Ex-almirante Garnier nega golpe e diz que tropas foram coincidência

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, afirmou que a presença de tropas nas ruas em 2022 foi fruto de um exercício previamente agendado e negou ter atendido a qualquer pedido do então presidente Jair Bolsonaro (PL). A Procuradoria-Geral da República o acusa de ter aderido ao plano de golpe.

Movimentação planejada segundo ex-almirante

O ex-comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier, negou nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que tenha colocado tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro para uma eventual tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022. Garnier afirmou que a presença de blindados nas ruas foi parte de um exercício militar previamente agendado, sem qualquer vínculo com os desdobramentos políticos da época.


Ex-Almirante Almir Garnier e o então presidente Jair Bolsonaro em exercício militar na cidade de Formosa, 2021 (Foto: reprodução/Almir Sá/Getty Images embed)


“Foi uma coincidência”, disse o militar, referindo-se ao fato de os veículos estarem nas ruas no mesmo dia da votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o exercício envolvia grande logística e investimento e, por isso, não poderia ser adiado.

Depoimento ao ministro Alexandre de Moraes

Interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, Garnier também comentou uma reunião entre os chefes das Forças Armadas e o então presidente, ocorrida em 7 de dezembro de 2022. “O presidente não abriu a palavra a nós. Ele fez considerações que mais pareciam preocupações e análises do que uma ideia concreta”, relatou. O ex-almirante alegou que a única pauta objetiva foi a preocupação de Bolsonaro com a segurança pública, mencionando a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) como instrumento possível dentro dos limites legais.

Apesar das negativas, o ministro Moraes foi enfático em demonstrar desconfiança: “Coincidências não existem”, declarou, em referência à sobreposição dos eventos militares e políticos naquele período.

Defesa institucional e suspeitas persistentes

A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Garnier como o único chefe das Forças Armadas que teria aderido ao plano de golpe. Outros depoimentos prestados ao STF, como os dos ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Júnior, revelam versões divergentes. Baptista Júnior declarou que Garnier sinalizou apoio a Bolsonaro, colocando tropas à disposição. Já Freire Gomes minimizou o gesto, apesar de ter anteriormente indicado à Polícia Federal preocupações quanto a um possível conluio.

Denunciado por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada, Almir Garnier se defende afirmando que atuou dentro dos limites institucionais do cargo. “Eu era comandante da Marinha, não era assessor político do presidente. Eu me ative ao meu papel institucional”, declarou. Sua linha de defesa sustenta que a atuação da Marinha em 2022 foi estritamente técnica. No entanto, o tom adotado por Alexandre de Moraes e as divergências nos depoimentos levantam dúvidas sobre a real extensão de seu envolvimento nos bastidores da tentativa de ruptura democrática.

Mauro Cid revela que Zambelli intermediou encontro entre Bolsonaro e hacker para discutir segurança das urnas

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira (9) que a deputada Carla Zambelli levou o hacker Walter Delgatti Neto para um encontro com Jair Bolsonaro. Segundo Cid, a reunião abordou possíveis vulnerabilidades das urnas eletrônicas e possíveis fraudes no sistema eleitoral. Este primeiro encontro aconteceu no Palácio da Alvorada.

O delator da trama golpista foi o primeiro réu a depor na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Logo, ele revelou que o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, organizou o encontro a pedido de Bolsonaro. O ex-presidente teria orientado o general a se reunir novamente com Delgatti, desta vez no Ministério da Defesa.

Dessa forma, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro informou ainda que os integrantes do plano não identificaram nenhuma fraude nas urnas eletrônicas após as eleições de 2022. Além disso, destacou que o Partido Liberal (PL) não encontrou nenhuma irregularidade no sistema eleitoral.


Mauro Cid depõe ao STF (Vídeo: reprodução/YouTube/@STF)

Após Cid, STF ouvirá Ramagem; Bolsonaro depõe entre terça e quarta-feira

Após o depoimento de Mauro Cid, Alexandre Ramagem será o próximo a prestar esclarecimentos ao STF. Em seguida, será a vez de Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Importante lembrar que a Suprema Corte organizou os depoimentos seguindo a ordem alfabética dos réus.

