Nesta segunda-feira (5), Edmundo González, candidato de oposição a Maduro nas eleições, proclamou a si como presidente da Venezuela. O ato é advindo da contestação do resultado da eleição presidencial, que ocorreu no dia 28 de julho. A oposição é liderada por María Corina Machado e Edmundo González.
A declaração aconteceu por meio de um comunicado assinado por González e María. O comunicado diz que Maduro se recusa a reconhecer sua derrota e que ele deu um golpe de Estado contrariando toda ordem constitucional. Em documento, González diz que tem provas irrefutáveis de sua vitória. E no fim da declaração, diz: nós vencemos esta eleição sem qualquer discussão. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Procede-se, de imediato, à proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República.
A autoproclamação não é suficiente para reconhecer González como presidente eleito, já que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela é o órgão oficial responsável pelo resultado das eleições no país.
Oposição contesta resultado
O comunicado assinado hoje (5) por González afirma que Maduro perdeu e obteve apenas 30% dos votos e que Edmundo González foi eleito com 67%. Os dados foram obtidos em uma contagem paralela e não oficial, feita pelo CNE. Segundo o CNE, no dia 2 de agosto, com 96,87% das urnas apuradas, Maduro era eleito com 51,95% dos votos e González, 43,18%.
O Conselho Nacional Eleitoral, responsável pelo trâmite eleitoral do país, é presidido por um aliado de Maduro.
Comunidade internacional e crise venezuelana
A autoproclamação de González acontece após diversos países do mundo e entidades contestarem o resultado das eleições presidenciais da Venezuela. Após a divulgação da contagem paralela, Estados Unidos, Panamá, Argentina, Peru, Costa Rica e Uruguai declararam a derrota de Maduro.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) também não reconhece a vitória de Maduro. E em relatório, diz ter indícios de que o governo de Maduro alterou os resultados. A União Europa também discorda dos resultados e o Central Carter, ONG que observa democracias pelo mundo, diz não poder ser considerada democrática a eleição venezuelana.
Na última quinta (1), Brasil, Colômbia e México solicitaram, em uma nota conjunta, a divulgação das atas eleitorais da Venezuela. Assim como a resolução do impasse por vias institucionais para que a vontade popular seja respeitada em uma apuração imparcial.