Silvio Santos: saiba filmes e séries para explorar a trajetória do comunicador

Neste sábado (17), o apresentador e comunicador Silvio Santos faleceu e aos 93 anos, Silvio deixou um legado presente na tela de muitas famílias, principalmente aos domingos, mas, além disso, o grande nome do apresentador também pode ser reconhecido em outras mídias. Acompanhe a seguir algumas produções onde é possível conhecer um pouco mais da trajetória daquele considerado o maior comunicador do Brasil.

Especial 40 anos

Exibido em 2021, durante o Programa Silvio Santos, o documentário conta a história daquele que deu vida ao SBT e alegrou as noites de muitos lares com o programa que carrega o seu nome. Abordando a vida do comunicador pela visão dos amigos, familiares e colegas de trabalho, o especial tem cerca de duas horas e pode ser encontrado completo no YouTube.


Especial 40 anos, Programa Silvio Santos (reprodução/YouTube/Programa Silvio Santos)

“O Rei da TV”

A série, originalmente da Star+ e distribuída pelo Disney+, teve sua primeira temporada lançada em 2022, contando a trajetória de Silvio desde sua infância como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, até sua ascensão como comunicador e empresário em uma das maiores emissoras do Brasil.

O drama biográfico contou com elenco reconhecido, como José Rubens Chacá, como Abravanel e Leona Cavalli como Íris, esposa de Silvio.

A segunda temporada da produção foi exibida em 2023, abordando outras áreas da vida do apresentador, como sua candidatura a presidência do Brasil e o sequestro de sua filha, Patricia Abravanel, relembrando momentos temerosos da vida do empresário-mor do SBT.

No entanto, a produção acabou caminhando por um espaço que não estava previsto quando se tornou motivo e polêmica após não ser bem recebida pela família e amigos mais próximos do apresentador. A mistura entre fatos e ficção tornou o enredo um emaranhado de acontecimentos, que segundo a família do apresentador, não o representam.

“Não faz jus, há umas partes em que não é o Silvio Santos que a gente ama e conhece”, declarou Patricia Abravanel, na época.


“O Rei da TV”, original Star+ (reprodução/YouTube/Star Brasil)

“Silvio”

A cinebiografia do empresário, que terá o rosto de Rodrigo Faro nas telonas, interpretando Silvio Santos, terá o sequestro de Patricia Abravanel, em 2001, como ponto de partida para o desenrolar da trama, que deve revisitar diversos momentos da vida do comunicador, proporcionando ao público uma viagem única pelas memórias do grande nome em questão.

O filme sobre Silvio Santos também é um marco na carreira de Rodrigo Faro, que retornará ao cinema após 15 anos longe dos roteiros cinematográficos.

Nas redes sociais, o apresentador da Record homenageou Silvio Santos e o definiu como “o maior nome da televisão”, compartilhando fotos onde aparece ao lado do comunicador.

O elenco conta com nomes como Johnnas Oliva, Vinicius Ricci, Fellipe Castro e Poliana Aleixo.


Trailer do filme “Silvio”, disponível no YouTube (reprodução/YouTube/Fãs de Cinema)

A cinebiografia de Silvio chegará aos cinemas em 5 de setembro. Por conta do falecimento, as cabines de imprensa e a pré-estreia que aconteceriam na próxima semana foram adiadas.

Falecimento

Silvio Santos faleceu, neste sábado (17), em São Paulo, no Hospital Albert Einstein, em decorrência de uma broncopneumonia, após uma infecção por H1N1. O apresentador deve ser sepultado conforme sugere os ritos fúnebres judaicos, portanto, o esperado seja uma cerimônia reservada, apenas para amigos e familiares, sem a presença da grande mídia.   

Relembre Silvio Santos: de camelô a empresário que mudou a TV no Brasil

Silvio Santos, um dos maiores apresentadores da TV brasileira, faleceu neste sábado (17), aos 93 anos. Além de criar e liderar o SBT, Silvio Santos estabeleceu uma trajetória empresarial de sucesso que resultou no Grupo Silvio Santos (GSS), um conglomerado bilionário.

Trajetória de Silvio Santos

Senor Abravanel, verdadeiro nome de Silvio Santos, iniciou sua carreira como camelô no Rio de Janeiro, comercializando canetas e capas para títulos eleitorais durante a eleição de 1946.