Entretanto, o Supremo só deve ouvir Bolsonaro na terça-feira (10/6) ou na quarta-feira (11/6). Na semana passada, o ex-presidente afirmou que não pretende “desafiar” a Justiça. “Não vou ao STF para desafiar ninguém. Estarei lá com a verdade ao nosso lado”, declarou durante um evento do PL Mulher em Brasília.

Zambelli perde recursos e é incluída na lista da Interpol

O STF determinou, na última sexta-feira (6/6), a prisão de Carla Zambelli após rejeitar os recursos apresentados pela deputada. A decisão confirma a condenação de 10 anos de prisão pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsificação de documentos. Além da pena, Zambelli perderá o mandato de deputada federal e já teve seus bens bloqueados. A parlamentar deixou o Brasil antes da decisão final e, por isso, a Interpol a incluiu na lista de procurados, dificultando sua permanência no exterior.

A condenação foi reforçada pelo ministro Alexandre de Moraes, que converteu a prisão preventiva em definitiva e notificou a Câmara dos Deputados para oficializar a perda do mandato. Zambelli alega perseguição política e contesta a legalidade da decisão, mas o STF considera o caso encerrado, sem possibilidade de novos recursos.

Nova defesa assume caso de Zambelli no Brasil

Antigo patrono da Parlamentar, o advogado Daniel Bialski, renunciou seu mandato assim que Carla decidiu viajar para fora do Brasil, após sua condenação pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Zambelli, agora, contratou novo advogado brasileiro, e estuda, com advogado italiano, suas possibilidades de permanecia no país em que possui nacionalidade.

Defesa brasileira

Pela Lei Federal 8.906/1994 – Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil – o advogado, após renunciar a um mandato, deve ficar responsável pelo caso pelo prazo de dez dias, salvo se for substituído antes do término desse prazo.

Caso nenhum outro profissional tivesse sido nomeado por Carla nesse ínterim, a Defensoria Pública da União (DPU) assumiria o caso, pois pelo artigo 5° da Constituição Federal, todos têm direito à ampla defesa, e, portanto, à assistência jurídica gratuita, realizada pelas Defensorias Públicas.

Permanência na Itália

Após uma rápida passagem pelos Estados Unidos, para se submeter a um tratamento de saúde, Carla seguiu para a Itália, país em que é nacional. O fato de estar em território italiano e ser nacional do país não significa, necessariamente, que ela está proibida de ser extraditada para o Brasil.

Isto porque há entre os países um tratado, o qual faculta a extradição, ou seja, é uma possibilidade e não uma obrigação, um dever de a Itália extraditar a Parlamentar condenada ao Brasil.


Pilhas de papéis (Foto: reprodução/H. Armstrong Roberts/Retrofile/Getty Images Embed)


Aos bastidores da CNN Brasil, Carla afirma:

“Tenho cidadania italiana e nunca escondi, se tivesse alguma intenção de fugir eu teria escondido esse passaporte. (…) Como cidadã italiana eu sou intocável na Itália, não há o que ele possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”.


Carla Zambelli em entrevista à CNN Brasil (Foto: reprodução/X/@CNNBrasil)


O professor da Universidade Federal Fluminense e pesquisador da Universidade de Harvard, Vitelio Brustolin, explicou à CNN Brasil que a extradição é um procedimento complexo, e que a decisão vai depender do entendimento das autoridades italianas e de questões políticas e diplomáticas entre Brasil e Itália.

Bolsonaro e outros 7 réus serão ouvidos pelo STF por tentativa de golpe de Estado em 2022

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9) os depoimentos dos oito réus acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os investigados está o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), os denunciados integram o que foi classificado como o “núcleo central” de uma organização criminosa que teria atuado para romper a ordem democrática no país.

Durante o mês de maio, o STF ouviu as testemunhas indicadas tanto pela acusação quanto pela defesa. Agora, com o início dos interrogatórios, o processo entra na etapa final da fase de instrução. As audiências acontecerão na Primeira Turma do Supremo ao longo de toda a semana, com encerramento previsto para sexta-feira (13).

