Aeronave que partia da Venezuela cai e explode

Nesta quarta-feira (22), uma aeronave saiu da pista 20 no Aeroporto de Paramillo, em San Cristóbal, Táchira, na Venezuela. Caiu e explodiu, matando ambos os tripulantes.

O avião caiu segundos após decolar de um aeroporto no leste da Venezuela, perto da fronteira com a Colômbia. Um vídeo gravado no momento da queda mostra as imagens chocantes.

Queda da aeronave

Especialistas que analisaram o vídeo informam que a aeronave é um modelo Piper PA-31T1 Cheyenne I, sua matrícula é YV1443, pertencente ao Banco Sofitasa.  Ainda, analisando o vídeo, a aeronave caiu enquanto estava acelerando para subir voo ao longo da pista. Mal conseguiu levantar o voo e começou a inclinar e se virar para a pista. Logo, depois a aeronave bateu no chão com sua asa esquerda e já criou uma explosão, e algo parecido com uma bola de fogo. Algumas pessoas que estavam perto filmando pegaram toda a imagem do acidente.


Vídeo do avião caindo após decolar (Vídeo: Reprodução/X/@jornalodia)

O Conselho de Investigação de Acidentes da Aviação Civil (JIAAC) do país informou que todos os protocolos correspondentes e as ações dos bombeiros aeronáuticos do aeroporto de Paramillo foram imediatamente ativados para atender ao acidente. Porém, mesmo com os esforços o mais rápido possível, os dois tripulantes acabaram morrendo. Além disso, eles informam que o piloto perdeu o controle após um pneu explodir. Uma investigação começou para entender as causas da queda, e, até agora, sabe-se que a aeronave estaria envolvida em atividades de logística do governo venezuelano.

Outros acidentes aéreos na Venezuela

Infelizmente, a Venezuela tem um histórico de acidentes aéreos. O Voo 3101 da Santa Bárbara Airlines da Aeronave ATR 42–300, no ano de 2008, teve que fazer um pouso de emergência em Mérida por conta das condições meteorológicas adversas e possível erro do piloto. Nesse caso, 17 pessoas morreram e 4 sobreviveram. Outro caso que ficou muito famoso foi o do Voo 518 da Conviasa, a aeronave era um modelo McDonnell Douglas DC-9, ocorreu próximo a Machiques, estado Zulia. Nele, o que aconteceu foi uma falha mecânica que levou à morte de 34 pessoas.


Foto do Avião após a queda (Foto: reprodução/Estadão)

Em 2023, um caça modelo Sukhoi Su-30 da Força Aérea Venezuelana caiu em área rural perto de Caracas, sem vítimas civis, mas levantou preocupações sobre manutenção. E agora, novamente nessa quarta-feira (23), uma aeronave envolvida em atividades do governo caiu por conta de um pneu que estourou, trazendo de volta o debate sobre o estado das aeronaves venezuelanas.

Maduro denuncia ameaça militar dos Estados Unidos e diz que Venezuela tem 5 mil mísseis antiaéreos portáteis

Na quarta-feira (22), Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, fez um pronunciamento para o canal estatal ”Venezolana de Televisión” (VTV). Pronunciamento esse, feito no complexo militar em Caracas, o Fuerte Tiuna. No local, Maduro comentou sobre os ataques que os EUA estão fazendo perto da sua costa.

Nicolás teme que essa guerra aos narcotraficantes, na verdade, esteja vedando a real motivação das tropas americanas. Que, na verdade, seria capturar o presidente venezuelano. Em março de 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que fica em Nova York, fez uma acusação contra Maduro. Ele foi acusado de narcotráfico. Também foi acusado de planejar trazer cocaína para os Estados Unidos e de narcoterrorismo. Além disso, o Departamento também colocou uma recompensa por informações que levassem à sua prisão ou condenação, hoje ela se encontra na casa de 50 milhões de dólares.

