Especialistas confirmam que quem já teve catapora pode contrair mpox

Com a elevação no número de casos de Mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, surgem diversas questões sobre suas semelhanças com outras doenças, especialmente devido à similaridade nos sintomas, como no caso da catapora.

Esse cenário gera preocupação e um aumento na busca por informações para esclarecer as diferenças e os riscos associados a essas enfermidades.

Segundo especialistas, é possível contrair mpox mesmo que você já tenha tido catapora. Apesar de ambos os vírus serem transmitidos principalmente por meio do contato direto com a pele, existem diferenças significativas entre eles. A varicela, conhecida como catapora, é consideravelmente mais contagiosa e tende a se espalhar com mais facilidade do que a mpox.

Diferença entre os vírus

É importante notar que a mpox é provocada por um vírus pertencente ao gênero Orthopoxvirus, enquanto a catapora é resultado da infecção pelo Herpesvirus, especificamente o Varicela-Zóster (VVZ). Essa distinção entre os dois vírus ajuda a entender melhor os mecanismos de transmissão e a natureza das infecções, destacando a importância de medidas de prevenção apropriadas para cada caso.


Partículas do vírus MPXV (em verde) aderidas à filamentos do citoesqueleto de célula Vero (Foto: reprodução/Debora Ferreira Barreto Vieira/Fiocruz)

Como ocorre a infecção do Mpox

A principal via de transmissão da mpox ocorre por meio do contato próximo e prolongado entre pessoas, o que pode incluir interações físicas, como abraços, beijos e relações sexuais. Este tipo de contato se torna especialmente crucial quando uma pessoa infectada apresenta lesões visíveis na pele, que podem manifestar-se como erupções cutâneas, crostas, feridas ou bolhas.

Além disso, a transmissão pode ser facilitada pelo contato com fluidos corporais, que incluem secreções e sangue de um indivíduo contaminado. É fundamental que as pessoas estejam cientes dessas formas de transmissão, pois o cuidado e a prevenção durante o convívio próximo são essenciais para reduzir o risco de propagação da doença e proteger tanto a própria saúde quanto a de outros ao seu redor.

Mpox: entenda os sintomas e o teste feito para diagnosticar a Mpox

Depois da declaração da OMS (Organização Mundial de Saúde) sobre a mpox ou monkeypox ser uma doença de caso de emergência de saúde pública global, os casos estão sob vigilância internacional. O surto atual é causado por uma cepa ainda mais transmissível e letal, que atinge principalmente países africanos, embora tenham sido detectados casos na Suécia e Tailândia.

Sintomas da mpox

Os principais sintomas que caracterizam a monkeypox são: febre, dor de cabeça, mal-estar e algumas alergias que aparecem na pele, em qualquer lugar do corpo, resultante do contato pele a pele com uma pessoa infectada. 

Em entrevista à CNN, um médico infectologista e patologista clínico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, Celso Granato, disse que o período de incubação do vírus mpox pode variar de 5 a 21 dias. 

Como outras doenças também podem causar sintomas parecidos, fazer um teste é crucial para que se tenha certeza do diagnóstico de mpox, e certificar-se que não se trata de outras infecções de pele, reações alérgicas, herpes-zoster e herpes simples. 


Mpox (Vídeo: reprodução/YouTube/Governo do Estado de São Paulo)


A confirmação do diagnóstico é laboratorial, conduzida por meio de um teste PCR, ou seja, com reação em cadeia da polimerase, em tempo real. Semelhante aos testes feitos para a pandemia de COVID-19, é uma técnica que permite a detecção do vírus de interesse rápida e precisamente.

Transmissão da doença e cuidados

Segundo informações divulgadas pela OMS, a transmissão da monkeypox pode acontecer de três maneiras:

  • Por contato direto com pele infectada ou outras lesões, como em órgãos genitais ou na boca
  • Por toque pele com pele, boca com pele, boca a boca e gotículas respiratórias da pessoa contaminada
  • Por mordidas ou arranhões de animais infectados com o vírus da mpox e/ou durante atividades de caça, captura, cozimento e ingestão de animais contaminados.

Conforme o Ministério da Saúde brasileiro, a melhor maneira de prevenção é evitar contato com pessoas com suspeitas ou diagnosticadas com a doença e lavar as mãos regularmente. Além disso, a vacinação contra mpox é fundamental para prevenir a doença.

As pessoas infectadas deverão cumprir um período de isolamento social, sem compartilhar toalhas, escovas, lençóis, roupas ou outros objetos de uso pessoal. 

Não há detecção de nova cepa da mpox no Brasil, diz Ministra da Saúde

Não há detecção da doença em território nacional com essa nova cepa”, afirma Nísia Trindade, Ministra da Saúde, nesta quinta-feira (15), sobre mpox. A declaração foi feita durante a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE-Mpox), responsável pelo centro de monitoramento e combate à doença. Segundo a ministra, o Brasil está no nível 1 da emergência com o vírus. 