Os depoimentos dos outros sete acusados seguirão a ordem alfabética dos nomes: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Bolsonaro na linha de frente

A Procuradoria-Geral da República (PGR) imputou ao grupo a prática de cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio histórico protegido.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, junto aos outros sete aliados também denunciados, compôs o que foi identificado como o “núcleo central da organização criminosa”.


Alexandre de Moraes marcou interrogatório de Bolsonaro e outros acusado (reprodução/Youtube/Metrópoles)

Segundo a acusação, foi desse grupo que surgiram as principais estratégias e medidas com forte repercussão social, voltadas à tentativa de romper a ordem democrática. Bolsonaro é apontado como o principal líder dessa organização criminosa armada, cujo objetivo era promover um golpe de Estado.

Outros 7 réus

Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é acusado de ter atuado diretamente ao lado de Jair Bolsonaro na execução do plano golpista. Conforme aponta a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele desempenhou um “papel relevante” na formulação e orientação das narrativas que passaram a ser amplamente divulgadas pelo então presidente da República a partir de 2021.

Almir Garnier Santos, que ocupava o cargo de comandante da Marinha à época, demonstrou apoio ao plano golpista durante uma reunião realizada em dezembro de 2022. Na ocasião, ele se mostrou disposto a acatar as ordens de Jair Bolsonaro, caso o então presidente decidisse colocar em prática o decreto que visava a ruptura da ordem constitucional.

Anderson Torres, que foi ministro da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro, contribuiu para disseminar o discurso sobre uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. Durante sua atuação no governo, ele reforçou as alegações apresentadas por Bolsonaro em uma transmissão ao vivo realizada em julho de 2021.

Augusto Heleno, que ocupou o cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro, também esteve diretamente envolvido no apoio ao então presidente para a execução do plano golpista. Assim como Alexandre Ramagem, ele teve participação ativa na tentativa de viabilizar a estratégia que visava à quebra da ordem democrática.

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, esteve presente em uma reunião realizada em julho de 2022 com Jair Bolsonaro e outras autoridades. Na ocasião, o então presidente teria solicitado que todos os presentes colaborassem na disseminação do discurso sobre a suposta fragilidade do sistema de votação eletrônico.

Walter Braga Netto, que já ocupou os cargos de ministro da Defesa e da Casa Civil, também participou da reunião realizada em julho de 2022 com Jair Bolsonaro e outras autoridades.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro, integrava o chamado “núcleo central” da organização. Ele é apontado como um dos principais colaboradores na execução do plano que visava à ruptura da ordem democrática.

Zambelli busca regularizar presença na Itália perante autoridades locais

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta quinta-feira (5), por meio de mensagens de texto com a jornalista Natuza Nery, da Globo News, que vai se apresentar às autoridades italianas para não ser considerada foragida. 

O objetivo da parlamentar que pediu licença de seu mandato é mostrar que não quer desrespeitar as autoridades locais, bem como a necessidade legal de informar que se encontra no país. 

Quero me regularizar primeiro, para não afrontar as autoridades italianas.

Carla Zambelli

Ao jornalista Leandro Magalhães, da CNN Brasil, a deputada federal afirmou que quer se antecipar e, por isso, vai se apresentar às autoridades daquele país. “Vou declarar os meus dados para pegar os documentos. Estou aqui de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política. Vou provar isso. Fui condenada sem provas”, declarou Zambelli à CNN Brasil. 


Zambelli afirma que não vai se curvar diante de Alexandre de Moraes, mas respeita as autoridades italianas (Foto: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Zambelli fugiu para a Itália após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a ajuda de um hacker. 

A deputada federal licenciada também informou à Nery que a razão de ter ido para a Itália foi buscar proteção contra o que ela chama de “perseguição política”. 

Condenação e roteiro da fuga

O STF condenou Zambelli a 10 anos e 8 meses de prisão em regime inicial fechado pelo seu envolvimento na invasão dos sistemas eletrônicos do CNJ. A condenada deixou o Brasil no fim de maio sem informar as autoridades brasileiras. 

A Polícia Federal (PF) afirma que a deputada viajou por terra pela fronteira com a Argentina, pegou um voo para Buenos Aires e de lá embarcou em outro voo para os Estados Unidos. Após alguns dias em solo norte-americano, embarcou para a Itália, onde está no momento. 