Silvio Santos em 1942 (Foto: reprodução/Acervo SBT)

Desde cedo, demonstrou talento natural para vendas, destacando-se pela sua habilidade de comunicação, qualidade que foi essencial para a sua carreira.

O carisma e a voz do jovem vendedor ambulante rapidamente chamaram a atenção da mídia carioca. Na década de 1950, Silvio Santos foi convidado para um teste na Rádio Guanabara, onde iniciou sua carreira como locutor.

Aos 20 anos, mudou-se para São Paulo e trabalhou na Rádio Nacional, colaborando com Manuel de Nóbrega, que gerenciava o Baú da Felicidade, uma empresa de venda parcelada de brinquedos.


Silvio Santos e Manuel de Nóbrega (Foto: reprodução/Erasmo de Souza/SBT)

Em 1958, Silvio assumiu a administração do Baú da Felicidade, e com sua visão de negócios e habilidade de persuasão, impulsionou seu crescimento e rapidamente tomou controle total. O sistema de parcelamento expandiu para incluir carros e imóveis.

Em 1963, Silvio lançou o Programa Silvio Santos na TV Paulista. Após a aquisição da emissora por Roberto Marinho em 1965, o programa passou a ser exibido na TV Globo, inicialmente em São Paulo e, a partir de 1969, em rede nacional. O programa permaneceu no ar até 1976.

Durante esse período, Silvio também lançou a Baú Financeira em 1969, que mais tarde se tornou o Banco PanAmericano, e a Tele Sena em 1975, ambos projetos importantes no portfólio do grupo.

Fundação do SBT

Os êxitos de Silvio Santos como empresário e apresentador já haviam despertado seu desejo de possuir sua própria emissora de televisão. Em 1976, fundou a TVS. Com novas concessões de transmissões, a emissora evoluiu para o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que estreou em 19 de agosto de 1981.

Com 114 afiliadas espalhadas pelo Brasil, o SBT atinge, atualmente, 70 milhões de residências. Com o passar do tempo, a emissora exibiu programas que se tornaram icônicos na TV brasileira, como “Topa Tudo Por Dinheiro” e “Roda Roda”, apresentados por Silvio Santos.


Silvio Santos com sua plateia (Foto: reprodução/SBT)

Em setembro de 2022, Silvio se afastou da apresentação do seu programa aos domingos. A partir daí, a apresentação do Programa Silvio Santos foi assumida por sua filha, Patricia Abravanel.

Criação da Jequiti

Visando o setor de cosméticos, o apresentador criou a Jequiti em outubro de 2006, entrando em um mercado dominado por marcas como Avon e Natura na venda direta. Oferecendo preços acessíveis, a Jequiti lançou uma gama de produtos para banho, cuidados com o rosto e corpo, cabelos e maquiagem.

Hoje em dia, a Jequiti se destaca como uma das maiores empresas do setor no Brasil, abrangendo todo o território nacional, com 260 mil consultoras e um valor de mercado de cerca de R$ 450 milhões. No momento, há negociações em curso para a possível venda da empresa para a farmacêutica Cimed.

Fortuna de Silvio Santos

Silvio Santos faleceu com uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão, de acordo com a revista Forbes em 2024. Isso o posicionou em 209º lugar no ranking geral de bilionários do Brasil.

O patrimônio do apresentador deveria, na verdade, ser muito maior. Em sua estreia na lista de bilionários brasileiros da Forbes em 2013, ele ocupava a 59ª posição com um patrimônio líquido de R$ 2,67 bilhões. Desde então, sua fortuna sofreu uma redução de 54,16% conforme atualizações recentes.


Silvio Santos (Foto: reprodução/SBT)

O empresário teve dificuldades em manter seus investimentos rentáveis. Um exemplo foi sua participação no Banco PanAmericano que, após ser vendido ao BTG Pactual em 2011, enfrentou um déficit de R$ 43 bilhões.

A herança deixada por Silvio Santos será repartida entre sua esposa, Iris Abravanel, e suas filhas: Patricia Abravanel, Rebeca, Silvia Abravanel, Cintia Abravanel, Daniela Beyruti e Renata Abravanel.

Bianca Andrade relembra trajetória após polêmica envolvendo sua marca

Em entrevista à revista ELA, a influenciadora e empresária Bianca Andrade aproveitou para comentar a sua polêmica recente com sua marca de maquiagem e sua trajetória até o sucesso.

