brasil.

Ainda assim, será possível acompanhar a transmissão ao vivo pelo YouTube, através pelo canal do portal “Time and Date”.

Último eclipse solar do ano

O eclipse solar parcial de hoje (21), o último do ano, acontece quando a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra, cobrindo uma parte do astro com sua sombra, o que parece uma “mordida” no Sol.

Este fenômeno pode ser dividido em três partes: o Início, quando a Lua se move sobre o disco solar; o Máximo, quando o eclipse atinge seu ápice; e o Fim, quando a Lua segue seu fluxo, deixando de cobrir o Sol.

Tipos de eclipse

Um dos tipos e eclipse solar é o anular, também conhecido como “eclipse anelar” ou “eclipse em anel”, que acontece quando o diâmetro que vemos da Lua é menor que o do Sol, transformando o Sol em um grande anel ao redor.

É previsto que em 2027 ocorra este tipo de eclipse, o qual poderá ser visto inclusive do Brasil.


Eclipse solar anular previsto para 2027 poderá ser visível por todo o Brasil (Vídeo: Reprodução/X/@astronomiaum)

O eclipse total do Sol acontece quando os três corpos celestes, Lua, Sol e Terra, ficam em uma linha reta perfeita, fazendo com que a Lua bloqueie quase todos os raios solares que chegariam em nosso planeta. Assim, por alguns minutos, o dia vira noite.

No eclipse solar parcial, o alinhamento dos três corpos celestes não é perfeito, pois a parte central da sombra da Lua não atinge nosso planeta, tornando a visão parcial.

Segundo a Nasa, esse tipo de eclipse acontece pelo menos duas vezes no ano em algum lugar da Terra, enquanto que o eclipse total acontece a cada 18 meses, sendo difícil de acontecerem no mesmo local.

Astrônomos registram mudança de cor em cometa que se aproxima do Sistema Solar

O cometa interestelar identificado como 3I/ATLAS, avistado em 2024 pelo telescópio ATLAS, está apresentando mudanças de cor na sua coma e surpreendendo astrônomos com suas características. Inicialmente vermelha, a coma do objeto agora vem apresentando uma luz de tom esverdeado, levando os cientistas a tentarem descobrir possíveis motivos para a mudança.

A equipe do telescópio ATLAS avistou o objeto misterioso pela primeira vez em outubro de 2024, sendo rapidamente identificado como um cometa que se originou fora do nosso sistema solar. No começo dos estudos, o cometa apresentava características comuns, que não as diferenciava de outros cometas já vistos e estudados. Sua forma foi se alterando com o tempo, desenvolvendo uma cauda, e sua coma foi se tornando mais evidente conforme a velocidade em que ele se movia e se aproximava do Sol. Entretanto, com a nova descoberta através de telescópios espaciais, os astrônomos notaram mudanças incomuns. 

Hipótese de mudança química 

A transição de cor na coma, que é a nuvem de gás e poeira que se forma ao redor do núcleo do cometa à medida que ele se aproxima do Sol, é a propriedade que mais chama atenção do meio científico. O astrônomo Michael Jäger vem realizando algumas análises do objeto que segue em direção ao Sol, e em uma das suas últimas observações em um eclipse lunar, ele notou que a luz que antes refletia um tom avermelhado, agora dava lugar para uma luz esverdeada. 

A suposição que mais tem sido aceita é de que o motivo da transição seria um aumento acentuado na produção de cianeto, uma característica comum nos cometas, conforme o núcleo do 3I/ATLAS se aquece. Embora esse comportamento seja comum em outros cometas estudados, os astrônomos não esperavam que ocorresse uma transição de cor na coma.


Vídeo da trajetória do cometa 3I/ATLAS (Vídeo: reprodução/X/@astronamiaum)


Objeto extraterrestre 

Entretanto, mesmo que os cientistas identifiquem o objeto misterioso como um cometa interestelar, há quem diga que ele, na verdade, é um objeto extraterrestre. Avi Loeb, astrônomo de Harvard, é conhecido por seus estudos em busca de evidências que comprovem a existência de vida fora da Terra. Ele sugeriu que talvez o 3I/ATLAS, na verdade, seja um “artefato extraterrestre” e que sua composição é formada predominantemente por dióxido de carbono, que corresponde a 87% da massa do cometa. 