De acordo com a assessoria de Carla Zambelli, a deputada ainda estava na Flórida, nos EUA, na quarta-feira (4), quando o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, decretou sua prisão preventiva. 

Segundo fontes que conversaram com Natuza Nery, Carla Zambelli chegou a Roma na manhã desta quinta-feira (5), antes da inclusão de seu nome da lista de difusão vermelha da Interpol. A lista em questão é um alerta internacional para localizar e prender criminosos fugitivos de seus países. 


Jornalistas conversam sobre situação de Carla Zambelli na Central GloboNews (Foto: reprodução/X/@GloboNews)

A estratégia utilizada pela deputada federal foi sair sem alarde por via terrestre e viajar, posteriormente, por via aérea até chegar à Itália, conforme roteiro a seguir.

  • 25 de maio: Zambelli deixa o Brasil pela fronteira com a Argentina;
  • Data indeterminada: Zambelli deixa Buenos Aires em direção aos EUA;
  • 3 de junho: Zambelli faz vídeo informando que está fora do Brasil e youtuber descobre sua localização pelas imagens;
  • 4 de junho: assessoria confirma que deputada está nos EUA;
  • 5 de junho (manhã): Zambelli chega a Roma, na Itália;
  • 5 de junho (tarde): nome de Zambelli é incluído na Lista Vermelha da Interpol. 

Na Red Notice da Interpol

A PF fez o pedido da inclusão do nome de Zambelli na Lista Vermelha baseada na decisão do ministro Alexandre de Moraes. 

Agora com o nome listado, é possível prender a parlamentar fora do Brasil, seja pelas autoridades da Itália ou de outro país. 

Além da inclusão na lista, Moraes ordenou que o banco Itaú bloqueasse todas as contas e cartões de Carla Zambelli nesta sexta-feira (6). 

Deputada Zambelli é alvo de nova investigação por tentativa de obstrução de justiça

A deputada Carla Zambelli é alvo de nova investigação judicial determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na data de ontem, quarta-feira (04), Moraes abriu inquérito a fim de investigar se a parlamentar cometeu os crimes de coação e obstrução de justiça devido suas ações em território americano, ligadas a condenação referente ao processo envolvendo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Carla Zambelli que foi condenada a 10 anos de prisão e perda de mandato no processo citado acima, está nos EUA desde o começo desta semana. E, de acordo com Alexandre de Moraes, a deputada pratica os mesmos atos que o seu correligionário, o também deputado atualmente licenciado, Eduardo Bolsonaro. Para Moraes, tanto Zambelli quanto Eduardo Bolsonaro, possuem os mesmos “modus operandi”, incitando o governo de Donald Trump a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o próprio ministro. 

Do prazo

O ministro Alexandre de Moraes determinou o prazo de 10 dias, a partir da instauração do inquérito, para que a deputada federal possa prestar esclarecimentos sobre as alegações feitas contra ela. Os esclarecimentos podem ser feitos por escrito e devem ser encaminhados à Polícia Federal brasileira (PF), uma vez que a parlamentar encontra-se fora do país. 


Publicação do STF sobre o novo inquérito aberto contra a deputada federal Carla Zambelli (Foto: reprodução/X/@STF_oficial)

Além do depoimento de Zambelli, a PF também fica encarregada de preservar e monitorar todo o conteúdo extraído das redes sociais da deputada ou de pessoas ligadas a ela, que tenham relação com a investigação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de resguardar o acervo complementando a investigação. 

Vale ressaltar que as redes sociais da deputada federal Carla Zambelli, de sua mãe Rita Zambelli e seu filho, João Zambelli, foram bloqueadas na tarde de ontem, quarta-feira (04), por determinação judicial. Acatada pelas principais empresas de tecnologia, sob pena de multa diária de R$ 100 mil reais em caso de descumprimento.

Prisão preventiva

A parlamentar, que viajou para os EUA, segundo investigações da Polícia Federal, a partir de um voo da cidade de Buenos Aires, na Argentina, teve seu nome incluído na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), na data de ontem. O pedido de prisão preventiva foi feito pela Procuradoria Geral da República (PGR) e aceito pelo ministro Alexandre de Moraes. 

