Suspensão de perfis de Marçal é contestada pelo Google e pelo X

Na segunda-feira (26), o Google e o X protocolaram uma petição, entrando com recursos junto ao TRE -SP, contestando o bloqueio das mídias sociais de Pablo Marçal. A justiça determinou a suspensão dos perfis do candidato em uma liminar que foi proferida no último sábado.

Para o Google, “a embargante pondera que o bloqueio integral da  página do canal, em contrapartida à remoção de conteúdos específicos, analisados pelo Judiciário e considerados como violadores, é incompatível com o art. 38 da Resolução/TSE nº  23.610/2019, pelo qual a atuação da Justiça Eleitoral em relação a conteúdos divulgados na internet deve ser realizada com a menor interferência possível no debate democrático”.

Suposto ilícito não foi praticado no perfil do Marçal

Ainda de acordo com o Google, “a questão é particularmente sensível, porque o suposto ilícito indicado na decisão não seria praticado pelo canal do representado, mas nos cortes veiculados por outros usuários – conteúdos específicos, identificáveis por suas URLs e, por isso, passíveis  de controle na forma do art. 19 do Marco Civil da Internet e da Resolução/TSE nº  23.610/2019”.


Pablo Marçal, candidato do PRTB às eleições municipais de São Paulo ( Foto: reprodução/Facebook/Pablo Marçal)


Os advogados da empresa X disseram que “No respeitoso entendimento do X BRASIL, a decisão embargada foi omissa quanto aos indícios da ocorrência de ilícitos de natureza eleitoral na plataforma X, já que não houve análise, tampouco menção expressa de conteúdos veiculados pela conta @pablomarcal, objeto da presente demanda, a justificar deferimento do pedido liminar”.

Suspensão integral do perfil contraria a constituição

A empresa afirma que “Não há qualquer menção a conteúdos veiculados na plataforma X” e que “a ordem de suspensão integral da conta @pablomarcal contrariaria dispositivos constitucionais e a legislação infraconstitucional relativa à matéria, assim como as normas eleitorais, revelando-se desproporcional sob o ponto de vista dos direitos fundamentais envolvidos”, com uma simples análise da petição.

O X argumenta que houve infração à liberdade de expressão e que é inadmissível a suspensão integral do perfil, pois bloqueará futuras veiculações de qualquer conteúdo, mesmo aqueles autorizados pela legislação eleitoral.

Carmem Lúcia quer garantir a liberdade de voto para presos preventivos

A ministra Carmen Lúcia, nova presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), visa um objetivo para as futuras eleições do país: garantir a liberdade de voto aos detentos provisórios do Brasil, ou seja, aqueles que não foram condenados e estão em prisão temporária, preventiva ou flagrante, teriam direito a escolher seus representantes no Estado.

Cármen se reuniu nesta terça-feira (4) com os presidentes de 24 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). A real missão encorajada pela ministra é fiscalizar uma possível interferência do crime organizado nas eleições.

É de conhecimento geral que esse grupo tem grande influência nas cadeias do Brasil e, principalmente, infiltrados por lá.


Sem pressões ao eleitor

Segundo informações apuradas pela CNN, Carmen Lúcia tem dito a auxiliares próximos que é preciso atenção para que ninguém seja coagido a votar.

O objetivo dos criminosos ao conquistar de forma ilegítima é favorecer políticos corruptos que estão ligados à milícia ou às próprias facções, aumentando o poder do grupo criminoso no Brasil.

Eleições nos presídios

O direito ao voto nem sempre foi concedido aos presos provisórios, essa é uma medida adotada apenas em 2010. Além deles, os adolescentes a partir de 17 anos que estão cumprindo medidas socioeducativas podem fazer sua contribuição eleitoral, diferentemente dos presos condenados, que têm sua liberdade cassada junta ao voto.

Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), os presos provisórios são 44% da população carcerária no Brasil, composta por um total de 909 mil pessoas. Juntando os números, cerca de 404 mil eleitores aptos.

Carmen Lúcia


Camen Lúcia na Cerimônia de Premiação do 20º Prêmio Innovare (Foto/Divulgação/ Rosinei Coutinho/SCO/STF)

A ministra é a primeira mulher a presidir a Corte Eleitoral duas vezes. Sua posse mais recente foi marcada por um discurso firme, no último dia 3 de junho. “A mentira continuará a ser duramente combatida. O ilícito será investigado e, se provado, será punido na forma da legislação vigente. O medo não tem assento em alguma casa de Justiça”, afirmou a presidente.

