Fortes tempestades atingem 42 cidades do Rio Grande do Sul e deixam centenas de moradores desalojados

O número de cidades atingidas pelos temporais no Rio Grande do Sul chegou a 42, segundo balanço divulgado pela Defesa Civil Estadual neste domingo (24). As chuvas fortes vêm causando estragos desde a última sexta-feira (22). Ao todo, cerca de 640 pessoas tiveram que deixar suas casas, sendo que 39 estão em abrigos públicos. Entre os principais problemas estão quedas de árvores, falta de energia, ruas alagadas, deslizamentos de terra e bloqueios em estradas e pontes.

Estragos se espalham por diferentes cidades gaúchas

A cidade mais prejudicada foi São Lourenço do Sul, onde 500 moradores ficaram desalojados, 23 perderam suas casas e mais de 2 mil residências foram danificadas pelo transbordamento de um arroio. Em Alegrete, o temporal arrancou o telhado da Escola Municipal Princesa Isabel. Em Barra do Ribeiro, 60 moradores precisaram deixar suas casas, enquanto em Encruzilhada do Sul várias residências perderam parte dos telhados e o transbordamento de um córrego alagou ruas e casas. Já em São José do Norte, a BR-101 ficou tomada pela água no km 350, na região de Capão do Meio.

As fortes tempestades atingiram várias cidades do estado, provocando prejuízos. Em Alegrete, o telhado da Escola Municipal Princesa Isabel foi danificado e houve queda de árvores nas ruas. Em Alvorada, algumas áreas ficaram alagadas, enquanto em Amaral Ferrador e Arambaré as pontes e bueiros foram atingidos, além de ruas urbanas e rurais que ficaram cobertas pela água.


Vídeo das ruas alagadas em São Lourenço do Sul (Vídeo: reprodução/X/@OSul_noticias)

Bagé enfrentou ruas alagadas e árvores caídas; já em Barra do Ribeiro o arroio Ribeiro transbordou e forçou 60 pessoas a saírem de casa. Em Barros Cassal, casas tiveram os telhados danificados, já em Caçapava do Sul e Cacequi foram registrados alagamentos e duas residências destelhadas.

Bloqueios em rodovias e casas danificadas em várias regiões

A BR-153 ficou bloqueada em Cachoeira do Sul, e em Cachoeirinha uma árvore desabou, atingindo a via ao lado da calçada. Camaquã precisou abrir um trecho da ERS-350 para escoar a água, e em Canguçu algumas casas perderam parte dos telhados, ruas ficaram alagadas e quatro pessoas ficaram desalojadas.

Canoas também teve quedas de árvores e danos em telhados, enquanto em Canudos do Vale o nível do Arroio Forquetinha subiu, dificultando a passagem em comunidades. Os temporais em Cerro Grande do Sul e Chuvisca danificaram pontes, bueiros e estradas, deixando ruas alagadas e causando queda de energia.


Cidades alagadas no Rio Grande de Sul (Foto: reprodução/X/@metsul)

Cristal registrou retirada de moradores, deixando 12 desabrigados e 8 desalojados, além de estradas e casas atingidas. Em Dom Feliciano, rios transbordaram, alagando estradas e deixando quatro pessoas sem casa. Em Encruzilhada do Sul, as chuvas fortes causaram alagamentos em ruas e residências, danificaram telhados, derrubaram árvores e até bloquearam a BR-471.

Em Estância Velha, 27 casas tiveram os telhados danificados, e em Faxinal do Soturno houve deslizamento de terra. Horizontina, Jaguari e Porto Lucena também registraram residências destelhadas, sendo que em Lindolfo Collor cerca de 30 casas foram atingidas pelo granizo.

Enchentes e estragos se espalham da capital ao interior

Pinheiro Machado teve estradas interrompidas e uma ponte submersa, enquanto em Portão várias residências perderam parte dos telhados. Em Porto Alegre houve desabamentos, destelhamentos e queda de árvores. No interior, cidades como Rio Pardo, Santa Cruz do Sul e São Gabriel registraram danos em casas, muros e quedas de árvores. Em São José do Hortêncio também houve estragos em telhados. Já em São José do Norte, famílias ficaram desalojadas e a BR-101 foi tomada pela água, deixando 24 pessoas fora de suas casas.

São Lourenço do Sul foi uma das cidades mais afetadas, com enchentes que destruíram casas, estradas e prédios públicos, deixando 23 pessoas sem abrigo e 500 fora de suas residências. Em Sapucaia do Sul, uma árvore caiu sobre um carro, e em Sinimbu houve atraso no transporte escolar.

