Meta substitui checagem de fatos por notas da comunidade

A Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e Threads, anunciou nesta terça-feira (7) a substituição de seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos por um sistema de Notas da Comunidade.

O modelo é inspirado no já usado pelo X (antigo Twitter), a ferramenta permite que os próprios usuários contribuam para a moderação de conteúdos, adicionando informações a publicações consideradas enganosas.


Meta (Foto: reprodução/Yui Mok/Getty Images Embed)


O que são as Notas da Comunidade?

As Notas da Comunidade são uma iniciativa de moderação colaborativa. Usuários voluntários podem propor notas explicativas para publicações, avaliadas por outros participantes da rede. 

Caso uma nota seja amplamente considerada útil e clara, ela será exibida junto à publicação original. Com isso, o sistema busca reduzir a subjetividade e aumentar o alcance das avaliações, funcionando de forma similar à Wikipédia.

Programa de checagem da Meta

Desde 2016, a Meta contava com um programa de checagem de fatos realizados por organizações independentes, como a Reuters e a AFP. Essas parceiras analisavam conteúdos virais nas plataformas e, caso detectassem informações falsas, a Meta aplicava restrições, como redução de alcance ou exibição de alerta. 

Com o novo modelo, o foco será em violações de alta gravidade, enquanto conteúdos menos críticos poderão permanecer no ar com correções colaborativas.

Riscos do novo modelo

Especialistas alertam para os perigos de um sistema dependente da “sabedoria das multidões”. Embora possa democratizar a moderação, há o risco de que indivíduos mal-intencionados disseminem desinformação. 

Além disso, temas sensíveis, como vacinas, eleições e discursos de ódio, podem ganhar mais espaço nas plataformas, já que as ações da Meta serão menos rigorosas.

Funcionalidade das Notas da Comunidade contra desinformação

Estudos apontam que sistemas como este podem reduzir a disseminação de desinformação em cerca de 20%. Contudo, a eficácia depende da diversidade dos participantes e da imparcialidade das avaliações. 

A Meta defende o modelo como mais democrático e menos passível de censura, mas admite que ajustes serão necessários ao longo do tempo.

Impactos e o futuro da moderação de conteúdo

A mudança reflete um movimento da Meta para priorizar a liberdade de expressão, mas levanta dúvidas sobre a segurança informacional dos usuários. Com a implementação gradual nos EUA, a empresa promete aprimorar o sistema antes de expandi-lo globalmente. 

Resta saber se as Notas da Comunidade conseguirão equilibrar liberdade de expressão e combate à desinformação.

X ainda não alcançou números habituais da plataforma após desbloqueio no Brasil

Desbloqueado em 8 de outubro por ordem do ministro Alexandre de Moraes, o X, rede social pertencente ao polêmico Elon Musk, ainda não conseguiu retomar seu volume habitual de publicações no Brasil. Contudo, dados recentes sugerem uma tendência de recuperação, com um aumento gradual na atividade e no engajamento dos usuários. Essa situação reflete um processo de adaptação da plataforma, que está trabalhando para restabelecer sua presença e relevância no mercado brasileiro, apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos meses. A expectativa é que, com o tempo, o número de postagens volte a se aproximar dos patamares anteriores ao bloqueio.


Elon Musk, CEO do Tesla e SpaceX e dono do antigo Twitter (Foto: reprodução/Chesnot/Getty Images Embed)


Dados do levantamento

Um estudo inédito da consultoria Arquimedes mostra que, nas últimas duas semanas, a plataforma X teve uma média diária de 9,9 milhões de postagens em português. Esse número representa uma queda de 16% em relação ao engajamento que a plataforma apresentava antes do bloqueio, que ocorreu em agosto devido a questões judiciais. Naquele período, os usuários estavam publicando aproximadamente 11,8 milhões de mensagens diariamente. Essa redução no volume de postagens sugere que, embora haja uma recuperação gradual após o desbloqueio, a plataforma ainda não voltou aos níveis anteriores. Essa situação reflete as consequências do bloqueio e a necessidade de restabelecer a confiança e o engajamento dos usuários.

Embora tenha havido uma queda significativa no volume de publicações durante o período de bloqueio, a consultoria Arquimedes aponta que a recuperação da rede social X é evidente, especialmente ao analisar as médias semanais de postagens. Uma comparação com os dados coletados durante o bloqueio mostra um aumento considerável na atividade da plataforma. Quando Alexandre de Moraes e o STF decidiram suspender o serviço, a média de postagens diárias caiu drasticamente para apenas 2,4 milhões. Esses posts foram, em grande parte, feitos por usuários fora do Brasil ou aqueles que conseguiram burlar a proibição.