Recentemente, Bianca, mais conhecida como Boca Rosa, recebeu uma série de críticas após a live de pré-venda de sua marca de maquiagem, a Boca Rosa Beauty. As consumidoras reclamaram da demora em receber os pacotes e também da embalagem do blush em bastão que quebrava se a pessoa tentava abrir até o final.

A empresária reconheceu o erro e durante a entrevista comentou que o fornecedor encontrou um erro na embalagem e que todas as consumidoras que se sentiram lesadas serão reembolsadas e, até que isso aconteça, não pretende fazer o lançamento.

Ela comentou também o motivo de estar tão magra: com a correria de tentar resolver as questões da empresa, têm esquecido de comer e, por isso, está mais magra. Revelou também que faz tratamentos estéticos para estimular o colágeno, mas vive uma guerra interna em relação a sua aparência.

Comunicado

No perfil da Boca Rosy Beauty o comunicado oficial da marca dizia que eles foram surpreendidos com a falha nas embalagens em stick e que imediatamente entraram em contato com o fabricante que prontamente se comprometeu a solucionar a situação.

Eles assumiram a responsabilidade de reembolsar os consumidores mediante a análise do SAC e política de devolução da empresa. E ainda reiteraram o seu compromisso em trazer qualidade, praticidade e diversidade ao mercado brasileiro e oferecer a melhor experiência aos seus clientes.


Bianca de Andrade e sua marca Boca rosa (Foto: Reprodução/ Instagram/@bianca)

Ela pediu desculpa pelo seu sumiço durante esse tempo e explicou que como agora é dona 100% da empresa, mergulhou totalmente em ouvir o seu público e em entrar em contato com o fornecedor para resolver os problemas da marca e por isso não apareceu antes.

Na legenda do post a blogueira deixou os canais de contato para que as clientes lesadas pelo problema da embalagem consigam ter o seu dinheiro reembolsado e problema resolvido.

Vida pessoal

Bianca é filha de Luis Claudio da Silva e Monica Andrade, nasceu na comunidade da Maré e viveu lá até os seus 20 anos de idade. Aos 16, começou a postar vídeos de maquiagem e dicas no Youtube, com isso foi crescendo em suas redes e se tornou um fenômeno na era de ouro da plataforma.

Em 2018 a influenciadora abriu sua marca de maquiagem em parceria com a Payot, foi uma parceria de grande sucesso. Mesmo tendo saído da comunidade, a influenciadora criou um projeto para ajudar as mulheres, a iniciativa alcança o Rio de Janeiro, São Paulo e até Paraíba.

Ela teve também uma participação polêmica no BBB 20, depois de ser cancelada após tomar as dores dos homens da casa ao invés de ajudar a mulher envolvida na situação.

Atualmente, ela está namorando à distância o DJ italiano Luca Daffrè e revelou estar recebendo tudo o que merece em um relacionamento.

30 anos sem Ayrton Senna: uma lenda brasileira do automobilismo

Ayrton Senna, o lendário piloto de Fórmula 1 das décadas de 1980 e 1990, é reverenciado como maior ídolo brasileiro do automobilismo. Nascido em São Paulo, em 21 de março de 1960, sua paixão pelas pistas o levou a se tornar uma lenda do esporte.

No entanto, foi em 1º de maio de 1994 que o destino interrompeu a trajetória de Senna de maneira trágica. Durante o GP de San Marino, em Ímola, na Itália, uma colisão com uma mureta de proteção tirou a vida do piloto, deixando o Brasil e o mundo de luto.

O velório de Ayrton Senna foi marcado por uma comoção nacional. Durante cerca de 22 horas, aproximadamente 240 mil pessoas de despediram do ídolo.

O início de uma lenda

Assim como muitos outros pilotos, a carreira de Ayrton Senna no automobilismo teve início no kart. Aos quatro anos de idade, ele ganhou seu primeiro kart, construído pelas mãos de seu pai. Equipado com um motor retirado de um cortador de grama, o kart de Senna alcançava incríveis 60km/h. Este brinquedo se tornou o favorito de Ayrton durante sua infância.

Aos sete anos, Ayrton Senna já mostrava sua afinidade com o volante, começando a dirigir kart profissional, embora ainda não participasse de competições. Foi aos 11 anos que Senna deu sua primeira volta em um circuito.

Com uma curiosidade insaciável e um desejo constante de aprimorar seu desempenho, aos 12 anos, Ayrton decidiu desmontar seu próprio kart com o objetivo de compreender a função de cada peça e buscar maneiras de torná-lo mais rápido nas pistas.