Entre as justificativas para sua análise, Loeb aponta que a trajetória do objeto é significativamente incomum por passar perto de outros planetas do nosso sistema, como Marte, Vênus e Júpiter, o que é difícil de ocorrer em trajetórias de outros cometas. Apesar dos estudos dirigidos pelo astrônomo, a maioria dos cientistas defende a tese de que o objeto seja sim um cometa interestelar, mesmo que conte com propriedades atípicas. 

Nasa registra momento raro de eclipse solar no espaço

Um eclipse solar foi registrado nesta sexta-feira (25) no espaço, por meio de uma captura do Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da Nasa. O observatório verificou que o eclipse ocorreu parcialmente, com 62% do sol sendo coberto pela Lua, durando cerca de 35 minutos.

Captura foi feita pela visão do observatório

O SDO concluiu que o eclipse ocorreu após sua órbita ser deslocada para trás da Terra. O satélite observa o sol de maneira constante, e passou atrás da Lua e da Terra no mesmo dia, causando o eclipse a partir da sua observação.

O observatório, se mantendo em órbita ao redor da Terra e se mantendo por meio da energia solar, sofreu uma queda de energia após registrar o eclipse, pois a bateria se esgotou durante o trabalho.

Além da captura feita pelo SDO, imagens de outro eclipse solar artificial foram feitas pela Agência Espacial Europeia durante a missão Proba-3, onde a agência fez o uso de satélites que bloquearam o sol e projetaram uma sombra sobre um telescópio posicionado em um dos satélites, fotografando a sombra em cima da coroa solar.

Eclipse solar total (Foto: reprodução/X/@cassianobdmais)

O Observatório de Dinâmica Solar da Nasa (SDO, em inglês) registrou, na sexta-feira (25), um momento raro de eclipse solar no espaço, fenômeno onde um objeto celeste passa pela sombra de outro objeto bloqueando parcial ou totalmente a luz do sol. O Eclipse, que agora está entre os diversos registros capturados pelo observatório, ocorreu parcialmente, com 62% do Sol sendo encoberto pela Lua, e durou cerca de 35 minutos. Como foi feita a captura do Eclipse

Datas para novos eclipses foram determinadas

Além do trabalho feito pelo SDO, capturas de eclipse estão sendo realizadas desde 1969, iniciadas com a missão Proba-3 da Agência Espacial Europeia que levou Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins para o espaço onde os astronautas fotografaram um eclipse solar total, enquanto a tripulação da Apollo 12 observou um eclipse solar total do espaço em 24 de novembro de 1969.

Em algumas regiões da Groenlândia, Islândia e Espanha, foi concluído que um novo eclipse total tem previsão para acontecer no dia 12 de agosto de 2026, durando aproximadamente 2 minutos e 18 segundos, enquanto o próximo eclipse total parcial está previsto para o dia 21 de setembro, com 80% do Sol bloqueado pela Lua em regiões da Nova Zelândia, Tasmânia (na Austrália), Oceano Índico e Antártida. Os observadores que irão fazer o registro terão que usar óculos especiais e câmeras ou telescópios com filtros solares.

NASA envia dois telescópios para buscar respostas sobre o Sol e início do Universo

Na última terça-feira (11), dois telescópios decolaram em direção ao espaço: SPHEREx e PUNCH. Eles são diferentes entre si, mas, no fundo visam a mesma coisa, compreender um pouco mais o nosso lar e a nossa trajetória até aqui. Parece coisa de filme de ficção científica, mas, na verdade, é isso que está sendo tentado pela NASA com suas novas missões espaciais.

SPHEREx: foco no Universo

Se pudéssemos voltar no tempo e assistir ao nascimento das estrelas, à formação das galáxias e ao surgimento dos ingredientes essenciais para a vida, talvez compreendêssemos melhor como viemos parar aqui. O SPHEREx foi criado justamente para isso.

Ele é um telescópio que não vai mirar em um único ponto do céu, mas sim escanear o espaço inteiro, coletando informações sobre mais de 450 milhões de galáxias e 100 milhões de estrelas da nossa Via Láctea.

O que ele procura? Água congelada, moléculas de carbono, sinais de elementos que um dia podem ter se juntado para formar planetas como a Terra. “Sempre que olhamos para o céu de uma nova maneira, descobrimos algo novo”, diz Jamie Bock, um dos cientistas do projeto.