Carla Zambelli afirma ser inocente e declara ser alvo de perseguição política. Antes de ter suas redes sociais bloqueadas por decisão judicial, a parlamentar informou que buscaria refúgio na Itália, por ter dupla cidadania e que somente voltaria ao Brasil, segundo ela, quando a democracia fosse instaurada novamente no país.

Redes sociais de Carla Zambelli estão bloqueadas por determinação judicial 

Por determinação judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta tarde de quarta-feira (04), as grandes empresas de tecnologia, responsáveis pelas principais redes sociais, bloquearam os perfis ligados à deputada federal Carla Zambelli. Além da parlamentar, os perfis da mãe e do filho da deputada, Rita Zambelli e João Zambelli, respectivamente, também foram bloqueados. 

Transferência de titularidade

O bloqueio é válido em todo o território nacional e foi acatado pelas empresas dentro do prazo de duas horas estabelecido pelo ministro. Em sua decisão, Alexandre de Moraes estabeleceu multa diária de R$ 100 mil reais em caso de descumprimento. Além de uma multa a ser aplicada à Zambelli, de R$ 50 mil reais, caso faça novas publicações, seja em outras contas criadas por ela ou em contas de terceiros. 

Carla Zambelli, que informou estar fora do país para tratamento médico, transferiu no início desta semana a titularidade de suas contas nas redes sociais, à mãe e ao filho, temendo ser “silenciada” por decisão da justiça. No entanto, o bloqueio se estendeu a estes familiares também. 


Conta retida da deputada federal Carla Zambelli na rede social X, antigo Twitter (Foto: reprodução/X/@zambelli2210)

A partir de agora, as contas em nome dos envolvidos nas redes sociais: X (antigo Twitter), Linkedin, YouTube, Facebook, Instagram e Tik Tok ao serem acessadas, apresentam a mensagem de conta retida por determinação judicial. Até o presente momento não houve manifestação por parte da assessoria de imprensa da parlamentar sobre o assunto.

Oposição italiana

A prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli foi solicitada pela Procuradoria Geral da República (PGR) e aceita pelo ministro Alexandre de Moraes na tarde desta quarta-feira (04). A parlamentar havia sido condenada em maio (2025), a 10 anos de prisão e perda de mandato por envolvimento no caso do hacker Walter Delgatti, sobre a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


Carla Zambelli, deputada federal (Foto: reprodução/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)


Carla Zambelli, que está nos EUA, pretende buscar refúgio na Itália informando que lá ela “é intocável“, uma vez que possui cidadania italiana. No entanto, o deputado italiano de oposição, Angelo Bonelli, informou que busca junto ao governo do país medidas para poder extraditar a parlamentar brasileira. Segundo declarou Bonelli, “a Itália arrisca se tornar um paraíso para golpistas”, ressaltando que Zambelli foi condenada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro.

Alexandre de Moraes decreta prisão preventiva de Carla Zambelli

O ministro do Supremo do Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta quarta-feira (04), determinou a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli. O pedido feito pela Procuradoria Geral da República (PGR) na data de ontem foi aceito por Moraes. Além de ser incluída na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), Zambelli teve seus vencimentos parlamentares bloqueados e, também, a solicitação de bloqueio dos seus passaportes.

A deputada federal foi condenada em maio (2025), por unanimidade pela Primeira Turma do STF, a 10 anos de prisão com a perda do mandato parlamentar. A sentença refere-se ao caso relacionado à invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos. 

Carla Zambelli nega as acusações e entrou com pedido de recurso contra a sentença, a qual julga ser parcial. Uma vez que, segundo a deputada, não teve direito a ampla defesa e informa que a sentença se baseou na acusação do hacker Walter Delgatti, condenado no mesmo processo a 08 anos de prisão. 

Saída do Brasil 

Na data de ontem, terça-feira (03), Carla Zambelli informou que estava fora do país para a realização de tratamento médico. A deputada declarou estar nos EUA, em Miami. Ao término do tratamento, Zambelli seguiria para a Itália, onde possui cidadania. De acordo com investigações da Polícia Federal (PF), Zambelli deixou o Brasil através da fronteira com a Argentina, pela cidade de Puerto Iguazu, seguindo para a capital argentina, Buenos Aires. De lá, pegou um voo rumo a Miami.