Em 1973, aos 13 anos de idade, ele fez sua estreia nas corridas de kart em um circuito improvisado na cidade de Campinas, em São Paulo. Apesar de ser consideravelmente mais jovem que seus adversários, Senna não apenas se destacou, como liderou boa parte da corrida, deixando todos que assistiam maravilhados com seu talento precoce.

Aos 14 anos, Ayrton Senna conquistou seu primeiro título ao vencer o Campeonato Paulista de Kart. Dois anos depois, em 1976, ele repetiu a façanha, consolidando seu domínio no kartismo paulista.

Entretanto, Senna não parou por aí, ele se tornou um nome dominante no kartismo brasileiro, conquistando o tricampeonato brasileiro em 1978, 1979 e 1980. Além disso, Ayrton também alcançou o título de campeão sul-americano em 1977 e 1980.

No final da década de 1970, Ayrton Senna decidiu desafiar as pistas internacionais de kartismo na Europa e na Ásia, buscando o título mundial. Entre 1978 e 1982, Senna participou do campeonato mundial. Apesar de não ter conquistado o título, ele deixou sua marca e enfrentou quem ele considerava seu maior rival: o inglês Terry Fullerton. Em uma entrevista, Senna afirmou que a disputa com Fullerton era a melhor lembrança de toda sua carreira, até mesmo superando seus feitos na Fórmula 1.


Ayrton Senna em seu kart (Foto: reprodução/Instituto Ayrton Senna)

Fórmula Ford

No início de 1980, Ayrton Senna se viu diante de uma decisão crucial em sua carreira. Apesar de estar estudando Administração para assumir os negócios da família ao lado do pai, ele não estava satisfeito com seu futuro. Seu verdadeiro desejo era de continuar no automobilismo, competir nos grandes campeonatos e buscar o estrelato nas pistas.

Sua decisão de se mudar para a Inglaterra foi um ponto importante em sua evolução como piloto. Senna dedicou um ano de sua vida para testar carros de fórmula no circuito de Snetterton, em Norwich. Essa experiência foi fundamental para aprimorar suas habilidades e se adaptar ao ambiente altamente competitivo das corridas de monopostos.

O talento de Ayrton Senna não passou despercebido pelos olhos atentos dos patrocinadores. Em 1981, o jovem piloto entrou para a Fórmula Ford 1600, competindo pela equipe Van Diemen Racing. Logo em seu primeiro ano na categoria, Senna conquistou o título de campeão.

O domínio de Senna nas pistas chamou a atenção de Ralph Firman, chefe da equipe Van Diemen, que não poupou elogios ao afirmar que ele seria um dia campeão mundial de Fórmula 1.

Mesmo com o sucesso avassalador na Fórmula Ford 1600, Ayrton Senna se viu obrigado a retornar ao Brasil devido à falta de patrocínio para a temporada seguinte. De volta às raízes e trabalhando na empresa de seu pai, Senna recebeu uma ligação que mudaria seu destino: Ralph Firman oferecendo a oportunidade de competir outra categoria, a Fórmula Ford 2000.

A transição para a Fórmula 2000 apresentou um novo desafio, com um carro mais agressivo e tecnologicamente mais avançado em comparação com a Fórmula 1600, especialmente devido à presença do aerofólio. No entanto, Senna mostrou mais uma vez sua capacidade e, ao longo da temporada venceu 13 das 15 corridas disputadas e sendo campeão.


Ayrton Senna na competição pela Fórmula Ford 1600 (Foto: reprodução/Instituto Ayrton Senna)

Fórmula 3

Após conquistar os títulos na Fórmula 1600 e Fórmula 2000, Ayrton Senna traçou seu próximo objetivo: competir na prestigiada Fórmula 3 Britânica, reconhecida como a porta de entrada para a Fórmula 1 na época. Seu talento foi notado e logo recebeu o convite para testar um carro de Fórmula 3.

O convite veio de uma figura proeminente no automobilismo, o renomado irlandês Eddie Jordan, que mais tarde se toraria uma figura influente na Fórmula 1 como proprietário de equipe. Durante o teste, Senna superou o piloto titular da equipe na época.

Em 1982, Ayrton Senna escreveu mais um capítulo de sua ascensão no automobilismo ao estrear na Fórmula 3. Na época, ainda competindo pela Fórmula 2000, ele recebeu o convite da equipe West Surrey Racing para participar de uma corrida em Thruxton, onde viu uma oportunidade para atrair patrocinadores. Após a corrida, assinou seu contrato para a próxima temporada.