Pronunciamento de Nicolás Maduro

No Fuerte Tiuna, Maduro apresenta uma parte do arsenal de defesa venezuelano. Informando que o país tem cerca de 5 mil mísseis antiaéreos portáteis russos, e cita também que esses modelos Igla-S são um dos sistemas de defesa mais famosos do mundo, e é um sistema de defesa aérea projetado para abater aeronaves em baixa altitude. Ademais, Nicolás diz que os mísseis já foram usados em exercícios militares ordenados por ele em resposta à mobilização dos EUA.


militares venezuelanos portando Mísseis Igla-s (Foto:reprodução/Getty Images Embed/Juan Barreto)


Portanto, o presidente da Venezuela deixa claro que os mísseis estão em posições-chave na defesa antiaérea para garantir a paz, a estabilidade e a tranquilidade do seu povo. Porém, segue temendo e denunciando a ameaça militar dos Estados Unidos. Visto que, depois que os EUA enviaram uma flotilha de contratorpedeiros, um submarino e embarcações de forças especiais para o Caribe. E, após isso, lançaram uma série de ataques sem precedentes desde o dia 2 de setembro contra o que chamam de barcos “narcoterroristas” originários da Venezuela. Maduro segue vigiando cada passo que os americanos dão próximo ao seu território.

Guerra ao Narcoterrorismo

Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirma que todas as operações feitas no Caribe são exclusivamente para o combate aos narcoterroristas, embora essas ações sejam contestadas. Como, por exemplo, no dia 15 de outubro, o presidente Trump autorizou a CIA (Central Intelligence Agency) a fazer operações em território venezuelano, mas sem revelar a data. O presidente Trump afirmou cogitar ataques terrestres contra cartéis de drogas do país sul-americano. O que fez Maduro vir a público repudiar tudo isso e solicitar que os outros países interfiram no que ele chama de “Golpe de Estado Americano”.


Post do presidente Donald Trump sobre os ataques a possíveis barcos dos narcotraficantes (Vídeo:reprodução/Instagram/@Realdonaldtrump)

Para concluir, na quarta-feira (22), o presidente Trump informou que está preparando ataques contra traficantes de drogas que operam em solo. E também o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, anunciou um oitavo ataque, desta vez nas águas do Pacífico. Portanto, até o momento, foram 34 pessoas mortas nesses ataques. Conforme mencionado anteriormente. O governo dos Estados Unidos declara estar em combate aos cartéis de drogas, com o aumento das ameaças ao território de Maduro por parte de militares americanos e operações que nem sempre são comprovadamente de narcotraficantes.

 

 

Maduro acusa WhatsApp de espionagem na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma denúncia polêmica nesta semana, acusando o aplicativo de mensagens WhatsApp de realizar espionagem contra seu governo. Segundo o líder venezuelano, a plataforma está envolvida em atividades de monitoramento que prejudicam a soberania do país, uma acusação que gerou repercussão internacional.

Denúncia feita em discurso oficial

A denúncia foi feita durante um discurso transmitido pela televisão estatal, no qual Maduro alertou sobre o uso do WhatsApp para “atividades ilegais” de espionagem na Venezuela. Ele afirmou que o aplicativo, de propriedade da Meta, estaria sendo usado para monitorar políticos e cidadãos do país, o que, segundo ele, representa uma clara violação da privacidade e da soberania venezuelana. Maduro não apresentou evidências concretas para sustentar suas alegações, mas pediu vigilância à população.


Acusações foram feitas ao presidente venezuelano a empresa comandada pela Meta (Foto: reprodução/NurPhoto/NurPhoto/Getty Images Embed)


Essa acusação ocorre em um contexto de tensão entre o governo venezuelano e grandes empresas de tecnologia. Nos últimos anos, o governo de Maduro tem restringido o acesso a certas plataformas e denunciado que redes sociais são usadas para desestabilizar o país. A Meta, dona do WhatsApp, ainda não respondeu oficialmente às declarações de Maduro.

Reações internacionais e dentro do país

As acusações de Maduro contra o WhatsApp repercutiram rapidamente. A oposição venezuelana, que frequentemente critica o governo por controlar a informação e reprimir a liberdade de expressão, reagiu às denúncias com ceticismo. Para muitos críticos, a acusação de espionagem é vista como mais uma tentativa de justificar restrições ao uso de redes sociais e outras plataformas de comunicação no país.

Internacionalmente, as alegações de espionagem feitas pelo presidente venezuelano foram recebidas com cautela, mas geraram preocupação sobre a liberdade digital no país. Especialistas em tecnologia afirmam que, embora espionagem cibernética seja uma questão legítima de segurança, acusações desse tipo sem provas concretas podem ser usadas para restringir ainda mais o acesso à informação.

Gabriel Boric acusa Maduro de fraude eleitoral

O presidente do Chile, Gabriel Boric, criticou a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, que invalidou o resultado das eleições primárias da oposição venezuelana. Boric afirmou que a ação do tribunal “termina de consolidar a fraude” do regime de Nicolás Maduro. A declaração foi feita após o tribunal anular a vitória de María Corina Machado, que liderava o movimento contra o governo de Maduro.