Em entrevista exclusiva dada à CNN, Zambelli declarou que por ser cidadã italiana buscará refúgio no país e que na Itália ela é “intocável”. Ainda, segundo a deputada, a justiça brasileira poderá expedir mandado de prisão encaminhado às autoridades italianas, a qual poderá ou não acatar o pedido de prisão e extradição.


Entrevista exclusiva da deputada federal Carla Zambelli à CNN (Vídeo: reprodução/Youtube/@CNNbrasil)


Em suas falas, Zambelli reafirma ser inocente e vítima de perseguição por parte das autoridades brasileiras e adversários políticos. Reiterou, ainda, que pretende retornar ao Brasil para se defender. Contudo, atrelou sua volta ao país, quando, segundo a parlamentar, “o Brasil for uma democracia novamente”. 

Bloqueio das redes sociais 

Além das ações decretadas contra a Deputada Carla Zambelli, o ministro do STF Alexandre de Moraes solicitou, também, o bloqueio das redes sociais da mãe da deputada, Rita Zambelli, e do filho da parlamentar, João Zambelli. Em sua decisão, Mores enviou comunicado às principais Big Techs e redes sociais, como LinkedIn, Tik Tok, Meta, X, YouTube e Telegram determinando o bloqueio dessas contas, sob pena de multa diária de R$ 100 mil reais. 


Publicação sobre o mandado de prisão expedido pelo STF, juntamente com a solicitação dos bloqueios das redes sociais utilizadas por Carla Zambelli (Foto: reprodução/X/@STF_oficial)

O jornalista Gustavo Uribe, informou com exclusividade nesta tarde de quarta-feira (04), que a Deputada Carla Zambelli condenou esses bloqueios, informando que a decisão é “monocrática” e “inconstitucional”. Ainda, segundo Zambelli, ela denunciará as ações de Alexandre de Moraes em todos os lugares e essa atitude, será só o começo.

Nas redes sociais a polarização política vivida no país fomenta reações a favor e contrárias à decisão do ministro. Muitos apoiadores da parlamentar utilizaram suas redes para demonstrar apoio à Zambelli, validando o discurso de perseguição política. Agora, fica a cargo da Interpol realizar a prisão da parlamentar que pode ser ou não acatada pelo país onde Zambelli estiver e extraditá-la ao Brasil.

Foragida, Zambelli está na mira da Interpol após pedido da PGR

A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu nesta terça-feira (3) um pedido de prisão preventiva e inclusão do nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista da Interpol. 

Em conversa de vídeo publicada no mesmo dia pelo canal AuriVerde, no YouTube, Zambelli declarou ter deixado o Brasil e estar nos Estados Unidos. A deputada disse que pretende pedir licença do mandato parlamentar para um tratamento médico e tem planos de ir para a Itália, onde também tem cidadania. 


PGR pediu a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol (Reprodução/X/@fernandapsol)

Além disso, a deputada contou que pretende denunciar supostos desmandos autoritários no Brasil, o que ela denomina de censura e ditadura. Zambelli quer fazer essas denúncias na Europa, em congressos e contatos com políticos naquele continente, a exemplo de aliados, como Eduardo Bolsonaro, Allan dos Santos e Paulo Figueiredo, que se refugiaram nos Estados Unidos.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi quem fez o pedido sigiloso da prisão, mas a TV Globo teve acesso ao documento e divulgou trechos do texto no portal de notícias g1. 

Fundamentação

O documento argumenta que o pedido de prisão preventiva não é uma antecipação da pena, mas uma imposição de prisão cautelar para garantir a devida aplicação da lei penal. 

Gonet declarou no texto que “Há necessidade, além disso, para eficácia da medida requerida e igualmente assegurar a aplicação de lei penal, de inclusão do nome da parlamentar requerida na difusão vermelha da INTERPOL, com a suspensão de seu passaporte e imediata comunicação aos países”. 