O ano de 1983 marcou uma batalha épica na Fórmula 3 entre Ayrton Senna e o piloto inglês Martin Brundle, que mais tarde também ingressaria na Fórmula 1. Brundle, então pilotando para a equipe de Eddie Jordan, foi um adversário formidável para Senna, mas o brasileiro mostrou sua habilidade excepcional ao longo da temporada.

Vencendo a maioria das corridas, Ayrton Senna conquistou o título a Fórmula 3, deixando Brundle para trás.

O talento excepcional de Senna ao volante de monopostos foi reconhecido pelas equipes da Fórmula 1. Em 1983, antes mesmo de se tornar campeão da Fórmula 3, Senna recebeu o convite especial para testar o carro da equipe Williams, uma das mais renomadas da categoria.

Durante os testes em Donington Park, o piloto deixou todos “perplexos”, nas palavras de Frank Williams, o chefe da equipe na época. O brasileiro bateu o recorde da pista com o carro da Williams, entretanto, por uma triste coincidência, Senna encontraria seu destino fatal 11 anos depois, guiando um carro da mesma equipe.

Em um movimento que antecipava uma das parcerias mais bem-sucedidas da Fórmula 1, Ayrton Senna teve a oportunidade de testar o carro da McLaren em 1983. O convite veio do próprio chefe da equipe, Ron Dennis. Ele deu duas voltas, deixando uma forte impressão em Dennis. Anos depois, essa breve demonstração de talento seria o início de uma parceria lendária entre Senna e McLaren, marcando uma era de domínio e conquistas na Fórmula 1.

Fórmula 1

Apesar de impressionar em testes pela Williams e McLaren, o jovem Ayrton Senna encontrou desafios para garantir um lugar como piloto titular em equipes de ponta da Fórmula 1. Consciente dos riscos, ele ponderou suas opções e recebeu uma proposta oficial da modesta equipe Toleman.

No dia 25 de março de 1984, os olhos do mundo automobilístico se voltaram para o Brasil, onde Ayrton Senna fazia sua estreia na Fórmula 1, no GP do Brasil, realizado no circuito de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Ansioso por uma performance memorável em seu país, Senna enfrentou uma falha no motor que o obrigou a abandonar a corrida na oitava volta.

Porém, na segunda corrida, na África do Sul, Senna mostrou sua determinação ao cruzar a linha de chegada em sexto lugar, garantindo assim seu primeiro ponto na Fórmula 1. Esse foi apenas o começo de uma jornada brilhante, que resultaria em um total impressionante de 614 pontos ao longo de sua carreira na categoria.

Em sua primeira temporada na elite do automobilismo, Ayrton Senna deixou sua marca, encerrando o campeonato na nona posição e acumulando 13 pontos, sendo seu destaque um segundo lugar no GP de Mônaco. Especialistas da época acreditam que Senna teria vencido se a corrida não tivesse sido interrompida devido à forte chuva. Demonstrando sua habilidade na chuva e nas ruas apertadas de Mônaco, Senna estabeleceu seu domínio, um prelúdio para o título de “Rei de Mônaco” com seis vitórias em dez corridas disputadas ao longo de sua carreira.


Toleman-Hart TG184 usada por Ayrton Senna que foi leiloada em 2018 e arrematada por R$ 6,2 milhões (Foto: reprodução/Tony Hisgett/Wikimedia Commons)

Ayrton Senna na Lotus

Em seu segundo ano Fórmula 1, Ayrton Senna trocou a Toleman pela Lotus, equipe pela qual competiu por três temporadas. A mudança permitiu que ele competisse nas primeiras posições e até mesmo brigasse por vitórias.

O momento histórico veio em 21 de abril de 1985, no GP de Portugal, quando Senna conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1. Sob condições de chuva intensa, mais uma vez mostrou sua genialidade na pista molhada. A corrida foi interrompida com apenas nove carros na pista, e Ayrton cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

Durante sua passagem pela Lotus, Ayrton Senna alcançou seis vitórias memoráveis: Portugal e Bélgica em 1985, Espanha e Estados Unidos em 1986, e Mônaco e Estados Unidos em 1987. Nos campeonatos, Senna conquistou o quarto lugar em seus dois primeiros anos e terminou em terceiro na temporada de 1987.


