Músicas da gravadora Universal Music retornam em breve ao Tik Tok após acordo

O entrave entre o Tik Tok e o grupo Universal Music Group chegou ao fim. Em acordo divulgado na última quarta-feira (01), entre a gravadora americana e a plataforma chinesa, um novo acordo de licenciamento foi articulado que permitirá ganhos significativos para ambas as partes.

Conforme a declaração da companhia no site oficial, os artistas, compositores e gravadoras ganharão “benefícios significativos”, ao passo que as músicas provenientes do selo Universal devem retornar à “comunidade global de mais de um bilhão” do Tik Tok. 

Universal Music acusava Tik Tok de não repassar valor adequado por faixas

Anteriormente, em 30 de janeiro de 2024, a gravadora anunciou que o acordo com a plataforma de mídia social não estava mais em vigor. O fato, por sua vez, afetaria o catálogo de artistas como Taylor Swift, Justin Bieber, The Weeknd, Drake, Billie Eilish e Harry Styles na rede social. 


The Weeknd é um dos artistas representados pela Universal Music Group (Foto: reprodução/Instagram/@Theweeknd)

Em carta direcionada para artistas e compositores, a companhia anunciou que entre os termos de renovação de contrato com a plataforma chinesa estava um valor apropriado para compensação. Segundo o selo, o Tik Tok queria “construir um negócio baseado em música, sem pagar o valor justo pela música”

Em resposta às acusações, na mesma data, o Tik Tok informou que a Universal Music Group estava se colocando acima dos artistas e compositores que representava em uma “falsa narrativa”

CEO das empresas estão esperançosas quanto ao acordo

Para Shou Crew, representante do Tik Tok, a música faz parte da plataforma. Portanto, o acordo com a companhia é vantajoso para todos os envolvidos. “Estamos comprometidos em trabalhar juntos para gerar valor, descoberta e promoção para todos os incríveis artistas e compositores da UMG”, defende.

Por sua vez, Sir Lucian Grainge, CEO da Universal Music Group, acredita que este momento significa um capítulo novo na relação com a plataforma chinesa e também com a valorização da arte em sua totalidade.

Desenvolvedora do Tik Tok cogita encerramento das atividades nos EUA

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, comunicou na última quarta-feira (24) que pretende ordenar que o Tik Tok tenha nova regência em território americano dentro de um ano. Em contato com o jornal britânico The Guardian, a chinesa ByteDance, desenvolvedora do aplicativo, citou que prefere vendê-la a dar essa possibilidade aos americanos

Para o presidente, o aplicativo atua como meio de filtrar dados confidenciais dos usuários. Desta forma, representa um risco à segurança nacional. Uma proposta similar já havia sido discutida pelo ex-presidente Donald Trump. Entretanto, no atual momento eleitoral, o candidato republicano não é tão enfático e cita existir “muita coisa boa e muita coisa ruim” com o aplicativo.

Paralisação do Tik Tok representa risco limitado para desenvolvedora

De acordo com fontes do jornal, o Tik Tok opera com algoritmos essenciais para o seu funcionamento. Logo, vendê-lo com essas características seria improvável, uma vez que é impossível separar o aplicativo do software. Tal complicação implica também na propriedade intelectual registrada na China perante o nome da ByteDance, o que dificulta o processo de separação.


Algoritmo do Tik Tok é curado com base nos gostos do usuário (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)


Embora o aplicativo seja um sucesso no mundo inteiro, na casa dos 1 bilhão de usuários, as fontes informam que o aplicativo gera prejuízo. Se fosse o caso de cessar as operações no país, teria uma repercussão reduzida para a gigante chinesa. Porém, se perderem a batalha judicial, preferem que o aplicativo deixe a localidade do que cogitar vender para outro comprador.

Receita financeira da empresa aumentou no ano passado

Apesar de não divulgar dados financeiros de nenhum dos seus negócios, fontes revelam que boa parte da receita provém da própria China. Aplicativos como o Douyin, uma versão do Tik Tok da região, são vantajosos financeiramente. Uma outra fonte escutada pela reportagem alega que os EUA foram responsáveis por 25% das receitas globais em 2023. 

No aplicativo Toutiao, uma plataforma com conteúdo informativo de propriedade da ByteDance, o Tik Tok declarou não ter interesse em vender as operações do aplicativo nos Estados Unidos. Shou Zi Crew, CEO do Tik Tok, assegurou que a empresa espera sair vitoriosa contra o projeto de lei assinado por Joe Biden.