A PGR considera Carla Zambelli foragida “por ter se evadido para outro país e anunciado publicamente sua permanência na Europa e a transgressão da decisão condenatória proferida pela mais alta Corte do país, em que se cominou pena a ser cumprida inicialmente em regime fechado”. 

Condenação

Segundo a Agência Brasil, no dia 14 de maio, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Carla Zambelli a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023. 

Os crimes pelos quais foi condenada foram de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. Os ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia votaram em unanimidade pela condenação da deputada.

O julgamento também condenou Zambelli à perda do mandato ao fim de todos os recursos cabíveis e ao pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos. Esse valor deve ser dividido com o hacker Walter Delgatti, réu confesso, condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo processo e Zambelli. 

Foragida

Em apuração realizada pelos jornalistas Andréia Sadi e Octavio Guedes, a deputada saiu do Brasil no dia 25 de maio, pela fronteira terrestre com a Argentina, e pegou um voo para Buenos Aires. De lá, embarcou em outro voo para os Estados Unidos. 


Carla Zambelli duvida que será presa enquanto estiver na Europa (Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Zambelli teve o passaporte apreendido em 2023, mas o documento foi devolvido. Ela não tinha restrições para deixar o Brasil. Entretanto, com este episódio, o STF pode tomar alguma providência, como novas medidas cautelares que incluam uma nova retenção de passaporte. 

Os ministros do STF interpretaram a saída da deputada do país como uma fuga para não cumprir os resultados do julgamento em que foi condenada. 

PGR emite mandado de prisão preventiva e solicita a inclusão do nome da deputada na lista de procurados da Interpol

A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu, nesta terça-feira (3), a inclusão do mandado de prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli na lista de procurados da Interpol, após sua saída do país. A deputada, que deixou o Brasil e comunicou estar na Flórida, EUA, e que pretende ir para a Itália devido ao seu passaporte italiano, afirmou que solicitará licença do cargo político para se submeter a um tratamento médico.

O encargo, sigiloso, foi entregue por Paulo Gonet, procurador-geral da República. A Rede Globo teve acesso aos documentos.

“Não se trata de antecipação do cumprimento da pena aplicada à ré, mas da imposição de prisão cautelar, de natureza distinta da prisão definitiva, com o fim de assegurar a devida aplicação da lei penal”, segundo o relatório.

“Há necessidade, além disso, para a eficácia da medida requerida e igualmente para assegurar a aplicação da lei penal, da inclusão do nome da parlamentar requerida na difusão vermelha da INTERPOL, com a suspensão de seu passaporte e imediata comunicação aos países”, concluiu o procurador, que solicitou o congelamento dos bens da parlamentar.

A deputada está sendo considerada foragida

Segundo a PGR, a deputada já deve ser considerada foragida por ter se retirado do país, comunicado publicamente sua permanência no continente europeu e pela transgressão da determinação condenatória expedida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), onde foi decidido que a pena fosse cumprida em regime fechado.

A deputada foi sentenciada há 20 dias, por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão em razão da violação aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

No ano de 2023, a parlamentar teve seu passaporte confiscado enquanto estava sendo investigada; no entanto, o documento foi devolvido, e ela não estava proibida de deixar o país. Mas, em 2025, após ser condenada, a legisladora federal deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina, seguiu para a capital do país, Buenos Aires, e de lá pegou um voo para o estado da Flórida, nos Estados Unidos.

Procurados pela GloboNews, os ministros do STF entenderam a viagem inesperada da deputada como uma fuga do país para evitar as resoluções do julgamento.


Carla Zambelli, deputada federal (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)

Ações contra Zambelli

Essa não é a única condenação para a deputada. Em março deste ano, ela foi condenada a 5 anos e 3 meses de reclusão, além de ter a cassação do mandato, porém a sentença foi suspensa após a requisição do ministro Nunes Marques.
Ela também é alvo de outras investigações no STF e pela Justiça Eleitoral.

Zambelli também é ré em processo penal pelo STF devido ao porte ilegal de armas e constrangimento ilegal, após perseguir com uma arma de fogo e coagir um eleitor do atual presidente Lula, que na época era candidato à presidência. O caso ocorreu em outubro de 2022. Ela também está sendo apurada em duas ações sigilosas.