Países das Américas apresentam queda na cobertura vacinal

Nesta quarta-feira (18), o diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, apresentou dados que relatam uma queda relativa na cobertura vacinal de alguns países da América Latina. Jarbas chegou a evidenciar que crianças não estão sendo vacinadas contra doenças como Sarampo e HPV, além de evidenciar o risco que tal ação pode resultar no futuro.

“Historicamente, nossa região sempre foi líder na eliminação de doenças. No entanto, por mais de uma década, as coberturas de vacinação diminuíram significativamente” diz o diretor. Ao comparar com a estimativa apresentada antes da pandemia de COVID-19, Barbosa alega que os números não conseguiram recuperar seus níveis adequados desde então.

Detalhes sobre a declaração da Opas

Ainda de acordo com os dados apresentados pela Instituição, os países não conseguiram englobar nem 90% da taxa de cobertura vacinal necessária contra o papilomavírus humano (HPV).

Neste caso, a doença pode afetar meninas entre 9 e 14 anos. Tal informação vem seguida de preocupação por parte dos especialistas, uma vez que a doença é uma das principais responsáveis pelo diagnóstico de câncer de colo de útero.

Além disso, a falha na procura da vacina contra o Sarampo também é uma questão a ser discutida, principalmente devido a sua alta contaminação. Vale relembrar que o Brasil e a Venezuela chegaram a apresentar casos de Sarampo nos últimos anos. No Brasil, o último registro constatado da doença aconteceu em 2022.

Em relação aos motivos da queda de registros vacinais, Jarbas Barbosa foi claro ao reunir fatores distintos. Entre eles, o aumento da desinformação acerca da eficácia das vacinas, principalmente após a pandemia da COVID-19. Ademais, a falta de profissionais de saúde formados e a dificuldade do acesso as vacinas por parte da população também mostram-se como argumentos precisos.

A Semana de Vacinação nas Américas


Seringa sendo preparada para a devida aplicação de uma vacina (Foto: reprodução/Unsplash/Mufid Majnun)

No fim da coletiva, o presidente da Opas compartilhou informações sobre a 22° Semana de Vacinação nas Américas. O evento, que tem como finalidade estimular ainda mais a procura da vacinação, acontecerá entre os dias 20 e 27 de abril e contará com o slogan “Proteja o futuro: vacine-se”. Segundo a órgão, o plano arquitetado visa atingir a população com mais de 156 milhões de doses.

Ana Maria Braga revela detalhes sobre o câncer que teve por causa do vírus HPV

A apresentadora Ana Maria Braga, de 75 anos, revelou com exclusividade em uma entrevista ao programa “Fantástico” sobre o câncer que teve por causa do HPV, vírus que é transmitido sexualmente.

Em 2001, Ana foi diagnosticada com câncer de ânus, quando descobriu que a doença já estava avançada e ela tinha uma chance mínima de recuperação. Ela contou que até então não tinha nunca tinha ouvido falar do vírus antes de ter a doença.


Ana Maria Braga fala sobre câncer causado por HPV (Foto: reprodução/ G1)

Durante a entrevista a apresentadora salienta que não deve haver culpa no diagnóstico da doença, pois ser sexualmente ativo é algo natural. 

Mesmo com pouca chance de recuperação, ela tratou a doença com sessões de quimioterapia e se curou. A apresentadora teve câncer mais outras 3 vezes, de pele em 1991 e de pulmão em 2015 e 2020.

Vacina HPV

A vacina contra o vírus está disponível no Brasil há 10 anos e a vacinação ainda é muito baixa pela falta de informação e o estigma sobre a vacinação de adolescentes. As doses são oferecidas para pré-adolescentes de 9 a 14 anos e imunossuprimidos.


Vacinação contra HPV (Foto: reprodução/Mufid Majnun/Unsplash)

Ana Maria contou durante a entrevista que se pudesse ter tomado a vacina, se soubesse que evitaria toda a doença que sofreu no começo dos anos 2000.

O Ministério da Saúde revelou que a vacina de HPV está abaixo dos 80% desejados. Ela é dada em duas doses, mas somente a primeira tem uma grande adesão, muitas pessoas não aparecem para a segunda dose.

Em 2014 quando a primeira campanha de vacinação de HPV foi lançada, somente as meninas eram vacinadas, somente em 2017 os meninos foram incluídos na agenda de vacinação do vírus. 

A vacina também pode ser tomada na rede privada por adultos com o custo de aproximadamente R$1 mil por dose, enquanto na rede pública é gratuito. Pessoas que já tiveram contato com o vírus também podem se vacinar.