Registros feitos tanto do lado de dentro quanto do lado de fora do hospital localizado na Faixa de Gaza captaram o instante em que repórteres e socorristas foram atingidos por um dos projéteis lançados pelo exército israelense nesta segunda-feira (25).
A ofensiva resultou na morte de 20 pessoas, entre elas cinco jornalistas, além de ter deixado muitos feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde do território, administrado pelo grupo Hamas.
Exército assumiu ataque
Um dos registros foi captado dentro do próprio hospital por um jornalista que acabou ferido. Ele documentava o esforço desesperado das equipes de resgate, que atendiam sobreviventes e retiravam corpos do primeiro ataque, quando uma nova detonação devastou o local. O vídeo se encerra rapidamente, encoberto por uma nuvem de poeira.
O Exército de Israel assumiu a autoria do bombardeio e declarou lamentar possíveis baixas entre civis não envolvidos, sem explicar quem seria ou qual seria o alvo da ofensiva. A instituição também afirmou que não tinha como objetivo atingir a imprensa, mas evitou esclarecer quem estava na mira. Em comunicado, frisou que as Forças de Defesa de Israel não direcionam ataques deliberadamente contra a população civil. O ministro Benjamin Netanyahu qualificou o episódio como um acidente de grandes proporções, ainda que inevitável dentro da narrativa oficial do governo.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump demonstrou descontentamento com a ofensiva israelense, ressaltando que não deseja assistir a esse tipo de investida. Washington, maior aliado de Tel Aviv, voltou a pressionar por um acordo imediato que garanta a libertação dos reféns israelenses ainda mantidos sob controle do Hamas.
Dificuldades da imprensa em Gaza
Entre os jornalistas assassinados no ataque, estavam um repórter freelancer que colaborava com a agência Reuters, outro vinculado à Associated Press (AP) e dois jornalistas que atuavam para a emissora catari Al Jazeera.
O governo israelense mantém a proibição da entrada de correspondentes estrangeiros e de grandes veículos internacionais na Faixa de Gaza para acompanhar a guerra. A medida viola diretrizes das Nações Unidas que garantem a presença da imprensa em zonas de conflito como mecanismo de transparência e fiscalização. Diante desse bloqueio, as principais agências e canais recorrem a repórteres palestinos para relatar, de dentro dos cenários de guerra.