Para o presidente chileno, a intervenção do tribunal no processo eleitoral é uma clara tentativa de enfraquecer o movimento oposicionista liderado por María Corina Machado, que despontava como uma das principais figuras na disputa contra o governo. A decisão judicial foi amplamente condenada pela comunidade internacional, que vê nesse ato uma manobra para perpetuar o controle de Maduro sobre o poder.


Presidente do Chile Gabriel Boric (Foto: reprodução/AFP/DANIEL DUARTE/Getty Images Embed)


Reação internacional

O presidente chileno, que tem adotado uma postura crítica em relação a regimes autoritários na América Latina, destacou que a decisão do TSJ venezuelano é mais uma tentativa de minar a democracia no país. Segundo Boric, esse movimento do governo Maduro consolida um processo de fraude eleitoral que já foi denunciado pela comunidade internacional.

Diversos líderes mundiais, incluindo Boric, têm pressionado o governo venezuelano para garantir eleições livres e justas. A invalidade das eleições primárias da oposição representa, para muitos, um passo na direção contrária à democracia.

Contexto da crise venezuelana

A crise política na Venezuela se intensificou com o processo eleitoral, no qual o governo de Maduro tem sido acusado de manipular as eleições e reprimir a oposição. María Corina Machado, uma das principais líderes oposicionistas, vinha ganhando força como uma possível adversária de Maduro nas próximas eleições presidenciais. No entanto, a decisão do TSJ de anular o resultado de sua vitória nas primárias foi vista como uma estratégia para enfraquecer a oposição.

O regime de Maduro tem sido alvo de sanções internacionais e enfrenta críticas constantes por violações de direitos humanos e pela falta de liberdade política no país. A postura de Boric reflete a crescente preocupação entre os líderes regionais com a deterioração da situação política na Venezuela.

Edmundo González se autoproclama presidente da Venezuela

Nesta segunda-feira (5), Edmundo González, candidato de oposição a Maduro nas eleições, proclamou a si como presidente da Venezuela. O ato é advindo da contestação do resultado da eleição presidencial, que ocorreu no dia 28 de julho. A oposição é liderada por María Corina Machado e Edmundo González.

A declaração aconteceu por meio de um comunicado assinado por González e María. O comunicado diz que Maduro se recusa a reconhecer sua derrota e que ele deu um golpe de Estado contrariando toda ordem constitucional. Em documento, González diz que tem provas irrefutáveis de sua vitória. E no fim da declaração, diz: nós vencemos esta eleição sem qualquer discussão. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Procede-se, de imediato, à proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República.


Edmundo González e María Corina Machado, líderes da oposição que assinaram a autodeclaração da presidência (Reprodução: Federico Parra/AFP)

A autoproclamação não é suficiente para reconhecer González como presidente eleito, já que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela é o órgão oficial responsável pelo resultado das eleições no país.

Oposição contesta resultado

O comunicado assinado hoje (5) por González afirma que Maduro perdeu e obteve apenas 30% dos votos e que Edmundo González foi eleito com 67%. Os dados foram obtidos em uma contagem paralela e não oficial, feita pelo CNE. Segundo o CNE, no dia 2 de agosto, com 96,87% das urnas apuradas, Maduro era eleito com 51,95% dos votos e González, 43,18%.


Contagem paralela apresentada pela oposição em site abastecido por atas (Reprodução/resultadosconvzla)

O Conselho Nacional Eleitoral, responsável pelo trâmite eleitoral do país, é presidido por um aliado de Maduro.

Comunidade internacional e crise venezuelana

A autoproclamação de González acontece após diversos países do mundo e entidades contestarem o resultado das eleições presidenciais da Venezuela. Após a divulgação da contagem paralela, Estados Unidos, Panamá, Argentina, Peru, Costa Rica e Uruguai declararam a derrota de Maduro.

A OEA (Organização dos Estados Americanos) também não reconhece a vitória de Maduro. E em relatório, diz ter indícios de que o governo de Maduro alterou os resultados. A União Europa também discorda dos resultados e o Central Carter, ONG que observa democracias pelo mundo, diz não poder ser considerada democrática a eleição venezuelana.

Na última quinta (1), Brasil, Colômbia e México solicitaram, em uma nota conjunta, a divulgação das atas eleitorais da Venezuela. Assim como a resolução do impasse por vias institucionais para que a vontade popular seja respeitada em uma apuração imparcial.