A ideia é simples: quanto mais soubermos sobre como os elementos da vida surgiram e se espalharam pelo espaço, mais poderemos entender de que forma planetas habitáveis, como o nosso, se formam.


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Borda de uma região próxima, jovem e formadora de estrelas, chamada NGC 3324 na Nebulosa Carina (Foto: reprodução/NASA/Getty Images Embed)


PUNCH: foco no Sol

Enquanto o SPHEREx tenta entender o passado do Universo, o PUNCH está focado no agora. Ele quer decifrar o comportamento do Sol e como ele afeta todo o Sistema Solar — incluindo a Terra.

Quem nunca viu uma aurora boreal e ficou maravilhado? Essas luzes incríveis são causadas pelo vento solar, um fluxo constante de partículas que o Sol libera no espaço. Mas esse mesmo vento pode interferir em satélites, atrapalhar sistemas de comunicação e até afetar redes elétricas.

Para estudar isso, o PUNCH usa quatro pequenos satélites, do tamanho de malas de viagem, que juntos vão observar a atmosfera externa do Sol e entender melhor como ele influencia tudo ao seu redor. “O que esperamos que o PUNCH traga à humanidade é a capacidade de realmente ver, pela primeira vez, onde vivemos dentro do próprio vento solar”, diz Craig DeForest, um dos cientistas da missão.

E o momento é perfeito: estamos no chamado “máximo solar”, um período de grande atividade do Sol. Quanto mais entendermos seu comportamento, mais poderemos nos proteger dos impactos que ele pode ter na Terra.


Quinteto de Stephans, um agrupamento visual de cinco galáxias, sob uma nova luz (Foto: reprodução/NASA/Getty Images Embed)


Por que tudo isso importa

Parece distante da nossa realidade, mas não é. No fim das contas, essas missões não são apenas sobre o espaço — são sobre nós. Saber mais sobre o Universo nos ajuda a entender melhor quem somos, de onde viemos e como podemos nos preparar para o futuro. O SPHEREx e o PUNCH vão trabalhar lado a lado com outros telescópios poderosos, como o James Webb e o Hubble, para montar esse enorme quebra-cabeça cósmico.

Joe Westlake, diretor da NASA, resume bem: “Lançar esta missão como um compartilhamento de viagens reforça seu valor para a nação ao otimizar cada libra de capacidade de lançamento para maximizar o retorno científico pelo custo de um único lançamento.”

Asteroide de tamanho similar ao Everest passará pela terra nesta quinta-feira 

Nesta quinta-feira (27), o asteroide 2011 UL21 deverá passar bem próximo da Terra. Segundo cientistas, ele possui 2,3 km de diâmetro e está viajando em uma velocidade de 93.000 km/h no espaço. Apelidado de “Assassino de Planetas”, o objeto é um dos maiores que já chegaram perto da Terra e recebeu a classificação de “potencialmente perigoso” devido ao seu tamanho similar ao do Monte Everest. 

Embora tenha recebido essa classificação, as chances de uma colisão contra o planeta são mínimas. Sua passagem acontecerá em uma distância considerada pelos cientistas 17 vezes maior do que a distância entre a Terra e a Lua, tornando a chance de impacto baixa.

O asteroide 2011 UL21

Segundo informações divulgadas por especialistas, a Terra e o asteroide vivem uma “ressonância 11:34” que influencia na passagem do objeto próximo ao planeta. Eles explicam que a cada 11 órbitas do asteroide ao redor do Sol, a Terra completa 34, fazendo com que os dois corpos sempre se aproximem a cada 34 anos terrestres. 


Representação de um asteroide (Foto: reprodução/Jonathan Knowles/Getty Images Embed)


Mas, diferente de nosso planeta, o asteroide completa sua órbita ao redor do Sol a cada três anos. Esse movimento de translação é feito de forma inclinada devido à influência da gravidade de Júpiter, a influência é responsável também por desviar outros asteroides para a Terra. 

Cientistas apontam também que, se existisse uma chance de colisão com a Terra, o impacto do asteroide seria menor do que o de Chicxulub, responsável pela perda de quase 70% da vida no planeta e pela extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos. Porém, ele ainda causaria danos enormes e significativos a nível continental. 