Outras alternativas durante o bloqueio

Durante intervalo de restrição, outras plataformas como BlueSky e Threads se destacaram como alternativas atrativas para os usuários insatisfeitos com a falta do X. O crescimento dessas opções aumentou a concorrência no mercado de redes sociais, ressaltando a necessidade de a plataforma X não apenas retomar suas atividades, mas também desenvolver estratégias para reconquistar e manter seus usuários, que agora têm acesso a mais opções.

Meta lança programa de recompensas no Threads

A Meta, empresa mãe do Facebook, está lançando um programa de recompensas para os usuários que impulsionam o engajamento em sua mais recente plataforma de rede social, o Threads.

Alguns usuários já podem estar recebendo pagamentos

Embora não tenha sido oficialmente anunciado, detalhes do programa foram descobertos em uma página de suporte do Instagram. Segundo informações, os usuários poderão ganhar dinheiro com base no desempenho e na frequência de suas postagens no Threads.

Há relatos de que alguns usuários já estão recebendo bônus significativos, com um screenshot mostrando um pagamento de até US$ 5.000 (cerca de R$ 25.000) por postagens de alto desempenho. Esse movimento sugere uma estratégia da Meta para aumentar o envolvimento dos usuários em sua nova plataforma, lançada no ano anterior.


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Treads Meta (Reprodução: Imagem/Getti Images Embed/NurPhoto)


Mark Zuckerberg, fundador da Meta, expressou otimismo em relação ao futuro do Threads, estimando que o aplicativo já tenha mais de 150 milhões de usuários mensais. Ele até mesmo especulou que o Threads poderia se tornar a próxima “plataforma de bilhões” da empresa.

Meta busca aumentar a visibilidade do Threads

Além do programa de recompensas, a Meta também está buscando aumentar a visibilidade do Threads via parcerias estratégicas. Recentemente, a empresa colaborou com a equipe de Taylor Swift para promover o último álbum da estrela pop na plataforma, visando atrair mais usuários e impulsionar o crescimento da rede social.

Este movimento da Meta segue uma tendência mais ampla de plataformas de mídia social oferecendo incentivos financeiros aos seus usuários. Por exemplo, o antigo Twitter, agora chamado de X, também possui um programa semelhante, embora restrito a assinantes premium. Essas iniciativas destacam a crescente importância do engajamento do usuário nas estratégias de crescimento das redes sociais.

Após ordem judicial, Apple recolhe WhatsApp e Threads da loja de aplicativos da China

Acatando à diretriz recebida pelo governo da China, os aplicativos da Meta, WhatsApp e Threads, foram retirados do país. A medida ocorreu pelo receio do governo para com a segurança nacional.

Fora os dois aplicativos da Meta, os aplicativos de mensagem Telegram e Signal também foram recolhidos, demonstrando que o governo chinês é intolerante para com os serviços de mensagens estrangeiros, considerando que estes estão longe de seu alcance, não sendo possível controlá-los.

Apesar da ordem judicial recebida, não ficou claro como o WhatsApp e o Threads causaram apreensão quanto à segurança da população chinesa.

Ainda assim, a Apple acatou com o pedido, relatando serem obrigados a seguir as leis dos países em que estão, mesmo não apoiando.

Nem a Administração do Ciberespaço da China, e nem a Meta se pronunciaram.

Em Hong Kong e Macau os aplicativos permanecem disponíveis, por se tratar de regiões independentes.

Aplicativos de mensagem na China

A desabilitação dos aplicativos estrangeiros no país pode não afetar tanto o povo, pois, o serviço de mensagens mais utilizado na China é o WeChat, da empresa Tencent.


Celular com o aplicativo WeChat (Foto: reprodução/Unsplash)

O bloqueio de aplicativos de outros países não é de hoje, sendo possível utilizá-los somente por meio de redes virtuais privadas ou outros meios.

Tanto a internet, quanto os veículos de comunicação, são monitorados criteriosamente pelo governo chinês e, todos os dias, os sensores eliminam conteúdos que criticam a política estatal ou que podem gerar descontentamento.

Pressão competitiva local

Fora a preferência pelo aplicativo de mensagens local, a Apple também vem sofrendo com a queda de compras de iPhones na China.

Na primeira semana deste ano, houve uma queda de 30% nas vendas de seus smartphones, a qual está diretamente correlacionada ao crescimento da venda de seus rivais locais, como a Huawei.

Mesmo com os descontos fornecidos pela empresa, como a baixa de 16% no preço do iPhone 15 Pro e do iPhone 15 Pro Max, a Huawei obteve um acréscimo de 6% na participação do mercado no último trimestre de 2023.