Ayrton Senna conseguiu suas primeiras vitórias na Fórmula 1 pilotando a Lotus 97T (Foto: reprodução/Peterhanna/Wikimedia Commons)

Ayrton Senna na McLaren

Apesar dos bons resultados conquistados na Lotus, Ayrton Senna tinha um objetivo claro: se tornar campeão da Fórmula 1. Para isso, sabia que precisava estar em uma equipe de ponta. Na época, as melhores opções eram a McLaren e a Williams, com a Ferrari um pouco atrás. Quando as portas da McLaren se abriram para ele, não houve hesitação. A decisão foi facilitada pelo fato de a McLaren e a Lotus usarem o mesmo motor, Honda, o que tornou a negociação mais viável.

Após anos liderando suas equipes anteriores, Senna enfrentou uma mudança significativa ao ingressar na McLaren. Acostumado a ser o piloto principal, agora encontrava um companheiro de equipe, o bicampeão mundial Alain Prost.


Alain Prost e Ayrton Senna (Foto: reprodução/Angelo Orsi/Wikimedia Commons)

Ao final de 1989, a relação entre Ayrton Senna e Alain Prost atingiu um ponto crítico na McLaren. Prost, sentindo que Ron Dennis favorecia Senna, optou por deixar sua equipe e se transferir para a Ferrari. Em seu lugar, a McLaren contratou o austríaco Gerhard Berger, que mais tarde se tornaria um dos grandes amigos de Senna na Fórmula 1.

Pela terceira vez, Senna e Prost travaram uma batalha pelo título da Fórmula 1. Em 1990, a situação se inverteu, e Senna chegou ao GP do Japão à frente no campeonato. Com um duplo abandono, o brasileiro conquistaria seu segundo título mundial. No emblemático circuito de Suzuka, o Ayrton forçou uma ultrapassagem sobre Alain na primeira curva, resultando em um acidente que tirou ambos da corrida. Este incidente amplamente considerado como uma revanche de 1989, marcou o desfecho dramático de uma temporada intensa.

Em 1991, a Ferrari de Alain Prost não conseguiu acompanhar o ritmo da McLaren, deixando o caminho livre para Ayrton Senna brilhar. Nas quatro primeiras corridas da temporada, incluindo o GP do Brasil, Senna dominou as pistas.

Sua primeira vitória em Interlagos foi épica, enfrentando problemas no câmbio, Ayrton perdeu marchas e teve que realizar um esforço sobre-humano para controlar o carro. A situação ficou ainda mais desafiadora com a chuva que começou a cair. Mesmo exausto e sem forças para levantar o troféu no pódio, ele conseguiu manter o carro na pista até a bandeira quadriculada.


Ayrton Senna tricampeão mundial da Fórmula 1 pela McLaren (Foto: reprodução/Instituto Ayrton Senna)

O declínio da McLaren

Na Fórmula 1, as mudanças são constantes e as equipes podem rapidamente subir ou cair no grid de largada. Em 1992, a Williams apresentou um carro notavelmente superior, o que tornou difícil para Ayrton defender seu título. Apesar das adversidades, Senna mostrou sua maestria no volante e conquistou três vitórias na temporada. Uma delas, em Mônaco, foi particularmente memorável. Durante várias voltas, ele enfrentou uma pressão de Nigel Mansell, se mantendo firme defendendo sua posição nas estreitas ruas do principiado.

O retorno de Alain Prost à Fórmula 1 em 1993 trouxe consigo um novo capítulo na rivalidade entre ele e Senna. Substituindo Nigel Mansell, Prost rapidamente se mostrou um adversário formidável para o brasileiro. Embora Ayrton Senna tenha conquistado cinco vitórias ao longo da temporada, Prost teve um desempenho ainda mais impressionante, vencendo sete corridas e garantindo o título mundial. No entanto, uma das vitórias de Senna foi destaque, o GP da Europa, em Donington, na Inglaterra, onde ele protagonizou o que muitos consideram a melhor volta da história da Fórmula 1.

Acidente de Ayrton Senna

Com a saída de Prost, Ayrton Senna viu na Williams a oportunidade de recuperar o título que tanto desejava. Contudo, seu início na equipe não foi como o esperado.