Como assistir e outro evento 

O Virtual Telescope Project irá transmitir o evento ao vivo a partir das 16h no horário de Brasília e a olho nu, o objeto só poderá ser visto com a utilização de um telescópio, sendo que estima-se que sua próxima passagem aconteça somente em 2089.  


Cometa passando pelo céu (Foto: reprodução/Javier Zayas Photography/Getty Images Embed)


O UL21 não é o único asteroide que passará perto da Terra essa semana, no sábado (29), o 2024 MK deverá se aproximar a cerca de 290 mil km do planeta. Ele chegará mais perto do que a Lua e também não oferece riscos de colisão, e poderá ser visto com a utilização de binóculos ou telescópio, mais precisamente no Hemisfério Sul, enquanto no Hemisfério Norte só será possível enxergar a rocha quando ela começar a se afastar da Terra.

ESA e Airbus criam satélite para prever e prevenir tempestades solares

A Agência Espacial Europeia (ESA) firmou um contrato significativo com a Airbus para a construção do satélite ‘Vigil’, um dispositivo avançado destinado a prever tempestades solares e minimizar seus impactos na Terra. O acordo, que esta sendo avaliado na casa dos 340 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,76 bilhão), tem como objetivo salvaguardar infraestruturas essenciais, como telecomunicações, distribuição de energia, satélites e aviação, contra os efeitos devastadores dessas tempestades

Tempestades solares podem causar grande dano a economia

As Tempestades solares são um evento que ocorre quando o Sol emite erupções de energia na forma de partículas e radiação, quando essas partículas colidem com o campo magnético da Terra elas podem causar desde espetáculos luminosos, como auroras boreais, até sérias interrupções em redes de telecomunicações e outras infraestruturas críticas. No início deste mês, uma dessas tempestades gerou uma “onda” de auroras boreais visível em várias partes do mundo, destacando a necessidade de monitoramento e previsão mais precisos desses eventos, que em alguns casos podem ser brutais até mesmo para economia de alguns países.


ESA comemorou anúncio do ‘Vigil’ em sua conta no X (reprodução/X/esa)

O satélite chamado ‘Vigil’ será posicionado a uma distância de aproximadamente 150 milhões de quilômetros da Terra, proporcionando uma visão antecipada de quatro a cinco dias dos comportamentos solares antes de seus efeitos serem sentidos no nosso planeta. Esse posicionamento estratégico permitirá que a ESA emita alertas mais rápidos e detalhados sobre o clima espacial, potencialmente evitando prejuízos significativos.

“O Vigil vai melhorar drasticamente tanto o tempo dos alertas de clima espacial quanto o nível de detalhamento deles por conta do posicionamento do satélite no espaço profundo“

Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA

O satélite, com peso estimado de pouco mais de duas toneladas, vai ser equipado com seis instrumentos de medição, quatro dos quais serão produzidos na Europa. O lançamento do ‘Vigil’ está programado para 2031, e a expectativa é que ele se torne um elemento crucial na rede de defesa contra tempestades solares.

Investimento justificável

Mesmo com um alto no investimento da construção do ‘Vigil’, o valor se justificada pelo potencial de evitar danos econômicos consideráveis que uma tempestade solar pode causar.

Com o desenvolvimento do ‘Vigil’, a ESA e a Airbus dão um passo importante na proteção da Terra contra os efeitos adversos das atividades solares, garantindo maior segurança e resiliência para diversas tecnologias e serviços essenciais no nosso dia a dia.

Conheça destinos onde o sol desaparece por até 24 horas

O sol é fundamental e amado por muitos, mas existem lugares onde a luz solar fica dias sem ser vista. Imagine a experiência de viver onde a noite perdura por dias, se estendendo em momentos onde o sol deveria brilhar e tudo que há é o escuro e a neve cobrindo tudo o que toca como um frio tapete pálido. Esse fenômeno é conhecido como “noite polar”, nomenclatura dada a quando o anoitecer dura por mais de 24 horas, encobrindo o sol e tirando-lhe seu espaço. Comum em zonas delimitadas pelos círculos polares.