Carmen permanece no poder até junho de 2026, e em sua lista de atribuições estão coordenar as Eleições Municipais de 2024 e iniciar os trabalhos de preparação do próximo pleito geral.

Julgamento acerca da cassação de Moro começa hoje

O julgamento que pode decidir o futuro político de Sergio Moro começa nesta segunda-feira (01), às 14h no Tribunal Regional Eleitoral em Curitiba. O senador enfrenta duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) pedindo a cassação de seu mandato. O TRE reservou também os dias 3 e 8 de abril para o julgamento dos processos. Portanto, o julgamento pode durar até três dias, a depender da velocidade de votos da corte. Se condenado, Moro perde o mandato e pode ficar inelegível por oito anos.

Os detalhes da acusação

O ex-juiz Sergio Moro ingressou para a política após ganhar notoriedade nacional com processos da Lava Jato, que investigou o maior esquema de desvios de recursos públicos da história do país. Ele se candidatou como senador pelo Paraná em 2022 com mais de 33% das urnas, totalizando 1,9 milhão de votos em seu favor. Como as ações são similares, serão julgadas em conjunto. O julgamento acontece após dois adiamentos.

O processo foi iniciado em novembro e dezembro de 2022 e é movido pelo Partido Liberal e pela Federação Brasil da Esperança – FÉ BRASIL, formada pelos partidos PT, PC do B e o PV. Apenas um ano depois, a Procuradoria Regional Federal Eleitoral emitiu parecer favorável à cassação do mandato de Moro.


Sergio Moro tornou-se senador pelo Paraná em 2022 e agora enfrenta acusações de abuso econômico (Foto: reprodução/Getty Images embed)


Durante o processo, Moro negou as acusações de que teria se beneficiado de recursos aplicados na pré-campanha de 2022, onde almejava a presidência do Brasil. O senador chamou as acusações de levianas e que seguiu as regras estabelecidas durante sua candidatura. A defesa de Moro disse que seu cliente não irá se manifestar e não confirmou se ele estará presente no julgamento.

Uma das ações acusa Moro de “desequilíbrio eleitoral causado pela irregular pré-campanha […] desde o momento da filiação partidária de Moro com lançamento de pré-candidatura ao cargo de presidente”, acusando o ex-juiz e seus suplentes de orquestrar uma série de ações que lhes deram vantagem e exposição para depois migrarem para a disputa de menor visibilidade, que possui menor delimitação eleitoral e teto de gastos menor. Sergio Moro se filiou ao Podemos em novembro de 2021 para concorrer à presidência, mas no ano seguinte, migrou para o União Brasil, para se candidatar ao Senado Federal.

A outra ação diz que há indícios de movimentações financeiras suspeitas, usando recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Campanha, indicando gastos excessivos durante a pré-campanha. Segundo os procuradores Marcelo Gody e Eloísa Helena Machado, o investimento foi de R$ 2.030.228,09, rotulando assim a pré-campanha como abusiva.

Como será o julgamento

Para o julgamento, o TRE providenciou 70 lugares para o público, mediante cadastro prévio para poder acompanhar as sessões. A corte que julgará Moro conta com sete membros. São eles os desembargadores Sigurd Roberto Bengtsson, Luciano Carrasco Falavinha e Claudia Cristina Cristofani serão o presidente, relator e juíza federal efetiva, respectivamente. Os juízes de Direito efetivo serão os doutores Anderson Ricardo Fogaça e Guilherme Frederico Hernandes Denz e os advogados efetivos serão Julio Jacob Junior e José Rodrigo Sade.


O julgamento contará com seis votos e pode decidir se Moro perde o cargo ou não (Foto: reprodução/Freepik)

Durante as sessões os pontos a serem debatidos são as considerações do relatório de Luciano Carrasco Falavinha, que reúne as denúncias contra Sergio Moro, e as manifestações feitas no decorrer dos processos e defesas. Ao fim dos trabalhos, seis membros votam. Em caso de empate, o presidente também votará. A decisão no tribunal poderá ter recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A expectativa é que o julgamento de Moro dure mais que o normal. Como o presidente Sigurd Roberto Bengtsson avisou que o relator Luciano Carrasco Falavinha não iria compartilhar seu voto previamente, todos conhecerão a posição e os argumentos dele no momento de leitura do parecer. O TRE-PR também informou que todos os desembargadores irão ler seus votos.