Após a aposentadoria de Alain Prost, Senna fez a mudança para a Williams, mas enfrentou contratempos nas duas primeiras corridas da temporada. Embora tenha largado na frente em ambas, problemas no carro o obrigaram a abandonar. Para complicar ainda mais, o jovem a talento alemão Michael Schumacher emergiu como um ótimo competidor, vencendo as duas corridas.

No final de abril, a Fórmula 1 desembarcou no circuito de Ímola, em San Marino, na Itália, para a terceira etapa do campeonato. Mas, esse GP ficaria gravado na memória como o mais trágico da história de toda a categoria.

No mundo da Fórmula 1, o ritual de treinos livres na sexta-feira, classificatórios no sábado e corrida no domingo é uma tradição. Na sexta-feira, o piloto brasileiro Rubens Barrichello, então no início de sua carreira, enfrentou um acidente, ele foi levado ao hospital com uma fratura no nariz e algumas escoriações, e felizmente sobreviveu. No dia seguinte, no sábado, o austríaco Roland Ratzenberger enfrentou um destino muito mais trágico. Durante o treino classificatório, seu carro colidiu violentamente contra o muro, mas infelizmente ele não sobreviveu ao impacto, perdendo a vida aos 33 anos.

Com a pressão de não deixar Schumacher escapar no campeonato, Ayrton Senna sabia que precisava de uma performance impecável. Determinado a conquistar a vitória, ele retornou ao carro e, com maestria cravou a volta mais rápida do treino classificatório, garantindo mais uma vez a primeira posição no grid de largada.

No domingo, Senna liderava a corrida com Schumacher em sua cola. Porém, na sexta volta, um incidente terrível aconteceu: uma quebra na barra de direção fez ele perder o controle do carro enquanto contornava a curva Tamburello, resultando em um impacto violento contra a mureta de proteção a quase 300 km/h.

Após o impacto, uma das rodas do carro atingiu o capacete de Ayrton Senna, causando um afundamento em seu crânio. O piloto brasileiro foi imediatamente transferido para o hospital de helicóptero, mas, lamentavelmente, não sobreviveu aos ferimentos. Senna faleceu no dia 1º de maio de 1994.

No dia 5 de maio de 1994, São Paulo parou para homenagear e se despedir de Ayrton Senna em seu velório, que se estendeu por 22 horas. Cerca de 240 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre, que foi transmitido ao vivo pela televisão, unindo o país em luto. O caixão de Senna foi carregado por uma comovente fila de pilotos, incluindo Emerson Fittipaldi, Gerhard Berger, Alain Prost, Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi, Thierry Boutsen, Jackie Stewart, Raul Boesel, Roberto Moreno, Michele Alboreto, Johnny Herbert, Pedro Lamy, Wilson Fittipaldi e Damon Hill.

Títulos de Ayrton Senna

Títulos de Ayrton Senna antes da Fórmula 1

  • Bicampeão Paulista de Kart: 1974, 1976.
  • Tricampeão Brasileiro de kart: 1978, 1979 e 1980.
  • Bicampeão Sul-Americano de Kart: 1977 e 1980.
  • Campeão de Fórmula Ford 1600: 1981.
  • Campeão de Fórmula Ford 2000: 1982.
  • Campeão de Fórmula 3 Britânica: 1983.

Títulos e números de Ayrton Senna na Fórmula 1

  • Tricampeão: 1988, 1990 e 1991.
  • Vitórias: 41
  • Pódios: 80
  • Pole Positions: 65
  • Voltas mais rápidas: 19
  • Corridas disputadas 161

Homenagens à Ayrton Senna

Ayrton Senna recebe inúmeras homenagens em todo o mundo após sua trágica morte. Em Ímola, onde ocorreu o acidente, uma estátua foi erguida em sua memória. Além disso, no circuito de Donington Park, onde fez uma das melhores primeiras voltas da história, uma escultura foi criada em sua honra.


Estátua de Ayrton Senna no circuito de Ímola (Foto: reprodução/Graham Montanari/Wikimedia Commons)

No dia 1º de maio de 2019, em memória aos 25 anos do falecimento de Ayrton Senna, o Autódromo de Interlagos foi palco do 1º Senna Day. O evento foi marcado por uma série de atividades que celebraram a vida e o legado do piloto. Com a presença de atrações musicais, exposições de objetos pessoais e carros históricos de Senna, além de corridas de kart e diversas atividades voltadas paras as crianças, o dia foi uma emocionante homenagem ao eterno capitão das pistas.

