Intoxicação por Metanol: Ministério da Saúde registra 43 casos suspeitos, 39 em SP

O Ministério da Saúde (MS), na data de ontem, quarta-feira (01), informou que foram registradas 43 notificações de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, nos estados de São Paulo e de Pernambuco, desses, quatro são do estado nordestino e 39 concentram-se na região paulista. Há, pelo menos, um óbito confirmado e sete seguem sob investigação entre todas as situações apresentadas. Inicialmente tratados como suspeitos, estão confirmados que 10 casos em SP referem-se a bebidas contaminadas pelo produto químico.  Esses dados foram apresentados na manhã desta quinta-feira (02), podendo aumentar no decorrer do dia.

Ainda, de acordo com o Ministério, a suspeita de intoxicação por metanol ocorre quando, em um período de 12h a 24h após o consumo da bebida alcoólica, a pessoa começa a apresentar sintomas anormais ou persistentes. Entre eles destacam-se: visão turva, mal-estar gástrico, forte dor de cabeça, tontura, fraqueza e sinais de embriaguez prolongada. 

Busca por tratamento imediato

Conforme declaração do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a notificação imediata desses casos é fundamental não apenas para garantir o atendimento adequado aos pacientes, mas também para viabilizar as investigações dos responsáveis pela contaminação. O tratamento envolve o uso de etanol farmacêutico, com pureza apropriada para fins médicos, administrado de forma controlada, via oral ou intravenosa, após avaliação clínica. 

Esse tipo de intervenção é coordenada pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) ou pelas secretarias estaduais de saúde, que podem solicitar a manipulação do antídoto quando necessário. No Brasil, existem 32 unidades do CIATox especializadas no atendimento e orientação de casos de intoxicação, sendo nove delas em funcionamento no estado de São Paulo.


 

Informações do Ministério da Saúde sobre sintomas por intoxicação de metanol e locais para tratamento (Foto: reprodução/Instagram/@minsaude)

Padilha reforçou que a notificação imediata permite não só o atendimento de urgência às pessoas contaminadas pelo produto químico como, também, autoriza os órgãos de segurança a bloquearem rapidamente produtos suspeitos e traçarem o caminho percorrido na distribuição das bebidas adulteradas. O ministro destacou, ainda, que essas ações são decisivas para identificar possível envolvimento de organizações criminosas.

Ações coordenadas pelas autoridades

O Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), órgão responsável por receber denúncias, coordenar, investigar e adotar medidas para estes casos, concentraram as ações em quatro distribuidoras de bebidas Nesta quarta-feira (01) foi realizada uma força tarefa a qual interditou dois depósitos na Bela Vista, região central paulistana, e recolheu caixas de destilados em Barueri, na grande São Paulo.  Há indícios de que bebidas contaminadas podem ter passado por esses locais.


Alexandre Padilha, ministro da Saúde, explicando sobre intoxicação por metanol (Vídeo: reprodução/X/@padilhando)

A interdição ocorreu após uma vítima ter ficado cega devido à ingestão de bebida adulterada e adquirida no local, notificando às autoridades. O proprietário do estabelecimento apresentou notas fiscais garantindo ter comprado seus destilados de duas distribuidoras e se defendeu, afirmando que jamais arriscaria a segurança dos clientes. Disse, ainda, esperar que os laudos possam comprovar que o erro não partiu do seu estabelecimento. 

Em paralelo às ações dos órgãos competentes, clubes e bares do estado de São Paulo decidiram suspender voluntariamente a venda de destilados até que as autoridades esclareçam a origem e o risco das bebidas. Também foi instalada uma Sala de Situação no Ministério da Saúde para monitorar os casos suspeitos e adotar medidas cabíveis. Todos os estados brasileiros receberam orientações técnicas para fortalecer a vigilância, devendo notificar imediatamente às autoridades em casos envolvendo suspeita por intoxicação de metanol.

 

Japão suspende parcialmente importação de frango do Brasil após surto de gripe aviária

O Japão suspendeu, na última sexta-feira, as importações de carne de aves provenientes da cidade de Montenegro e de aves vivas de todo o estado do Rio Grande do Sul, após a confirmação do primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial brasileira. A medida foi anunciada por uma autoridade do Ministério da Agricultura japonês nesta segunda-feira.

Como o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, o incidente levou outros países, como China, México, Chile e União Europeia, a imporem restrições semelhantes. Em resposta, o governo brasileiro intensificou as ações de contenção, incluindo a formação de uma força-tarefa para erradicar o foco e reforçar a vigilância sanitária nas regiões afetadas.

Restrição do Japão afeta quase 70% das importações de carne de frango brasileiras

A suspensão das importações por parte do Japão, que depende fortemente do frango brasileiro, pode impactar o mercado interno japonês, especialmente em um momento de alta nos preços dos alimentos. Em 2024, o Japão importou cerca de 429 mil toneladas de carne de frango do Brasil.


Vídeo da CNN Brasil explicando o que é a gripe aviária e as formas de transmissão (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)

O que é a gripe aviária

A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves. Inicialmente, um surto geralmente ocorre quando aves migratórias, que são hospedeiras naturais do vírus, transmitem a infecção para aves domésticas, como galinhas e patos. Essa transmissão pode ocorrer por meio do contato direto ou indireto com secreções contaminadas, como fezes e fluidos corporais. Essas aves selvagens podem introduzir o vírus em novas regiões durante suas rotas migratórias, contaminando ambientes como fontes de água, ração e utensílios utilizados na criação de aves domésticas.

A transmissão para humanos é rara e, quando ocorre, está associada ao contato próximo com aves infectadas ou ambientes contaminados. As principais formas de infecção incluem:

  • Contato direto com aves doentes, vivas ou mortas;
  • Manipulação de carne crua ou penas de aves infectadas;
  • Inalação de partículas presentes em fezes ou secreções das aves;
  • Consumo de carne de aves mal cozida.

A transmissão de pessoa para pessoa é extremamente rara e não sustentada. No entanto, especialistas expressam preocupação de que mutações no vírus possam aumentar sua capacidade de infectar humanos e facilitar a transmissão entre pessoas.