Qual variante predomina no Brasil?

Desde que foi declarada a situação de emergência internacional em 2022, o Brasil registrou casos somente com a cepa 2. Não há detecção, até o momento, da nova variante do vírus, denominada 1B, em território nacional.

Ontem (14), a OMS anunciou que a mpox se tornou uma emergência de saúde pública, de interesse global. A nova variante do vírus se propagou rapidamente por 13 países africanos, sendo considerada a mais perigosa até o momento. Hoje (15), a Suécia confirmou o primeiro caso da variante 1 fora da África. Esse subtipo também é transmitido por relações sexuais.

Em 2024, no Brasil, foram notificados 709 casos de mpox e 16 mortes. A fim de prevenir novos problemas na saúde pública, o Ministério da Saúde convocou uma reunião para discutir o caso.


Primeiro caso da nova variante fora da África (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Band)

O primeiro caso foi registrado na cidade de São Paulo em 2022. Do início da epidemia até 2024, o Brasil registrou 12.215 casos da doença. O último registro de morte por mpox aconteceu em abril deste ano.

Sintomas da mpox

A mpox gera lesões agudas e com secreção, além de vesículas em diferentes áreas do corpo, concentradas especialmente nas genitais e na boca. O paciente também pode apresentar dores de cabeça e calafrios, assim como febre, dores no corpo, fraqueza e ínguas.

O COE-Mpox é responsável por intensificar a vigilância e controle da doença em território nacional, além de monitorar a situação epidemiológica do vírus, como medidas de orientação aos viajantes e coordenação de ações e respostas de combate.

Vacinas em breve

O Ministério da Saúde também está em negociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacinas contra a doença. O grupo prioritário para a imunização são pessoas com HIV/AIDS e profissionais de laboratório.

Segundo um relatório técnico, as infecções estão concentradas em homens, sendo estes 98% dos pacientes e pessoas portadoras do vírus HIV. 

Transmissão e prevenção

Inicialmente chamada de varíola dos macacos e monkeypox (atualmente mpox), o vírus é transmitido por contato direto, pessoa a pessoa. Ou seja, o contato com a pele ou secreções do doente e a exposição prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias, podem infectar o indivíduo.

Crianças são mais propensas a sinais e sintomas mais graves da doença em comparação a adolescentes e adultos. Qualquer pessoa que tenha contato físico com alguém infectado está em risco. 

O agravante da doença na infância se dá pela fase de desenvolvimento característica da idade; o sistema imunológico, ainda imaturo, pode ter dificuldade para combater o vírus, agravando o quadro. O ideal é proteger as crianças do contato com pessoas suspeitas ou confirmadas para mpox. A higienização das mãos e a adesão à vacinação contra a doença também são medidas essenciais de combate ao vírus. 

Suécia confirma o primeiro caso de mpox do tipo mais severo

Nesta quinta-feira (15), a Suécia confirmou o primeiro caso de uma variante mais severa de mpox, doença classificada como “emergência de saúde internacional” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Tivemos a confirmação durante a tarde de que temos um caso na Suécia do tipo mais grave de mpox, aquele chamado Clado 1”, disse Jakob Forssmed, ministro da Saúde do país, em uma entrevista coletiva.

Segundo o ministro, o paciente contraiu a infecção durante uma viagem à África e teve o diagnóstico confirmado após retornar à Suécia, onde está recebendo tratamento médico.“É o primeiro caso causado pelo Clade I a ser diagnosticado fora do continente africano”, informou Saúde Pública da Suécia.

“É provável que nos próximos dias e semanas sejam registrados outros casos importados do clado 1 na região europeia” referindo-se à nova variante da mpox, anteriormente conhecida como “varíola dos macacos”. Divulgou a Organização Mundial da Saúde.


Mpox, anteriormente conhecido como “varíola dos macacos” (reprodução/Getty Images News/Getty Images embed)


O que é Clado 1

Clado é um termo técnico empregado para diferenciar as diversas variantes do vírus. Clado 1 é um grupo genético de coronavírus que causa a mpox (varíola dos macacos). Clados são categorias que classificam organismos com base em suas relações evolutivas. Esse reconhecimento é importante para o monitoramento de surtos e o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.

A “MPOX” era chamada anteriormente de “varíola dos macacos”. No entanto, o surto da doença não está relacionado aos primatas, pois todas as transmissões identificadas foram atribuídas ao contágio entre pessoas. A mudança foi implementada para evitar estigmatização e melhorar a precisão no diagnóstico da doença.

Tratamento

A condição é grave e não possui um tratamento específico. A cura está diretamente ligada à forma clínica apresentada. O tratamento consiste apenas em fornecer medicamentos que aliviem a coceira e a dor, focando no alívio dos sintomas. É importante seguir as orientações de serviços de saúde para manejo adequado.