Relembre a trajetória do empresário Abilio Diniz

Nascido em 1936 na cidade de São Paulo, Abilio dos Santos Diniz converteu o negócio de confeitaria da sua família em um dos maiores empreendimentos do Brasil, o “Grupo Pão de Açúcar”.

Causa da morte

O magnata, que faleceu neste domingo (18), devido a problemas respiratórios relacionados a uma pneumonite, teve uma trajetória longa, caracterizada pelo empreendedorismo e pela resolução. Nos últimos tempos, ele também liderou programas na CNN, onde recebeu empresários, políticos e figuras proeminentes da sociedade para debater e reconsiderar os caminhos do desenvolvimento econômico e social do nosso país.

O pai de Abilio, Valentim Diniz, chegou ao Brasil, proveniente de Portugal, em 1929. No Rio de Janeiro, ficou deslumbrado com os pontos turísticos da então capital brasileira, especialmente o Pão de Açúcar, localizado na Urca. Valentim, que em seguida se casou com Floripes Diniz, trabalhou como balconista e entregador em um supermercado. Em 1949, fundou a confeitaria “Pão de Açúcar”.

Abilio foi o primogênito de seis irmãos e começou a colaborar com o pai no negócio desde cedo, crescendo no bairro do paraíso, em São Paulo. Depois de se graduar na segunda turma de administração de empresas da recém-estabelecida FGV (Fundação Getúlio Vargas), Abilio planejava trabalhar em uma empresa multinacional ou buscar oportunidades no exterior, onde esperava realizar seu desejo de se tornar professor.

Abertura do Supermercado

No entanto, seu espírito empreendedor falou mais alto, seu pai propôs a ele abrir um supermercado. Assim, em 1959, foi inaugurado o primeiro supermercado “Pão de Açúcar”, próximo à confeitaria dos pais. O empreendimento foi um sucesso instantâneo e, em uma década, a rede já contava com quarenta estabelecimentos e mais de 1600 funcionários.

Nos anos 1990, uma disputa familiar pelo controle do “Grupo Pão de Açúcar” quase levou a empresa à falência. No entanto, os irmãos chegaram a um acordo e decidiram transferir o controle para Abilio, que optou por abrir o capital da empresa na Bolsa de Valores.


Abilio Diniz e sua esposa Geyze (Foto: reprodução/revistaanamaria.com)

Anos depois, em 1999, Abilio fechou uma parceria com a rede francesa Casino. Foram 54 anos de dedicação à empresa. Abilio deixou o “GPA” em 2013. Após sair completamente do “Grupo Pão de Açúcar”, Abilio assumiu a presidência do “Conselho de Administração da BRF”. No entanto, seu espírito empreendedor não parou por aí.

Em 2014, a empresa de investimentos “Península Participações”, de Abilio, adquiriu participação no “Carrefour Brasil”, tornando-o eventualmente o segundo maior investidor do “Carrefour Global” e membro do conselho de administração da empresa.

Abilio Diniz teve seis filhos, dezoito netos, além de bisnetos. Seu filho mais novo, Miguel, nasceu em 2009, quando Abilio tinha 72 anos. Diniz foi casado duas vezes, em seu primeiro casamento, com Auriluce, teve quatro filhos, Ana Maria, João Paulo, Pedro Paulo e Adriana; com Geyze com quem se casou em 2004, teve Rafaela e Miguel. Abilio Diniz gostava de compartilhar suas experiências e influenciar pessoas.

Mudanças profissionais

Ele publicou dois livros que se tornaram best-sellers rapidamente, “Abilio Diniz-Percursos e Escolhas” e “Novos percursos, novas escolhas” lançado no ano em que completou 80 anos, Mais tarde ele compartilhou suas experiências no TED Talk “Comecei à fazer 80 anos com 29”, que já teve mais de 1,3 milhões de visualizações no YouTube.

Apaixonado por gestão, ele criou em 2010 o curso Liderança 360° na Fundação Getúlio Vargas, onde já lecionava há 14 anos. Inquieto e sempre aberto a reflexão sobre o futuro do Brasil, ele se tornou apresentador na CNN.

Ele liderou dois programas de entrevistas. No primeiro, “Visões Brasileiras” Abilio dialogou com personalidades de diversos setores sobre o país em um ano eleitoral. Em seguida, participou de um novo programa, onde trocou ideias com figuras proeminentes da política e os mais renomados empresários brasileiros. O programa “Caminhos com Abilio Diniz” teve três temporadas.