Em Tunas, estradas vicinais ficaram danificadas, e em Turuçu o transbordamento de um arroio deixou quatro pessoas fora de casa. Venâncio Aires e Vera Cruz tiveram quedas de árvores e casas destelhadas, enquanto em Vila Nova do Sul o nível do Arroio Vossoroca subiu, forçando a interdição de uma ponte na BR-290.

Pontes temporárias sobre rio são arrastadas por correntezas no Rio Grande do Sul

O estado do Rio Grande do Sul voltou a ser atingido por novos temporais desde a quinta-feira (23) desta semana, e em decorrência do aumento do volume de chuva na região, ocorreu o extravasamento do Rio Forqueta, no Vale do Taquari, que transbordou além do limite atual do corpo hídrico. Dessa forma, fortes correntezas se formaram, resultantes do excedente volume de água, e ocasionaram no desmoronamento e arraste das duas passarelas provisórias, construídas pelo Exército Brasileiro, devido à força das águas. Após o ocorrido, não restaram muitas evidências e sinais das pontes que serviam como recursos temporários para atenderem a população local.


Vídeo da ponte sendo arrastada pela força das águas (Vídeo: reprodução/Instagram/@deputadosanderson)


Municípios isolados e carentes de ajuda

As duas pontes, que haviam sido montadas pelas forças armadas sobre o Rio Forqueta, tinham por objetivo conectar, de forma temporária, os dois municípios de Arroio do Meio e Lajedo, no estado gaúcho. E em consequência da perda das estruturas de passagem, devido às fortes correntezas, ambos os municípios se encontram isolados, e sem previsão do que será feito para sanar o problema.


Ponte provisória antes de ser destruída (Foto: reprodução/NELSON ALMEIDA/Getty Images Embed)

Uma população sem saída

Diversos moradores foram prejudicados com o desmoronamento das passarelas, pois grande parte necessita transitar do município de moradia para a cidade vizinha para trabalhar. Entretanto, as autoridades ainda não informaram quando haverá a reconstrução das duas pontes, pois as intensas correntes de águas provocadas pela cheia do Rio Forqueta, tornam inviáveis o desenvolvimento da obra no momento. Por enquanto, a única forma de locomoção que existe entre os municípios é pela cidade de Colinas. Contudo, o percurso leva quase duas horas por via terrestre, pela BR-386, a qual apresenta grande fluxo de trânsito.

Alerta de mais temporais e enchentes na região

Nas últimas semanas o Rio Grande do Sul tem sido atingido por intensas chuvas e enchentes que provocaram muitos prejuízos para a população gaúcha. Calcula-se que o RS tenha acumulado cerca de 580 mm de chuva em maio, um dos maiores já registrados na história do estado, de acordo com a Universidade do Vale do Taquari. A defesa civil informou acerca do perigo de desmoronamentos no centro do Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, e a cidade de Muçum também está sob alerta, devido ao aumento do volume do Rio Taquari, que se elevou em um metro no período de apenas 15 horas.

Guaíba volta a subir e chega aos 4,7 metros após nova onda de chuva

Após uma queda na quinta-feira (9), o nível da água do lago Guaíba, que transbordou e inundou Porto Alegre, voltou a subir na manhã de sábado (11), o aumento foi ocasionado pela chuva dessa sexta-feira (10) que atingiu a capital gaúcha. 

Aumento do nível da agua

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, também conhecida pela sigla ANA, informou que o nível do lago subiu certa de 10 centímetros entre as 8h E 9h, passando de 4,6 metros para 4,7 metros. 

A mediação da ANA realizado no cais Mauá revelou que esse foi o aumento mais significativo do nível do Guaíba desde quando a queda dos 5 metros, nessa última quinta-feira (9). 


Porto Alegre afetada pela chuva(Foto: reprodução/ Gilvan Rocha/Agência Brasil)

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), comunicou que nas últimas 24 horas choveu cerca de 38,3 milímetros sobre Porto Alegre, com a expectativa que a chuva continue no fim de semana, a previsão é que o volume da chuva alcance os 150 milímetros no estado. 

Expectativas do final de semana

Especialistas concluem que há a alta possibilidade de ocorrer um ‘’repique’’ por conta das chuvas esperadas para esse final de semana fazendo que a marca possa retornar aos 5 metros, o caso pode ser ainda pior caso o vento que sopra do Sul se confirme, elevando o nível por mais 20 centímetros. 


Guaíba pode chegar a 5 metros nesse fim de semana(Foto: reprodução/ Gustavo Mansur/ Palácio Piratini)

“Com essas chuvas, a gente tende a voltar acima dos 5 metros. Provavelmente, em limiares, que a gente já atingiu ali entre 5 metros, 5,30 metros”, explica o hidrólogo da Sala de Situação do governo do RS, Pedro Camargo. 