Durante o fenômeno em que o sol não atua no horizonte, moradores e turistas de regiões do Canadá, Finlândia, Groenlândia, Noruega e Suécia acabam por se familiarizar com o escuro quase absoluto e aproveitar desse momento único, porém recorrente para quem reside nesta região.

Destinos para a noite polar 

Para conferir a noite polar existem destinos que são próprios e comuns para ver o fenômeno de perto e aproveitar toda a experiência que ele pode lhe render. Confira a lista:

  • Fairbanks: localizado ao sul do círculo polar no estado do Alaska, esse é o destino preferido para os apreciadores da noite polar conquistarem o vislumbre da aurora boreal. A cidade abriga 33 mil habitantes e o maior assentamento de residentes em centenas de quilômetros. O fenômeno das auroras boreais se concentra em uma área ao extremo norte em formato circular, como um anel. Para controlar e ter maior conforto lidando com as baixas temperaturas, piscinas de pedra quente podem ser encontradas na comunidade resort de Chena Hot Springs. A noite polar no Alasca entra em seu auge entre novembro e janeiro, quando é visível nos céus.
  • Longyearbyen: no meio do caminho entre a Noruega continental e o Polo Norte encontramos o arquipélago norurgues Longyearbyen. O clima intensamente frio, as geleiras e os campos de gelo fazem parte da atmosfera encantadora para os amantes das baixas temperaturas. Para se ter o melhor da “noite polar” é necessário se programar e viajar entre novembro e janeiro. Além do crepúsculo absoluto, os turistas podem aproveitar as atividades da aurora boreal, mas isso não é tudo, a pequena cidade de pouco mais de 2 mil habitantes ainda oferece passeios  de snowmobile, exploração de cavernas de gelo e cruzeiros por fiordes. Ainda conta com museus e a Montanha Plateau, que oferece uma bela vista da cidade.
  • Kiruna: oferecendo um inverno totalmente alvo, a cidade de Kiruna, na Suécia, conta com passeios de trenó até mesmo caminhadas pela neve branquinha, explorando as montanhas mais altas do país. Com diversas opções de hospedagem, ainda conta com um hotel feito inteiramente de gelo, o Ice Hotel, a poucos quilômetros da cidade.

IceHotel é uma hospedagem esculpida no gelo localizada na Suécia (foto: reprodução/Instagram/@icehotelsweden)

  • Ilulissat: localizada na maior ilha do mundo, a Groenlândia é incluída no Reino da Dinamarca. Para chegar à cidade costeira de Ilulissat é necessário partir da Islândia. Entre as atividades oferecidas há cruzeiros, passeios de snowmobile pelas colinas e também excursões durante a famosa “noite polar”, viajando aos locais mais escuros em busca da aurora boreal.  
  • Iqaluit: agora, partindo ao Canadá encontramos a cidade de Iqaluit, já famosa por suas montanhas cobertas de neve e clima extremamente gélido. Como um dos destinos mais famosos para ver de perto a aurora boreal, é recomendado programar a viagem entre outubro e abril, alcançando o auge do fenômeno. Coberta apenas pelo branco da neve em seus invernos rigorosos, a cidade também chama atenção pelo seu turismo comum, como visitar a Catedral de São Judas, toda estruturada como um iglu. Iqaluit também permite aos seus turistas ver baleias, renas e raposas do ártico e claro, passeios de trenó pelas colinas de neve. 
  • Nuorgam: a Finlândia também reserva belezas para os amantes de inverno. No pequeno vilarejo de Nuorgam, ao extremo norte da Finlândia, é possível encontrar uma autêntica experiência pelo frio ártico. A neve é sem dúvidas a principal atração para os turistas, ela proporciona passeios radicais de snowmobile, caminhadas noturnas para aproveitar o melhor da noite polar, safaris e até pesca no gelo. Ainda há a opção de conhecer um pouco mais da cultura dos povos Sámi. Lagos, trilhas e claro, a aurora boreal também detém destaque nesse turismo gélido.  

Procura pelo frio 

A agência de hospedagem Booking.com compartilhou um levantamento feito com um grupo de cerca de 28 mil viajantes onde indicava que locais de baixas temperaturas eram os favoritos para 2024. 70% irão optar por temperaturas mais baixas e climas mais frescos. Em outra pesquisa mostra que 58% pretendem usar as férias para dormir, o que casa totalmente com o clima frio e uma noite estendida.