Tragedia no estado

O estado chegou ao número de 136 mortes causadas pelos temporais e cheias, também foi divulgado pela defesa civil do Rio Grande do Sul, que a 125 pessoas desaparecidas, 756 feridas, 441,3 mil pessoas fora de casa e 1,95 milhão de cidadãos afetados, desse total, há 71,3 mil pessoas em abrigos e 339,9 mil desalojadas (vivendo em casa de amigos ou parentes). 

Previsão de temporais no Sul se estende até o fim de semana

Na primeira semana de maio, os temporais, principalmente na região Sul, chamou atenção dos meteorologistas que nomeiam a situação de “anomalia de precipitação”, que significa uma quantidade de chuva acima do esperado. 

As fortes chuvas vêm atingindo estados como Paraná, Santa Catarina e boa parte do Rio Grande do Sul – que já registrou até o momento 37 mortos, além de deslizamentos de encostas, alagamentos e transbordo de rios, deixando diversas cidades com alerta de emergência.

Conforme o  Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE), há previsão de chuvas fortes que se arrastam até domingo (5) e podem aparecer durante mais dias do mês de maio.


Causas climáticas

As precipitações na região do Rio Grande do Sul e a onda de calor no Sudeste do Brasil podem ser atribuídas à interação entre uma poderosa massa de ar frio e outra quente, resultando em condições climáticas instáveis e chuvas em diferentes áreas gaúchas nos próximos dias. 

A Defesa Civil informa que a frente fria se aproxima do estado de Santa Catarina e já emitiu estado de alerta para enxurradas e vendavais, além disso, com as fortes chuvas, um carro foi arrastado na cidade de Ipirá levando a morte de um homem de 61 anos.

Estamos atentos à situação da chuva em Santa Catarina, não desviando o olhar em momento algum. Infelizmente, uma morte foi confirmada e ao lamentar a perda de uma vida, a gente pede que as pessoas fiquem vigilantes, se informem sobre os alertas e adotem as medidas de proteção recomendadas pelos órgãos”, informou o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello.


Santa Catarina também foi atingida por fortes chuvas e alagamentos (Foto: reprodução/Defesa Civil/ND)

Calamidade Pública

Há pelo menos 100 desaparecidos entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mais de 10 mil desabrigados e 37 mortes confirmadas.

Algumas cidades já decretaram situação de emergência, enquanto o governo do Rio Grande do Sul decretou calamidade pública.

Temporais podem atingir o Rio de Janeiro

Uma forte chuva, acompanhada de raios e trovoadas, atinge diversas cidades na Região Metropolitana, Baixada Fluminense e Região Serrana do Rio de Janeiro. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê temporais em todo o estado até a próxima sexta-feira, com volumes de chuva entre 30mm/h e 60mm/h ou 50mm/h e 100mm/dia. Ventos intensos (de 60km/h a 100 km/h) e risco de queda de granizo aumentam os perigos da situação.

Impactos na Capital

Na cidade do Rio, ventos fortes de 62,9 km/h foram registrados no Aeroporto do Galeão, levando a cidade ao estágio 3 de alerta. Isso significa que uma ou mais ocorrências já impactam significativamente a rotina, com registros de chuva superior a 25mm/30min na estação Ilha do Governador. Bolsões d’água, quedas de árvores e complicações no trânsito já são realidade em diferentes pontos da cidade.

Problemas nas Estradas e Bairros Alagados

Em Campo Grande, Zona Oeste, moradores ficaram ilhados devido às inundações na Estrada do Mendanha. Na BR-040, a pista apresenta bolsões d’água na altura do km 112, causando retenções no trânsito em ambos os sentidos. A Concer, concessionária responsável, alerta para dificuldades de deslocamento.


Temporal no Rio de Janeiro (Foto Reprodução/G1)

Problemas nas Estradas e Bairros Alagados

O Corpo de Bombeiros já atendeu a 40 ocorrências relacionadas às chuvas, incluindo cortes de árvores e salvamentos. Felizmente, não há relatos de vítimas até o momento. O Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN-RJ) destaca o alto risco de transbordamento de rios na capital e em Duque de Caxias, com risco de deslizamento alto em áreas específicas.

Recomendações do Inmet

O Inmet reforça a importância do acompanhamento dos avisos meteorológicos, atualizados diariamente em suas plataformas online. Recomenda-se evitar abrigar-se sob árvores durante rajadas de vento, desligar aparelhos elétricos e o quadro geral de energia, se possível. Em casos de emergência, a população é orientada a entrar em contato com a Defesa Civil (telefone 199) e o Corpo de Bombeiros (telefone 193). A cautela e prevenção são fundamentais diante das condições meteorológicas adversas que podem persistir nos próximos dias.